Imagem: Google
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[Chagas Botelho] 

Já disse aqui e volto a repetir, achava o cineasta, ator e comediante Woody Allen, um chato. Sua silhueta magra me irritava. Não gostava e nem assistia aos seus filmes. Deste modo, logo desprezava os mil papéis que interpretava.

Porém, certa noite, insone, assisti a “Match point”, não por causa de Woody, que foi o diretor da película, e sim, por conta da flamejante Scarlett Johansson. Que mulher, meus amigos. O filme nem era comédia, era um drama pesado. Pronto. Gostei demais.

Dali em diante, depois daquele longa, passei a ver Woody Allen com outros olhos. Mais cheios de encanto. Então, comecei a me aprofundar em sua obra — suas produções. A gostar e admirá-lo de verdade. Até agora, dele, já vi vários longas cômicos.

Virei fã. Não o desprezo mais. Ouso afirmar que de fato é um gênio do gênero, comicidade. A minha aversão transformou “o pulo elegante do maldizer a um elogio”, diria Elena Ferrante, em seu maravilhoso “Dias de abandono”.

Dei também para ler os escritos de Woody Allen. Nesta madrugada mesmo, encerrei a leitura de “Insanidade mental”. Creio que foi o livro que mais demorei em lê-lo, porque é muito bom e não queria que acabasse.

Insanidade mental é a reunião de histórias curtas publicadas em três livros do autor e sobre o autor. O livro é muito engraçado, com temas pitorescos, ri a beça. Me diverti muito, daí o desejo que o livraço não chegasse à última página, ops, li em PDF. Ele escreve um humor sem palavrões e nada de escatológico, tão em voga nesses tempos. 

A escritora gaúcha Marta Medeiros, em seu livro de crônicas “Felicidade crônica, que também li e que me arrancou gargalhadas e reflexões, diz que é obcecada por Woody Allen. Eu ainda não sou, não cheguei a esse estágio, mas é questão de tempo.