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SÃO LUÍS – Versos memorizados e, somente depois, postos no papel. Assim foi o processo de criação do novo livro do escritor maranhense Nauro Machado. O Esôfago Terminal reúne poemas pensados durante a internação do literário na Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro, enquanto lutava contra um carcinoma no esôfago. O autor, que passou por uma cirurgia, criou 284 poemas sobre enfermidade e morte e, após sair do hospital, recompôs estrofe por estrofe. Em entrevista ao Imirante.com, ele falou sobre a obra que reafirmou qualidades como força e capacidade de memorização.


“Foi escrito durante, aproximadamente, 40 dias. Todo mentalmente. Somente depois passei a mão. Sempre fui assim. Anos atrás, eu perdi o original de um livro chamado Zoologia da Alma. Mandei pelos Correios, e foi extraviado. Eu fiquei desesperado. Consegui reconstituir todo o livro, o que causou a maior surpresa. Vírgula por vírgula o livro foi recomposto”, contou.

Machado ressaltou que escrever poesia sempre foi uma necessidade na sua vida, por isso começou bem cedo, aos 12 anos. “Poesia foi o que sempre fiz na minha vida, a vocação que eu sempre tive. É a justificativa para minha vida que algumas pessoas dizem ser inútil e frustrada. É necessária para a poesia são-luisense” afirma.

Hoje, aos 79 anos, ele entrega uma obra que nasceu do sofrimento no leito de um hospital. O lançamento de O Esôfago Terminal, pela Editora Contraponto, ocorre nesta quarta-feira (12), às 19h, no Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, na Praia Grande.