Poeta Diego Mendes Sousa
Poeta Diego Mendes Sousa

DIEGO MENDES SOUSA CINTILA

NO PORTFÓLIO DA POESIA PIAUIENSE

 

 

Alberto Araújo

 

 

Iluminado poeta que fulgura nos vitrais das letras piauienses. Tão essencial feito um grão de milho a se aperfeiçoar na terra. E segue corporificado no veludo da infinitude... E monta no vento... E ouve o canto dos pássaros... E não se limita a poetar. E lá no trampolim do sem-fim das estrelas. E na trilha dos astros e nas formosas órbitas letradas encontramos o seu imo.

 

Sua lâmina desembainhada apontou para o mundo, em 1989. Tempo do nascer de um grande e feliz homem. Inerente à sua peregrinação exala a essência do colar de siris e caranguejos do mangal enfeitado, das terras dos carnaubais e do assinalado Delta dourado.

 

Arrimou a sua primeira veia poética em frente ao mar. A água do primeiro banho e a unção extrema da poesia se deu em 2006, com “Divagações”.  

 

Sua peregrinação ora intensa e sob o véu da transcendência, aguçou os olhos verdes do sol. E não parou mais, não se refreou.  

 

O seu vestígio e os ossos da memória jamais a brisa apagará. Tem o tempo em suas mãos. Existe um pássaro azul em seu coração. Quando é noite quer sair pelas frestas da luz lunar. Mas o demasiado poeta que mora em suas entranhas fica escondido nas flores do cardo ou nas selvagens xananas. Quando manhã aspira as leves penugens do orvalho. Quando tarde mira a poesia grisalha de seus conterrâneos.

 

E insere no portfólio das letras piauienses a poesia edulcorada. E seu voo de um zangão iluminado segue a abelha, o girassol e tudo se torna paisagem, no sistema floral, onde está depositado o seu adágio ardente, o apaixonado coração e a sua musa Altair.

 

Eu quero sempre ver o seu clarão de ébano... O voo arraigado... E colher os seus frutos invólucros das afundadas raízes da aldeia piauiense.

 

A lira do pastor e os tambores ora rufam nos olhos rosados do sol.

 

A rosa numinosa pega a garupa nas dunas tresmalhadas...

 

Agora podem rufar os tambores...

 

Leitura de encantamento de Alberto Araújo, escritor piauiense radicado em Niterói-RJ.

Sobre "Rosa numinosa" (2022), livro de poemas de Diego Mendes Sousa.