[Flávio Bittencourt]

Dona Vanna Piraccini, uma livreira à moda clássica

A livraria Leonardo da Vinci, na Av. Rio Branco, Rio, existe desde 1952.

 

  

 

  

  

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"6.6.2009 

ELIANA PRINTES E CHICO CESAR

A cantora [AMAZONENSE] Eliana Printes e banda e seu convidado especial Chico Cesar fizeram um show inesquecivel no dia 06 de maio no Teatro Rival aqui no Rio de Janeiro.Pena que não foi gravado para o DVD mais a cantora promete que o DVD virá logo e será gravado ainda este ano.". 

(http://www.elianaprintes.blogger.com.br/)

 

 

 

"(...) Acompanhada por uma banda muitíssimo competente: Adonay Pereira (violão), Sergio Nacife (bateria), Tavinho Menezes (guitarra e violão solo - esse cara é fera!), Falcon (baixo) e Ranieri (teclados), Eliana não decepcionou o público e começou arrancando aplausos desde o primeiro refrão, pedindo 'batam palmas pra mim'. (...)".
 

(http://meemblogando.blogspot.com/2009/03/deus-salve-musica-de-eliana-printes-god.html)

 

 

 

"PALMAS, MUITAS PALMAS PARA ELIANA PRINTES! "

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")
 


 

 

 

(http://unfrancaisaufestivoix.blogspot.com/2010_05_01_archive.html)

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

MANAUS, BRASIL: vista parcial, aérea

(Manaus: cidade onde Dona Fernanda Bittencourt nasceu)

(http://www.elianaprintes.blogger.com.br/2009_06_01_archive.html,

onde se pode ler a seguinte declaração de amor à capital baré,

emanada da cantora e compositora manauara ELIANA PRINTES:

                                                                                    "1.6. 2009

PARABÉNS MANAUS !

Estamos todos felizes pela escolha de Manaus para sediar jogos da copa mundo de futebol de 2014.
Agora é hora de começar o obras para cumprir as metas e receber os jogos em grande estilo.
Estou muito felliz!!. Parabéns aos meus conterraneos pela conquista.
Na foto parte do centro da cidade de Manaus e o Teatro Amazonas onde comecei minha carreira e me apresento todos os anos e no segundo semestre deste ano não será diferente estarei lá com meu novo show.
Parabéns mais uma vez.
Abraços .
Eliana")

 

 

 

File:Bologna-SanPetronioPiazzaMaggiore1.jpg
 

BOLONHA, ITÁLIA: vista parcial, aérea

(Bolonha: cidade onde Dona Vanna Piraccini nasceu)

(SÓ A FOTO: http://it.wikipedia.org/wiki/File:Bologna-SanPetronioPiazzaMaggiore1.jpg)

 

 

 

 

(http://www.sebodomessias.com.br/sebo/(S(afx5u455kn0ka2b03qjhl1uf))/detalheproduto.aspx?idItem=392765)

 

 

 

 

 

"DE ACORDO COM OS SENHORES LINGUISTAS DE ASSIMIL,

O IDIOMA QUE FALAMOS NO BRASIL É O BRASILEIRO,

como mostra capa de livro que Dona Vanna vende

a estrangeiros na livraria LEONARDO DA VINCI, Centro do Rio"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio publico")

 

 

 

 

MÉTODO TRADICIONAL PARA ESTUDO EM CASA,

sem professor, nem salas de aula

e, ainda, sem colegas [SEM COLEGAS

"PRESENCIAIS", JÁ QUE, NO MUNDO,

SÃO MILHÕES DE PESSOAS QUE SE VALEM

DE MÉTODOS POR ASSIM DIZER solitários

PARA QUE SE TENHA ACESSO A IDIOMAS ESTRANGEIROS],

DO INGLÊS DA AMÉRICA (se Dona Vanna

não tiver para vender, ela encomendará

o conjunto LIVRO / CDs [SÓ ÁUDIO,

NÃO SE TRATA DE DVD] para o culto cliente

de sua Livraria)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://livre.fnac.com/a2422715/David-Applefield-L-americain-sans-peine-l-anglais-d-Amerique)

 

 

 

 

Novo Francês sem Esforço, O

(http://www.submarino.com.br/produto/1/114871/novo+frances+sem+esforco,+o)

 

 

 

 

 Le Nouveau Portugais sans peine

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.amazon.fr/Nouveau-Portugais-sans-peine/dp/B00005QRBA)

 

 

 

 

Cover of: Le Latin Sans Peine by Assimil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

(http://minhasdecoupages.blogspot.com/2010/06/aniversario.html)

 

 

 

 

"ANIVERSARIA HOJE (28.1.2011) UMA DAS NETAS DO DEPUTADO ESTADUAL

LOURENÇO MELLO, UM POLÍTICO, JORNALISTA E PRÓSPERO EMPRESÁRIO

NASCIDO NO INTERIOR DO AMAZONAS QUE DISCUTIA, NO FINAL DO SÉCULO XIX E

INÍCIO DO SÉCULO XX, ENTRE OUTRAS CRIAÇÕES LITERÁRIAS

E CIENTÍFICAS, AS FÁBULAS DE LA FONTAINE [*], COM SEU

GENRO AGNELLO BITTENCOURT, NO INTERIOR DO ESTADO DO AMAZONAS,

EM TERRAS QUE ENVOLVIAM O MAJESTOSO LAGO DO AYAPUÁ,

NUM CASARÃO EM CUJO JARDIM ESTAVA A ÂNCORA DO

DESBRAVADOR DA REGIÃO, MANOEL NICOLAU DE MELLO,

PAI DE LOURENÇO (sendo sua senhora, mãe do deputado Lourenço,

uma índia da etnia Mura, do Baixo Purus)"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

[*] - MUITOS LIVROS DA BIBLIOTECA DO CASAL

LOURENÇO-FELICIDADE MELLO FORAM IMPORTADOS DE PARIS,

sendo que, de acordo com a neta de Lourenço e Felicidade

Maria José Faria de Mello (87 anos, em janeiro de 2011),

LEOPOLDINO, irmão de Lourenço, tinha outra grande

biblioteca no Ayapuá, tendo sido - o que foi uma lástima -

essa coleção magnífica repentinamente destruída num

violento temporal.

 

 

 

FOTO DE ESTANTES DA LIVRARIA DE DONA VANNA,

A LEONARDO DA VINCI, QUE UM DIA, LASTIMAVELMENTE,

ARDEU EM INCÊNDIO QUE, AO QUE TUDO INDICA,

FOI CRIMINOSAMENTE PROVOCADO POR INIMIGOS

DA ARTE E DA FILOSOFIA:

 
foto

Livraria Leonardo Da Vinci

(http://www.flickr.com/photos/luizdeaquino/2420586613/)

 

 

 

 

 

"Nova Livraria Leonardo da Vinci
A little sign for a big name in Brazilian bookselling"

(http://www.igougo.com/attractions-reviews-b46558-Rio_de_Janeiro-Livraria_Leonardo_da_Vinci.html

 

 
 
 
 

 

"(...) Drummond [CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE] fez crônicas para a Da Vinci na ocasião da morte de Andrei Duchiade e do incêndio. Também lhe dedicou o poema Livraria: "Ao termo da espiral que disfarça o caminho / Com espadanas de fonte e ao peso do concreto de vinte pavimentos / A loja subterrânea expõe seus tesouros / Como se os defendesse de fomes apressadas".

(http://veja.abril.com.br/vejarj/061102/literatura.html)  

 

 

 

 

 

(http://blig.ig.com.br/todasededomundo/2008/11/)

 

 

 

 

 

TRÊS FREGUESES DO PASSADO

(CÉLEBRES FREQUENTADORES DA LIVRARIA

LEONARDO DA VINCI):

 CARLOS DRUMMOND, EX-PRESIDENTE JK E GOLBERY DO COUTO E SILVA

 

 

 

 

 

LIVRO SOBRE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE 

DE AUTORIA DE GENETON MORAES NETO,

EMINENTE JORNALISTA DA TV GLOBO DO RIO DE JANEIRO:

[Drummond-2.jpg]  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://navarco.blogspot.com/2008_08_01_archive.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PRESIDENTE JK NA CAPA DA REVISTA TIME

(http://oficinadegerencia.blogspot.com/2009_01_01_archive.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

IMAGEM DA CAPA DE UMA DAS EDIÇÕES DO LIVRO MAIS ESTUDADO 

DO MILITAR, ESTRATEGISTA TEÓRICO-PRÁTICO DA GEOPOLÍTICA E

FALECIDO POLÍTICO BRASILEIRO GOLBERY DO COUTO E SILVA

(http://mudancaedivergencia.blogspot.com/2010_09_06_archive.html)

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Guerreiro Ramos (em primeiro plano) - Conferência em Salvador - 8/8/1952
Foto extraída da tese de Ariston Azevedo (2006)"
 
 
 
 
 

 

André Valentim/Strana
Dona Vanna: energia para enfrentar concordata, incêndio e censores

 

 

                     

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://veja.abril.com.br/vejarj/061102/literatura.html)

  

 

 

EXEMPLOS DE LIVROS EM FRANCÊS

QUE DONA VANNA VENDE AOS FIÉIS

CLIENTES (alguns deles fanáticos

por HQ da Europa), DESDE QUE A

EDITORA EUROPÉIA AINDA TENHA

EM ESTOQUE OS TÍTULOS,

PARA EXPORTAÇÃO:

 


A La Recherche du Trésor de Rackham le Rouge 

"(...) O livro A La Recherche du Trésor de Rackham le Rouge foi lançado no início de outubro, num formato chamado pelos franceses de italiano (22,5 x 17, 5 cm), e republica as 183 tiras em preto-e-branco da aventura O Tesouro de Rackham, o Terrível, como foi publicado por Hergé no jornal Le Soir, em 1943, quando a Bélgica estava sob ocupação nazista.

A versão colorida, publicada pela Casterman em 1944, já havia sido modificada por Hergé, que eliminou alguns quadros, mexeu nos diálogos e rediagramou as tiras para o formato do álbum (...)".

 

 



Les Vrais Secrets de la Licorne "(...) De autoria de Daniel Couvreur, o livro [CUJA CAPA À ESQUERDA SE PODE VER]  traz nas páginas da esquerda, comentários e análises sobre as mudanças em relação às tiras originais, publicadas nas páginas da direita. O prefácio é de Dominique Maricq e a introdução de Frédéric Soumoius (que também comenta a obra).

Apesar de recém-lançado, o livro já está escasso e é difícil de encontrá-lo.

Este volume faz par com Les Vrais Secrets de la Licorne, lançado nos mesmos moldes, em 2006, e que reproduz ".

 

(http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n24102007_02.cfm)

 

 

 

 

 

OBSERVE, POR FAVOR, A ÂNCORA,

NO PRIMEIRO PLANO, DESTA FOTOGRAFIA,

CUJO AUTOR É FLÁVIO BITTENCOURT

("clique" em 29.6.2010,

PONTA DO LEOPOLDINO, AYAPUÁ, AMAZONAS)

João Pestana faz você sonhar colorido

 

 

 

 

 

 

 

 

"O ARTISTA PLÁSTICO E CO-ADMINISTRADOR DA CULTURA

AMAZONENSE JAIR JACQMONT JUNTO A ÂNCORA DO

"CAROLINA", NAVIO A VELA COM  O QUAL O DESBRAVADOR

CAP. MANOEL NICOLAU DE MELLO E AUXILIARES PENETRARAM

NO LAGO DO AYAPUÁ, EM 1852: MONUMENTO NÁUTICO DE

GRANDE SIGNIFICÂNCIA HISTÓRICO-SOCIAL (...)"

(http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/conjuntos-musicais-em-viagem-pelo-rio-purus,236,4198.html)

 

  

 

 

 

 

A ÂNCORA QUE VOCÊ VIU ACIMA É A MESMA QUE

APARECE ATRÁS DOS NETOS DE LOURENÇO-FELICIDADE,

NA FOTO ANTIGA A SEGUIR REPRODUZIDA:

 

[Casagrande2.jpg]

DA ESQUERDA PARA A DIREITA, NO BANCO DO JARDIM DA CASA GRANDE DO

LAGO DO AYAPUÁ (interior do Amazonas), EM 1928:

ALICE, CARLOS, MARIA DE LOURDES E FERNANDA

(então com 9 ou 10 anos de idade)

(http://historiadosamantes.blogspot.com/2009/01/agnello-bittencourt-reminiscncia-do.html)

 

 

                     

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

              HOMENAGENDO DONA VANNA PIRACINNI (DA LIVRARIA LEONARDO DA VINCI, RIO),

              AMIGA QUE NÃO SE INTERESSA APENAS SOBRE LIVROS QUE DELA SERÃO COMPRADOS,

              DONA FERNANDA ARAUJO LIMA BITTENCOURT, AMAZONENSE

              (FILHA DE BENJAMIN LIMA E CACILDA MELLO DE ARAUJO LIMA),

              QUE HOJE - 28.1.2011 - COMPLETA 93 ANOS DE IDADE -

              amada mãezinha - E SUA IRMÃ (que não aparece na foto de 1928

              porque ainda não tinha nascido) DONA HELENA ARAUJO LIMA VERÍSSIMO

              (desenhista e pintora que assina HELENA FELICIDADE em

              seus quadros magistrais, artista plástica que se bacharelou em Ciências Jurídicas e é

              servidora pública aposentada do Estado do RJ),

              DESEJANDO A ELAS MUITA SAÚDE E VIDA AINDA MAIS LONGA,

              COM A MENÇÃO DE SAUDADE A

              GUERREIRO RAMOS,

               ALICE LILIANA DE ARAUJO LIMA COELHO,

                (que era nora do saudoso cinegrafista da FEB Horácio Gusmão Coelho, um dos

                fotógrafos e cinegrafistas que filmaram heróis-pracinhas brasileiros em ação

               na Itália, durante embates da II Guerra Mundial)

               CARLOS DAGOBERTO DE ARAUJO LIMA e

               MARIA DE LOURDES ARAUJO LIMA DINIZ E ABRAÇANDO FRATERNALMENTE

               OS NOTÁVEIS MÚSICOS DO BRASIL

               ELIANA PRINTES e

               CHICO CESAR e o teórico, jornalista, professor e romancista italiano

               UMBERTO ECO, professor titular de Semiótica da Universidade de Bolonha, Itália,

                e do Collège de France, Paris              

                            

 

 

 

28.1.2011 - Todos ou quase todos aqueles que, gostando dos livros bons e dos quadrinhos de expressão francesa, tornaram-se frequentadores da Leonardo da Vinci, no Rio, são amigos dessa casa livreira, mas nem todos os compradores de livros que ali esporadicamente aparecem são amigos-de-longos-"papos" de Dona Vanna - Mas isso é um privilégio sobre o qual não é bom falar em demasia, para não despertar inveja, uma vez que, se eles vierem a essa dignidade merecer - eu precisei de uns bons 30 anos para ser promovido de cliente-comum a cliente-a-quem-Dona-Vanna-conta-estórias -, também poderão (quem sabe?) ouvir as fantásticas estórias que ela, quase sempre com um sorriso irônico de COMPREENSÃO DAS FRAQUEZAS DA HUMANIDADE (*rs*), relata a seus fregueses-chegados: por ex., sobre Lou Andreas-Salomé; a respeito do terrível incêndio que destruiu certa vez o seu estabelecimento comercial DE ALTA CULTURA; sobre um "ladrão temporário" de tomo caro que devolveu [TAMBÉM SEM SE IDENTIFICAR] o livro depois da cuidadosa e científica "consulta", com agradecimentos e desculpas (bilhete anônimo) pelo empréstimo não-autorizado (*rs*), a respeito de certo espião com microgravador que lá foi flagrado em lançamento do (então) último livro do Prof. Alberto Guerreiro Ramos (1915 - 1982) registrando diálogos de pessoas que compravam o novo livro de sociologia brasileira [DE ELEVADO NÍVEL TEÓRICO-SOCIOLÓGICO E HISTÓRICO-INFORMATIVO] e assim por diante. (Em suma, DONA VANNA É UMA GRANDE CONTADORA DE ESTÓRIAS DO DOMÍNIO DA LEONARDO DA VINCI, RIO.)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

 

 

REVISTA VEJA Rio on-line
6 de novembro de 2002

 

"LITERATURA

Papel fundamental

Livraria Leonardo Da Vinci
completa cinqüenta anos

Livia de Almeida

André Valentim/Strana
Dona Vanna: energia para enfrentar concordata, incêndio e censores


O ponto nunca ajudou. A livraria Leonardo Da Vinci passou 48 de seus cinqüenta anos escondida no subsolo de um prédio na Avenida Rio Branco. A localização, no entanto, não impediu que a nata intelectual e política do país vencesse a rampa em caracol e se deleitasse com livros e mais livros importados, distribuídos sobre bancadas apinhadas do piso ao teto. Glauber Rocha, Roberto Campos, Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda, Barbosa Lima Sobrinho, Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade foram alguns dos freqüentadores notórios. No presente, mantém-se como ponto de encontro de poetas (Ferreira Gullar, Antonio Cícero), do professor Candido Mendes de Almeida e do psicanalista Jurandir Freire, entre outros que continuam a se esbaldar com publicações em seis idiomas. Os tempos mudaram. Livros importados podem ser adquiridos pela internet, até mesmo no site da própria Da Vinci, mas a casa de Giovanna Piraccini, a dona Vanna, não perdeu o charme. "Nada substitui o prazer de pegar o livro, ver o índice, desvendar seu conteúdo", diz a proprietária.

A italiana Vanna e seu marido, o romeno Andrei Duchiade, chegaram ao Brasil em 1951. Ao constatarem a pobreza de títulos estrangeiros disponíveis na cidade, decidiram montar uma livraria especializada em importados, com ênfase em ciências humanas. Um ano depois abriam as portas em uma sala no 18º andar de um prédio na Avenida Presidente Vargas. Ficou menos de dois anos nesse endereço. Graças a anúncios no Jornal do Commercio, a nova livraria ficou conhecida rapidamente. As pessoas se surpreendiam porque não se tratava de um simples ponto comercial, mas de uma casa onde os donos, sempre presentes, conheciam e amavam profundamente os livros. Além disso, era possível abrir uma conta e pagar as despesas mensalmente. E podia-se ler tranqüilamente sem que ninguém importunasse. "A Da Vinci é a mais atualizada biblioteca do Rio", elogia o arquiteto Jorge Czajkowski.

Foi preciso toda a energia de dona Vanna para garantir o cinqüentenário da casa. Depois de uma malsucedida incursão na edição de livros infantis, no início dos anos 60, a empresa entrou em concordata. Em 1965, Andrei morreu. O recrudescimento político também deixou más lembranças. "Os censores abriam as caixas e proibiam os livros aleatoriamente. A palavra revolução, por exemplo, era um tabu. Mesmo que o livro se chamasse Revolução na Cozinha, era censura na certa", lembra. "Durante a ditadura, a livraria era um respiradouro de idéias", diz o historiador Luiz Felipe Baeta Neves. A maior crise aconteceu em 1973. Em 6 de dezembro, um incêndio nunca esclarecido destruiu totalmente a livraria. Durante um ano e meio ela permaneceu fechada. "Alugamos um buraquinho em um prédio ao lado só para dizer que tínhamos sobrevivido", conta dona Vanna. Com a ajuda financeira da mãe, que vivia na Itália, ela conseguiu retomar as atividades no endereço original. Carlos Drummond de Andrade encabeçou o movimento pela reabertura da Leonardo Da Vinci. Em uma crônica no Jornal do Brasil, Drummond evidenciava seu carinho: "Aquela livraria (...) preferiu se esconder no subsolo, e só quem descesse a rampa em espiral poderia descobri-la no fundo da galeria com algo de mistério. Não provocava; gratificava. Era um prêmio".

A Da Vinci chegou ao século XXI conservando algumas de suas marcas, como o café com rum para a clientela, e abrindo mão de outras. O número de pessoas que mantêm conta foi drasticamente reduzido: apenas 10% dos 4.000 que já foram um dia. "Alguns se esqueciam das despesas", justifica, educadamente, Milena, filha mais velha de Vanna, que trocou a carreira em medicina pelo trabalho na livraria. Apesar da alta do dólar, é possível encontrar boas pechinchas no Baú do Leonardo, promoção realizada aos sábados. "São livros que já se cansaram de ficar na prateleira", diz Milena. A livraria comemora seu aniversário a partir de terça-feira (5), com uma série de debates na Biblioteca Nacional. "Nem na Europa é comum encontrar uma livraria com livros de procedências tão diversas. A Da Vinci é um patrimônio carioca", declara Luiz Felipe, freqüentador desde 1964.

Veja também
Programação dos debates


Clientela famosa e fiel

A Leonardo Da Vinci foi a extensão da casa de presidentes da República, escritores e políticos, que ajudaram a fazer a história da livraria


Fernando Seixas


A relação entre Carlos Drummond de Andrade e a Leonardo Da Vinci começou quando a livraria ainda funcionava na Presidente Vargas e se prolongou até a morte do poeta. Ao longo dos anos, a casa de dona Vanna foi uma sala de estar de Drummond. "Era aqui que ele gostava de receber os jornalistas. Ele não desejava que fosse invadida sua privacidade em casa", diz a livreira, mostrando um sofá escondido atrás de bancadas de livro. Drummond fez crônicas para a Da Vinci na ocasião da morte de Andrei Duchiade e do incêndio. Também lhe dedicou o poema Livraria: "Ao termo da espiral que disfarça o caminho / Com espadanas de fonte e ao peso do concreto de vinte pavimentos / A loja subterrânea expõe seus tesouros / Como se os defendesse de fomes apressadas".

Joel Maia


Figurões do governo sempre freqüentaram a livraria, independentemente de ideologia. Nessa turma, destacam-se dois presidentes da República: Juscelino Kubitschek e Castello Branco. Amália Lucy, filha do general Ernesto Geisel, costumava visitar a loja. Durante o período de censura, os freqüentadores chegaram a ver dona Vanna dizer poucas e boas a autoridades do governo militar, protestando contra as dificuldades impostas à importação de livros.

Carlos Namba


O general Golbery do Couto e Silva, chefe da Casa Civil do governo Geisel, era um comprador assíduo, mas não costumava ir à livraria: funcionários de seu escritório pegavam as encomendas feitas por telefone. Uma de suas raras aparições ocorreu após o suspeito incêndio que destruiu todo o acervo, em 1973. O general procurou pessoalmente a proprietária da casa. "Ele me disse que eu tinha sido muito injustiçada", recorda dona Vanna.

           (http://veja.abril.com.br/vejarj/061102/literatura.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://livre.fnac.com/a1968066/Marie-Pierre-Legriel-Le-bresilien-sans-peine)

 

 

 

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SÃO PAULO: SOBRE O LIVREIRO

LUÍS DE OLIVEIRA DIAS,

PUBLICOU A REVISTA CARTA CAPITAL

 

 

 

"HISTÓRIAS DE GENTE QUE LÊ

A biblioteca de babel 

Revista Carta Capital - Edição de 21 de março de 2007

Foi em julho de 1939 que o senhor Luís deu início à travessia. Partiu de Lisboa. Mareou por 18 dias e, pés ainda zonzos, pisou no Porto de Santos, em São Paulo. Quatro horas depois, chegou à Praça da Sé. Continua lá até hoje. “Quisera eu ter a imaginação do Eça de Queirós para traçar daqui uma perspectiva desta cidade. Cá, vi a cidade mudar, ano após ano”, diz, olhos voltados para as janelas da livraria aberta em 1945.


No fim deste mês, Luís de Oliveira Dias deixará a Sé, ponto central da cidade de São Paulo. Com ele, partirá também a Ornabi, nome que soa a sobrenome, mas é uma sigla: Organizadora Nacional de Bibliotecas. Na Ornabi, já estiveram hospedados cerca de 400 mil livros. Raros. Usados. Pequeninos. Luxuosos. Tantos e vários que levaram a livraria, à revelia do dono, a ser chamada de sebo.

“Quando comecei a ouvir esse nome, pensei: ‘Não vou engolir uma ignomínia dessas. Minha livraria nunca foi um sebo. Sebo, na minha terra, é um açougue. Livros antigos são vendidos no alfarrábio. Tive uma livraria no Rio de Janeiro por quatro anos e nunca ouvi falar a palavra sebo. Eu sempre recusei, mas meus amigos diziam: ‘Quer queiras, quer não queiras, é a vontade popular’. Eu achava que com minha teimosia ia conseguir mudar isso. Que nada!”


Se os incríveis livros sempre atraíram a freguesia, a prosa do “seu” Luís, certamente, contribuiu para a fidelidade de muitos clientes. Sotaque lusitano, ironia a postos e histórias de 89 anos vividos, ele cheira a personagem de Eça. Mas não se deixa facilmente adivinhar. Bigode bem aparado, óculos que diminuem os olhos e veste clássica, o livreiro mantém, inicialmente, uma distância no trato, como costumam fazer os velhos cavalheiros. Mas, se identifica no interlocutor a paixão pelos livros, entra em veredas que levam a gentes e escritas perdidas.

Sentado à frente do telefone de disco que ainda faz “trim” e rodeado pela máquina de escrever Remington e pela calculadora Olivetti que funciona com bobina, “seu” Luís parece um manipulador do tempo. Seja pelos livros que possui, seja pelo ambiente intacto na sobreloja do prédio encravado na esquina das ruas Quintino Bocaiúva e Benjamin Constant, ele torna o passado vivaz.

“Olha cá este livro. Mil páginas. São endechas de Camões. Um poema de repentes feito para uma famosa escrava, Bárbara. A poesia tornou-se tão famosa que um escritor se propôs a traduzi-la para todas as línguas do mundo. Línguas vivas e mortas”, explica, enquanto folheia, com mãos cirúrgicas, o pesado livro do século XIX.

O volume chama-se Amor de Pretidão, foi engendrado por Xavier da Cunha e tem a chamada “justificação de tiragem”. “O chumbo em que são impressos livros com justificação é derretido depois da impressão. Assim, tem-se a garantia de que nunca será feito outro igual”, explica. O senhor Luís passou 50 anos com o exemplar. Mas acabou de vendê-lo, por 5 mil reais. “Quero me desprender de tudo.”

É isso que está fazendo. A Ornabi está em liquidação total. Os preços serão reduzidos semana após semana, até que sejam vendidos os cerca de 20 mil volumes que ainda estão ali. “Seu” Luís está convicto de que é hora de parar. A loja, antes dividida em espaços denominados Victor Hugo, Fernando Pessoa, Platão, Euclydes da Cunha, Ruy Barbosa, Santo Agostinho, Mário de Andrade e Platão, vem encolhendo há um bocado de anos. “Para diminuir o negócio, basta vender, sem comprar.”

Para explicar o baixar de portas, recorre a argumentos práticos. “Tenho de ir a Portugal e quero passar lá uns quatro meses. Tenho lá uma irmã, que tem 93 anos, mas é uma rosa em flor. Ela exigiu que eu lá estivesse no mês de maio para resolver umas coisas de herança. Além disso, estou no fim da fila. Eu quero passear.”

Os dias têm sido agitados. A notícia do fechamento da Ornabi se espalhou. Livreiros atrás de bons negócios, colecionadores ávidos e leitores curiosos ficam ali horas folheando páginas de idades consideráveis. “Ontem foi um deus-nos-acuda. Este telefone tocou no mínimo cem vezes. Até pessoas de São Luís, de Fortaleza e de outras cidades ligam a dizer que estão tristes. Esta loja me deu uma plêiade de amigos.”

Entre os amigos, perdeu a conta dos colecionadores. “São aqueles homens que deixam as mulheres nervosas. Quantas vezes não ouvi a esposa de algum dizer: ‘Tire isto tudo daqui. Este palerma já põe livros no banheiro’. O colecionador não tem medida. Ah, é até difícil explicar”, diz, excluindo-se do gênero. “Havia um que era o Dr. Vaz, mais conhecido como vaselina. O homem dizia que era o doutor Antonio Vaz. Um dia, descobri que não era doutor. E depois descobri que nem Vaz ele era”, diverte-se.

Ele jura que, em casa, tem poucos livros. Os que tem são, quase todos, de literatura portuguesa. Fernando Pessoa, Camilo Castelo Branco, Guerra Junqueiro, Eça de Queirós. Nesse instante da conversa, sua mulher, Rita, que o ajuda na Ornabi, revira os olhos. O sinal o obriga a confessar: “Quando eu morava na Aclimação, tinha livros por todo lugar. Mas, quando me mudei, me desfiz de muitos”.

Nos tempos fartos, dos anos 60 ao início dos anos 80, a Ornabi chegou a ter cerca de 400 mil títulos, pelas contas do proprietário. “Por essa altura, esta casa pegava o primeiro andar todo. Era o período áureo. Sabes que eu até imaginei-me o dono da maior livraria do mundo? Sonhava com isso, é verdade. Depois nem cheguei a somar nada, nunca soube também quantos livros teria a maior livraria do mundo.”

Numa reportagem publicada no Diário do Comércio, de Lisboa, o sonho virou letra impressa, num texto intitulado De um sonho do papel a um império do livro. “É um título muito interessante, não?” Decerto, ele não poderia esperar tal destino quando deixou a terra natal, fugido da guerra, uma mão à frente e outra atrás.

Além da mala, trazia um nome na cabeça. “O meu pai, quando deu-me um abraço de despedida, disse: ‘Vê se consegues encontrar por lá um homem chamado Vieira’. Quando cheguei, nem imaginava que São Paulo tinha 2 milhões de habitantes. Achei que fossem pra aí uns 100 mil. Como haveria eu de encontrar o sr. Vieira, de quem sabia o nome e nada mais?”

Segue-se então um enredo que parece inventado. Em 14 de agosto de 1939, ao chegar ao Brasil, saiu andando pela rua Riachuelo, no centro de São Paulo. “Subi essa rua porque havia muita gente. Era o tempo da repartição de águas e andavam por ali muitos funcionários. Estava com a mala na mão, pensando no que iria fazer quando, ao longe, vi uma placa: Livraria Lusitana. Entrei e perguntei: “Vossa Excelência não está precisando de um caixeiro?”

Ao ver o conterrâneo, o dono da Lusitana puxou conversa. Ao saber que o rapaz vinha da cidade de Alboritel, próxima a Fátima, adivinhou: “Alboritel? Só tem lá uma pessoa que teria coragem de mandar um português sair da guerra, o senhor José Oliveira Dias”. Justamente, o pai de Luís. “Estava tudo perfeitamente entregue. Era esse o senhor Vieira. Comecei a trabalhar na livraria dele. Depois da conversa, ele subiu as escadas e disse: ‘Ó, Luísa, prepara a água quente para lavar este português todo sujo’. E cá estou eu.”

Com o sorriso que o bigode torna miúdo, o senhor Luís olha para os livros que lhe deram a primeira oportunidade na nova terra e arrisca uma comparação. “É por isso que eu digo que o livro é muito parecido com uma figura humana. Ele nasce, vive e morre. Alguns têm um destino infeliz: ninguém o lê, alguns o maltratam. Outros têm melhor sorte.”

Na Ornabi, foram todos sortudos: livros e proprietário. “Comprei livros bons, vendi livros para bons leitores e tive uma vida sem grandes percalços”, resume. Os clientes ilustres foram muitos, mas um nome pisca na memória: Delfim Netto. “Morava aqui no Bexiga uma criatura que andava de calças curtas e adorava livros. Comprava dois, três livros, e me dizia: ‘Pago todos no final do mês’. Nunca deixou de vir aqui.”

Por estes dias, os habitués andam pelo belo espaço, repleto de quadros, ilustrações e bustos, com o contentamento do bom negócio e a chateação da perda. Restarão os lugares que, para “seu” Luís, “gostam de ser chamados de sebo e vendem livros como se vendessem tijolos”.


Pai de uma filha, avô de três netos e bisavô de duas crianças, ele tem outros planos, além da viagem, para a aposentadoria. “Quero escrever as minhas memórias. Só não comecei ainda porque sempre dizem que quem escreve está com o pé na cova”, provoca, sabendo que Rita, a segunda mulher, está ouvindo e que não gosta dessas pilhérias.

Antes do fim da entrevista, o livreiro que se acreditou o maior do mundo folheia novamente o volume com os poemas de Camões. Lembra que foram prensados apenas 60 exemplares. Estaria com pena de se desfazer do livro? 'Um pouco de pena dá. Mas sou livreiro, tenho sempre a esperança de encontrar outro igual.' ".

(http://www.blogdogaleno.com.br/texto_ler.php?id=146&secao=1)

 

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"A Leonardo da Vinci existe desde 1952. Conforme pesquisa feita com intelectuais e personalidades, e publicada no Jornal do Brasil, foi escolhida como a melhor livraria de nossa cidade. A responsável por este sucesso chama-se Vanna Piraccini, ou melhor dizendo, a Dona Vanna. Nascida em Bolonha, Itália, veio para o Brasil em 1952 acompanhando seu marido, advogado, e no mesmo ano abriu as portas da Leonardo da Vinci. D. Vanna é uma livreira à moda clássica. Conhece pessoalmente seus clientes, troca ideias com eles ou orienta-os quando necessário. O nome escolhido por D. Vanna é o que ela espera que sua livraria represente: uma proposta de Renascimento do Homem e do Saber.

Uma livraria internacional, que trabalha não apenas com livros publicados no Brasil, mas também com livros procedentes dos Estados Unidos e da Europa. A livraria importa regularmente dos EUA, da França, da Inglaterra, da Itália, da Espanha e da Alemanha, além de dispor de obras editadas em Portugal e que contam com uma distribuição no país.

Endereço: Av. Rio Branco, 185 / Ljs. 2, 3 , 4 e 9 – Centro

Telefone: (21) 2533-2237

Site: www.leonardodavinci.com.br

Horário: 2a a 6a, das 9h às 19h; sábado, das 9h às 13h".

(http://guiatudoali.com/cafes-e-livrarias/livraria-leonardo-da-vinci/)

 

 

 

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VERBETE 'Astérix le Gaulois', WIKIPÉDIA (em francês)

 

Astérix le Gaulois
Série
Astérix.svg
Scénario René Goscinny
Albert Uderzo
Dessin Albert Uderzo
Genre(s) Humour

Personnages principaux Astérix
Obélix
Idéfix
Panoramix
Abraracourcix
Jules César

Pays Drapeau de la France France
Langue originale Français
Éditeur Dargaud
Albert René
Hachette (Groupe Lagardère)
Nb. d’albums 34

Astérix le Gaulois est une série de bande dessinée française, créée le 29 octobre 1959 par René Goscinny (scénario) et Albert Uderzo (dessins puis, à partir de 1980, scénario et dessins) dans Pilote. Il s'agit certainement de la bande dessinée française qui a connu le plus de succès, avec 325 millions d'albums vendus dans le monde en 50 ans.

Sommaire

Synopsis

« Nous sommes en 50 avant Jésus-Christ ; toute la Gaule est occupée par les Romains… Toute ? Non ! Car un village peuplé d'irréductibles Gaulois résiste encore et toujours à l'envahisseur. Et la vie n'est pas facile pour les garnisons de légionnaires romains des camps retranchés de Babaorum, Aquarium, Laudanum et Petibonum… ». Ce village gaulois d'Armorique résiste à l'envahisseur grâce à la potion magique préparée par le druide Panoramix, qui procure momentanément une force surhumaine à quiconque en boit.

La bande dessinée se focalise principalement sur l'un des habitants de ce village, Astérix, courageux guerrier, qui se sert non seulement de la potion magique mais aussi de son intelligence pour déjouer les plans de Jules César et défendre son village de l'envahisseur, qu'il soit romain, goth ou normand. Le premier album mis à part, Astérix est accompagné dans toutes ses aventures (qui l'amènent souvent au-delà des frontières de la Gaule) par son ami Obélix, le seul Gaulois pour qui les effets de la potion magique sont permanents depuis qu’il est tombé dedans étant enfant. À partir du cinquième album, les deux héros sont accompagnés par Idéfix, un petit chien qu'adopte ensuite Obélix.

Historique

Création du personnage

En 1959, on confie à la petite société Edifrance-Edipresse (créée par Goscinny et Uderzo) la lourde tâche de créer un journal de bandes dessinées « pour les petits français »[réf. nécessaire] : Pilote. Goscinny a d'abord l'idée d'adapter le Roman de Renart. Uderzo a dessiné une planche lorsqu'un collaborateur les avertit que l'idée a déjà été utilisée quelques années auparavant…

À deux mois de la sortie du journal, René Goscinny et Albert Uderzo se réunissent dans la petite HLM d'Uderzo (située face au cimetière de Bobigny, quartier du Pont-de-Pierre). René demande alors à son ami Albert de lui citer les grandes périodes de l'Histoire de France. René s'arrête sur les Gaulois. En deux heures, les deux compères créent dans la joie le village, ses habitants…

Le personnage est donc né chez Albert Uderzo dans son HLM du 3e étage du 3 rue Rameau à Bobigny, où une plaque a été inaugurée en octobre 2009. Coïncidence : la rue Rameau est proche de la rue d’Alésia où se trouve une grande nécropole gauloise[1],[2].

L'année 2009 marque le 50e anniversaire de la première apparition du personnage. La première aventure intitulée sobrement Astérix le Gaulois paraît dans le numéro 1 de Pilote le 29 octobre 1959.

À l'origine, Astérix devait être un grand baraqué torse-nu affublé de moustaches (le profil type des personnages créés par Uderzo), mais Goscinny demanda à son dessinateur de le représenter petit et plutôt maigrelet, car dans l'imagination de René, Astérix était un anti-héros. Albert Uderzo aura l'occasion ensuite de dessiner Obélix, plus proche du grand costaud.

Une œuvre aux interprétations diverses

Dans les années 1960, une frange de la presse décrivait Astérix le Gaulois comme étant une bande dessinée gaulliste. Le petit village gaulois résistant vaillamment à l'envahisseur romain serait ainsi une métaphore patriotique de la France du général de Gaulle (rappelons qu'il est arrivé à la présidence moins d'un an avant la création de la bande dessinée) refusant l'hégémonie des États-Unis. Plus récemment, l'œuvre a fait l'objet d'une interprétation similaire dans l'ouvrage de l'universitaire Nicolas Rouvière, Astérix ou les lumières de la civilisation[3]. Goscinny et Uderzo ont toujours récusé ce type d'interprétation, affirmant qu'ils n'avaient aucunement l'intention de faire une bande dessinée à la gloire de la France. Astérix le Gaulois est aujourd'hui plus souvent décrit, non pas comme une œuvre patriotique, mais au contraire comme une satire. Les habitants du petit village gaulois seraient des caricatures de Français, peuple présenté comme bagarreur, colérique, pas très intelligent (à quelques êtres d'exception près) et passant beaucoup de temps à se disputer. Ainsi, l'acteur Clovis Cornillac, le nouvel interprète d'Astérix au cinéma, a déclaré au sujet de ce personnage : « Astérix, c'est nous. Ce n'est pas le plus drôle, il gueule, il est de mauvaise foi, un peu rabat-joie. Cette espèce de nain fier, il me ressemble. La tête haute, mais d'1,10 mètre. »[4]

Une bande dessinée pour tous les âges

Le succès de cette série s'explique notamment par le fait que son humour s'adresse à toutes les tranches d'âge. Les enfants apprécient le dessin caricatural d'Uderzo, les situations ridicules, les disputes fréquentes entre les personnages et la violence burlesque des histoires. Les adultes apprécient les jeux de mots en rafales, la parodie de l'histoire officielle de l'époque et les multiples références culturelles ; on peut évoquer à titre d'exemple les citations diverses prononcées par les personnages, allant du latin de base (les personnages romains prononcent volontiers des phrases latines que les auteurs ont pêchées directement dans les pages roses du dictionnaire Larousse) à la traduction littérale d'expressions étrangères (dans Astérix chez les Bretons, les héros rencontrent des Bretons insulaires qui parlent français en utilisant une syntaxe similaire à celle de leurs descendants, les Britanniques, parlant par exemple de bouillante eau plutôt que d'eau bouillante).

Les anachronismes sont nombreux et restituent souvent, dans le contexte de l'Antiquité, des questions de société contemporaines (Lutèce aussi congestionnée par la circulation que Paris, les encombrements des départs en vacances, la folie des concerts pop, les excès du capitalisme…), offrant ainsi des commentaires culturels ou politiques qui ne sont pas nécessairement à la portée des plus jeunes lecteurs. À bien des égards, les Gaulois tels qu'ils sont présentés dans la bande dessinée peuvent d'ailleurs être perçus comme des caricatures de leurs descendants, les Français. L'humour de la bande dessinée fonctionne en grande partie sur des stéréotypes et différents peuples y font l'objet de caricatures : les Corses sont présentés comme susceptibles, paresseux et taciturnes, les Anglais (caricaturés à travers leurs ancêtres, les Bretons insulaires) sont présentés comme flegmatiques, piètres cuisiniers et conduisant leur char à gauche plutôt qu'à droite, etc.

Succès mondial

Sur les 325 millions d'albums vendus, on estime à 95 millions ceux vendus dans les pays francophones, à 88 millions en Allemagne, 20 millions au Royaume-Uni ainsi qu'aux Pays-Bas, à 17 millions en Espagne, à 5 millions en Suède et en Italie, à 4 millions pour la Finlande, la Norvège, le Danemark et la Grèce, à 3 millions au Brésil et à 2 millions au Portugal. On remarque l'absence des États-Unis où le héros n'a jamais percé malgré une tentative de traduction.

Astérix a ainsi été traduit en 107 langues selon les éditions Albert-René (112 si on y ajoute quatre éditions pirate en lituanien, mandarin, cinghalais et thaï, ainsi qu'une publication d'Obélix et Compagnie en groenlandais sous forme de feuilleton dans le quotidien Atuagagdliutit en 1981 et 1982). Les albums sont d'abord traduits par une personne vers la langue de destination, puis retraduits par une autre en français et relu par Albert Uderzo et René Goscinny pour s'assurer du bon niveau de la traduction.

Plusieurs albums ont été traduits dans des langues régionales ou minoritaires. En France, l'album « La rentrée gauloise » a été traduit dans 6 langues régionales, mais c'est en Allemagne qu'on trouve le plus grand nombre de traductions dans des parlers régionaux (65 albums et 29 dialectes)[5].

Parc de Loisirs

La bande dessinée a inspiré un parc de loisirs, le Parc Astérix, situé dans l'Oise.

Article détaillé : Parc Astérix.

Personnages

Principaux personnages

Astérix

Article détaillé : Astérix.

Astérix est un guerrier gaulois et le héros des aventures.

Obélix et Idéfix

Articles détaillés : Obélix et Idéfix.

Obélix est le livreur de menhirs, meilleur ami d'Astérix et grand amateur de chasses (aux sangliers ou aux Romains) et de festins interminables.

Idéfix est le chien d'Obélix. Il apparaît pour la première fois dans l'album Le Tour de Gaule d'Astérix.

Panoramix

Article détaillé : Panoramix.

Panoramix est le druide du village, c'est lui qui prépare les potions dont celle qui rend invincible. Il est toujours écouté pour sa sagesse et respecté par tous, même par les Romains. C'est l'un des personnages clefs de l'histoire, car c'est de lui que dépend la survie du village gaulois.

Jules César

Article détaillé : Jules César.

Dans Astérix, Jules César est présenté comme empereur, conquérant de la Gaule, et irrité par la résistance du village gaulois. Il s'agit d'un adversaire acharné, mais magnanime.

Autres personnages récurrents

  • Les Gaulois du village :
    • Abraracourcix, chef de la tribu qui se déplace le plus souvent sur un bouclier soutenu par deux porteurs ;
    • Bonemine, épouse d'Abraracourcix ;
    • Agecanonix, le doyen du village, marié à une jeune femme que l'on connaît sous le nom de madame Agecanonix ;
    • Assurancetourix, barde du village dont les prestations musicales sont peu appréciées ;
    • Cétautomatix, forgeron qui est l'ancêtre de tous les critiques musicaux et dont la principale occupation consiste à empêcher Assurancetourix de chanter ;
    • Ordralfabétix, poissonnier dont la fraîcheur des poissons est régulièrement mise en cause, ce qui le met en colère et génère souvent des bagarres entre villageois ;
    • Iélosubmarine, poissonnière, épouse d'Ordralfabétix ;
  • Les autres Gaulois :
    • Falbala, une jeune femme originaire du village, dont Obélix est éperdument amoureux, vivant à Condate avec son mari Tragicomix ;
    • Tragicomix, fiancé de Falbala ;
  • Les Romains :
    • Jules César ;
    • Brutus, fils adoptif de César ;
    • Caïus Bonus, centurion… et bien sûr les légionnaires ;
  • Autres personnages :
    • Barbe Rouge, capitaine des pirates, dont le bateau est régulièrement coulé par Astérix et Obélix (à l'origine une parodie de la série Barbe-rouge, devenue ensuite un gag récurrent dans les albums d'Astérix) ;
    • Triple-Patte, un pirate grand fervent de citations latines en tout genre ;
    • Baba, un pirate numide. Il est souvent dans la vigie. Quand il parle, il ne prononce pas les « r ». C'est toujours le dernier à se mouiller lorsque Barbe-Rouge essuie une défaite.

Personnages secondaires

Il existe aussi des personnages qui n'apparaissent que dans un seul tome.

Analyse

Humour

Personnalités caricaturées

Outre des personnages historiques comme Jules César ou Cléopâtre, de nombreux personnages existants ou ayant existé sont apparus au fil des albums successifs, sous forme de clins d’œil humoristiques. Par exemple, La Zizanie met en scène un centurion romain qui a les traits de l'acteur Lino Ventura, très populaire à l'époque où l'album a été publié. Cette pratique contribue à donner différents niveaux de lecture à l'œuvre (les enfants, et même les adultes, ne vont pas nécessairement reconnaître toutes les personnalités caricaturées) et empêche de la réduire au rang de « bande dessinée pour enfants ». On peut ainsi remarquer les apparitions de :

Personnages d'autres œuvres de fiction apparaissant dans Astérix

Des personnages d'autres œuvres de fiction apparaissent également sous forme de clins d'œil dans Astérix le Gaulois :

Gags visuels

Jeux de mots

Les jeux de mots sont très nombreux, Goscinny en a disséminé pour différents âges.

  • Les noms de la plupart des personnages apparaissant dans les quelque trente albums d'Astérix le Gaulois sont basés sur des jeux de mots, à commencer par le nom d'Astérix, qui évoque le signe typographique appelé « astérisque ». On peut également citer le personnage d'Idéfix, dont le nom fait penser à l'expression « idée fixe », mais aussi la Gauloise Iélosubmarine, dont le nom rappelle la chanson des Beatles Yellow Submarine, ou encore le doyen du village, qui s'appelle logiquement Agecanonix (nom évoquant l'expression « âge canonique »), et bien d'autres. Par ailleurs, tous les noms des Gaulois se terminent en ix (Astérix mais aussi Boulimix, Ocatarinetabellatchitchix…), ceux des Gauloises se terminent généralement en ine (Bonemine, Iélosubmarine, etc. Falbala faisant partie des exceptions), tous ceux des Normands en af (Grossebaf, Autograf, Batdaf…), sur le modèle du saint roi Olaf II de Norvège, tous ceux des Ibères en on (Soupalognon y Crouton…), des Bretons en ax (Jolitorax, Antrax…) ou plus rarement en ix (Mac'Anotérapix) ou en os (Zebigbos), des Goths en ic (Téléféric, Périféric…), des Romains en us (Garovirus, Roméomontaigus, Infarctus…), des Grecs en os ou as (Plexigas, Invinoveritas…) et des Égyptiens en is (Numérobis, Tournevis, Amonbofis…). Pour plus d'exemples, voir la liste des personnages d'Astérix le Gaulois.
  • Dans Astérix aux Jeux Olympiques : les athlètes venus de différentes contrées de Grèce défilent dans l'arène : « Cela commence par le défilé des Thermopyles. Ils sont suivis par ceux de Samothrace, sûrs de la victoire ; ceux de Milo sont venus aussi… Ceux de Cythère viennent de débarquer ; ceux de Marathon arrivent en courant ; ceux de Macédoine sont très mélangés ; les spartiates sont pieds nus… Rhodes n'a envoyé qu'un seul représentant, un colosse. » Goscinny fait ici référence (dans l'ordre) au Défilé des Thermopyles (un lieu géographique), à la Victoire de Samothrace (une célèbre statue du Louvre), à la Vénus de Milo (une autre statue du Louvre), à L'embarquement pour Cythère (un tableau d'Antoine Watteau), à la course du marathon, à la macédoine de légumes, aux chaussures spartiates, et au Colosse de Rhodes (l'une des sept merveilles du monde).
  • Dans Astérix en Hispanie : Jules César affranchit un esclave aux cheveux roux. L'un des spectateurs de la scène la commente ainsi: « Il affranchit le rubicond », phrase qui rappelle un évènement historique, à savoir la traversée du Rubicon par César (« Il a franchi le Rubicon »).
  • Dans Le Domaine des dieux : un maître d'esclaves parle à un de ses esclaves, un Numide, et le force à travailler. Le Numide ayant bu de la potion magique l'envoie dans les airs. Un des spectateurs de la scène commente : « Eh oui… Il ne faut jamais parler sèchement à un Numide. » Ici, grâce à la prononciation de Numide (qui fait penser à humide), Goscinny crée une antithèse.

Comique de répétition

Le comique de répétition est très présent tout au long de la série. Il se présente sous forme de malentendus entre les personnages ou des problèmes de langages. Certaines scènes reviennent fréquemment, comme la scène de naufrage des pirates qui débute toujours par un cri de peur du personnage Baba la vigie : « Les Gau... les GauGau... ». Les chants du barde sont aussi très régulier, et provoque toujours la fuite des auditeurs ou la neutralisation du barde par les coups[6]. Les bagarres dues aux poissons pas frais d'Ordralfabétix et les chutes à répétition du chef du haut de son pavois, qui commencent à partir du quatorzième albums Astérix en Hispanie, sont aussi très fréquents dans la série[7].

Anachronismes

Bien que la bande dessinée soit très documentée à de nombreux égards, l'image qu'elle donne de la vie quotidienne en Gaule ne doit pas être prise au pied de la lettre :

  • les cheminées dans les huttes : les Gaulois ne connaissaient pas la cheminée, l'évacuation des fumées se faisant par des ouvertures en pignon à même le toit ; leurs maisons étaient d'ailleurs souvent bien plus proches des demeures romaines que celles qu'on présente dans la série ;
  • la tenue du druide Panoramix : constamment en toge blanche, l'habit de cérémonie ;
  • les casques : les hommes portent constamment leur matériel de guerre sur eux (casque, épée…) ;
  • les menhirs : les Gaulois n'ont jamais élevé de menhirs ; ils préexistaient à leur arrivée et, dans tous les cas, ils n'en élevaient plus à l'époque de César ;
  • le bouclier : le fait d'élever le chef sur un pavois n'est pas du fait des Gaulois mais des Barbares, et notamment des Francs qui apportèrent cette coutume en Gaule au Ve siècle ;
  • pour les hommes, le port systématique de la moustache : mode masculine plus attestée chez les Francs que chez les Celtes ;
  • il est peu probable également de trouver dans un même village un druide et un barde, car leurs fonctions étaient similaires ;
  • les sangliers : les Gaulois mangeaient rarement des animaux sauvages pris à la chasse ; au quotidien, ils consommaient des animaux d'élevage, en particulier des moutons ;
  • la cervoise : la boisson la plus prisée des Gaulois était le vin, qui était importé de Rome ; la cervoise était en fait considérée comme une boisson de basse qualité laissée aux classes inférieures.

Libertés prises avec l'histoire

  • Jules César « empereur » : dans la réalité il n'a jamais porté ce titre, puisque la fonction communément désignée sous cette appellation n'a été créée qu'une trentaine d'année plus tard par Auguste ; de plus, il ne s'est jamais fait construire de palais à Rome, où il n'a exercé seul et personnellement le pouvoir qu'entre -46 (victoire définitive sur Pompée et ses partisans) et -44 (assassinat) ;
  • le « Cirque Maxime » : le monument dessiné dans la BD change selon les albums mais ne correspond jamais à la réalité ; dans Astérix gladiateur, il s'apparente au Colisée, le grand amphithéâtre de Rome qui accueillait effectivement les combats de gladiateurs et d'animaux sauvages, mais dont la première pierre ne fut posée qu'en 70, soit plus d'un siècle après qu'Astérix et Obélix eurent visité la ville éternelle ; dans Les Lauriers de César, le dessin représente bien le monument qui existait dans la Rome antique sous le nom de « Circus Maximus », mais il s'agissait du grand hippodrome de la cité, où se déroulaient les courses de chevaux et de chars et qui n'a jamais abrité un seul combat de gladiateurs ;
  • les camps romains : si la représentation et l'organisation des camps militaires romains est assez proche de la réalité, elle est très simplifiée, notamment pour ceux entourant le village gaulois : en aucun cas un centurion, officier subalterne commandant une centurie, unité comprenant de 60 à 90 hommes, ne peut diriger un camp, car seules les légions, corps de 5 000 à 6 000 soldats (soit 10 000 à 12 000 hommes avec les troupes auxiliaires et la logistique) commandés par des légats ou généraux, établissaient des camps militaires ; de plus, les camps permanents, comme ceux surveillant le village, étaient construits en pierre, et non faits de palissades de bois, réservées aux camps provisoires ;
  • les pommes de terre : ces légumes ne furent introduit en Europe qu'au XVIe siècle par les Conquistadores qui les rapportèrent d'Amérique ; jamais un Gaulois ou légionnaire romain n'en a mangé ni pelé ;
  • les références à Pompée dans Astérix et Latraviata : dans cet album, Pompée se trouve en Gaule, cherchant à lever une armée pour renverser César, qui se trouve à Rome. Dans la réalité historique, les rôles étaient inversés. D'ailleurs, Pompée ne devrait plus être en vie, puisque cet album se passe après Astérix légionnaire (Tragicomix et Falbala sont mariés) qui avait pour cadre la bataille de Thapsus, se déroulant après la mort de Pompée.

En règle générale, il convient de rappeler qu'en dépit des efforts de documentation, l'univers d'Astérix est très loin de la réalité historique puisque souvent, il consiste à appliquer « l'esprit » moderne plus ou moins caricatural d'un pays, à sa forme antique. Il ne s'agit pas alors d'approximation involontaire mais bien d'un esprit de décalage explicite. Par exemple, dans la Lutèce Astérixienne (qui tient pour cette Gaule fictive le rôle d'avant-garde de l'art, de la fête et de la mode que tiendra ensuite le Paris contemporain pour la « province », ce qui en soi, est déjà éloigné de la réalité historique de la position de Lutèce en Gaule Romaine), un pigeonnier géant singe trait pour trait la Tour Eiffel, tandis que la ville accueille une délégation du comité olympique Grec, afin qu'il lui permettre d'accueillir l'organisation des jeux. Assimiler le fonctionnement des Jeux modernes, se passant dans des lieux à chaque fois différents, à celui des Jeux antiques originaux est bien entendu absurde sur le plan historique, mais l'esprit d'Astérix n'est justement pas dans la retranscription fidèle de l'Histoire. Autre exemple : dans la bande dessinée, la Germanie contemporaine de Jules César (assimilée dans l'album aux seuls Goths, Wisigoths, Ostrogoths) est en partie un amalgame de références au militarisme Prussien, au Reich Hitlérien, et au célèbre morcellement politique interne du Saint Empire Romain Germanique. Dans les îles Britanniques, les Bretons jouent au rugby dans des stades, etc. La plupart des albums se focalisant sur un peuple en particulier (Gaulois inclus) ont recours à ce schéma de mélange du passé, du présent et des clichés. Un dernier exemple plus fantaisiste encore pourrait être celui des « montagnes slaves » installées à l'occasion du Combat des chefs, grands manèges mécaniques présentant une version « barbare » transparente des montagnes russes.

Cependant, de nombreux éléments historiques véridiques sont habilement intégrés aux aventures d'Astérix : conquête de la Bretagne (même si elle ne fut pas le fait de Jules César, qui ne fit que des incursions), révoltes ibériques, combats de César en Afrique contre les anciens partisans de Pompée, liaison avec Cléopâtre, les questeurs, les vingt ans de service dans l'armée, la formation militaire dite en « tortue », etc.

Institutions

Le « village des fous »

Le conseil du village

Il s'agit d'une des institutions du village, où siègent plusieurs membres importants ou représentants de villageois. Le conseil possède le pouvoir de bannir un habitant du village en cas de faute grave[8]. Ainsi, dans l'album Astérix et le Chaudron, le héros Astérix est bannis du village par le conseil pour s'être fait voler le chaudron rempli de sesterces que Moralélastix, un autre chef gaulois, avait confié au village. Ce bannissement, prononcé au nom des lois immuables du village, montre à quel point la communauté prime sur l'individu. Astérix, en acceptant naturellement ce bannissement, accepte d'être traité comme une monnaie d'échange pour réparer un autre village; il reconnait, comme n'importe quel autre habitant du village, qu'il doit aux institutions de la tribu une part de son identité et doit donc s'acquitter d'une dette généalogique[9].

Le chef

Durant la période où se déroule la série, c'est Abraracourcix qui occupe la place de chef du village, après avoir succédé à son père. Néanmoins le titre de chef n'est pas transmis héréditairement : il est élu démocratiquement par les autres habitants du village quant un de celui-ci conteste sa place de chef. Peu après la bataille d'Alésia auquel il a participé, Abraracourcix récupère dans une taverne le bouclier de Vercingétorix. Celui-ci, comme le reste des armes du grand chef gaulois, deviennent dès qu'elles sont déposées aux pieds du vainqueur romain un symbole de la résistance et de l'indépendance du peuple gaulois. Jules César lui-même ne s'en empare pas et elles restent sur place jusqu'à leur vol par un légionnaire romain peu scrupuleux. Dépositaire de cette relique, le chef du village incarne l'indépendance de la communauté gauloise. Il n'est lui-même pas le propriétaire du bouclier, qui ne peut être une possession personnelle, comme les bijoux et la couronne de France sous l'Ancien Régime appartenaient à l'État et non au Roi[10]. Le chef du village possède des pouvoirs qui mal utilisés peuvent faire éclater le village dans des luttes internes. Ainsi dans l'album Astérix et Cléopâtre le chef utilise son droit de censure en interdisant à Obélix de réaliser des menhirs de forme égyptienne[8].

Le druide

Dans la série, le rôle de druide du village est occupé par Panoramix. Le druide détient le secret de la potion magique, qui se transmet seulement de bouche de druide à oreille de druide depuis la nuit des temps[11]. Il a aussi le rôle de faire la classe aux enfants[12].

République romaine

Sénat

Le Sénat romain représenté dans la série est entièrement contrôle par Jules César, qui a acheté la soumission des sénateurs qui y siègent ou réduit leur influence. Il semble avoir perdu son rôle de chef de l'État romain au détriment de César et ne contrôle même plus la politique extérieure de la République. Quand le Sénat est représenté c'est pour le montrer comme une assemblée endormis composé d'anciens militaires ou d'anciens partisans de Pompée, rendus mous par le luxe et les fortunes acquises, qui créent des commissions et des sous-commissions pour enterrer chaque dossier ou se donner l'occasion de l'examiner lors d'un prochain déjeuner. Ils cherchent avant tout à maintenir leurs intérêts en conservant le pouvoir en place, permettant à César de régner seul sur la République romaine face à ce pouvoir totalement affaibli[13].

Armée

Comme dans la réalité historique, l'armée romaine est loyale envers Jules César et non plus envers le Sénat romain. Elle est composée en majorité d'engagés volontaires qui recherchent la gloire et la fortune (ils regrettent très vite leur choix), mais aussi de troufions envoyés principalement en Corse. Si les légionnaires sont fidèles à César, beaucoup de ses gradés, principalement des centurions, rêvent de le renverser et le remplacer. C'est le cas notamment dans l'histoire Le DevinCaius Faipalgugus, le centurion du camp de Petibonum est contrarié dans ses plans par son optione qui reste jusqu'au bout fidèle à la légalité du pouvoir en place. Malgré quelques trahisons, César tient son armée d'une main de maître et n'hésite pas à la commander lui-même comme dans Astérix chez les Belges. De plus, il punit lui-même les gradés qui lui désobéissent comme dans la première aventure de la série où il envoie un centurion en Mongolie inférieure[14].

Jeux du cirque

Les jeux du cirque sont représentés dans la série comme un instrument pour abrutir le peuple et l'éloigner de la politique. Pendant les jeux, César suit les avis du public car il sait que plus le peuple est content, plus son pouvoir est renforcé. Par exemple dans l'histoire Astérix gladiateur, il accorde sa grâce à Assurancetourix, très applaudi par le public avec Astérix et Obélix[15].

Les barbares

Parodie

Peuples

Les Français
Paris et les Parisiens

Paris est dans la série représentée par Lutèce. Blottie dans l'Île de la Cité, Lutèce est alors représentée comme le Paris contemporain, ville lumière, des arts, de l'amour, de la mode et réputée pour sa vie nocturne. Les touristes viennent en masse des autres pays antiques pour y voir un moulin rouge qui propose la visite de la ville pour trois sesterces. C'est la capitale de la mode : dans l'histoire La Rose et le Glaive, les villageoises sont curieuses de savoir ce qui est à la mode dans la ville. C'est la ville où il faut monter pour connaître une carrière artistique ou faire fortune : dans Astérix et les Normands, Assurancetourix espère bien pouvoir chanter à « l'Olympix », dirigé par Brunococatrix. Les arvernes y ouvrent des établissements qui vendent du vin et du charbon et les méridionaux des auberges comme dans l'album La Serpe d'or ou un personnage ressemblant au César de Marcel Pagnol tient un établissement nommé Au soleil de Massalia. Les Gaulois sont attachés à leur capitale (dans la réalité Lutèce n'a pas ce statut) et n'hésitent pas à le faire savoir en chanson : ainsi, prisonnier de Goths, le druide Panoramix chante « Revoir Lutèce » et Assurancetourix, dans les prisons de Rome, chante « Menhir montant » parodie de Revoir Paris et Ménilmontant de Charles Trénet (composé pendant l'occupation allemande); Maestria, dans La Rose et le Glaive, chante « Lutèce est une blonde », parodie de Ça, c'est Paris de Mistinguett; pour fêter l'arrivée au Pirée dans Astérix aux Jeux Olympique le village chante « À Lutèce on l'aime bien Nini peau d'sanglier ! » parodie de Nini peau d'chien d'Aristide Bruant[16].

L'Auvergne et les auvergnats

Dans la série, l'Auvergne et ses habitants sont représentés par les arvernes. On vient principalement y faire des cures thermales, dans les villes d'Aquae calidae (Vichy) ou Borvo (La Bourboule). Les voyageurs, comme Astérix et Obélix, n'hésitent à grimper le Puy de Dôme, où là-haut l'air est délicieux. La capitale Nemessos (Clermont-Ferrand) possède une grosse entreprise de fabrication de roues évoquant l'entreprise Michelin. C'est aussi une région avec une forte diversité de spécialités culinaires comme le « bleu d'arverne », la potée au chou ou la encore la saucisse sèche, et à la fin du repas on danse la bourrée. Les habitants ont un accent qui chuinte bien que les nouvelles générations le perdent selon les vieux arvernes[17]. Les arvernes n'hésitent à quitter leur région pour faire fortune dans la capitale en ouvrant des boutiques de vin et de charbon[16].

La Provence et les provençaux

La Provence représentée dans la série est principalement celle de Marcel Pagnol. Dans l'album Le Tour de Gaule d'Astérix, les deux irréductibles Gaulois vont à Massilia (Marseille) et entrent dans une établissement nommé « Taverne des Nautes » où se joue une partie de cartes avec trois caricatures tirées du film Marius, adapté de Pagnol. Le tenancier, César Labeldecadix, est la caricature de Raimu jouant le personnage de César. Il râle contre « l'estranger » de Lugdunum qui refuse de boire le « pastix ». À côté se trouve une poissonnerie où la marchande ressemble à Honorine Cabanis, autre personnage de Pagnol. Massilia c'est la ville de l'exagération, de la bouillabaisse et la pétanque. L'accent marseillais est caricaturé et les auteurs déforment les sons et le parler franco-provençal[18].

La Corse et les corses

La Corse et ses habitants sont représentés principalement dans l'histoire Astérix en Corse, qui voit Astérix et Obélix voyager sur l'île de beauté. Graphiquement, la Corse dessinée par Uderzo est totalement stéréotypée : l'île est montagneuse, couverte de bois de chênes, châtaigniers et de maquis. Les villages sont faits de maisons en pierres sèches, des vieillards passent leur temps assis sur des bancs, les femmes portent le mezzaro et des cochons sauvages vivent en libertés devant les habitations. Les références à la culture corse sont grandes, notamment au chanteur Tino Rossi : le nom d'Ocatarinetabellatchitchix, le corse principal de l'histoire, est en référence au refrain de la chanson Tchi tchi et le mot de passe qu'utile les pirates et les gaulois est une référence à une autre chanson Vieni vieni. Les références à Napoléon Ier sont aussi très nombreuses : Ocatarinetabellatchitchix est montré à plusieurs reprises dans la stature de Napoléon la main dans le pli de sa pelisse[19], il annonce notamment après la victoire face aux légionnaires romains que pour que les Corses acceptent un empereur, il faudra qu'il soit Corse lui-même[20].

Les stéréotypes corses sont grossis à l'extrême. Les querelles ancestrales et la vendetta sont caricaturés par l'opposition entre le clan Ocatarinetabellatchitchix et Figatellix, dont les origines sont si anciennes qu'on ne connait plus la raison exacte, les motifs donnés étant dérisoires et ne concernant même pas un des membres direct du clan[21]. La fierté des Corses est caricaturée par des personnages raides et stoïques, jamais souriants et montrant rarement leurs émotions[22]. Les femmes corses sont représentées comme parfaitement soumises aux hommes du clan : elles restent cloîtrées à la maison, ne pouvant parler en la présence d'homme n'appartenant pas au clan[23]. Dernier stéréotype parodié, la paresse des corses. Ocatarinetabellatchitchix, délivré des romains par les irréductibles gaulois, refuse d'interrompre sa sieste pour sortir de la cellule; les druides corses ne cueillent pas le gui dans les arbres mais attendent qu'il tombe, et le chantier de la voie romaine avance au ralenti : ouvert il y a trois ans, il ne compte que quelques dalles[24].

Le reste de la France[modifier]

Les albums de la série mettent en scène un grand nombre d'habitants des différentes régions de France et leurs différences. Ainsi l'Armorique, où se situe le village des irréductibles, est une représentation de la Bretagne moderne. Dans l'histoire Le Fils d'Astérix un des habitants du village plante des menhirs dans un champ, allusion aux menhirs de Carnac; la région possède déjà un fort patrimoine de chansons et de danses ( « Ils ont des casques ailés, vive les Celtes » chante Assurancetourix parodie de la chanson Ils ont des chapeaux ronds)[25]. La Normandie est parodiée par deux représentations, celle Normands dans l'album Astérix et les Normands et par les habitants de Rotomagus dans l'album Le Tour de Gaule d'Astérix. Le débarquement des normands sur les plages Gauloises est une double allusion aux invasions viking du Moyen Âge, qui fonderont la province en 911, et au débarquement allié sur les plages normandes, lors de la Seconde Guerre mondiale. Ils creusent « de beaux trous normands », référence au fait de boire un verre d'alcool entre les repas. Ils accompagnent tous leur plats de crème et leur spécialité culinaire est la « crème à la crème ». En arrivant en Gaule, ils chantent qu'ils veulent revoir leur Normandie, référence à l'hymne normand Ma Normandie écrit par Frédéric Bérat. Quant aux habitants de Rotomagus, ils fournissent des réponses de normand aux légionnaires qui poursuivent Astérix et Obélix à base de « P'têt ben qu'oui, p'têt ben qu'non ». La ville de Suindinum (Le Mans) est connue pour sa célèbre course de char à bœufs de vingt-quatre heures[26].

Nicae (Nice) se trouve « la promenade des Bretons », bordée de palmiers, et les plages de la ville sont remplis de touristes. La spécialité culinaire est la « salade nicaesoise »[27]. Burdigala a pour spécialité le vin et les huitres et la célèbre Place des Quinconces est nommée ainsi suite aux ordres du centurion romain qui exige que ses légionnaires se mettent en quinconce, lors de la bataille contre les habitants de la ville qui protègent la fuite d'Astérix et Obélix[26]. Le Pays Basque est représenté par le peuple des Vaccéens, excellents montagnards et guides, qui aidetn à passer en Hispanie. Leur spécialité culinaire est le « poulet vasconne », parodie du poulet basquaise[28]. Lugdunum est un important foyer de résistance à l'occupation romaine, en référence à la Lyon moderne, ville de résistance et surtout de Jean Moulin. Les légionnaires romains se perdent dans les ruelles de la ville qui rappellent les traboules[29]. Sans oublier les villes surtout représentées par leurs spécialités culinaires dans Le Tour de Gaule d'Astérix : Tolose (Toulouse) pour la saucisse, Aginnum (Agen) pour ses pruneaux, Camaracum (Cambrai) pour ses bêtises et Durocortorum (Reims) pour son vin pétillant en amphore, dont les bouchons sautent facilement[28].

Autres identités

Classes sociales

Classes moyennes

La classe moyenne est la représentation sociale la plus présente dans la série. Elle est composée d'artisans, de commerçants, d'employés, d'agriculteurs et de fonctionnaires[30]. Les fonctionnaires, romains, sont représentés à plusieurs reprises dans la série, et parodient l'administration française, comme dans l'histoire Astérix et le Chaudron qui met en scène un collecteur d'impôts dont les phylactères parodient les formulaires administratifs; les douaniers sont parodiés par des légionnaires romains gardant les frontières et accusant Astérix et Obélix d'importations frauduleuses. Des entreprises nationales comme La Poste ou la banque du Crédit lyonnais (parodié en Crédit Latin) sont aussi mis en scène[31].

Classes populaires

Les classes populaires apparaissent rarement dans la série. La classe ouvrière est tout de fois représentée dans l'histoire Le Domaine des dieux, par l'intermédiaire des esclaves de toutes nationalités qui coupent les arbres dans la forêt, parodiant le travail de force à la chaine. Le chef des esclaves, Duplicatha, représente le travailleur immigré et le meneur syndical qui négocie les conditions de travail avec le patronat. Évocation aussi à travers le phénicien Epidemaïs, qui à plusieurs reprises au cours de la série trouve des moyens pour exploiter des travailleurs : ainsi dans l'histoire Astérix gladiateur, ses rameurs sont des employés qui n'ont pas bien lu le contrat qu'ils ont signés. De même, dans l'histoire L'Odyssée d'Astérix, il est devenu organisateur de croisière, et ses rameurs des clients partant en croisière. Dernière référence dans l'histoire Le Bouclier Arverne, avec l'entreprise de roue présente dans la ville de Nemessos, où des femmes travaillent à graver des catalogues de vente, en parodiant la division et la spécialisation des taches, avec un rythme éprouvant de travail[32].

Histoire

L'image de la Gaule et des Gaulois

Dans la série, l'histoire est renversée par les auteurs dès la carte de la Gaule, présente dans chaque ouverture d'album. Tout est fait pour que le lecteur pense à la France moderne, bien que les frontières ne soient pas représentées. Ainsi, la carte centrée sur la France évacue hors cadre la partie allemande et suisse de la Gaule, la Belgique mentionnée au nord fait une confusion volontaire avec l'État moderne de Belgique. Lutèce est mentionnée sur la carte, représentée comme l'égal de Paris et capitale de la Gaule. Le texte introductif, présent sur la carte, accompagne le lecteur dans le sens de l'identification. Le texte commence par « Nous » pour faire participer le lecteur, puis l'utilisation du présent de l'indicatif sert à casser la distance historique. Ensuite, il prend l'Histoire à contrepied, en renversant les forces et les romains ont désormais la vie dure. De plus, les Gaulois sont qualifiés d'« irréductibles », donc un gage pour le lecteur qu'ils ne seront jamais vaincus.

Dès la première planche de la série, dans Astérix le Gaulois, l'histoire est parodiée avec la capitulation de Vercingétorix, qui jette ses armes non pas aux pieds de César, mais sur les pieds de César, ce qui le fait bondir de son siège. Le chef gaulois, avec sa forte musculature, domine la scène par rapport au chétif chef romain au crâne dégarni et lançant un fort cri de douleur en recevant les armes sur ses pieds. La scène historique est renversée au profit des Gaulois dont l'honneur sort vainqueur de cette scène. C'est aussi une parodie poussée à l'extrême des livres d'Histoire de la Troisième République, qui glorifiaient Vercingétorix par rapport à Jules César. Dans Le Bouclier arverne, l'histoire est de nouveau renversée avec un nouveau Gergovie pour les romains : Abraracourcix triomphe dans la ville sur le bouclier de Vercingétorix, devant un César qui ne peut que constater son échec. La revanche gauloise est totale et renverse l'histoire en annulant symboliquement Alésia.

Autre symbole de l'Histoire renversé, la paix romaine. Commencée selon les auteurs de la Troisième République après la défaite gauloise d'Alésia, pour pacifier les territoires conquis qui étaient en lutte perpétuelle entre clans, elle apparait dans la série comme de la simple propagande. Au lieu de pacifier, le Jules César de la série ne pense qu'à faire la guerre au minuscule village des irréductibles, qui pourtant ne le menacent pas dans sa puissance. Dans le récit Le Combat des chefs, c'est même le contraire de la paix romaine puisqu'au lieu de pacifier les tribus, il n'hésite pas à les monter les unes contre les autres en poussant le chef Aplusbégalix à se battre contre Abraracourcix pour s'emparer du village des irréductibles. Poussé plus loin dans la parodie, la paix romaine devient la paix gauloise, le mode de vie simple du village à base de rigolade, de loisir et de bonne humeur contamine les camps retranchés aux alentours, qui préfèrent vivre une existence simple enfermée dans leur camp plutôt que de prendre des baffes en exerçant leur mission de soldats censés diffuser la culture romaine. L'exemple le plus probant se trouve dans l'histoire Obélix et Compagnie, qui montre les camps romains totalement dominés par la culture du petit village, où les légionnaires s'occupent des taches ménagères, du jardinage ou les loisirs plutôt que de faire leur devoir de soldat. De plus, la discipline romaine censée être diffusée par la pax romana est tournée en ridicule par les déroutes que subissent continuellement les légions de Rome face aux Gaulois, qui se lancent dans la bagarre dans un désordre général.

Une œuvre politique

Astérix de droite ou de gauche ?

Depuis le début des années 1960 et le succès de la série, la question du bord politique d'Astérix et du village gaulois est posée, au grand dam des deux auteurs qui empêchent toute récupération politique de droite comme de gauche. Le premier album de l'ère Uderzo, Le Grand Fossé caricature les affrontements partisans en voyant un village gaulois être coupé en deux et deux chefs, l'un élu par la partie droite et l'autre par la partie gauche, revendiquer la pleine gouvernance du village. La droite et la gauche du village étant traitées sur le même pied d'égalité, cet album ne permet pas de déterminer de quel bord politique est la série puisqu'au final c'est Comix, le fils d'un des deux chefs qui prend la tête du village réuni en se mariant avec Fanzine la fille de l'autre chef[33].

La politique du village n'est pas non plus très claire. Le chef ne gouverne pas seul et s'en reporte souvent au conseil du village ou à l'avis du druide et d'Astérix. Il ne permet pas de déterminer un bord politique. Le druide est plus facile à classer, il occupe des fonctions qui sont généralement des priorités d'homme de droite : il s'occupe de la défense du village en détenant seul le secret de la potion magique, mais aussi de la santé avec ses potions diverses. Ses qualités, qui sont d'être raisonnable et autoritaire sont celle d'un homme de droite. Le barde dont les fonctions d'homme de culture et d'enseignant sont plutôt des priorités de gauche, et qui a pour qualités d'être un rêveur et un éducateur de peuple est lui un homme de gauche[34].

La politique d'immigration du village est sans conteste de droite : les ennuis viennent sans arrêt des étrangers, que ce soit les romains, les Goths, les Normands ou de Gaulois exogènes au village comme dans les albums Le Devin ou Le Cadeau de César. Depuis le début de la série, aucun nouvel habitant n'est venu s'installer durablement dans le village et quand une famille étrangère vient s'installer un temps elle est accueillie par l'ancien Agecanonix avec cette phrase « Moi, les étrangers ne me dérangent pas tant qu'ils restent chez eux. » qui résume le sentiment général des habitants du village. La politique économique est de gauche, puisque le libéralisme est rejeté par le fait que les gaulois ne chassent que pour se nourrir et non pour vendre le produit de leur chasse. L'album Astérix et le Chaudron montre à quel point ils méconnaissent les systèmes économiques, puisqu'ils vendent quatorze sangliers pour cinq sesterces et achètent tout de suite après un sanglier, pour le consommer, avec ces mêmes cinq sesterces. Dans l'album Obélix et Compagnie ils préfèrent renoncer à faire fortune pour rigoler et chasser le sanglier comme avant. Si économiquement le village est anti-libéral, fiscalement il est complètement libéral puisqu'il a chassé le collecteur d'impôt et est depuis dispensé d'impôt. Diplomatiquement le village est de gauche, les interventions extérieures sont faites pour des raisons morales, comme sauver une personne menacée de mort ou aider un peuple en difficulté contre l'envahisseur[35].

Une œuvre gaullienne ?

Astérix romaniste ?

Les historiens sont partagés, surtout pendant la Troisième République, sur l'interprétation à donner de la défaite gauloise face aux légions romaines. Certains comme Camille Jullian pense qu'elle a détruit une civilisation gauloise viable alors que d'autres comme Ernest Lavisse pense que la défaite était inéluctable pour faire entrer la Gaule dans la modernité en créant une civilisation gallo-romaine[36]. Les auteurs de la série semblent être de l'avis de ces derniers en faisant jouer à Astérix et au village des irréductibles le rôle de résistant pour l'honneur et non de libérateur de la Gaule. Le but des irréductibles Gaulois est de faire enrager César en l'empêchant d'être maître de l'intégralité du territoire de la Gaule, ainsi que de l'empêcher de s'approprier les symboles de l'indépendance et de la résistance Gauloise. Les irréductibles Gaulois savent qu'ils vont être balayés par l'Histoire en même temps que la culture Gauloise par rapport à la modernité que représente la République romaine, et ils ne cherchent jamais à empêcher ce processus[37]. Le druide Panoramix en est le premier conscient et dans l'histoire Le Domaine des dieux il dit à Astérix qu'ils n'arriveront jamais à empêcher le cours de choses, mais qu'ils ont encore le temps[38].

Entre le village des irréductibles Gaulois et la République romaine, les relations sont parfois ambigues. S'ils n'hésitent pas à flanquer une bonne rouste aux légionnaires romains et empêcher toute annexion de leur village, ils font échouer à plusieurs reprises des complots de centurions romain pour renverser Jules César, comme dans les albums Astérix le Gaulois ou Le Devin. Ils luttent en plus contre les fonctionnaires corrompus ou mafieux de la République : ainsi dans l'histoire La Serpe d'or, ils font tomber le préfet romain de Lutèce, chef d'un réseaux de trafiquants de serpe d'or. Dans l'album Astérix chez les Helvètes, ils combattent l'administration corrompue de Genova et Condate et sauvent même le questeur romain, empoisonné par un gouverneur de Condate alors qu'il essayait de récolter les impôts de la province détournés par ce même gouverneur. Dans l'album Astérix aux Jeux olympiques, il offre même sa palme olympique à un athlète romain, ce qui sauve l'honneur de la République aux Jeux Olympique[39]. En fait, pour les irréductibles Gaulois, la véritable menace sont les barbares représentés par les Goths et les Normands. Ils combattent toute intrusion en Gaule et par conséquence dans la République romaine, là où les légionnaires romains se trouvent complètement incompétents. En renforçant par la même le pouvoir romain[37].

Publication

Albums

Historique des publications en album

Revues

La série nait en même temps que le journal Pilote puisqu'elle fait sa première apparition dans le premier numéro du journal du 29 octobre 1959 avec l'histoire Astérix le Gaulois. La série était déjà paru dans le no 0 de Pilote du 1er juin 1959 avec un extrait d'une page de la même histoire. La série paraît dans le journal au rythme d'une à deux pages par semaine jusqu'au no 38 du 14 juillet 1960. En outre la série fait la couverture du no 21 du périodique du 17 mars 1960 avec un dessin intitulé Rendez–vous avec Obélix et Astérix chez vous. La série fait rapidement son retour dans l'hebdomadaire avec la publication de la seconde histoire La Serpe d'or à partir du no 42 du 11 août 1960 jusqu'au no 74 du 23 mars 1961.

Reconnaissance

Critiques

Hommages

De nombreux dessinateurs, auteurs, stylistes ont rendu hommage à Astérix. Il y a, parmi tant d'autres :

  1. Zep
  2. Joann Sfar
  3. Regis Loisel
  4. Marc Bourgne
  5. Turk
  6. Moebius
  7. René Pétillon
  8. Tibet
  9. William Vance
  10. Marcel Gotlib
  11. Jean-Claude Jitrois
  12. Lolita Lempicka
  13. Raymond Moretti
  14. André Franquin

Au cinéma

La bande dessinée a eu plusieurs adaptations cinématographiques :

Dessins animés
  1. Deux Romains en Gaule (téléfilm)
  2. Astérix le Gaulois (1967)
  3. Astérix et Cléopâtre (1968)
  4. Les Douze Travaux d'Astérix (1976)
  5. Astérix et la surprise de César (1985)
  6. Astérix chez les Bretons (1986)
  7. Astérix et le coup du menhir (1989)
  8. Astérix et les Indiens (1994)
  9. Astérix et les Vikings (2006)
Films
Carte de l’image générée par EasyTimeline invalide

Adapter Astérix au cinéma est une idée de longue date. Les premiers projets, avortés, imaginaient Louis de Funès dans le rôle du petit gaulois. Finalement, il a fallu attendre les années 1990 et l'impulsion du producteur Claude Berri pour que le projet soit réellement lancé. Trois films sont sortis à ce jour.

  1. Astérix et Obélix contre César (1999) de Claude Zidi avec Christian Clavier (Astérix), Gérard Depardieu (Obélix), Roberto Benigni (Tullius Détritus)
  2. Astérix & Obélix : Mission Cléopâtre (2002) de Alain Chabat avec Christian Clavier (Astérix), Gérard Depardieu (Obélix), Jamel Debbouze (Numérobis)
  3. Astérix aux Jeux Olympiques (2008) de Frédéric Forestier, Thomas Langmann avec Clovis Cornillac (Astérix), Gérard Depardieu (Obélix), Benoît Poelvoorde (Marcus Junius Brutus), Alain Delon (Jules César)
  4. Astérix chez les Bretons (2011) de Laurent Tirard

Certains personnages changent d'interprète à chaque film : Panoramix fut incarné dans l'ordre par Claude Piéplu, Claude Rich, et Jean-Pierre Cassel ; ou Jules César par Gottfried John, Alain Chabat, et Alain Delon. Le héros à moustaches jaunes, lui, fut incarné par Christian Clavier dans les deux premiers films et par Clovis Cornillac dans le troisième. Seul Gérard Depardieu conservera son rôle d'Obélix durant les trois films.

Jeux de société

Les aventures d'Astérix ont inspiré de nombreux jeux de société de plusieurs sortes (parcours, quizz...). Le premier en date, Astérix et la potion magique, de type jeu de hasard raisonné, a été édité par la société Noël en 1967.

Bibliographie

  • Olivier Andrieu (préface de Anne Goscinny), Le Livre d'Astérix le Gaulois, Éditions Albert René, 1999, 23 cm x 32 cm, 144 p. (ISBN 2-86497-133-X) 
  • « L'Histoire secrète d'Astérix », dans Lire, hors série, no 1, 22 octobre 2004, p. 148 

Notes et références

  1. OT de Bobigny - Figures et littérature [archive]
  2. Astérix, un petit gaulois, Le Parisien, 22 octobre 2009
  3. Astérix est-il gaulliste ? [archive] sur site du magazine Marianne, 15 avril 2006. Consulté le 17 novembre 2010
  4. Première no 353, juillet 2006, p. 75.
  5. Liste des 65 albums en dialecte [archive] sur site de l'éditeur allemand Egmont Ehapa Verlag,  2009. Consulté le 17 novembre 2010
  6. Beaux Arts hors-série n°7 p.90 à 93
  7. Beaux Arts hors-série n°7 p.84 à 87
  8. a et b Nicolas Rouvière, Astérix ou les lumières de la civilisation p.18
  9. Nicolas Rouvière, Astérix ou les lumières de la civilisation p.52-53
  10. Nicolas Rouvière, Astérix ou les lumières de la civilisation p.27 et 28
  11. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.76
  12. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.79
  13. Nicolas Rouvière, Astérix ou les lumières de la civilisation p.58 et 59
  14. Nicolas Rouvière, Astérix ou les lumières de la civilisation p.59 et 60
  15. Nicolas Rouvière, Astérix ou les lumières de la civilisation p.60
  16. a et b Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.112 et 113
  17. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.114
  18. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.115 et 116
  19. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.137
  20. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.138
  21. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.139
  22. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.140
  23. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.141
  24. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.145
  25. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.119
  26. a et b Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.120
  27. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.115
  28. a et b Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.121
  29. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.122
  30. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.157
  31. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.159
  32. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.158
  33. Alexis Brézet, Le Figaro Hors-série n°21, p.56 et 57
  34. Alexis Brézet, Le Figaro Hors-série n°21, p.59
  35. Alexis Brézet, Le Figaro Hors-série n°21, p.60
  36. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.92
  37. a et b Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.99
  38. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.100
  39. Nicolas Rouvière, Astérix ou la parodie des identités p.89

Voir aussi

Liens externes