[Maria do Rosário Pedreira]

Dantes, dizia-se às crianças quando não queriam comer que o papão, o diabo ou os ciganos as viriam buscar. Ameaças parvas que, graças a Deus, passaram de moda (hoje é mais provável tirar-lhes a televisão, a PSP ou o computador). Mas, por causa de uma notícia que li recentemente, apercebi-me de que os pais de filhos que não querem estudar podem agora dizer-lhes uma coisa horrorosa: que, se não forem à escola e não aprenderem, viverão menos do que os marrões e os aplicados. É verdade: parece que um estudo publicado na revista científica Brain, Behavior and Immunity mostra que o envelhecimento das células é mais rápido nas pessoas sem qualificações académicas e que, quanto mais «educação formal», mais longa e saudável será a vida. Claro que a educação ajuda a tomar medidas e decisões mais inteligentes que se repercutem, inevitavelmente, na saúde (e no resto). Mas já há tanta gente a estudar até tão tarde que esta notícia, a ser verdadeira, pode criar uma geração que não vai querer trabalhar antes de chegar a velha – se lá chegar…