Quando vemos o mais culto e adiantado dos continentes refém de um vulcão que nem sequer está na parte continental, mas na ilha Islândia, damo-nos conta, mais uma vez, de quão frágil é a humanidade com suas obras.

     Nessa hora é bom ler ou reler "O eterno Adão", magnífico romance escrito por Júlio Verne e publicado postumamente. É um livro que provoca a reflexão.

     Num futuro distante, um sábio medita sobre o significado da vida e pensa nas grandes conquistas de sua civilização, que vivia no único continente de nosso planeta. Um belo dia ele encontra um documento antuquíssimo que dá conta do grandioso passado, então totalmente esquecido. O memorial, escrito por um dos poucos sobreviventes da civilização anterior (a nossa) narra em detalhes o medonho cataclismo que afundou de uma vez os continentes e fez erguer um novo. Esse próprio documento referia-se a uma civilização anterior e mítica, a da Atlântida.

     A novela trata, portanto, da fragilidade da obra humana diante do Infinito. Assinada por um dos maiores gênios da Ficção Científica, "O eterno Adão" é um livro capaz de marcar para o resto da vida.

 

 

Miguel Carqueija