Conjuntos musicais em viagem pelo Rio Purus

Músicos de Manaus como o vocalista e tecladista Codajás e Moraiszinho do Sax ou, de Beruri-AM, Barezinho e sua banda, fizeram a alegria de quem seguiu ao Purus a bordo do Alberto Guedes, motor com capacidade para 200 passageiros.

 

       

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PARTES DE UM SAXOFONE

(http://www.mundomax.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/02/Partes-de-Saxofone.jpg)

 

 

 

"(...) Amigo, você é o mais certo das horas incertas.

(...) Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber, que você é meu

amigo.

Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber, que eu tenho um grande

amigo.

Não preciso nem dizer, tudo isso que eu lhe digo, mas é muito bom saber, que esse cara é meu

amigo (...)"

 

ROBERTO A ERASMO CARLOS, Maracanã, Rio, luminosa noite de 11.7.2009

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ESCRAVOS DO SUL DOS EUA (século XIX) - EXPLICA-SE A CADEIA DE ASSOCIAÇÃO

DE IDÉIAS QUE TORNA LÍCITA A EXPOSIÇÃO, AQUI, DESTA FOTOGRAFIA:

Joel Chandler Harris COLETOU ESTÓRIAS DE ESCRAVOS NORTE-AMERICANOS E

ESCREVEU OS CONTOS DE TIO REMUS, aproveitadas décadas depois por Walt Disney:

num quadro (desenho em branco-e-preto) produzido em 1946 por um artista dos

Estúdios Disney chamado Paul Murry, o LUAR  (refletido numa lagoa, com moinho

às margens da lagoa) APRESENTADO É, na singela opinião do responsável por esta

Coluna, FORTEMENTE "AMAZÔNICO" (nesse sentido, uma pintura convencional, 

com luar amazônico - de Charly João Saraiva -, é, também, adiante apresentada), 

constituindo,  o quadrinho de Disney/Murry, uma das imagens mais significativas 

da história mundial dos quadrinhos [instituído ali um momento de elevação de 

atividade (cultural/comercial/lucrativa/burguesa) de entretenimento de massa 

ao estatuto de ARTE MAIOR,  até onde esse processo se torna possível, num 

contexto exacerbadamente elitista e antipopular, ainda que não necessariamente 

"antipop", ao menos depois da aceitação da pop art em requintados museus,

centros culturais e galerias de arte do Ocidente, a partir dos revolucionários 

anos 1960]

(Só a foto, sem a legenda explicativa acima redigida:

http://questgarden.com/88/01/4/091112091643/index.htm;

sobre o folclore americano e quadrinhos, leia, no final da matéria, artigo de Max, responsável

por blogs como Cadernos de Guerra, Canône Ocidental e outros)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O COELHO QUINCAS, do folclore do sul do EUA,

"DIALOGA" COM O BONECO DE PIXE, sob os olhares

dos perversos urso e raposa de ZÉ GRANDÃO e JOÃO HONESTO,

respectivamente

(http://cadernosdeguerra.blogspot.com/2010/03/imaginacao-e-fantasia.html)

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NO TRAÇO DE PAUL MURRY (1911 - 1989), desenhista dos Estúdios Disney (EUA),

o cenário florestal de uma estória do Coelho Quincas [desenho animado e

quadrinhos a partir das estórias de Tio Remus, coletadas pelo escritor e

folclorista estadunidense Joel Chandler Harris (1845 - 1908)] apresenta um

luar que lembra estupendos luares amazônicos; estes, como se sabe, 

podem ser melhor contemplados, por exemplo, em lagos amazônicos

(Só a reprodução de duas tiras de quadrinhos:

http://lambiek.net/artists/m/murry_paul.htm)

  

 

  

Quadro Beleza Amazônica

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Pintura BELEZA AMAZÔNICA,

autor: Charly João Saraiva

(http://consultoriainternacional.wordpress.com/arte-plastica/exposicao-5/)

 

 

 

 

(http://coisaskigosto.blogspot.com/2009/07/gosto-da-lua.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Apêndice Paredão antropomorfo" [peça arqueológica que representa uma cabeça humana, segundo a tradição Paredão, cuja ocorrência se verifica no Amazonas; Foto: Fernanda Preto]

(http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/ceramicas-na-amazonia.html

 

 

 

(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0044-59672009000300025&script=sci_arttext)

 

 

 

(http://www.gartic.com.br/imgs/mural/vi/victtu/1228425059.png)

 

  

 

Almas de mortos passeando por aqui

 

 

 

 

 

 

 

 

Em foto de Jair Jacqmont (30.5.2010), o Alberto Guedes

aparece ancorado na Ponta do Leopoldino, local que hoje é

um verdadeiro cartão postal do Lago do Ayapuá (Baixo Purus):

nesse motor apresentaram-se CODAJÁS (MARQUINHO MANAUS,

NOME ARTÍSTICO QUE RECENTEMENTE ADOTOU), MORAISZINHO DO SAX, 

OS EXPERIENTES ÉBER, EDIENE E BETO LAMBADA, ALÉM DE BATISTA

(O MAIS NOVO VOCALISTA A INTEGRAR ESSA BANDA MANAUARA) E O 

CONJUNTO MUSICAL - a BANDA CIDADEDO CANTOR E COMPOSITOR

BAREZINHO, DE BERURI-AM 

 

 

 

 

Pandemia de gripe A: médicos lusos elogiam a ação preventiva da OMS  

 

 

 

 

 

 

 

 

A NETA DE LOURENÇO E FELICIDADE MELLO, MARIA JOSÉ FARIA DE MELLO, matriarca da

Família Nicolau de Mello, do Amazonas, RECEBE A VISITA, EM SUA CASA NO AYAPUÁ (Ponta do

Leopoldino), DE FLÁVIO BITTENCOURT E JAIR JACQMONT, na tarde do sábado, 29.5.2010

Foto: Jair Jaqmont [OBSERVE, POR FAVOR, A FALTA DE SIMETRIA, convergente, ENTRE

A LINHA DA PAREDE onde termina a janela E O LIMITE DA PORTA, convergência que

está em oposição à perspectiva pictórica renascentista - com "ponto de fuga invertido",

portanto (lembrando as linhas do moinho da lagoa, do desenho de DISNEY/MURRY)!

(COM ESSA FOTO, O GRANDE DESENHISTA E PINTOR JAIR JACQMONT DEMONSTRA

SER TAMBÉM EXÍMIO PRATICANTE DA fotografia artística)]

 

 

 

"Os músicos que trabalhando seguiram ao Purus no final de maio último são profissionalmente impecáveis, tocam músicas da preferência de sua audiência eventual e, no barco, em horas de folga, mostram-se muito gentis com os passageiros que apreciam sua arte, dando atenção a todos que lhes pedem para contar estórias de shows e de viagens amazônicas: de fabulosos shows e de - como diria Scarlet  Moon de Chevalier - inenarráveis viagens amazônicas "

COLUNA "Recontando estórias do domínio público"

  

 

 

 

As telas amazônicas de Jair Jacqmont

 

 

 

 

 

 

 

 

O ARTISTA PLÁSTICO JAIR JACQMONT, UM DOS CO-GESTORES DA ÁREA DE CULTURA DO

AMAZONAS [servidor público lotado na Secretaria de Cultura do Estado], NO INTERIOR DO

AMAZONAS DEMONSTROU TAMBÉM TER PLENO DOMÍNIO DA SEMIÓTICA DA ARTE FOTOGRÁFICA,

em imagem fixa de autoria do responsável por esta Coluna "Recontando estórias do domínio

público", de 28.5.2010, logo antes do por-do-sol, A BORDO DO ALBERTO GUEDES, JÁ NO

RIO PURUS, RUMO AO LENDÁRIO LAGO DO AYAPUÁ

 

 

 

JAIR: a "dica" da audição/visão aqui de

Roberto e Erasmo Carlos no YOUTUBE é para você:

http://www.youtube.com/watch?v=j2Y9OMOczIo   

ESTÁDIO JORNALISTA MÁRIO FILHO (MARACANÃ),

RIO DE JANEIRO, 11 de JULHO de 2009

 

 

 

 

 

[IMG_2722.jpg] 

 

 

 

 

 

 

 

A FOTÓGRAFA FERNANDA PRETO

(http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/ceramicas-na-amazonia.html)

 

 

 

 

                                A todos os músicos citados,

                                aos meus primos Nicolau de Mello e a Jair Jacqmont Cantanhede,

                                ao artista plástico (pintor) Charly João Saraiva, aos membros da

                                tripulação, 28 a 31.5.2010, do Alberto Guedes,

                                agradecendo a Max, responsável pelo Blog Cardernos de Guerra,

                                ao fotógrafo Celivaldo Carneiro, ao blogueiro Jeso Carneiro e a

                                Fernanda Preto - a esta última pelas notícias (textuais e fotográficas)

                                sobre os achados arqueológicos amazonenses da equipe do MAE/USP,

                                que mostram um pouco da grande produção utilitária e artística

                                de nossos ancestrais autóctones, vale dizer, dos queridos 

                                VOVÔ ÍNDIO e VOVÓ ÍNDIA, vestígios impressionantes que fornecem

                               consistência material e moral à construção de um objeto de pesquisa

                               que não é, "apenas", científico, mas familiar-imemorial, especialmente

                               nos casos das pessoas que indiodescendentes são

 

 

10.6.2010 - Eles são craques na arte de entreter platéias, também na majestosa via fluvial - Há dias, aqui, o título da matéria apresentada foi: "Rogel Samuel, Lourenço Mello e o Lago do Ayapuá", onde se mencionou o irmão de L. Mello, Leopoldino Mello [http://www.portalentretextos.com.br/colunas/recontando-estorias-do-dominio-publico/rogel-samuel-lourenco-mello-e-o-lago-do-ayapua,236,4167.html]. Um dos barcos que seguiu para o festejo da Santíssima Trindade (final de maio/2010) foi o "Leopoldino", de Leonir Mello, sua senhora, Dª Trindade Mello e família; a seguir, é apresentada uma foto (de F. Bittencourt, captada na câmera de J. Jacqmont, artista plástico que também foi visitar o Ayapuá) dessa embarcação [na última fotografia, aparecem os renomados músicos amazonenses Codajás e Moraiszinho do Sax, em atuação num outro motor que seguiu para o mencionado festejo anual, o "Alberto Guedes".

 

Silva Neto Sobrinho escreve sobre a Arca de Noé 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

Proa do motor "Leopoldino", homenagem a Leopoldino Mello, da ÉPOCA ÁUREA DA CASTANHA E DA BORRACHA [o barco foi construído recentemente; o homenageado viveu na segunda metade do século XIX e no início do séc. XX; também seguiu ao Festejo o "Alberto Guedes", com capacidade para 200 passageiros] (Foto: Flávio Bittencourt)

 

 

Marcas de empresas ficcionais

 

 

 

 

 

 

 

 

No motor Alberto Guedes, repleto de primos da família Mello e muitos amigos, também de Beruri, Codajás (à esquerda) e Moraiszinho do Sax navegando e trabalhando, já no retorno - fluvial - a Manaus, vindos da grande Festa da Santíssima Trindade, no Baixo Purus (margem esquerda)

 

 

Além de Codajás e do saxofonista Moraiszinho do Sax, revezaram-se na atuação na banda embarcada em Manaus [Barezinho é o cantor e compositor que lidera a banda de Beruri que tocou dessa cidade ribeirinha até o destino final do barco: a Banda Cidade]  vocalistas profissionais como Éber (do Clube Municipal, de Manaus), Ediene, Beto Lambada (que também é guitarrista) e Batista (menos experiente na atuação profissional, mas não menos talentoso como vocalista).  Decano do conjunto, Moraiszinho do Sax, por muitos anos foi músico da Banda da Polícia Militar do AM: passando, por tempo de serviço, para a reserva remunerada da Corporação, esse policial-músico de longo curso tanto na Polícia quanto na atuação na noite manauara - sempre tocando saxofone -, juntamente com o não menos competente Codajás (ou Marquinho Manaus, como também é conhecido), conferiu grandeza musical à inesquecível viagem, além de seus colegas músicos que embarcaram em Manaus rumo ao Rio Purus, como também os da banda  de Beruri (Banda do cantor e compositor  Barezinho) que interpretaram, com  competência e emoção, evocando o  LAGO MARAVILHOSO (na expressão de  Carlos Araujo Lima*) - o Ayapuá -, a música  "Gaivota amiga", cujo autor  é Lindomar  Nicolau  de Mello,  um dos descendentes do desbravador do Baixo Purus (Manoel Nicolau de Mello) que ainda mantém laços  afetivos  com  a  região  do  fabuloso   Lago  do  Ayapuá. (F. A. L. Bittencourt, [email protected])
Foto: Flávio Bittencourt
 
(*) - Assim o criminalista amazonense falecido em 1998 referiu-se ao grande  Lago de suas férias de infância e adolescência no livro - ainda inédito - Um advogado depõe.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: Celivaldo Carneiro, reproduzida no blog de Jeso Carneiro

(http://jesocarneiro.blogspot.com/2006/08/imagens-de-santarm_10.html)

 

 

 

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ARQUEOLOGIA AMAZÔNICA,

por FERNANDA PRETO

 

"Cerâmicas na Amazônia

 
 
Outra etapa de produçao de imagens para o MUSA, foi a documentação das cerâmicas descobertas nos sítios arqueológicos na região de Iranduba. Iranduba fica entre os rios Negro e Solimões e após o período da borracha foi abandonada, e reativada com a zona franca de Manaus e distrito industrial. Esta região possui 100 sitios arqueológicos e há 11 anos se faz pesquisa em um projeto chamado Projeto Amazônia Central, coordenado pelo Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo - Mae/Usp, junto com a Universidade Federal do Amazonas.
Estima-se que no século 16 viviam mas de 5 milhões de pessoas na Amazônia!!! Em aldeias com 10 mil pessoas!!! Sendo que a maior parte dependia da agricultura de plantas domesticadas e semidomesticadas. E a prática dessa agricultura que sempre mudava de lugar, deu espaço para as "TERRAS PRETAS", em função da matéria orgânica depositada nessas áreas. Uma terra extremamente fértil. E onde foram encontradas as peças que fotografei.

 
urna funerária híbrida (Paredão e Guarita) com tampa. Sítio Lago do Limão. Município de Iranduba, Amazonas, 2005.

 

apêndice Paredão antropomorfo


 

vasos Guarita com decoração acanalada e flanges mesiais. Sítio Lauro Sodré. Município de Coari, Amazonas, 2007" (FERNANDA PRETO,

http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/ceramicas-na-amazonia.html)

 

 

EXPOSIÇÃO MUSA,

ainda segundo FERNANDA PRETO

 

"Quinta-feira, 30 de julho de 2009

Exposição MUSA

 
 
As imagens que fiz para o MUSA também foram usadas no stand na 61 SBPC. O design dos painéis foi o Marcelo Menezes que fez, meu grande amigo e sócio na Mirabile - arte, design e fotografia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Equipe do MUSA que trabalhou arduamete para tudo sair lindo assim!"

(FERNANDA PRETO,

http://fernandapreto.blogspot.com/2009/07/exposicao-musa.html)

 

EM SÃO PAULO-SP, PRECISANDO DE SERVIÇOS DE FOTOGRAFIA E DESIGN GRÁFICO, PROCURE A  MIRABILE - ARTE, DESIGN E FOTOGRAFIA!

 

 

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ARTIGO INTITULADO "A tradição do bem", de Ulysses Bittencourt, sobre generosas pessoas (Fileto, Cecilinha e Damiana), filhas de Carolina dos Santos - a Tia Calu -, uma ex-escrava afrodescendente estabelecida em Ayapuá, Estado do Amazonas (Brasil)

 

A TRADIÇÃO DO BEM

por Ulysses Bittencourt

 

Ver imagem em tamanho grande

ULYSSES BITTENCOURT, filho do Prof. Agnello Bittencourt (autor de Reminiscências do Ayapuá), geógrafo [A. B.] que residiu e lecionou em Ayapuá, durante o boom econômico da borracha [e da castanha-da-Amazônia, produto florestal que era muito explorado naquela região baixopuruense], NASCIDO EM MANAUS-AM, EM 16.4.1916, E FALECIDO NO RIO DE JANEIRO-RJ, EM 19.3.1993

 

"Geralmente o registro que fica de pessoas é o alusivo àquelas de certa projeção social, das que, de alguma forma, grangearam maior ou menor notoriedade pelo sentido de suas ações. Mas todos nós também conhecemos gente humilde e anônima que poderia servir de paradigma aos seus semelhantes e de cujas virtudes só toma conhecimento quem de perto tem a oportunidade de observá-las.

No século passado [retrasado: o Autor refere-se ao século XIX, uma vez que o artigo foi publicado em 1984], no Aiapuá (Rio Purus), viveu Carolina dos Santos, a Tia Calu, ex-escrava da Família Mello, notável por sua bondade. Toda sua longa vida foi voltada à prática do bem, sem exceções e mesmo à custa do maior sacrifício. Tia Calu muitas vezes se privava de algo para socorrer alguém. Sua caridade ficou lendária em toda a região e, o que é mais importante, foi transmitida aos seus descendente. Tendo enviuvado em 1889, veio a falecer nonagenária, cercada de respeito e carinho. De seus cinco filhos, conheci três: Fileto, Cecília e Damiana, figuras adoráveis.

Fileto viveu sempre no Lago do Ayapuá e lá morreu muito idoso. Cecília ficou solteira e acompanhou fielmente, até o fim, a família de Cacilda e Benjamin de Araujo Lima, cujos filhos e netos ajudou a criar. Com eles morou, viajou pela Europa, conheceu Paris e faleceu no Rio de Janeiro, em 1954. Sempre discreta, só se manifestava para dizer alguma coisa agradável. Nunca a vi reclamar de nada, sequer queixar-se de calor, frio ou cansaço. Tinha, em relação à Vida, um estilo de humildade superiormente filosófico. As punições de fingida severidade que Cecília infligia às crianças mais teimosas lembravam aquele personagem negro do Eça de Queiroz, ao punir a montaria rebelde com uma estocada de guarda-chuva, mas acertando-a de propósito apenas sobre a alabarda da sela. E, assim, conseguia impor-se. Toda solidariedade e amor, Cecília era adorada por quem a conhecia. Hoje, os seus restos repousam no Rio de Janeiro, juntamente com os de D. Cacilda e Dr. Benjamin, no jazigo perpétuo da Família [Cemitério São João Baptista, bairro de Botafogo, Rio].

Damiana casou, enviuvou, teve três filhos, viveu e morreu em Manaus. Era especialista em lavar e passar "fatos" brancos, camisas, punhos e colarinhos, admiravelmente engomados. Em Manaus morou num terreno de propriedade do Dr. Benjamin Lima, onde hoje se acha o Patronato Santa Terezinha. Sua casa de madeira ficava no centro de extenso pomar, tendo à frente um imenso pé de taperebá. Ali havia de tudo - goiabas, mangas, abios, ingás, sorvas, abacates, pupunhas, laranjas, açaí e bacaba - o que se imaginasse. Mas o que mais perdura na lembrança era o café, colhido, torrado e moído no pilão pela própria Damiana - o melhor, sem dúvida, em aroma e sabor. Naquela residência simples, todos eram recebidos sempre com alegria espontânea. Ambiente pobre, mas cheio de magnetismo positivo, de bons fluidos. No início da década de 40, Álvaro Maia [político e escritor amazonense que, interventor nomeado por Getúlio Vargas, governou o Estado por vários anos] doou o Grupo Escolar "Gonçalves Dias" e, usando de sua velha amizade pessoal, conseguiu que Benjamin Lima e Olympio de Menezes vendessem seus terrenos por preços simbólicos, para, na área, erguer a sede do Patronato, na esquina da Av. Sete de Setembro com a Rua Duque de Caxias. Com isso, Damiana foi para outro terreno que os Araujo Lima possuíam, na "Estrada do Parque Dez". Com a morte de Damiana, esse lote, já reduzido em seu tamanho original, veio a ser vendido por seus filhos e passou a integrar a propriedade do saudoso ex-Governador Danilo de Mattos Areosa.

Para essa segunda morada, também Damiana levou seus bons eflúvios. Era chegar e sentir. Além do Raimundo, falecido ainda moço, seus filhos Mariquinha e Manduca (este, funcionário público) não negavam o sangue bom que tinham. Eram de brandura incomum, prontos a auxiliar, satisfeitos quando podiam prestar alguma ajuda, pelo puro regozijo de servir. Na sua humildade, na sua modéstia e no altruísmo de suas vidas, constituíram exemplos das mais raras qualidades caboclas".

                              (Publicado em A crítica, de Manaus, 14.12.1984,

                              republicado em Patiguá (coletânea póstuma de crônicas de U. B.),

                              Rio de Janeiro: Copy & Arte, 1993, pp. 104-105)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

BENJAMIN FRANKLIN DE ARAUJO LIMA: além de Agnello Bittencourt, que se

casou com uma filha de Lourenço e Felicidade chamada Tertunilla Mello, 

Benjamin Lima também se tornou genro - ao se casar com Cacilda, irmã

de Tertunilla - do casal Cel. Lourenço e Dª. Felicidade Mello; o mencionado

geógrafo [A. Bittencourt (1876 - 1975)] relata, no opúsculo Reminiscências

do Ayapuá (Rio de Janeiro: A. Bittencourt, 1966) conversas travadas com

seu sogro L. Mello, por exemplo, SOBRE FÁBULAS DE LA FONTAINE, como

também viagens de sua família, feitas juntamente com a família de

Benjamin Lima, ao Lago do Ayapuá [TRECHO DESSA OBRA

PRECIOSA SERÃO NESTA COLUNA BREVEMENTE TRANSCRITAS,

F. A. L. Bittencourt] (Só o retrato desenhado de B. Lima, sem a legenda

acima conferida, está, na Web, em:

http://www.obidos.com.br/personalidades/lima.htm)

 

OBS. - O ESCRITOR ROGEL SAMUEL TRANSCREVEU

EU SEU BLOG UM TRECHO DO LIVRO CITADO, DE

A. BITTENCOURT:

http://historiadosamantes.blogspot.com/2009/01/agnello-bittencourt-reminiscncia-do.html

 

 

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Blog CADERNOS DE GUERRA, produzido no estado de Minas Gerais (Brasil), por MAX [Não é mencionado o nome completo do responsável pelo blog]

 

"24/03/2010

Imaginação e fantasia

 

[continuação e conjecturas a respeito do post anterior]


Uma interseção interessante entre o trabalho de Propp sobre a morfologia dos contos maravilhosos e a literatura fantástica dos séculos XIX e XX pode ser encontrada, curiosamente, em Walt Disney. (Depois que escrevi é que percebi a temeridade da afirmação... mas vamos lá.)
Disney adaptou vários contos populares em versões "amaciadas", como Branca de Neve, Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e outros - acho que todo mundo viu pelo menos algum desses "clássicos Disney". Não sei se alguém se lembra, entretanto, do Coelho Quincas - que vivia fugindo e enganando os dois brutamontes descerebrados João Honesto (o nome é uma ironia com a raposa mais que larápia) e João Grandão, o urso. Esse conto se baseia em um personagem que tem grande ressonância na cultura afro-americana, mas que não diz nada pra nós - talvez o mais próximo que tenhamos desse personagem seja o Saci, o curupira ou Pedro Malasartes. Brer Rabbit, no original, é um personagem arquetípico da tradição oral afro-americana, baseado em dois animais mitológicos africanos, a aranha Anansi, do povo Ashanti, e Ijapa, uma tartaruga Ioruba. Como esses arquétipos, sofre perseguição de animais maiores, e sempre sai ileso usando sua inteligência superior, sua rapidez de pensamento e, se tudo o mais falhar, sua maior velocidade. (Esses personagens não são incomuns na tradição européia, onde vão desde Pedro Malasartes - Pedro Urdemales - ou mesmo, para ficar num exemplo recente, o personagem em que se baseia a peça Till, do Grupo Galpão).
Bom, Disney adaptou a história para desenho animado, e a curiosidade é que, num determinado momento do primeiro desenho, o arte-finalista esqueceu de desenhar uma cerca sobre um precipício - e o Quincas estava apoiado nessa cerca. Quando passou o desenho, Quincas apareceu então apoiado em pleno ar, desafiando as leis da gravidade... para surpresa e gargalhada geral dos desenhistas. Diz a lenda que foi a partir desse escorregão que perceberam o potencial desafiador do desenho e iniciaram, a partir desse episódio, aquelas circunstâncias fantásticas onde o personagem anda sobre o ar e só cai quando percebe que não há nada debaixo dele - ou só sente dor quando vê que a mão está pegando fogo, e inúmeras outras situações absurdas como essas...

PS: Só para adicionar um tempero mais fantástico - nesse caso, da minha imaginação, puramente - o bispo Berkeley, com seu nominalismo, a ser levado ao pé da letra, permitiria situações assim na nossa realidade. Mas isso já é muita viagem... só pra chatear os filósofos recentes que tentam ressuscitar o bom bispo.

PS 2: Apesar de ter sido recolhido na cultura oral do sul escravagista dos Estados Unidos, a forma tomada pela narrativa escrita - principalmente nas narrativas do "Uncle Remus" de Joel Chandler Harris - é claramente condescendente e racista, como no famigerado Cabana do Pai Tomás (outro "uncle" no original, Uncle's Tom Cabin). A narrativa de Disney não traz isso de maneira perceptível, tentando ficar somente no caráter lúdico-didático das fábulas e contos populares originais".  (MAX)

(http://cadernosdeguerra.blogspot.com/2010/03/imaginacao-e-fantasia.html

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O COELHO QUINCAS (Br'er Rabbit [Brother Rabbit,

Mano Coelho]) CONTRACENA COM ZÉ GRANDÃO

(Br'er Bear [Brother Urso, Mano Urso]) EM PÁGINA DE

ESTÓRIA EM QUADRINHOS DE WALT DISNEY,

DESENHADA POR PAUL MURRY, PUBLICADA

EM JANEIRO DE 1946

(http://pmurry.blogspot.com/2009/01/as-tiras-com-o-quincas-1946.html)

 

 

 

VISITE OS BLOGS DE Max, ENTRE ELES O CADERNOS DE GUERRA E O CÂNONE OCIDENTAL:

http://cadernosdeguerra.blogspot.com e

http://canoneocidental.blogspot.com 

 

 

 

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SERVIÇO: Como chegar

 

 

Amazonas: o Professor Agnello conta estórias de ribeirinhos

 

 

 

 

 

 

 

 

MEMBROS DA FAMÍLIA NICOLAU DE MELLO,

DO AMAZONAS, QUE O CONVIDAM PARA O FESTEJO

A SER REALIZADO EM JUNHO/2011, NO LAGO

DO AYAPUÁ: A SRª. MARIA JOSÉ (ao centro), COM

SEUS FILHOS GRACI E LEONIR: em razão da grande

afluência de parentes, amigos e interessados, no

próximo ano, possivelmente, dois grandes motores -

cada um deles com capacidade para 200 passageiros

(lotação que JAMAIS é ultrapassada) - serão fretados

para levar os convidados de Manaus e de Beruri

ao Ayapuá (OS FRANGOS E BOLOS QUE SÃO OBJETO

DO LEILÃO [cujo objetivo é cobrir despesas do

Festejo, para que, no ano próximo, ainda mais atrações,

segurança e conforto sejam oferecidos aos convidados]

SÃO REQUINTADAMENTE ELABORADOS e gastronomicamente

decorados NA RESIDÊNCIA DA SRª MARIA JOSÉ, localizada na

Ponta do Leopoldino, às margens do Ayapuá)

 

 

CONHEÇA, COM CONFORTO E SEGURANÇA, O Lago do Ayapuá [de preferência,

durante o festejo da Santíssima Trindade, quando 4 ou 5 soldados da PM de Beruri

policiam a festa dançante, animada por excelentes bandas de música de Manaus e

de Beruri, comemoração que acontece depois da procissão e "vira a noite"

(até às 7 horas da manhã do dia seguinte, com revezamento dos conjuntos,

na atuação musical ao vivo e intervalos, poucos, com execução de som gravado)

no fim de semana imediatamente anterior ao feriado de Corpus Christi

bailes na noite do sábado / madrugada de domingo - e na noite seguinte]

(Informações: telefone de Leonir Mello, (92) 3641-2057, Manaus-AM), 

outras informações (dia, hora e local da saída do barco, preços [transporte fluvial,

refeições], possibilidades de ocupação de camarote ou noites em redes-de-dormir):

e-mail: [email protected] 

[recados p/ Leonir Mello - A/C de Adriana Mello, da firma BISCOITO REGIONAL

FAZENDA AYAPUÁ]

 

 

CONTATO PARA CONTRATAÇÃO DOS MÚSICOS

PARA EVENTOS EM PERCURSO FLUVIAL OU

EM TERRA FIRME (Manaus, Beruri):

(92) 3641-2057, falar c/ Leonir Mello

  

 

 

 

 

NO LAGO DO AYAPUÁ sua presença é benvinda!

[de acordo com orientação acima já assinalada,

NA ÉPOCA DO REFERIDO FESTEJO VOCÊ SERÁ

MELHOR RECEBIDO, UMA VEZ QUE HÁ O APOIO,

TAMBÉM, DA PREFEITURA DE BERURI, com

presença de autoridades municipais nos eventos da  

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, além da recepção

apoteótica, c/ fogos de artifício explodindo, banda 

tocando a musica "GAIVOTA AMIGA" e - na entrada do

GRANDE LAGO - c/ circunvoluções de lanchas com esquis,

rabetas (canoas), voadeiras e jet skisna celebração do

encontro dos visitantes com a rica existência atual GRANDE LAGO,

sob a evocação histórica da Conquista  da Região, em 1852, pelo

DESBRAVADOR DO AYAPUÁ, CAP. MANOEL NICOLAU DE MELLO,

sua família e colaboradores]

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

A CASA GRANDE DO LAGO DO AYAPUÁ - das quais

restaram, atualmente, apenas ruínas -, em 1928:

A ÂNCORA QUE VOCÊ VÊ, NESSA FOTO, ENTRE O BANCO

ONDE ESTÃO NETOS ADOLESCENTES DE LOURENÇO E FELICIDADE MELLO

A CASA GRANDE ESTÁ ATUALMENTE, EM PEDESTAL, NA PONTA DO

LEOPOLDINO: tire uma fotografia, em Ayapuá, junto à ÂNCORA DO PIONEIRO!

(http://historiadosamantes.blogspot.com/2009/01/agnello-bittencourt-reminiscncia-do.html)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

NO TRAÇO DO GENIAL DESENHISTA E CRIADOR BELGA HERGÉ

(1907 - 1983), o "Licorne", galeão cujo comandante era um ancestral

do personagem Cap. Haddock chamado Francisco Cavaleiro de

Haddock

(http://kis90bd.free.fr/les_zamignoufs/pages/dvd_tintin_07.php)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[Não restando imagens do navio do Cap. Nicolau de Mello, a imagem

acima reproduzida é meramente ilustrativo-aproximada]

EM SEU NAVIO "CAROLINA", EQUIPADO PARA NAVEGAR TAMBÉM EM ALTO MAR,

o Cap. Manoel Nicolau de Mello desbravou, em 1852, a região do Lago do Ayapuá,

depois de prestar bons serviços no leva-e-trás passageiros e carga entre Manaus

e o grande Lago, depois de abandonado, naufragou,  tendo permanecido submerso

nas águas do Ayapuá até que sua âncora foi içada por caboclos mergulhadores:

esse monumento náutico (a âncora que, hoje, está sobre pedestal, com inscrição

em pedra com dizeres sobre o feito histórico, colocada pela Família Nicolau de Mello), 

respeito do qual escreveu um artigo o Prof. Agnello Bittencourt (Reminiscências

do Ayapuá,  1966, artigo transcrito ao final desse livro), hoje é fotografado pelos

visitantes do Ayapuá, que sempre desejam guardar a sua lembrança ao lado

da ÂNCORA DO "CAROLINA", quando comparecem ao Festejo da Santíssima Trindade

(Imagem, sem a legenda acima lida: http://xisbeicon.wordpress.com/2009/11/

  

 

 

João Pestana faz você sonhar colorido

 

 

 

 

 

 

 

 

O ARTISTA PLÁSTICO E CO-ADMINISTRADOR DA CULTURA

AMAZONENSE JAIR JACQMONT JUNTO A ÂNCORA DO

"CAROLINA", NAVIO A VELA COM  O QUAL O DESBRAVADOR

CAP. MANOEL NICOLAU DE MELLO E AUXILIARES PENETRARAM

NO LAGO DO AYAPUÁ, EM 1852: MONUMENTO NÁUTICO DE

GRANDE SIGNIFICÂNCIA HISTÓRICO-SOCIAL, PRESERVADA E

COM SATISFAÇÃO MOSTRADA PELA FAMILIA MELLO AOS

ILUSTRES CONVIDADOS DOS FESTEJOS QUE ANUALMENTE

ACONTECEM NA PONTA DO LEOPOLDINO, UM DOS  CARTÕES-

POSTAIS DAQUELA FABULOSA REGIÃO DO BAIXO PURUS

Foto: Flávio Bittencourt (manhã de domingo, 30.5.2010)

 

 

 

A Silvino Santos, nos 40 anos de seu falecimento

 

 

 

 

 

 

 

 

A CAPELA DA SANTÍSSIMA TRINDADE, na

Ponta do Leopoldino, antes da saída da  

procissão

Foto: Jair Jaqmont (início da noite de sábado,

29.5.2010) 

 

 

CONFIRA O CONTEÚDO DE:

http://www.youtube.com/watch?v=EjAPT1fZ6F0&feature=related

 

NA FEIRA DE DOMINGO DA AV. EDUARDO RIBEIRO, CENTRO (MANAUS, AMAZONAS),

VISITE O STAND DA FÁBRICA DE BOLACHAS E LICORES Biscoito Regional Fazenda Ayapuá Ltda.

 

PRESTIGIE OS MÚSICOS PROFISSIONAIS DO ESTADO DO AMAZONAS!

 

VISITE O MARAVILHOSO LAGO DO AYAPUÁ!