Diego Mendes Sousa e Nélida Pinõn
Diego Mendes Sousa e Nélida Pinõn

Que beleza é esse calendário verbal que Diego Mendes Sousa detém. Palavras que muitas delas me são desconhecidas, mas que estão entranhadas no seu ser poético, no seu coração.

Coisa fina dispor de palavras só suas, como se Diego tivesse uma Língua própria, inventada parcialmente, apesar de essas palavras precederem a sua vontade de poeta. Muito bonito mesmo. Esse amor nos salva.

Diego Mendes Sousa é um ditador de modas poéticas. Abre picadas. E tem um percurso brilhante, de bela genealogia épica e lírica, com traços da grande prosa (e com os traços bíblicos), além do mergulho na origem sentimental das pessoas, de cada existência.

Diego Mendes Sousa explora a multiplicidade do ser embutido em si mesmo. Seu poema “Carnaubal” projeta o poeta a um outro patamar, com muitas portas abertas. Muito comovida. Poeta de caráter, de devoção e de espírito altaneiro.

Eu preciso entender essa “Carnaúba” tão mágica. Diego Mendes Sousa tem o dom para sondar a natureza como matéria poética. Escrever, para ele, é também mágico.

 

Depoimento de Nélida Piñon, romancista e contista carioca, da Academia Brasileira de Letras (ABL).