Desde que nos disponibilizaram esta promoção “a folote”, que é a internet, nunca mais fiz leituras de jornais impressos como o fazia anteriormente à assunção dessa “atitude suspeita”. É, jornais online, como o JB, a Folha, o Globo, o New York Time, o Le Monde, o El País, e o Meio-Norte, claro (não escute o escuro da minha opinião, não), a preço de lan house ou a de modem pré-pago ou de conta mensal com “os gigantes da rede” é algo que não se deve deixar de aproveitar mesmo. Tudo bem, há diferenças. Apois. Isturdiinha (sábado, 03/07), eu estava folheando o jornal Meio-Norte impresso (a redundância é um exemplo pros meus alunos; mania de professor!), aproveitando o que a padaria onde tomo café oferece “de grátis”, e não é que me deparei com este “argumento rabulesco”, meu povo: o plebiscito sobre a criação do’ Gurgueia deve ocorrer apenas nas cidades que comporão o suposto Estado, que, segundo o “genial” autor dessa tese, é, sim, a “população diretamente interessada” nessa divisão, conforme reza a Constituição.
Não, não, o senhor está certo, “doutor” (pus as aspas porque não sei se o ilustre advogado, que é o autor da tese aludida acima, é, de fato – e de direito! –, pós-graduado com um doutoramento). O senhor está certo, porque não tenho dúvidas de que a maioria da população dessa região está realmente “interessada” nessa divisão do Piauí em dois; o que se dirá dos políticos! Mas não quero discutir, aqui, essa questão secundária; o que venho defender, com este meu texto, é algo primevo (daqui, do Primavera, ou de lá, do primitivo das Capivaras!), é o meu direito de estar “diretamente interessado” em ser consultado se houver um plebiscito acerca dessa separação, separatistas! Não, data venia, “doutor” – e dados (data!) venham! –, eu não concordo com o senhor nem com os sul-piauienses (por que não denominam o novo Estado de Piauí do Sul, como o querem os sul-maranhenses a respeito do Estado deles?). E, para “marcar o território" dessa minha oposição, gostaria de propor-lhe uma questão satírico-jurídica, que eu chamarei de “A questão de Hermanomeu” (como falei, essa titulação é só para dar ares ao texto de “profundo”, “sapiente”, “intelectual”, manca?).
Explico; melhor, argumento, ou melhorinda, proponho, merimão: se o senhor tivesse um imóvel ( bom, uma casa!) registrado em seu nome e lhe fosse proposto dividi-lo entre mim e o senhor, nas mesmas proporções em que se quer dividir este Estado em Piauí e Gurgueia, quem deve ser consultado para decidir essa questão, somente eu ou eu e o senhor? Que bom que o senhor tem a opinião de que deve ser somente eu quem deva decidir um tal “interesse público”. Estou precisando mesmo de uma “verba” como essa. Quanta palavra e quanto número vão ser gastos! Estava precisando disso. Mas não se preocupe, não há possibilidade de “coabitarmos o mesmo lar”; por isso e pela legítima “incompatibilidade de gênios”, venderei a minha parte a alguem, e a pessoa que tem a preferência é o senhor mesmo. Pra ficar na paz, mano. E digo mais: não se preocupe, pois há “saída jurídica” para uma proposição tão tola quanto essa; ainda mais, que é feita por um estudante graduado em Letras, que efeito terá? Deixa quieto.
Contudo, quero continuar defendendo meu grito com tudo, na tubada deste texto. Rápido e rasteiro. Grosso modo, grosseiro. Mas o ser ruda a minha opinião não a desqualifica nem a “tipifica criminalmente”. E menos: citar o artigo, o parágrafo, o inciso ou a alínea da Constiuição Federal ou, como queira o advoguês, da Carta Magna não dá autoridade a seu argumento, seo dotô. Arrepare que, com isso, o siô pode estar até rabulando, e isso é feio se é assim (se é assado não sei, mas a batata está...). Apois. Na Constituição, a expressão “a população diretamente interessada”, no caso de nosso (?) plebiscito, refere-se à do Piauí. Por quê? Ora, se a Constituição é Federal e a divisão de que trata essa questão é a de um Estado da Federação; então, a quem isso “interessa diretamente”, senão à população desse Estado, nesse caso, a do Piauí (afinal, cineasmente falando, essa pôrra ainda nem foi dividida!)? Assunte: eu já metendo gente (olha o respeito, nem pense num “em” nesse lugar!) importante nessa pendenga. Vixe, deus-me-livre de me topar com o Ancião. Não quero briga, mestre; isso só se não tiver jeito. Mas eu tô é brincando mesmo.
Escrevo: pilera à parte, não tem nadazaver esta minha opinião com despeito ou falta de respeito. Hem-hém, e este cabôco do interior do Piauí (ilustres Piaguí e Tabajaras!) é besta por acaso? Não sou nenhum bodim pra querer caçar conversa com um “doutor da lei” nem com um Mestre das Letras. Eu mesmo não quero papo: o meu ponto final nessa questão abre as reticências para o debate de quem quiser. Minha opinião é esta: eu devo, sim, ser consultado sobre essa divisão do Piauí, constitucionalmente falando. E não vou mentir (mesmo sem ter medo dessa parada pagã, cristão ou muçulmana de inferno): sou contra. E pronto. E ponto (senão, me dá metade da sua casa, dotô). Eita terrinha quintura; o mais besta, aqui, é presidente de qualquer furdunço.