Descanse em paz, Johnny Alf
Por Flávio Bittencourt Em: 05/03/2010, às 09H40
Descanse em paz, Johnny Alf
Precursor, com Tom Jobim, João Gilberto e outros, da bossa nova, faleceu ontem (quinta-feira, 4.3.2010), em Santo André-SP: Carlos Lyra afirma que ele influenciou seus colegas.
(http://www.bossa.net/2004_12.html)
(http://www.oassuntoejazz.com/memorias.htm)
(http://www.bossa.net/2004_04.html)
(http://cinemagia.wordpress.com/2009/05/14/frank-sinatra-vira-filme/)
(http://www.dc.mre.gov.br/box-02/bossa-nova-cinquenta-anos)
"Prefeitura do Rio - 16/10/2007 -O Prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, em decreto publicado hoje, terça-feira, no Diário Oficial instituiu a Bossa Nova como Patrimônio Cultural Carioca, de acordo com o decreto 28552, a Bossa Nova "é um dos gêneros musicais brasileiros consagrados mundialmente e uma referência para várias gerações de artistas”. O gênero é um valioso legado musical e que é preciso preservar a memória intangível da cultura carioca. De acordo com a Prefeitura, a bossa nova, considerada na época do seu nascimento como uma nova forma de tocar samba, incorporou à musica popular brasileira acordes dissonantes comuns ao jazz. (...)".
(http://diariodorio.com/bossa-nova-declarada-patrimnio-cultural-carioca/)
"A importância dele para nós é muito grande, porque ele foi um dos precursores da bossa nova. Eu conheci o Johnny em 1954. Ele tocava no Bar do Plaza, no Leme, e sempre que eu podia ia para lá, entrava escondido, porque era menor. Nós iamos todos pra lá, o Tom, João Gilberto, Silvinha Teles, Dolores Duran, Billy Blanco, toda essa turma ia para lá ver o Johnny tocar. Era era muito carinhoso, fino, bacana. Era um gentleman. A música dele era delicada, romântica, uma musica cool, de influência do jazz americano, que ele conhecia muito bem, e ele deixou isso para a bossa nova".
(CARLOS LYRA,
http://br.noticias.yahoo.com/s/04032010/83/artistas-lamentam-morte-celebram-genio-johnny.html)
"JORNAL DO BRASIL
Nova Iorque (EUA)
[1962] "Bossa Nova no Carnegie Hall
(...) O Itamarati recebeu despachos dos EUA informando que compareceram ao concerto 300 repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e críticos especializados de toda a América do Norte e da imprensa mundial, o que deveria garantir grande repercussão ao show de bossa nova.
A nova música do Brasil
Este novo gênero musical deriva das estruturas típicas do samba em harmonia com o jazz americano.
A mulher do Presidente, Jacqueline Kennedy, a considerou 'simplesmente maravilhosa', acentuando que 'nunca houve coisa igual por aqui'. Ela foi apresentada à bossa nova em um recital do sexteto de Paul Winter, que havia regressado de uma excursão pelo Brasil dois dias antes da apresentação no Carnigie Hall. (...)".
(http://www.jblog.com.br/hojenahistoria.php?itemid=5930,
JORNAL DO BRASIL, "1962: Bossa Nova no Carnegie Hall" / HOJE NA HISTÓRIA - CPDoc-JB, matéria postada em 21.11.2007)
5.3.2010 (Brasília) - Ele morava numa casa de idosos -
Descanse em Paz, Johnny Alf.
Coluna "Recontando estórias do domínio público",
F. A. L. Bittencourt ([email protected])
P.S. - Notícia do falecimento, com outras informações,
na Folha de São Paulo: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u702428.shtml.
(http://www.sescsp.org.br/sesc/Revistas/subindex.cfm?Paramend=1&IDCategoria=4770)
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BLOG Espaço MPB, de Nicolau Frederico
"Johnny Alf, o verdadeiro pai
Para o jornalista Ruy Castro, Johnny Alf é o verdadeiro pai da Bossa Nova.
A Coleção Folha 50 anos de Bossa Nova, CD/livro número 8, edição semanal da Folha de S. Paulo, presta uma justa homenagem e resgata a vida e a obra de um músico, cantor e compositor brasileiro, considerado o “verdadeiro pai da Bossa Nova”, como o jornalista e editor da coleção assim o trata: Johnny Alf.
Seu verdadeiro nome é Alfredo José da Silva. Carioca, nasceu em 19 de maio de 1929, na cidade do Rio de Janeiro. É compositor, cantor e músico (pianista). Segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira é “filho de um cabo do exército, que faleceu em 1932. Sua mãe, viúva, foi trabalhar em uma casa de família na Tijuca e o criou sozinha. Começou a estudar piano aos nove anos, com a professora Geni Borges (amiga da família com a qual sua mãe trabalhava). Após o início na música erudita, começou a mostrar também interesse pela música popular, principalmente ligada ao cinema. Seus compositores preferidos eram Cole Porter, George Gershwin e Nat King Cole. Estudou no Colégio Pedro II até a época do serviço militar. Aos 14 anos, formou o seu primeiro grupo e, através do CPII, entrou em contato com o Instituto Brasil Estados Unidos (IBEU) para estudar inglês. Nessa instituição, adquiriu o seu pseudônimo, quando de sua apresentação no programa de jazz de Paulo Santos, na Rádio MEC”.
O tratamento do jornalista Ruy Castro, considerando Johnny Alf como “verdadeiro pai da Bossa Nova” tem sentido. Pois, segundo o seu relato no livro/CD da Folha de S. Paulo, Johnny no final da década de 1940 associou-se ao Sinatra-Farney Club – organização de jovens fãs do cantor Frank Sinatra e do brasileiro Dick Farney.
Lá ele encontrou a cantora Nora Ney, o acordeonista João Donato, o saxofonista Paulo Moura e o diretor de cinema e televisão, Carlos Manga. Graças à sua insistente presença no “club”, Johnny Alf foi apresentado por Dick Farney ao radialista César de Alencar, que tinha um famoso programa na Rádio Nacional e estava abrindo uma cantina em Copacabana. Este o convidou para ser o pianista-cantor. Aos 23 anos de idade, este foi o seu início na carreira profissional. Lá ficou famoso e era visitado por João Donato, a cantora Dolores Duran e um baiano chamado “Joãozinho”, que depois se tornaria o grande João Gilberto!
Mas suas andanças não pararam por aí. Ainda segundo o relato de Ruy Castro, depois da cantina de César de Alencar, Johnny Alf fez uma verdadeira romaria pelas boates cariocas, em algumas revezava-se ao piano com Newton Mendonça, futuro parceiro de Tom Jobim.
Seu nome pegou fama e todos queriam vê-lo tocando e cantando no bar do Plaza, em Copacabana. E por lá passaram uma turma de jovens como Sylvinha Telles, Carlinhos Lyra, Luizinho Eça, Bebeto Castilho, Durval Ferreira. E também uns “menores de idade” como Roberto Menescal, Nara Leão e Luiz Carlos Vinhas, que Ruy Castro registra “que tinham de se esconder no banheiro à aproximação do fiscal (e só freqüentavam o recinto porque o porteiro do Plaza sabia que eles iam lá apenas pela música)”.
Quando o movimento da Bossa Nova “estourou” no Rio de Janeiro, em 1958, Johnny Alf já se encontrava em São Paulo, levado por um empresário que criou uma casa de show chamada “Baiúca”. Mas lá ele teve vida curta e para variar, continuou sua peregrinação pelas boates paulistas.
O jornalista Ruy Castro dá a tônica dessa situação vivida por Johnny Alf: “O irônico é que o cenário desta última química seria exatamente aquele que, dois anos antes, era o reduto de Johnny Alf: o bar do Plaza, cujo piano era agora ocupado por Luizinho Eça e onde João Gilberto dava freqüentes canjas. Em julho de 1958, o resultado de toda essa ebulição se materializaria no jingle “Chega de saudade”, de Tom e Vinicius, gravado por João Gilberto na Odeon, com Milton Banana na bateria, arranjo de Tom e dirigido por Aloysio de Oliveira. Eles próprios podiam não saber, mas era a Bossa Nova.”
Em sua discografia constam clássicos da Bossa Nova, como Céu e Mar, Rapaz de Bem, O que é Amar e Eu e a Brisa. Radicado em São Paulo, continua compondo e fazendo shows em casas noturnas, além de gravar ocasionalmente.
Um de seus discos mais recentes, Olhos negros, conta com participações de Chico Buarque, Roberto Menescal, Leny Andrade e outros, e reúne sucessos antigos com composições novas como Olhos negros e Nossa festa.
Em janeiro de 1998, depois de sete anos sem gravar, apresentou-se no SESC Pompéia, São Paulo, em “A Rosa do Samba”, show de lançamento do CD “Noel Rosa – Letra e musica” (selo Lumiar), que inclui sua nova composição “Noel, Rosa do Samba” (com Paulo César Pinheiro).
(com informações da Coleção Folha 50 anos de Bossa Nova, Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira e Enciclopédia da Música Popular Brasileira)
Reservei para você, internauta de Nominuto.com, um vídeo especial de Johnny Alf, gravado em junho de 2005 no Rio de Janeiro, com sua excelente interpretação (voz e piano) de Rapaz de bem, de sua autoria e que sobrevive até hoje, sempre atual". (NICOLAU FREDERICO)
(http://www.nominuto.com/blog/espaco-mpb/?tag=de)
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VERBETE 'Johnny Alf', DO DICIONÁRIO DA MPB de RICARDO CRAVO ALBIM
"JOHNNY ALF
Ricardo Cravo Albim
Compositor. Cantor. Instrumentista (pianista).
Filho de um cabo do exército, que faleceu em 1932. Sua mãe, viúva, foi trabalhar em uma casa de família na Tijuca e o criou sozinha. Começou a estudar piano aos nove anos, com a professora Geni Borges (amiga da família com a qual sua mãe trabalhava). Após o início na música erudita, começou a mostrar também interesse pela música popular, (...)
Dados Artísticos
Em 1952, através de Dick Farney e Nora Ney, foi contratado como pianista da Cantina do César, de propriedade do radialista César de Alencar, dando início à sua carreira profissional. Ali, a atriz Mary Gonçalves ia lançar-se como cantora e escolheu três composições suas: "Estamos sós", "O que é amar" e "Escuta", para incluir no disco "Convite ao romance". Em seguida, foi convidado para (...)
[Saiba Mais]Obras
- Acorda, Ulysses
- Ama-me (c/ Ary Francisco)
- Anabela
- Anunciação
- Bar da praia
- Bossa só
Discografia
- (2001) Johnny Alf. 2 LPs em 1 • CD BMG
- (1999) Eu e a bossa • Rob Digital
- (1999) As sete palavras de Cristo na cruz. Pedro Casaldáliga e Johnny Alf • Paulinas Comep
- (1998) Cult Alf-40 anos de bossa nova • Natasha
- (1997) Noel Rosa-Letra e Música. Johnny Alf e Leandro Braga • Lumiar
- (1990) Olhos negros • RCA
Bibliografia Crítica
- AMARAL, Euclides. Alguns Aspectos da MPB. Rio de Janeiro: Edição do Autor, 2008; 2ª ed. Esteio Editora, 2009.
- ALBIN, Ricardo Cravo. Dicionário Houaiss Ilustrado Música Popular Brasileira - Criação e Supervisão Geral Ricardo Cravo Albin. Rio de Janeiro: Edição Instituto Antônio Houaiss, Instituto Cultural Cravo Albin e Editora Paracatu, 2006.
Crítica
É claro que Johnny não só ouvia tudo isso. Ele cantava e reinventava toda a fossa à sua maneira. Uma maneira, digamos para simplificar, muito mais ao estilo Dick Farney do que ao estilo Nelson Gonçalves.
Sérgio Porto, fã declarado de Alf, me disse certa vez que toda a história da bossa nova começou com ele, a quem considerava o avô do movimento. Porque, segundo Sérgio, ele foi o (...)
[Saiba Mais] ". (RICARDO CRAVO ALBIM, Dicionário Cravo Albim de Música Popular Brasileira online)
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Donga
"90 anos do lançamento de 'Pelo Telefone' – 13/03/1917"
(http://constelar.com.br/blog/index.php/dimitri/cat15/o_misterio_do_samba)
"Coleção de Frank Driggs/Getty Images
Os Buddy Bolden Band,
New Orleans, aproximadamente em 1900"
[http://lazer.hsw.uol.com.br/jazz2.htm,
"(...) Músicas de trabalho combinam o ritmo do trabalho com a cantoria e estão tradicionalmente ligadas às culturas da África Ocidental. Essas músicas eram usadas para sincronizar um grupo enquanto trabalhavam juntos, com um líder falando e o grupo respondendo. Muitos historiadores atribuem o padrão chamada e resposta no jazz a essa forma inicial de música afro-americana. (...)]
TRADUÇÃO DA EDITORA PAZ E TERRA DA OBRA CLÁSSICA DE E. J. HOBSBAWN SOBRE O JAZZ
(http://www.tudomercado.com.br/Msica/Histria-Social-do-Jazz.view?id=1254471616380)
UMA OBRA DE FÔLEGO, sob responsabilidade de
R. CRAVO ALBIM / SUCESSORES DE A. HOUAISS,
parceria de defesa e promoção da cultura brasileira!
(Sem a legenda acima redigida, a foto da capa
e lombada da obra encontra-se, na Web, em:
http://www.revistaphonoarte.com/pagina13.htm)
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ACIMA:
PRIMEIRA FOTO: músicos trabalhando:
"Pixinguinha com seu saxofone, e demais músicos com instrumentos de uma típica jazz band americana (1927)";
SEGUNDA FOTO: músicos posando:
"Pixinguinha com a sua flauta, e demais músicos com instrumentos de um típico conjunto brasileiro (1922)". (CRUZ CORDEIRO)
(http://www.revistaphonoarte.com/pagina13.htm,
onde se pode ler, também:
"(...) Guapimirim, Município do Dedo de Deus, Bairro da Barreira, Rio de Janeiro, 23 de janeiro de 2008. - Antonio José Silva da Cruz Cordeiro (63 anos) – filho da terça-idade de Cruz Cordeiro, autor do artigo acima e organizador do presente site (...)".
OBS - Informa o organizador do site que as fotos foram extraídas do livro Pixinguinha Vida e Obra (Mec/Funarte),
http://www.funarte.gov.br/portal/2009/12/11/pixinguinha-vida-e-obra/,
de autoria de Sérgio Cabral (pai).
OBS. - Primeira edição:
"Cabral, Sergio – Pixinguinha, vida e obra. Lidador. Rio. 1980"
(http://www.renatovivacqua.com/html/livros/cantos/capitulos/mpb_cantos_referecias.htm);
em 1978, a Funarte republicou a obra
(http://ocourodocabrito.blogspot.com/2009/09/bibliografia-do-samba-em-constante.html).
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Por favor, se você tiver alguma crítica, elogio ou sugestão, mande o seu e-mail!
Assim que possível, sua mensagem eletrônica será respondida.
Se você tiver tempo e interesse, leia também,
neste mesmo Portal Entre-textos (iniciativa
cultural do Professor Dílson Lages Monteiro, autor do romance O MORRO DA CASA GRANDE,
http://www.portalentretextos.com.br/colunas/cronica-de-sempre/o-morro-da-casa-grande,189,2987.html,
Coluna "Recontando estórias do domínio público", sob responsabilidade de F. Bittencourt,
e-mail [email protected]),
"Grupo de caridade Palhaços sem Fronteiras chega ao Chile",
COLABORE COM AS VÍTIMAS DE GUERRAS E CALAMIDADES NATURAIS!
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O LIVRO CUJA IMAGEM DE CAPA ACIMA ESTÁ REPRODUZIDA
FOI PUBLICADA COM O APOIO DA UNESCO
(Só a imagem de capa, sem a legenda acima redigida:
(http://www.verdestrigos.org/agora/labels/Hist=C3=B3ria.asp)