Demoliram o Palácio Monroe e dois degraus do obelisco
Por Flávio Bittencourt Em: 15/08/2010, às 02H52
Certas curiosidades cariocas deixam desolados os seres patriotas.
O GUARANY (ANTIGO ALCAZAR),
DE MANAUS, DESTRUÍDO NA
DÉCADA DE 1980:
MAS O TEATRO AMAZONAS eles
NÃO CONSEGUIRAM DERRUBAR!
(SÓ A IMAGEM ACIMA REPRODUZIDA,
SEM A LEGENDA DE INDIGNAÇÃO ACIMA
REDIGIDA:
http://catadordepapeis.blogspot.com/2010/06/os-cinemas-de-manaus.html)
"ESTACIONAMENTO DE CAMELOS"
(LEGENDA ORIGINAL DA FOTO, que se acha em:
http://picasaweb.google.com/lh/photo/7HoBYhtRANxlRD2VKbZvhQ)
A BONECA EMÍLIA E SEU PAPAI,
O ESCRITOR MONTEIRO LOBATO
(http://www.colegiomaededeus.com.br/biblioteca/semanabiblioteca2009.htm)
O SENADOR TEOTÔNIO VILELA,
NO TRAÇO DO CARTUNISTA
HENFIL
(http://blogdamariazinha.wordpress.com/2010/03/15/um-dia-para-comemorar-a-democracia/)
MANIFESTAÇÕES PELAS DIRETAS-JÁ,
EM 1984, EM ALAGOAS, com grande
boneco representando o então senador
Teotônio Vilela
(http://www.tradercurrencies.com/currency-trading-videos/index.php?key=Alagoas)
O NOBRE SENADOR
(http://www.psdb-mg.org.br/itv-mg/paginas/index/chave/60)
HENFIL COM CAMISETA
A APRESENTAR O DESENHO
POR ELE PRÓPRIO FEITO,
NO QUAL O SEN. T. VILELA
É REPRESENTADO
(http://www.graunalivros.com.br/homenagem.php)
COMO O BRASIL É UM INVEJADO PAÍS CONTINENTAL, ESTÁ EM LUGAR QUENTE, TEM UM LITORAL DE MAIS DE SETE MIL E QUATROCENTOS QUILÔMETROS DE PRAIAS MARAVILHOSAS E É UMA TERRA EM QUE SE PLANTANDO TUDO NASCE, além de ter muito petróleo, minérios, fabulosos mananciais de água doce (grandes rios e lagos) E MULHERES MUITO BONITAS [como fica bem claro ao se ver a foto paraense acima reproduzida, a título de exemplo], FAZEM TUDO PARA DESTRUIR A MEMÓRIA NACIONAL BRASILEIRA
(Só as fotos de candidatas que concorreram no Concurso de Beleza MISS PARÁ 2009, quando os jurados não sabiam nem quem escolher, JÁ QUE TODAS AS CANDIDATAS ERAM E AINDA SÃO LINDÍSSIMAS,
sem a legenda acima apresentada:
http://www.afolhadomedionorte.com.br/20)09/03/24/miss-para-barcarena-tem-a-mulher-mais-bela-do-pa/)
O PALACETE BRASILEIRO QUE
eles CONSEGUIRAM DELETAR DA
PAISAGEM URBANA DO RIO
(SÓ A REPRODUÇÃO DE IMAGEM DE
CARTÃO-POSTAL:
http://www.almacarioca.com.br/imagem/fotos/rioantigo2/monroe05.jpg)
"O PAVILHÃO S. LUIZ
Era encantador o aspecto da Avenida Central ontem a noite nas proximidades do Pavilhão S. Luiz.
Este imponente edifício iluminado na sua brancura solene, com tons áureos na profusão de suas luzes.
Carros paravam à porta, surgiam casacas, fardas de gala, as bandas de músicas acordavam ...na rua aglomerada, extasiado o povo apreciava todo este efeito soberbo de grandeza iluminada, automóveis curiosos aproximavam-se, senhoritas deitavam olhares lânguidos e sonhadores para o prédio, como se vissem nele um sonho de uma fada realizada.
Lá dentro, solenizava-se a riqueza da produção nacional, distribuía-se o prêmio. No vasto jardim, as luzes em reticências multicores davam ao espetáculo a magia de uma noite oriental.
E o seu reflexo nas águas da Guanabara era como uma epopéia luminosa sobre a mansidão das águas..."
(O JORNAL DO BRASIL, 4.6.1907,
http://www.fotonadia.art.br/monroe/imp_bras.htm)
"MANIFESTO DEFENDE O MONROE
Cento e sessenta e dois arquitetos, engenheiros e críticos de arte divulgaram ontem um manifesto contra a demolição do Palácio Monroe. Mas o próprio redator do documento, Durval Lobo, presidente do Conselho Regional de Arquitetura, disse que a iniciativa era um gesto sem esperança.
''Desejamos apenas firmar perante nossos sucessores que a demolição do Monroe provocou advertência e veemente apelo para que fosse evitada a destruição de um edifício que, além da significação histórica, integra o patrimônio arquitetural representativo do implante da república em nosso país'', diz a abertura do manifesto.
Apesar da falta de esperança, Orlando Machado Sobrinho, membro do Conselho de Turismo da Confederação do Comércio, anunciou que, dentro de 48 horas, será anunciado 'o nome de uma entidade que, através da ação popular por crime contra o Patrimônio Histórico, tentará suspender a demolição.' "
(Jornal O GLOBO, 28.1.1976,
http://www.fotonadia.art.br/monroe/imp_bras.htm)
"PALÁCIO MONROE
'Do Palácio Monroe, testemunho arquitetônico de uma das raras vitórias brasileiras no exterior, ainda há quem ignore a genuína significação. É réplica do pavilhão brasileiro na Exposição Universal de Saint Louis, Missouri, Estados Unidos, em 1904. Pavilhão que ali recebeu o Grande Prêmio de Arquitetura, consagrado como a ''pérola do diadema dos edifícios estrangeiros'' e recebido pela imprensa local com invulgar entusiasmo: ''Essa construção representa um poema'', ''...suas formas personificam a graça'' (''St. Louis Republic'' de 10 de abril de 1904"; ''... a mais nobre concepção que até hoje tenha aformoseado qualquer feira mundial'' (''The Censor'' de 5 de maio); ''...um dos mais belos da exposição e também do mundo'' (''The Post Dispatch'' de 24 de maio). À sua réplica construída no Rio de Janeiro foi dado o nome de Palácio Monroe pelo Presidente Rodrigues Alves, a 31 de julho de 1906, em lembrança a visita que o Presidente Roosevelt fez ao Pavilhão da Exposição Brasileira de São Luís e para perpetuar a recordação da vinda do ilustre Sr. Secretário Elihu Root ao Brasil''. Nele funcionou, graças a Rio Branco, a III Conferência Internacional Pan-Americana; depois, a Câmara, o Senado; é hoje sede do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Nele se inaugurou, em junho de 1907, o busto do General Francisco Marcelino de Souza Aguiar, chefe da comissão brasileira à Exposição de Saint Louis, autor e construtor do pavilhão brasileiro, distinguido com Grande Prêmio.
''Querem agora derubar o Monroe e o busto para no local se instalar cervejaria ou estacionamento de automóveis. Neste país de proporções continentais, deve existir algum outro sítio para se beber cerveja ou estacionar automóveis. Está o Monroe desfigurado? Restauremo-lo. Não mais corresponde às tendências da arquitetura moderna? Também o Louvre ou Versalhes, mas até não constam projetos de sua substituição por calçadões, pavimentados com material a extrair das pirâmides do Egito. Boa área - a das pirâmides - para estacionamento de camelos.''
(ROBERTO MACEDO, Rio
Jornal O GLOBO, 9.8.1974,
http://www.fotonadia.art.br/monroe/imp_bras.htm,
sem o grifo da "Recontando..." na última frase do
trecho transcrito)
[A PERGUNTA A SEGUIR APRESENTADA NÃO É ACACIANA PARA QUEM NÃO SABE QUEM MANDOU DERRUBAR O MONROE - quando se pedem desculpas (por sua obviedade) a quem já "está careca de o saber"...]
"Vamos saber quem mandou derrubar o Monroe? Lá vai a resposta!"
Coluna "Recontando estórias do domínio público"
"(...) A demolição
O início da campanha para a demolição do Palácio Monroe foi detonado em 04/07/1974, pelo jornal 'O Globo', justificando atrapalhar o trânsito e a construção do metrô, qualificando-o como uma mera cópia, desprovido de qualquer valor artístico. Começa a elencar pareceres favoráveis à demolição.
O Palácio, que fora motivo de orgulho nacional, passa a ser chamado de monstrengo do passeio público, sem importância histórica. O local passa a ser especulado pela iniciativa privada para a construção de um edifício garagem, mas a proposta de uma grande praça para a estação do metrô da Cinelândia, rodeada de áreas verdes, ganha adeptos.
O Senador Magalhães Pinto, Presidente do Senado, pressionado pela opinião pública e pelos ataques do jornal 'O Globo', dispõe-se a desocupar definitivamente o prédio.
Em 11 de outubro de 1975, o Presidente Ernesto Geisel autorizou o Patrimônio da União a providenciar a demolição do Palácio Monroe. (...)". (http://www.almacarioca.com.br/cinel.htm)
(http://rio-curioso.blogspot.com/2008/10/obelisco-da-av-rio-branco.html)
"IMPRENSA BRASILEIRA
Visita do Presidente Roosevelt ao Pavilhão do Brasil na Exposição de Saint Louis - EUA em 1904
O PAVILHÃO S. LUIZ
''Era encantador o aspecto da Avenida Central ontem a noite nas proximidades do Pavilhão S. Luiz.
Este imponente edifício iluminado na sua brancura solene, com tons áureos na profusão de suas luzes.
Carros paravam à porta, surgiam casacas, fardas de gala, as bandas de músicas acordavam ...na rua aglomerada, extasiado o povo apreciava todo este efeito soberbo de grandeza iluminada, automóveis curiosos aproximavam-se, senhoritas deitavam olhares lânguidos e sonhadores para o prédio, como se vissem nele um sonho de uma fada realizada.
Lá dentro, solenizava-se a riqueza da produção nacional, distribuía-se o prêmio. No vasto jardim, as luzes em reticências multicores davam ao espetáculo a magia de uma noite oriental.
E o seu reflexo nas águas da Guanabara era como uma epopéia luminosa sobre a mansidão das águas...
O JORNAL DO BRASIL, 04 junho 1907.
MANIFESTO DEFENDE O MONROE
Cento e sessenta e dois arquitetos, engenheiros e críticos de arte divulgaram ontem um manifesto contra a demolição do Palácio Monroe. Mas o próprio redator do documento, Durval Lobo, presidente do Conselho Regional de Arquitetura, disse que a iniciativa era um gesto sem esperança.
''Desejamos apenas firmar perante nossos sucessores que a demolição do Monroe provocou advertência e veemente apelo para que fosse evitada a destruição de um edifício que, além da significação histórica, integra o patrimônio arquitetural representativo do implante da república em nosso país'', diz a abertura do manifesto.
Apesar da falta de esperança, Orlando Machado Sobrinho, membro do Conselho de Turismo da Confederação do Comércio, anunciou que, dentro de 48 horas, será anunciado ''o nome de uma entidade que, através da ação popular por crime contra o Patrimônio Histórico, tentará suspender a demolição.''
Jornal O GLOBO, 28 janeiro 1976.
PALÁCIO ENJEITADO (II)
''Assisto , estarrecida, à destruição do Palácio Monroe. Onde a coerência dos nossos governantes? Tomba-se pelo Patrimônio Histórico um sobradinho qualquer da Rua do Catete, sem nenhuma tradeção, apenas por representar a arquitetura colonial. Está certo. Mas o Palácio Monroe representa muito mais do que isso. Além de ter sido premiado numa exposição internacional de arquitetura, ele simbolizou durante três quartos de século a cidade do Rio de Janeiro.
Lembro-me de ter visto a sua silhueta majestosa e imponente em inúmeras ilustrações, como símbolo da nossa cidade, velendo tanto ou mais que o Pão de Açúcar que lhe serve de fundo. Agora veja-se a total incoerência que presidiu a sua demolição: O Rio precisa muitas vezes de um local pra realizar congressos ocasionais de excepcional importância; precisa também de um salão adequado para apresentação de conjuntos de câmera, ou mesmo para conferência ou cursos sobre música erudita; também carece de um recinto em condições de abrigar com requinte uma exposição de pintura de relevo todo especial.
Pois tínhamos um local disponível para todas estas manifestações e outras mais, de nível elevado, que seriam ali realizadas em rodízio. Ou então aproveita-se o Monroe para uma finalidade única, que viria preencher uma lacuna gritante: uma academia de balé condigna, que estivesse à altura dos talentos que se disperçam por aí fazendo seu aprendizado em locais sem qualquer conforto e muito menos estética. E ela ficaria fronteira ao Municipal, incentivando diretamente uma das artes que ali encontram o seu tempo principal, por sinal a arte mais completa que existe, que é a dança. Ninguém se lembrou, ninguém sugeriu, ninguém reclamou. Ninguém com autoridade suficiente teve o interesse de mandar restaura-lo como ele merecia, devolvendo-lhe sua antiga feição e transformando-o de novo numa autêntica jóia arquitetônica.''
LAURA STAEL RIBEIRO DE ROCHA, Rio.
JORNAL DO BRASIL, 05 fevereiro 1976
PALÁCIO MONROE
''Do Palácio Monroe, testemunho arquitetônico de uma das raras vitórias brasileiras no exterior, ainda há quem ignore a genuína significação. É réplica do pavilhão brasileiro na Exposição Universal de Saint Louis, Missouri, Estados Unidos, em 1904. Pavilhão que ali recebeu o Grande Prêmio de Arquitetura, consagrado como a ''pérola do diadema dos edifícios estrangeiros'' e recebido pela imprensa local com invulgar entusiasmo: ''Essa construção representa um poema'', ''...suas formas personificam a graça'' (''St. Louis Republic'' de 10 de abril de 1904"; ''... a mais nobre concepção que até hoje tenha aformoseado qualquer feira mundial'' (''The Censor'' de 5 de maio); ''...um dos mais belos da exposição e também do mundo'' (''The Post Dispatch'' de 24 de maio). À sua réplica construída no Rio de Janeiro foi dado o nome de Palácio Monroe pelo Presidente Rodrigues Alves, a 31 de julho de 1906, em lembrança a visita que o Presidente Roosevelt fez ao Pavilhão da Exposição Brasileira de São Luís e para perpetuar a recordação da vinda do ilustre Sr. Secretário Elihu Root ao Brasil''. Nele funcionou, graças a Rio Branco, a III Conferência Internacional Pan-Americana; depois, a Câmara, o Senado; é hoje sede do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil. Nele se inaugurou, em junho de 1907, o busto do General Francisco Marcelino de Souza Aguiar, chefe da comissão brasileira à Exposição de Saint Louis, autor e construtor do pavilhão brasileiro, distinguido com Grande Prêmio.
''Querem agora derubar o Monroe e o busto para no local se instalar cervejaria ou estacionamento de automóveis. Neste país de proporções continentais, deve existir algum outro sítio para se beber cerveja ou estacionar automóveis. Está o Monroe desfigurado? Restauremo-lo. Não mais corresponde às tendências da arquitetura moderna? Também o Louvre ou Versalhes, mas até não constam projetos de sua substituição por calçadões, pavimentados com material a extrair das pirâmides do Egito. Boa área - a das pirâmides - para estacionamento de camelos.''
ROBERTO MACEDO, Rio
Jornal O GLOBO, 09 agosto 1974
PALÁCIO MONROE
''Há algum tempo que a conceituada seção CARTAS DOS LEITORES vem publicando imprecações infundadas contra o Palácio Monroe.
Estranho a unanimidade de tais missivas tanto mais porque elas teimam em omitir que o Marechal Francisco Marcelino de Sousa Aguiar, autor do Projeto, ganhou em 1904 em Saint Louis, nos Estados Unidos, o 1º Prêmio Mundial de Arquitetura exatamente com o original daquele Palácio que agora é insultado em prosa e verso. É deveras lamentável que as suas linhas tenham sido ligeiramente alteradas para permitir a construção de casas de máquinas de elevadores, etc. Mas de qualquer forma o funcionamento do Senado da República num prédio que foi galardoado com a primeira classificação internacional, concorrendo com os melhores arquitetos europeus e americanos da época, já constitui fato histórico marcante.
No mais, é o desejo iconoclasta de apagar toda a nossa tradição.
NINA RIBEIRO, deputado, Rio.
JORNAL DO BRASIL, 15 agosto 1974
GEISEL PEDE UM JARDIM NA ÁREA DO MONROE
Brasília (O GLOBO) - O Presidente Ernesto Geisel solicitou, por intermédio do Ministro da Justiça, Armando Falcão, ao Governador Faria Lima que aproveite a área do Palácio Monroe para ali construir um grande jardim Público, não permitindo que a área se transforme em parque de estacionamento de automóveis ou garagens subterrâneas.
A informação foi dada ontem ao GLOBO pelo próprio Ministro
Armando Falcão.
Jornal O GLOBO, 09 junho 1976.
TAMOYO: CONTATOS COM A UNIÃO SOBRE MONROE
O Prefeito Marcos Tamoyo vai entrar em contato com o Governo Federal para conhecer em detalhes a orientação do Presidente Geisel no sentido de cancelar o projeto pra construção de uma garagem subterrânea de dois pavimentos no local do Palácio Monroe.
O anteprojeto da garagem foi elaborado pela Diretoria de Engenharia Urbanística da Secretaria Municipal de Obras, que preparou edital de concorrência pública para escolha da firma que ficaria encarregada da elaboração do projeto definitivo.
CHAFARIZ
Além da construção da garagem, a Prefeitura estava planejando transferir para o local do Palácio Monroe, o chafariz da Praça da Bandeira, um dos mais antigos do Rio, e que até 1961 estava na Praça Quinze. O chafariz terá que sair da Praça da Bandeira devido à construção de uma estação da Linha 2 do Metro, que ligará o Largo da Carioca a São João de Meriti.
Como o Presidente Geisel recomendou ao Governador Faria Lima ''c construção de amplos jardins'' no lugar de estacionamentos ou garagens subterrâneas, a Prefeitura terá que saber a orientação quanto à colocação do chafariz. O Secretário Municipal de Obras, Orlando Feliciano Leão, e o Diretor de Parques e Jardins, Gildo Borges, não quiseram pronunciar-se a respeito da recomendação do Presidente Geisel.
Jornal O GLOBO, 10 junho 1976.
ESPECULAÇÃO
O antigo prédio ocupado pelo Senado Federal, o Palácio Monroe, no Rio, está sendo demolido para em seu lugar ser construída uma praça. A providência foi aplaudida em nome da ecologia mas algumas pessoas a encaram com reservas, já que o prédio estava em um dos poucos locais do Rio onde há muitas árvores - o Aterro do Flamengo, a Cinelândia, o Passeio Público e a Avenida Presidente Wilson - não vendo os verdadeiros objetivos da demolição. A verdade é que o empresário Sérgio Dourado, agora que o prédio está caindo, manifestou interesse em utilizar
as fundações do Palácio, para junto com o grupo Bozano-Simonsen, construir uma gigantesca garagem subterrânea.
Jornal O GLOBO, janeiro 1976.
O OBELISCO
Quem passar atualmente pela Avenida Rio Branco, há de reconhecer o acerto da posição de O GLOBO em favor a demolição do Monroe. Depois de tudo ajardinado, a área ficará uma beleza. Mas há um pormenor: o obelisco, famoso desde 1930, quando os gaúchos amarraram ali seus cavalos. O obelisco minguou, ficou fora de proporção assim solto na paisagem. Talvez deva ser removido para lugar mais adequado. Com a palavras os paisagistas municipais.
Jornal O GLOBO, 26 junho 1976.
CREA QUER OCUPAR O MONROE
O Presidente do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, Sr. Durval Lobo, disse ontem que o Palácio Monroe não deverá ser demolido e que suas dependências provavelmente servirão de sede do CREA. Segundo ele, o Conselho mandará telegrama ao Presidente Geisel requerendo a ocupa;cão do prédio assumindo o ônus de sua restauração.
O Sr. Durval Lobo garantiu que o Monroe não será demolido, porque o Presidente do Senado, Senador Magalhães Pinto, fez apelo nesse sentido ao Presidente Geisel no dia em que devolveu o Prédio ao Governo Federal.
OBRA PREMIADA
Ao prevalecer a opinião do Sr. Durval Lobo, o Palácio Monroe deve servir primordialmente à classe dos engenheiros e arquitetos, porque o prédio é detentor do Grande Prêmio de Arquitetura da Exposição de Saint Louis de 1904.
- O Presidente Geisel - disse o dirigente do CREA - não permitiu a demolição do Copacabana Palace. Agora, mais do que nunca, deve impedir qualquer movimento que vise a demolição do Monroe.
Atualmente o CREA funciona em dois andares de um edifício da Avenida Rio branco e neles trabalham servidores dos Conselhos dos antigos Estados do Rio e da Guanabara. Se o Presidente Geisel autorizar a ocupa;cão do Monroe, o CREA usará todas as dependências do velho palácio.
JORNAL DO BRASIL, 05 julho 1975.
De Deoclécio Redig de Campos, conservador dos museus do vaticano e um dos restauradores mais conceituados do mundo, que está circulando no Rio: ''Achei um erro a demolição do Palácio Monroe. Ele era importante do ponto de vista histórico, porque marcou uma época, e completava um conjunto arquitetônico de outros antigos prédios da Cinelândia, como o Municipal.''
Jornal O GLOBO, 01º setembro 1978.
FUSÃO E PALÁCIO MONROE
Está na ordem do dia a discussão sobre a existência do Palácio Monroe no futuro. Alguns o chamam de monstrengo, mas a maioria o respeita como obra de arte, representante de uma época, amenizador da paisagem, etc.
Trata-se de um prédio com ótimas acomodações e invejável localização para servir ao novo Estado do Rio de Janeiro.
É um edifício de cinco pavimentos, onde já funcionaram serviços públicos exigentes em matéria de espaço e conforto, como são a Câmara dos Deputados, o Senado e o Estado-Maior das Forças Armadas, entre outros.
O novo Estado do Rio de Janeiro não dispõe de instalações nesta cidade, sua capital. O Município do Rio de Janeiro ocupará os imóveis atualmente ocupados pelo Estado da Guanabara, antes ocupados pelo antigo Distrito Federal.
A ocupação de prédios federais pelo novo Estado será um fator de economia para o Governo Federal, com vantagem para a conservação de tais imóveis, evitando uma rápida deterioração, como já se nota na parte externa do Palácio do catete, apesar de estar ocupado.
Devemos salvar e conservar o Palácio Monroe com sua utilização imediata, como a de outros imóveis sem aplicação. O local é agraciado por conjunto de edifícios construídos na época da abertura da Avenida Central, hoje Rio Branco e que , felizmente, ainda existem - o Clube Naval, o Teatro Municipal, o Palácio Pedro Ernesto, a Escola de Belas Artes, a Biblioteca nacional que, com o Palácio Monroe, recordam o estilo arquitetônico do período 1904-1906.
Esse conjunto, com o Palácio Monroe em destaque, compõe a fachada da cidade do Rio de Janeiro. Devemos preserva-lo. Devemos preservar o pouco que resta de uma época.''
CELSO A . DE MACEDO SOARES GUIMARÃES, Rio
Jornal O GLOBO, 24 outubro 1974.
PALÁCIO MONROE
''O GLOBO divulgou diversas opiniões favoráveis ou contrárias à demolição do Palácio Monroe. O projeto da edificação foi premiado nos Estados Unidos e é de autoria do notável engenheiro militar General Souza Aguiar. No Palácio Monroe funcionaram a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Seu nome é uma homenagem a um Presidente dos Estados Unidos e grande amigo da América Latina.
Querem derrubar o prédio para fazer um jardim, embora o Passeio Público esteja tão perto. É conhecida a mania de destruição que causou a retirada das grades de jardins, felizmente depois repostos, e a demolição do Mourisco, por exemplo.
O Palácio Monroe deve ser preservado.''
EUSÉBIO NAYLOR
Conselheiro Vitalício do Clube de Engenharia, Rio.
O GLOBO, 07 outubro 1974.
PALÁCIO MONROE
''Junto-me aos que vêm opinando sobre os destino a ser dado ao Palácio Monroe. Considerando o seu valor histórico, sugiro que seja utilizado como sede de entidade de turismo (federal ou estadual), pois o prédio, além de ser atração turística, está no lugar ideal que é o centro da cidade e próximo a outras atrações turísticas, como o Parque do Flamengo..."
M. ARRUDA, Rio.
Jornal O GLOBO, 10 julho 1974.
PALÁCIO MONROE
''Venho apoiar os que se manifestam a favor da continuação do Palácio Monroe, que deve, aliás, ser competentemente restaurado. Trata-se de um exemplo da arquitetura de uma época, seu projeto foi premiado na Exposição de St. Louis, nos Estados Unidos, e o prédio tem grande valor histórico. Além disso, é uma amenidade na paisagem dos arranha-céus e faz parte de um conjunto com a Biblioteca Nacional, o Museu Nacional de Belas
Artes, o teatro Municipal, o Palácio Pedro Ernesto (atualmente sede da Assembléia Legislativa da Guanabara), a Praça Floriano e a Praça Paris.''
NOÊMIA C. SILVA, Rio
Jornal O GLOBO, 18 outubro 1974".
(http://www.fotonadia.art.br/monroe/imp_bras.htm)