[Maria do Rosário Pedreira]

Lembrei-me de Fernando Pessa a dizer «E esta, hem?» no fim das suas reportagens e não resisti… José Luís Peixoto reescreveu há meses Os Lusíadaspara garotos e deram-lhe forte e feio nos jornais e no Facebook, por isso não sei o que lhe vai acontecer agora – a ele e a mais cinco autores, a quem o semanárioExpresso pediu que prolongassem a história d’Os Maias até à fundação do jornal, em 1973. Vamos, pois, ver como vão Peixoto, José Eduardo Agualusa, Mário Zambujal, Rentes de Carvalho, Clara Ferreira Alves e Gonçalo Tavares imaginar, cada um num período específico, a história desta família que já passou pelos olhos de milhares de portugueses, nem que tenha sido na Escola Secundária, na qual foi leitura obrigatória ao longo de muitas décadas. Os estilos da narrativa prometem variedade; e sendo, como li, o pivot de todos os volumes o mesmo – Carlos da Maia –, a circunstância vai certamente causar alguma estranheza que pode ser igualmente enriquecedora. Eu, pelo menos, fico curiosa e desejosa de saber se este Maia tem mais sorte do que os seus antecessores… O primeiro volume sai já no próximo sábado. Com o Expresso, evidentemente.