CRIATÓRIO DE BOLSONAROS

     Calouradas com sexo, drogas e bebidas alcoólicas têm ocorrido nas universidades públicas brasileiras. É o famoso trote de iniciação aos calouros, uma prática retrógrada, pois hoje quem entra numa universidade já vai sabendo o que vai encontrar lá dentro. Trata-se de uma idiotice que ainda fazia algum sentido na era pré-internet. Hoje o conhecimento está espalhado por todos os lugares, e essa prática de iniciar calouros na vida acadêmica perdeu o sentido, já que os veteranos não sabem muita coisa mais do que os novatos. É mais uma despista para fazer uma orgia do que uma iniciação acadêmica.

     Aqui em Teresina, essa prática atrasada teve seu apogeu na morte de uma jovem estudante  na UFPI. Foi a primeira nesta cidade, mas não foi a primeira no país. Famosas universidades públicas brasileiras, como a UnB e a USP, já tiveram seus assassinados também em suas dependências.

    Paredes imundiçadas com pichações são também uma constante em nossas universidades públicas. Essa sujeira faz parte do velho complexo de revolucionário que acomete grande parte da juventude universitária brasileira. Muitos jovens ainda acreditam que o homofóbico Che Guevara é um exemplo a ser seguido e que Cuba e Coreia do Norte são exemplos de países com justiça social. Fazem parte também desse complexo de revolucionário os gestores e professores, que, com medo de ser chamados de fascitas e conservadores, evitam discordar da realização de bacanais nas salas de aulas. A reitoria da UFPI afirmou que a calourada que resultou no assassinato da jovem não tinha autorização para ser realizada. É mesmo? Então por que não foi lá e impediu a realização dessa orgia macabra? Ficou com receio de ser chamada de fascista e conservadora?

     Não é só durante as tais de calouradas que ocorrem farras com bebidas, drogas e sexo em nossas instituições de ensino superior, não. É durante várias vezes no ano. Na última vez em que estive na UFPI, via garrafas vazias e senti a catinga de maconha rolando solta no ar. Mas ninguém toma providência contra isso. Falta coragem aos gestores, pois o medo de parecer careta é muito grande.

     Qual é consequência de tanta esbórnia e omissão? Ora, é insuflar a extrema-direita, que, independentemente de nossa UFPI, já perigosamente cresce em muitos países, e propiciar o surgimento de figuras como o Bolsonaro. É também desqualificar a universidade pública e incentivar o crescimento das faculdades particulares. É duro constatar, mas nossas universidades públicas se tornaram o criatório de elementos como o covarde que foi para os EUA para não pagar por seus crimes.