[Flávio Bittencourt]

Estrangeiros compram terras na África

De acordo com Daniela Chiaretti, de Valor Econômico, Estrangeiros já compraram uma Alemanha na África

 

 

 

 

 

    

 

 O Jornalismo Econômico no Brasil depois de 1964

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.skoob.com.br/livro/13667-o-jornalismo-econ-mico-no-brasil-depois-de-1964)

 

 

 

 

"O BRASIL QUE FIQUE ATENTO

À GRAVE QUESTÃO DA AQUISIÇÃO

DE TERRAS - DA AMAZÔNIA E DE

OUTRAS REGIÕES DO PAÍS - POR

GRUPOS ECONÔMICOS ESTRANGEIROS"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

 

 

 

 

                  AGRADECENDO ÀS REPÓRTERES DA ÁREA ECONÔMICA 

                  DANIELA CHIARELLI E

                  MARTA SALOMON, RESPECTIVAMENTE DE VALOR ECONÔMICO E

                  O ESTADO DE SÃO PAULO, PELAS EXCELENTES MATÉRIAS,

                  CONCERNENTES À QUESTÃO DA VENDA DE TERRAS A

                  ESTRANGEIROS, JORNALISTAS QUE PRODUZIRAM,

                  DE FORMA IMPARCIAL E COMPETENTE, COMO, ALIÁS, 

                  SEMPRE FAZEM, NO ÂMBITO DE SUA ATIVIDADE PROFISSIONAL,

                  INFORMATIVA E INTERPRETATIVA,

                  HOMENAGEANDO O PROF. AYLÊ SALASSIÉ FILGUEIRAS QUINTÃO,

                  DO DEPTO. DE COMUN. SOCIAL DA UCB - UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA,

                  QUE PUBLICOU O IMPORTANTE LIVRO DE

                  HISTÓRIA DO JORNALISMO BRASILEIRO INTITULADO

                  JORNALISMO ECONÔMICO NO BRASIL DEPOIS DE 1964 E

                  EM MEMÓRIA DO GEÓGRAFO, PESQUISADOR E MILITANTE

                  DA CAUSA DA DEFESA DOS INTERESSES DO BRASIL E DOS BRASILEIROS

                  PROF. ORLANDO VALVERDE (1917 - 2006),

                  por gratidão e admiração máxima

                   

  

 

23.9.2011 - Daniela Chiaretti produziu a notícia intitulada Estrangeiros já compraram uma Alemanha na África, que ontem (quinta-feira, 22.9.2011) foi publicada em Valor Econômico - Estrangeiros compram terras na África.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

  

 

 

DANIELA CHIARETTI

PUBLICOU, ONTEM (22.9.2011)

NO JORNAL VALOR ECONÔMICO:

 

"22/09/2011 

Estrangeiros já compraram uma Alemanha na África

Por Daniela Chiaretti | De São Paulo

 

Desde 2001, algo próximo a 221 milhões de hectares de terra foram vendidos, cedidos ou arrendados, a maior parte por investidores internacionais, em países em desenvolvimento. A maioria destas transações aconteceu na África. O comércio de terras no continente, nos últimos anos, já dá uma área maior que a da Alemanha. Os motivos do frenesi seriam três, segundo um relatório que está sendo divulgado pela ONG internacional Oxfam: segurança alimentar, biocombustíveis e especulação.

O fenômeno tende a ficar ainda mais forte em um mundo com população crescente e recursos limitados. A expectativa é que a economia global triplique até 2050, exigindo mais dos recursos naturais e da agricultura. A demanda maior por comida, somada às condições adversas provocadas pelas mudanças climáticas, escassez de água e competição com culturas que produzem biocombustíveis, criam um cenário pouco otimista. "É um problema muito novo, e os países não estão se dando conta da sua dimensão", diz Simon Ticehurst, chefe do escritório da Oxfam no Brasil.

"Acredita-se que as respostas virão do mercado e da tecnologia, que podem até ajudar, mas não vão resolver tudo", continua. "Há que se encontrar um equilíbrio entre estas forças e é fundamental que os países criem suas regras."

O relatório da Oxfam cita casos de apropriação de terras em Uganda, no Sudão do Sul, na Indonésia, em Honduras e na Guatemala. A questão fica ainda mais complicada porque, em muitos países, quem vive nas terras não têm título de propriedade. Em Uganda, segundo as pesquisas da Oxfam, mais de 22,5 mil pessoas teriam perdido suas casas e terras para uma empresa britânica de madeira, a New Forests Company, que nega ter expulsado as pessoas.

Segundo o estudo - intitulado "Land and Power" -, os contratos de compra e venda não costumam ser transparentes, o que dificulta a obtenção de dados exatos sobre a movimentação de terras. Informações checadas por várias fontes dão conta de mais de 1.100 negociações de terra (somando cerca de 67 milhões de hectares), nos últimos anos. "As mulheres e as populações mais carentes são muito vulneráveis a este fenômeno", diz Ticehurst. Violações de direitos humanos seriam frequentes. As comunidades locais não estariam sendo consultadas sobre os negócios e nem tratadas de forma justa.

'A lógica da produção de alimentos no mundo tem que mudar', defende Ticehurst. O caminho, acredita, passa pela agricultura familiar, sustentável e agroecológica. 'O modelo atual, baseado em grandes propriedades, monocultivos e uso intensivo de agrotóxicos está quebrado', diz ele."

(http://www.valor.com.br/internacional/1014106/estrangeiros-ja-compraram-uma-alemanha-na-africa)

 

 

 

 

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O ESTADO DE SÃO PAULO

DIVULGOU, EM 17.3.2011,

A SEGUINTE NOTÍCIA:

 

"Limite para estrangeiro comprar terra será de 3 mil hectares

Proposta em estudo reduz de 100 para 30 módulos fiscais acesso de empresas de capital externo a áreas rurais no País

17 de março de 2011 | 0h 00

 

Marta Salomon / BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo

Será de 30 quilômetros quadrados (3 mil hectares) a extensão máxima de terras que empresas com capital estrangeiro poderão comprar ou arrendar no Brasil, segundo proposta em debate no governo. O objetivo é tentar frear o avanço de investidores externos em negócios com imóveis rurais no País. Os limites da lei serão mais rigorosos na Amazônia.

 

Proposta de projeto de lei a que o Estado teve acesso estabelece novos limites em módulos fiscais - medida que varia, conforme o município, entre 5 e 100 hectares. Pessoas físicas poderão ter até 15 módulos fiscais, sem precisar de aval prévio do Congresso Nacional. Pessoas jurídicas - inclusive empresas brasileiras com controle de capital ou gestão em mãos de estrangeiros - poderão comprar ou arrendar até 30 módulos, em áreas contínuas ou não.

A proposta foi elaborada por grupo de trabalho coordenado pela Advocacia-Geral da União no segundo mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Integrado também pelo Gabinete de Segurança Institucional e pelos Ministérios da Defesa e do Desenvolvimento Agrário, o grupo chegou a cogitar a edição de uma medida provisória. Mas a campanha eleitoral deixou o assunto em suspenso na agenda do governo.

Dilma Rousseff, na época chefe da Casa Civil, recebeu cópia da proposta. Depois de assumir a Presidência, ainda não indicou quando o texto irá ao Congresso. O atual governo mantém a avaliação de que a compra e o arrendamento de terras continuam crescendo e fogem ao controle dos cadastros oficiais.

Atualmente, uma empresa pode deter até 100 módulos de exploração indefinida (medida também variável de acordo com o município), sem autorização do Congresso. Em conjunto, pessoas físicas ou empresas com participação estrangeira não podem ter mais do que 25% da área total de um município. Esse limite cairá para 10% na Amazônia Legal, de acordo com a proposta em debate.

Controle. Negócios que vierem a ser celebrados fora dos limites impostos pela proposta poderão ser anulados pelo Incra, que passa a ser responsável por autorizar qualquer compra ou arrendamento de terras. O controle se estenderá também a fundos de investimentos que lidem "direta ou indiretamente" com a compra de imóveis rurais.

Medidas destinadas a estabelecer controles sobre esse avanço em terras no Brasil que não dependem de mudanças em lei já vêm sendo adotadas. Em agosto passado, a Advocacia-Geral da União enquadrou empresas brasileiras com controle de capital ou gestão em mãos de estrangeiros nos limites estabelecidos por lei no início dos anos 70.

Anteontem, conforme informou o Estado, um aviso ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio determinou que as juntas comerciais bloqueiem compras ou fusões de empresas estrangeiras com brasileiras que detenham terras. Essa é uma manobra identificada como forma de burlar o controle nos cartórios de compra e venda de imóveis.

A busca de estrangeiros por áreas para a produção de alimentos e biocombustível é o principal argumento do governo para impor restrições à propriedade de terra no País."
 

"http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,limite-para-estrangeiro-comprar-terra-sera-de-3-mil-hectares,693076,0.htm)

 

  

 

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VERBETE 'Projeto Jari ',

WIKIPÉDIA:

"Projeto Jari

 
Foto aérea da fábrica de celulose.

Projeto Jari é o nome de um grandioso empreendimento existente às margens do Rio Jari, para a produção de celulose e outros produtos, que teve início em 1967.

O projeto foi idealizado pelo bilionário norte-americano Daniel Keith Ludwig.[1] Ele mandou construir uma fábrica de celulose no Japão,[2] na cidade de Kobe, usando tecnologia finlandesa da cidade de Tampere, foram construídas duas plataformas flutuantes com uma unidade para a produção de celulose e outra para a produção de energia. A unidade de energia produzia 55 megawatts e era alimentada por óleo BPF a base de petróleo com opção para consumo de cavacos de madeira.

Histórico

Ludwig adquiriu em 1967, na fronteira entre os estados do Pará e Amapá (então Território Federal) uma área de terra de tamanho pouco menor que a do estado de Sergipe,[3] ou equivalente ao estado norte-americano do Connecticut,[4] para a instalação do seu projeto agropecuário. Ao longo do programa de instalação, enfrentou as desconfianças das autoridades da Ditadura, e também dos integrantes das chamadas esquerdas, que temiam pela soberania brasileira sobre a área inabitada de florestas onde o Jari seria instalado.[3] A "ameaça" rendeu, em 1979, a criação de uma CPI para "apurar a devastação da floresta amazônica e suas implicações"[5] Entretanto, o relatório da Comissão não faz qualquer alusão direta a este projeto.[6]

A área adquirida por Ludwig fez com que fosse provavelmente o maior proprietário individual de terras no Ocidente.[7] A grandiosidade do Jari acentuava-se por ser a região totalmente desprovida de qualquer infraestrutura; foi necessária a construção de portos, ferrovia e nove mil quilômetros de estradas.[3] Ali Ludwig planejava instalar um projeto de reflorestamento com árvores de crescimento rápido, antevendo o aumento da necessidade mundial por celulose. Além disto, pretendia estender as atividades para a mineração, pecuária e agricultura, atraindo críticas de ambientalistas.[4]

Uma usina termelétrica e a própria fábrica de celulose foram rebocadas do Japão, num percurso de 25 mil quilômetros, que durou 53 dias a ser concluído. Além das instalações, todo o projeto ocupava uma área de 16 mil km², a construção de uma cidade - Beiradão - para a moradia dos trabalhadores, além de hospital e escolas na sede, chamada Monte Dourado.[3] A fábrica e implementos custaram em torno de 200 milhões de dólares. Em 1982, ano de sua venda, a população do Jari alcançou a marca de trinta mil habitantes.[4]

Neste ano, sem apresentar resultados, Ludwig abandonou o projeto.[3] As negociações envolveram o homem forte do regime militar, general Golbery do Couto e Silva, e cogitou-se na venda para o Banco do Brasil, para um pool de empresas e para o empresário Augusto de Azevedo Antunes. Até o começo dos anos 1980 Ludwig declarava haver gasto no Jari 863 milhões de dólares, atualizados em 1981 para 1,15 bilhão.[4]

No ano 2000 passou a ser controlado pelo Grupo Orsa, de modo que a Jari Celulose não somente tornou-se economicamente viável, como também mostrou-se sustentável, recebendo certificação em 2004 pelo Forest Stewardship Council.[3]

Referências

  1. Flavio de Britto Pereira. O Projeto Jari e sua ferrovia. Página visitada em 05 de Maio de 2009.
  2. Antonio Augusto Gorni. Estrada de Ferro Jari. Página visitada em 05 de Maio de 2009.
  3. a b c d e f Érica Georgino (janeiro 2010). "Jari: 1967 - Atrás de celulose, um blilionário ambicioso botou a selva abaixo. Foi vencido por ela e pelas dívidas". Superinteressante (274): p. 74. São Paulo: Abril. ISSN 0104-1789.
  4. a b c d Eric Pace / The New York Times (29 de agosto de 1992). Daniel Ludwig, Billionaire Businessman, Dies at 95 (em inglês). Página visitada em 27 de janeiro de 2010.
  5. Senado Federal. CPI desmatamento da floresta amazônica. Página visitada em 27 de janeiro de 2010.
  6. Senador Aloysio Chaves (1979-1982). Relatório da CPI do Senado Federal para apurar a devastação da floresta amazônica e suas implicações. Página visitada em 27 de janeiro de 2010.
  7. Richest People in History - Daniel K. Ludwig. Página visitada em 28 de janeiro de 2009.

Ligações externas

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