[Maria do Rosário Pedreira]

Há uns tempos, indignámo-nos com a passagem do Instituto do Livro e das Bibliotecas a uma mera Direcção-Geral. Os que trabalham com livros sabem a importância que este organismo tem tido ao longo dos tempos, seja na internacionalização da literatura portuguesa, seja na promoção da leitura, seja ainda na realização de feiras do livro em países lusófonos carenciados como a Guiné-Bissau, Moçambique ou Cabo Verde. Nas operações de poupança da despesa pública, houve agora por parte do Governo a decisão de fundir a Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas com a dos Arquivos, criando assim uma nova entidade cuja sigla faz pensar em experiências de laboratório (DGLAB). Não sei bem o que significa esta fusão, porque, segundo percebi, se trata apenas de diminuir o número de cargos dirigentes com vista a uma gestão mais racional (e mais barata) e nos dizem que, apesar dela, a política para o livro é central para a Secretaria de Estado da Cultura. O que me pergunto é se o Director-Geral do Livro, José Manuel Cortês, que foi nomeado há tão pouco tempo, conseguirá manter o lugar ou se tornará, afinal, o monarca do mais curto reinado de sempre à frente da instituição.