[José Ribamar Garcia]

      Cursei o Primário no Grupo Escolar Engenheiro Sampaio, em Teresina.

     Antônio José de Sampaio, nasceu em 1857, na cidade de José de Freitas/Pi. Formou-se em engenharia industrial na Suíça. Em 1889, arrendou as terras pertencentes às fazendas nacionais, mediante contrato firmado entre ele e o então representante do Estado, Barão do Paranapiacaba, João Cardoso de Menezes e Sousa.

    Nessas terras ele instalou a Fábrica de Laticínios Puro Leite, nos moldes suíços, em Campinas do Piauí.  A mais moderna do Nordeste, exportava manteiga e queijo para a Europa e seus empregados, tratados com dignidade recebiam salários mensais pontualmente.      

     O sucesso do Engenheiro Sampaio despertou inveja na tacanha e ambiciosa elite agrária que, secundada pelos políticos por ela adestrados e domesticados, acabou impedindo a renovação do contrato de arrendamento. O resultado foi o fechamento da fábrica que funcionou de 1897 a 1945. E o Piauí perdeu a oportunidade – e o caminho - de ter se tornado, ou encabeçado, o primeiro pólo industrial do Nordeste.  

       Antônio José de Sampaio, faleceu em 1906, na cidade do Rio de Janeiro, onde um bairro, na zona norte,  leva o seu nome: Sampaio.

       Dentre os trabalhos que escreveu, ressalta-se o livro “Descrição Geral do Estado do Piauí”, uma espécie de tratado sobre sua geografia.     

      Sobre esse tema há uma tese de mestrado muito bem embasada e fundamentada, apresentada pela professora Camila Carvalho Moura Fé, perante a Universidade Federal do Piauí, intitulada “Paredes da Memória: A Fábrica de Laticínios Puro Leite em Campinas do Piauí, em Busca da Construção da sua Memória”.                                  

       Homens como Irineu Evangelista de Sousa (Visconde de Mauá, 1813-1889), Antônio José de Sampaio (1857-1906), Delmiro Gouveia (1863-1917), foram empreendedores que pensaram e lutaram por um Brasil grande, que ainda não aconteceu.