DESABAFO DE  UM  CRÍTICO A  UM FICCIONISTA PIAUIENSE

                                                                                                                                        

                                                               CUNHA  E Silva Filho

                    ( MEMBRO EFETIVO  DA ACADEMIA BRASILEIRA  DE FILOLOGIA,  ABRAfil)

       

        É DE CORTAR O MEU CORAÇÃO ABISSAL  E INAPELAVELMENTE ROMÂNTICO. PENSO QUE, SEM A EMOÇÃO E A SENSIBILIDADE, NÃO SERIA UM ESCRITOR. AMO AS ARTES E, NO MEU CASO PARTICULAR, MAIS AINDA A LITERATURA E OS ESTUDOS LITERÁRIOS DE FORMA INCONDICIONAL.CREIO QUE TEIMO  E COM PRAZER DE O FAZER,  QUE PRATICO A ARTE DO AMOR À ESCRITA LITERÁRIA. SOU QUASE TODO SENTIMENTOS.

      POR OUTRO LADO, NÃO PODERIA    SER TAMPOUCO  ENSAÍSTA E CRÍTICO SE NÃO FOSSE O CONCURSO DA RAZÃO, DA LÓGICA E DO RACIOCÍNIO, POIS DELES DEPENDO PARA DESENVOLVER A MINHA ARGUMENTAÇÃO,  RACIOCÍNIO E HERMEMÊUTICA. É ÓBVIO QUE  ME ESFORÇO PARA DESENVOVÊ-LA EM MEU SER FÍSCO E INTELECTUAL. AFINAL DE CONTAS, PRECISO MUITO DO PENSAMENTO RACIONAL.

    TAMBÉM SEM ELE EU NÃO VALERIA NADA COMO ESCRITOR. NO ENTANTO, É A EMOÇÃO, A SENSIBILIDADE QUE ME FAZEM COMPLETO COMO ENSAÍSTA. POR ISSO, ME ANTECIPO A QUALQUER CRÍTICA TACANHA E SEM EMBASAMENTO SÓLIDO QUE ME VENHA QUERER DESBARATAR A SERIEDADE DE ESCRITOR EM TODOS OS GÊNEROS EM QUE POSSA ME EXPRIMIR.

   EU DIRIA QUE NÃO DAREI TRÉGUA SE SOUBER QUEM SEJA UM   PIETRO ARETINO (1492-1556) INVEJOSO E COMPLEXADO  DE MAUS BOFES QUE, SOBRETUDO NO PIAUÍ, ME VENHA DESQUALIFICAR TUDO O QUE ESCREVI DESDE OS MEUS TENROS TEMPOS  DE ADOLESENTE, EM TERESINA NOS ANOS DE 1960, QUANDO COMECEI  A  PRODUZIR   LITERATURA EM JORNAIS DE TERESINA.

      FALAR  MAL DA MINHA CRÍTICA E DOS MEUS ARTIGOS E CRÔNICAS ATÉ PODEM FALAR, MAS   NÃO  VINDO DE  UM “CRÍTICO ” OU DE  AUTOR  MEDÍOCRE,  COMO  ALGUNS   SÃO EM MEU ESTADO NATAL E EM OUTRAS REGIÕES POR ESSES BRASIS  AFORA.

        A MINHA  RÉPLICA OU TRÉPLICA  TERÃO TODO O MEU   PESADO AZORRAGUE  DE DEMOLIDOR    DE “ FALSOS MOEDEIROS”  DO  TALENTO ALHEIO.  ME LEMBRO, AGORA. DE UM  PENSAMENTO  DE LA ROCHEFOUCAULD (1613-1680) QUE UM VELHO AMIGO MEU, AQUI DO RIO,  TEM  PARA OS INVEJOSOS. NÃO ESTOU CITANDO IPSIS VERBIS : “QUANDO V. BRILHA,   V. EMPURRA PARA A SOMBRA."  TANTO ASSIM QUE  TENTARAM  ME SILENCIAR EM HISTÓRIAS DA LITERATURA PIAUIENSE, QUANDO MUITO,   SÓ INFORMAVAM  O MÍNIMO DO MÍNIMO,   POR DIVERSAS MANEIRAS. PORÉM,  NÃO CONSEGUIRÃO  ME SILENCIAR  FORA DO PIAUÍ.   

         SOU DURO DE CAIR ANTE INIMIGOS   PÍFIOS,   INIMIGOS DA PENA,  OU MELHOR  AGORA,  INIMIGOS  DO TECLADO.  ENFRENTO  E ENFRENTAREI, COM DIGNIDADE INTELECTUAL,    QUALQUER UM DELES COM A CABEÇA ERGUIDA   SEM  OS TEMER  NA  POLÊMICA  ACIRRADA. SEI COMO DERRUBÁ-LOS TODOS  POR UMA CANETADA,   OU MELHOR,    POR UMA TECLADA,  E LOGO LOGO   O ÊMULO, SEM TALENTO, CORRE EM DEBANDADA PARA O LUGAR QUE MERECE  NA SUA SUBLITERATURA  DE ZOILO.   

       O  MEU LADO ROMÂNTICO, ESTIMADO   JOÃO PINTO, PERMANECE  À FLOR DA PELE.  O  SEU RELATO,   NESSA PÁGINA  DE SAUDADE  TRISTE E ELEGÍACA,  É BELAMENTE AMOROSO E LÍRICO,     REMEMORAÇÃO   DO QUE FOI PARA V.  A PERSONALIDADE DE SUA  GENITORA.  TEXTO   IRRETORQUÍVEL QUE MUITO ME  COMOVEU  DURANTE   A LEITURA   FEITA HÁ UMA MEIA HORA.

    SUA PÁGINA DE  MEMÓRIAS,  AO FAZER O RETRATO  DE SUA SENHORA MÃE,   É TEXTO QUE NÃO SE PODE NEM SE DEVE OLVIDAR.  GUARDÁ-LO-EI  NOS MEUS ARQUIVOS  PESSOAIS.

   ESSAS   REMINISCÊNCIAS   DE SUA QUERIDA MAMÃE SÃO DIVINAS E MELANCÓLICAS A UM   SÓ TEMPO. SÃO,  SIM, LEMBRANÇAS  DE UM FILHO AMADO E AMANTE DA LITERATURA.