Depois de procelosa tempestade

Depois de procelosa tempestade

 

Rogel Samuel

 

(foto Custodio Coimbra) 

 

O Rio amanhece melhor, hoje. O sol, a luz. Pelo menos pela manhã. Como escreveu Camões:

 DESPOIS de procelosa tempestade,

Nocturna sombra e sibilante vento,

Traz a manhã serena claridade,

Esperança de porto e salvamento;

Aparta o Sol a negra escuridade,

Removendo o temor ao pensamento

Esses poucos versos revelam a maestria. “Procelosa” tem os “ó” do espanto, e “tempestade” os relâmpagos do caos celestial. Noturna é escuridão no tom urrr, assim como sombra, palavra sombria e escura. Sibilante sibila sons do vento forte...

Trata-se de Camões, meu adorado poeta máximo.

Vale!