É hoje só, amanhã não tem mais

Rogel Samuel: É hoje só, amanhã não tem mais

 








Rogel Samuel: É hoje só, amanhã não tem mais

No fim das festas de carnaval, ao alvorecer da terça-feira, o que se cantava era: “É hoje só, amanhã não tem mais!”, depois de tanto pedir “mamãe eu quero mamar”, ou de reclamar “mas que calor, ôoooo”.

O certo era que o Rio de Janeiro era a cidade que me seduz, de dia falta água de noite falta luz. E a multidão gritava por uma tourada em Madrid, ou por tudo clamava que o sol já ia sair.

E era certo que saía o sol do brilho da fantasia, do solo do delírio, do mundo em festa, em clamores e amores.

O carnaval era aquilo. A massa festiva. A música levada na garganta, mantida no ritmo de si mesmo, no júbilo de viver.

Amanhã não tem mais.

É hoje só.