Escrever com alegria, imaginação e fantasia

Da redação

Roteirista, tradutor, compositor e escritor de ficção científica e de literatura infantil, Bráulio Tavares foi um dos convidados da Fliporto 2014, festival que acontece anualmente em novembro, em Olinda-PE. Participando da mesa-redonda “Escrever com alegria, imaginação e fantasia, Tavares teceu comentários sobre suas marcas autorais e a gênese de sua criação.

O escritor concebe a literatura a partir de dois grandes grupos, a social ou realista e o realismo psicológico. Segundo ele, “tudo começa com o realismo, mas a literatura de imaginação vai além, porque se baseia no desconhecido”. Bráulio acrescenta que esse tipo de literatura, a de imaginação, causa maior grau de estranheza no leitor.

Falando sobre elementos que influenciam sua escritura e a relação com a fantasia e a imaginação, Bráulio Tavares destacou o diálogo que mantém com o cordel. “A literatura de cordel sempre fez isso (é literatura de imaginação), embora não tenha densidade psicológica”, diz, enfatizando que “o cordel é uma literatura coletiva, que só existe na fala, como é o caminho da canção, do teatro, de todas as literaturas que envolvem o corpo”.

Explicando o processo de criação de sua produção literária, Tavares falou que seu método se fundamenta na reelaboração de estórias já escritas. Ele complementou as observações sobre sua técnica de criação, avaliando o cenário da produção literária hoje. Segundo ele, estamos vivendo a expansão da produção de bilhões de produções, mas somos uma pessoa só. “As tecnologias estão sufocando o nosso tempo”, finaliza.

Ouça trechos da fala de Bráulio Tavares.