[Flávio Bittencourt]

Conceitos da Comunicação de Massa (2)

Teoria do Newsmaking.

 

  

 

 

 

 

 

"Teorías de la Comunicación

Tendencias Actuales del Estudio de Medios

Mauro Wolf, Italia (Diálogos de la Comunicación Edición N.30)

Resumen
En este informe me propongo establecer dos aspectos relacionados entre sí: en primer lugar, en el estudio de medios se está produciendo en la actualidad un desarrollo nuevo y significativo; en segundo lugar, el reflejo y el cambio que se está produciendo en el estudio y en el debate teórico y cultural en este sector, a causa de las transformaciones habidas en el sistema de los medios.
(...)"

(http://www.dialogosfelafacs.net/revista/articulos-resultado.php?ed=74&id=3)

 

 

 

R7 NOTÍCIAS

TECNOLOGIA E CIÊNCIA

DIVULGOU:

"publicado em 02/02/2011 às 16h33:

 

Magnata lança primeiro jornal
digital diário para o iPad do mundo

Feito especialmente para o tablet da Apple, The Daily vai custar R$ 1,65 por semana

Da AFP, com R7 (...)"
 

 

The Daily, iPad

(http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/magnata-lanca-primeiro-jornal-digital-diario-para-o-ipad-do-mundo-20110202.html

 

 

 

 

 

"A interpretação transforma e adapta o significado da mensagem recebida, fixando-a às atitudes e aos valores do destinatário até mudar, por vezes, radicalmente, o sentido da própria mensagem."

 (MAURO WOLF, citado em artigo adiante [DEPOIS DO TRABALHO ACADÊMICO] transcrito, na íntegra)

 

 

 

O (ATUALIZADO) EMBLEMA DA E. S. E. V. (Portugal):

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(http://www.esev.ipv.pt/)

 

 

 

 

"NAS FACULDADES DE JORNALISMO ESTUDA-SE A TEORIA DO NEWSMAKING"

(Coluna "Recontando...")

 

 

"O TRABALHO ADIANTE TRANSCRITO, COMO INFORMAM SEUS AUTORES, FOI APRESENTADO AO PROF. LUÍS MIGUEL CARDOSO, RESPONSÁVEL PELA DISCIPLINA Teoria da Informação e Comunicação, DO PRIMEIRO ANO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE VISEU (PORTUGAL), EM MAIO DE 2002"

(IDEM)

 

 

 

 

 

Escola Superior de Educação de Viseu:


 

(http://edicoesonlinedaimprensaportuguesa.blogspot.com/p/sobre-nos.html)

     

 

 

"SINCERAMENTE, PARA ALGUÉM AFIRMAR QUE AO JORNALISTA - não se fala aqui do colaborador eventual, mas do repórter, do redator, do copidesque (revisor), do programador visual / diagramador, dos editores e de outras funções [*] do profissional que "bate ponto" no veículo de comunicação, diariamente - NÃO DEVE SER EXIGIDO DIPLOMA DE NÍVEL SUPERIOR, É PRECISO QUE ESSA PESSOA NUNCA TENHA LIDO UM TRABALHO COMO, POR EXEMPLO,  O DOS (então) ESTUDANTES PORTUGUESES NUNO FILIPE PEREIRA & HUGO MANUEL ALMEIDA, construído a partir do estudo cuidadoso [CORRETAMENTE CITADOS AUTOR E FONTE] da tradução portuguesa do livro TEORIAS DA COMUNICAÇÃO, DE MAURO WOLF, sobre NEWSMAKING"

(COLUNA "Recontando estórias do domínio público")

[*] - De acordo com Beatriz Dornelles, há 8 oito funções básicas: "reportagem, redação, copidesque, edição, diagramação, fotografia, revisão e direção" (http://www2.metodista.br/unesco/GCSB/Comunicacoes_caracteristicas_jornais_leitores.htm,

onde consta a seguinte Bibliografia:

"

  • ALMEIDA, Gastão Thomaz de. Imprensa do Interior, Um Estudo Preliminar. São Paulo, Convênio IMESP/DAESP, 1983.
  • BAHIA, Juarez. Três fases da imprensa brasileira. Santos, Editora Presença, 1960.
  • BAHIA, Juarez. Jornal, História e Técnica. São Paulo, Ibrasa, 1972. 4ª ed. Ampliada, São Paulo, Ática, 1992.
  • BUENO, Wilson da Costa. Caracterização de um objeto-modelo conceitual para a análise da dicotomia imprensa industrial/imprensa artesanal no Brasil. São Paulo, 1977, 440p. Dissertação de Mestrado em Jornalismo, Universidade de São Paulo.
  • GOMES, Pedro Gilberto. O Jornalismo Alternativo no projeto popular. São Paulo, Edição Paulinas, 1990.
  • JOBIM, Danton. Espírito do Jornalismo. São Paulo, Com-Arte; Edusp, 1992. (Coleção Clássicos do Jornalismo Brasileiro).
  • MELO, José Marques de; GALVÃO, Waldimas (org.). Jornalismo no Brasil Contemporâneo. São Paulo, CJE-ECA/USP, 1984.
  • RÜDIGER, Francisco. Tendências do Jornalismo. Porto Alegre, Editora da Universidade, 2ª ed., 1998. "

 

 

 

 

                        HOMENAGEANDO OS PROFESSORES DOUTORES 

                        MAURO WOLF (ITÁLIA),

                        LUÍS MIGUEL CARDOSO (PORTUGAL) E

                        BEATRIZ DORNELLES (BRASIL) [**] E

                        PARABENIZANDO, PELO EXCELENTE TRABALHO

                        APRESENTADO À SUA FACULDADE, EM 2002, OS (hoje) EX-ALUNOS

                        DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VISEU, PORTUGAL,

                        NUNO FILIPE PEREIRA E

                        HUGO MANUEL ALMEIDA -

                        A QUEM SE DESEJA MUITA SAÚDE,

                        SUCESSO E VIDA LONGA

 [**] - Professora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Famecos/PUCRS, Doutora em Jornalismo Comunitário e Mestre em Jornalismo Científico pela USP e membro do Grupo Comunicacional de São Bernardo.

 

 

19.1.2012 - Estudam-se refinadas teorias de construções de notícias em faculdades de Jornalismo - Quem imagina que ao profissional-jornalista não deve ser exigido diploma de nível superior (DE, NO MÍNIMO, 4 ANOS DE DURAÇÃO) possivelmente não sabe disso.  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

EM MAIO DE 2002,

OS ESTUDANTES NUNO FILIPE PEREIRA E

HUGO MANUEL ALMEIDA

APRESENTARAM AO

PROF. LUÍS MIGUEL CARDOSO,

DA ESCOLA SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DE VISEU,

O SEGUINTE TRABALHO:

 Trabalho sobre o newsmaking valores/notícia
 
"Introdução
 
Propusemo-nos neste trabalho fazer um estudo sobre o newsmaking os valores/noticia. Este estudo incidiu no livro de Mauro Wolf Teorias da Comunicação no qualpodemos encontrar diversos exemplos e noções relativamente ao funcionamento das empresas informativas. Dentro destas podemos encontrar vários processos e maneiras de simplificar o tratamento da informação e construção das notícias. Nestes processos estão presentes os valores/notícia como parte integrante e essencial da funcionalidade da profissão jornalística, visto que funcionam como linhas guia que estão presentes em todo o processo de produção informativa e não só na fase da selecção.
 
  Nas palavras do próprio autor:
 

Definida a noticiabilidade como um conjunto de elementos através dos quais um órgão informativo controla e gere a quantidade e o tipo de acontecimentos, de entre os quais há que seleccionar as noticias, podemos definir os valores/notícias (news values), como uma componente da noticiabilidade. Estes valores constituem a resposta à pergunta seguinte: quais os acontecimentos que são considerados suficientemente interessantes, significativos e relevantes para serem transformados em notícias?” 

 

O newsmaking: os valores/notícia

 

Os valores/notícias funcionam na prática de uma forma complementar, na selecção e escolha dos acontecimentos a transformar em notícias, são diferentes combinações que ocorrem entre diferentes valores/notícias que recomendam a selecção de um facto.

Como segundo aspecto é que os valores/notícia são critérios de relevância e que estão espalhados por todo o processo de produção desde a selecção até ao produto final. Este valores/notícia funcionam como linhas guia e sugerindo em todo o processo que deve ser realçado e o que dever ser omitido e o que dever ser prioritário na preparação das notícias a apresentar em público.

Os valores/notícia são regras de fácil compreensão e utilização que são utilizados no trabalho profissional e implicitamente ou explicitamente conduzem os procedimentos operativos numa redacção. Outro aspecto importante relacionado com os valores/notícia está ligado ao tipo de processo de que são parte constitutiva. Os jornalistas não podem sempre que apareça um acontecimento novo criar um novo conjunto de características valores/notícia, que vão fazer oposição ao conjunto de características valores/notícia utilizado em acontecimentos anteriores. Assim tem que haver coerência neste conjunto de características valores/notícia que não são mais do que as linhas guia em todo o processo. Tudo isto serve para rotinizar tal tarefa de forma a torná-la exequível e gerível. O atributo rigor dos valores/notícia não é mais que a lógica da tipificação que tem como objectivo prático o de fazer com que de uma forma programada se torne o mais fácil a repetitividade de certos procedimentos a fim de evitar incertezas excessivas e a de simplicidade do raciocínio. Os valores/notícias deverão permitir que a selecção do material seja realizada com rapidez de uma maneira quase “automática”, que seja defensável “postmortem” e se caracterize por um certo grau de flexibilidade e de comparação e sobretudo, que não seja susceptível de demasiados impedimentos.

Existem ainda duas considerações a fazer, a primeira de caracter dinâmico, ou seja, que nos dá a visam de que os valores/notícia mudam no tempo e não permanecem sempre os mesmo estão atentos e de acordo com a época. Hoje em dia assuntos que, há alguns anos “não existiam”, constituem hoje de uma forma geral, notícia, existe deste modo uma extensão gradual do número e do tipo de temas considerados noticiáveis. Alguns destes temas impuseram-se de tal forma  que determinaram uma cobertura informativa criando assim uma adaptação e uma extensão dos critérios de noticiabilidade  para uma área que anteriormente não constituía noticia.

Existe ainda uma cobertura informativa que os mass media reservam aos chamados “single issue movement”, movimentos estes que se solidificam na sociedade civil em torno de problemas simples.

Este tipo de movimentos começa a constituir noticia ultrapassando deste modo o limiar da noticiabilidade. Estabelece-se uma integração entre as estratégias de noticiabilidade adaptadas pelos “single issue movement” e os valores/notícias aplicados pelos órgão de informação.

Pode dizer-se então que cada novo sector, tema argumento ou assunto, se torne regularmente “noticiado”, desde que exista um reajustamento e uma redefinição dos vlares/notícias.

A segunda consideração, está ligada à anterior, indica que as especialização temática constitui um índice significativo do modo como os valores/notícia se traduzem em prática organizativas.

Os especialistas não podem ser deixados inactivos, a organização de uma redacção em sectores temáticos específicos são indicações dos critérios de noticiabilidade que nele vigoram.

Os valores/noticias  provem de pressupostos implícitos ou de considerações relativas:

 

a. ás características substantivas das notícias; ao seu conteúdo;

 

b. à disponibilidade do material e aos critérios relativos ao produto informativo;

 

c. ao público;

 

d. à concorrência.

 

A primeira categoria está relacionado  com o acontecimento a transformar em notícia;  a segunda, diz respeito ao conjunto de processos de produção e realização; a terceira,  está relacionada com a imagem que os jornalistas têm acerca   dos destinatários e por fim a quarta consideração diz respeito ás relações entre os mass media existentes no mercado informativo.

 

Critérios Substantivos

 

Nem todos acontecimentos podem ser notícia. É imprescindível preencher os requisitos necessários a partir da importância e do interesse da notícia. A definição do que é importante e interessante para ser noticiado passa pelo reconhecimento de variáveis que delimitam essa natureza os valores/notícia.

Existem quatro variáveis que determinam esta importância:

           

O Grau e nível hierárquico dos indivíduos envolvidos no acontecimento noticiável,  e está relacionado com toda a sociedade, desde dirigentes governativos até à sociedade comum cobrindo assim todos os nichos da sociedade mas   “quanto mais o acontecimento disser respeito aos países de elite, tanto mais provavelmente se transformará em notícia”; “ quanto mais o acontecimento disser respeito ás pessoas de elite, mais provavelmente se transformará em notícia”. Dentro da mesma relevância alguns itens mesmo que não visualizáveis, repetitivos e aborrecidos devem ser dados a conhecer ao público, isto acontece nomeadamente com as notícias políticas e estrangeiras.

O parâmetro de avaliação da importância  de uma acontecimento  noticiável está directamente relacionado com o grau na hierarquia assim sendo e dando um exemplo dos dirigentes governativos  tanto é mais noticiável a notícia de um primeiro-ministro que um subsecretário governativo, ou seja o grau do poder institucional ou de outras hierarquias vai determinar a relevância e a noticiabilidade do acontecimento.

             

Impacte sobre a nação e sobre o interesse nacional.  Isto é a notícia interessa se tiver capacidade de alguma forma influir ou incidir sobre o país. Vai interessar ao leitor ou ao ouvinte se a noticia poder ser compreendida por esteou seja se estiver dentro do contexto cultural. Igualmente a proximidade quer geograficamente quer culturalmente vão interessar aos potenciais ouvintes e leitores. Isto porque a proximidade implica a partilha de pressupostos culturais comuns. No entanto as noticias estrangeiras poderão começar com o país vizinho por este ser geograficamente mais próximo assim poder fazer uma melhor cobertura do acontecimento com um grau muito grande de veracidade. Quanto mais longe se torna geograficamente o acontecimento poderá levar a uma notícia distorcida devido á recolha e tratamento da notícias. Os redactores utilizam o esquema da difusão das notícias locais(país), país mais próximos (culturalmente, politicamente e geograficamente) e o resto do mundo. A notícia aprece com mais frequência em países desenvolvidos até porque no resto do mundo (não desenvolvido) não existem infra-estruturas políticas e sociais que possam constituir notícias relevantes e noticiáveis.  

 

 Quantidade de pessoas que o acontecimento (de facto ou parcialmente) envolve.  Esta variável diz-nos que quanto maior for número de pessoas ou personalidades estiver relacionado com o acontecimento maior é a visibilidade ou seja maior á o valor/notícia. Por outro lado se houver uma acontecimento exemplo um desastre de avião geograficamente próximo e com um número limitado de vítimas, é mais noticiável que um outro acontecimento mais longe e com um maior número vítimas, é uma questão de impacto junto do público.

 

Relevância e significatividade do acontecimento quanto à evolução futura de uma determinada situação.  A importância de uma notícia pode ser uma forma diferente realçada, sublinhada ou acentuada em relação aos valores/notícia relativamente à concorrência, uma entrevista em exclusivo pode fazer toda a diferença na compreensão de assunto ou acontecimento. Assim os critérios substantivos são dois a importância e o interesse da notícia. Se todas as notícias importantes são de uma maneira mais fácil seleccionadas quase obrigatoriamente as de interesse podem ter um caracter mais subjectivo assim sendo menos vinculativa para todos. O interesse que a história possa ter está muito ligado com público algo a quem a história de destina e os valores/notícia e que pode-se definir como “capacidade de entretenimento”. O objectivo é a de manter desperto o interesse do público pelo noticiário e também não muita utilidade  em fazer um tipo de jornalismo aprofundado se o telespectador ou o leito não mostra interesse por este. Assim desta forma esta capacidade de entreter o público deverá situar-se numa posição elevada na lista dos valores/notícia, quer como sendo um fim em todo o processo jornalístico mas também como o de potenciar e concretizar outros ideais jornalísticos. Segundo Gans  existe algumas categorias que podem servir de lista para identificar os acontecimentos noticiáveis:

 

a. histórias de gente comum que é encontrada em situações insólitas, ou histórias de homens públicos surpreendidos no dia a dia da sua vida privada;

 

b. histórias em que se verifica um inversão de papeis (“o homem que morde o cão”);

 

c. histórias de interesse humano;

 

d. histórias de feitos excepcionais e heróicos. 

 

  Critérios relativos ao produto

 

            Em relação ao material e ao produto informativo temos que realçar as suas características específicas e sua disponibilidade.

            Quanto à disponibilidade, tem se averiguar a acessibilidade do acontecimento e seus requisitos técnicos (a sua estruturação de forma a ser coberto  e a despesa necessária para o cobrir.

            Relativamente ao produto, os critérios explicam-se segundo os procedimentos produtivos e possibilidades técnicas e organizativas características de cada meio de comunicação específico. Estes critérios são aplicados com rigor cada vez maior quando a notícia decresce de importância.

            Nesta categoria, seguindo orientações de Golding e Elliot deve-se incluir também o critério de brevidade. As noticias devem ser o mais claras e concisas possível de forma a poderem enquadrar-se nos valores/noticia e no mecanismo de produção. Esta necessidade de brevidade é verdadeiramente visível no mundo televisivo onde a quantidade de material noticiável é tanta que para ser encaixada nos noticiários tem de ser bem escolhida e esquematizada.

            Outro critério de relevância da notícia é o de ideologia de notícia. De acordo com muitos autores, os acontecimentos são mais noticiáveis dependendo dos seus efeitos negativos, sendo que qualquer acontecimento que quebra a rotina é noticiável. Este critério varia consoante vários elementos como a origem ou a evolução das próprias empresas jornalísticas, sendo que, na sua maioria, estas empresas têm tendência natural para focar mais o pontual e menos o rotineiro.

            A actualidade é outro valor/notícia ligado ao produto informativo. Os acontecimentos devem ser sempre o mais actuais possíveis.

            O critério anterior é facilmente associável ao de frequência A periodicidade de produção informativa é uma forma de determinar a actualidade dos acontecimentos. O critério da continuidade contraria o da actualidade uma vez que uma noticia ao ser repetida durante muito tempo vai perder o teor actual... Justifica-se a continuidade de uma história quando esta vai tendo novos desenvolvimentos.

            Critérios operativos inerentes ao de actualidade :

           

Actualidade interna- se um determinado tema é novidade/actual para o jornalista, presume-se que o seja também para a generalidade do público. Diz-se por isso também que são os jornalistas que criam a actualidade...

 

            Repetição- Se uma noticia é classificada de repetitiva ou de parecida com outras já existentes passa a ser não noticiável. Para exemplificar isto podemos falar das noticias de política interna.

            A qualidade é outro critério muito relevante, o qual Gans divide em cinco tópicos:

 

a-      a acção (quanto maior/melhor for a ilustração/realce, melhor será a noticia

 

b-     o ritmo ( fazer a noticia o menos aborrecida possível )

 

c-      o carácter exaustivo da noticia ( fornecer todos os pontos de vista sobre um artigo controverso ou dar o maior número de dados cogniscitivos possível sobre o assunto a ser tratado )

 

d-     a clareza da linguagem ( no caso da televisão, o telespectador não terá a hipótese de voltar atrás para rever o que não percebeu )

 

O último valor notícia relativo ao produto é o equilíbrio. A noticiabilidade de determinados acontecimentos é aumentada se a categoria onde estes estão inseridos escassear na globalidade do produto informativo e desta forma poderem equilibrar esse mesmo produto.

 

Critérios relativos ao meio de comunicação

 

Na informação televisiva, a noticiabilidade aumenta com a possibilidade de fornecer bom material visual. Este valor/noticia não diz respeito somente às qualidades técnicas standard mas também à capacidade de uma noticia ilustrar um acontecimento.

            Gans considera o texto verbal tão essencial como as imagens porque muitas vezes é ele que carrega a informação.

            A frequência é outro critério de noticiabilidade muito importante no que ao meio de comunicação diz respeito. Quanto mais a frequência de um acontecimento se adaptar à do meio de comunicação mais probabilidade tem de ser noticiado. Por frequência de um acontecimento entende-se o tempo que este leva a tomar forma e a ganhar significado.

            O formato é o valor/noticia que diz respeito ao espaço existente para a produção noticiosa, ou seja, a quantidade de filmagens que há para apresentar num noticiário, a sua duração...Dentro destas limitações e em comum a todos os meios de comunicação aparece a necessidade de um artigo ter uma introdução, uma parte central e uma conclusão.

 

Critérios relativos ao público

 

            Os critérios que aqui são retratados são controversos e dizem respeito à imagem que o jornalista tem do público e ao papel que essa imagem desempenha.

            Por um lado e apesar de todos os estudos levados a cabo pelas empresas informativas em conhecer as características da audiência, os jornalistas raramente chegam a conhecê-las até por opção própria, defendendo que a sua obrigação é a de apresentar notícias e não agradar ao público. Por outro lado, o jornalista, devido à sua posição privilegiada no mundo das notícias, é a pessoa indicada para saber o que é do interesse do público. Visto que é uma área ambígua tem de se arranjar mecanismos quer para combater a vassalagem ao público quer para manter autonomia.

            Segundo Golding e Elliot, podem-se especificar os critérios relativos ao público através da “estrutura narrativa”. Para Gans existem três categorias:

 

a- as notícias que permitem uma identificação por parte do espectador

 

b- as notícias de serviço

 

c- as notícias ligeiras 

 

Para além disto existe a “protecção”, ou seja, a não noticiabilidade de factos que provavelmente feririam susceptibilidades ou provocaram estados de ansiedade ou traumas no público.

 

Critérios relativos à Concorrência

 

            Na opinião de Gans, a competição origina três tendências. Por um lado, a tendência que se regista nos mass media, que é de garantir exclusivos, invenção de novas rubricas e feitura de pequenas “caixas” sobre os pormenores. Esta tendência provoca a fragmentação, ou seja, a centralização nas figuras de elite outros factores que não permitem transmitir uma imagem fidedigna  da realidade social.

            A segunda tendência consiste no facto de um mass media agir em função de outro, ou seja, noticiar um acontecimento por achar que o outro o irá fazer.

            A terceira tendência aparece ligada à segunda dado que as expectativas recíprocas resultam na semelhança nas coberturas informativas nos mass media.

            A competição contribui ainda para que seja criados parâmetros profissionais e modelos de referência.

 

 

Conclusão
 
Podemos então concluir que apesar de estarem presentes em todas as fases da produção informativa os valores/notícia não assumem graus de relevância iguais entre si. A funcionalidade destes advém de combinações reciprocas e das diversas avaliações que têm que ser feitas consoante a variedade de notícias a serem tratadas. Cada notícia está revestida de um caracter singular e como tal todas requer uma avaliação da disponibilidade e credibilidade, da importância ou do interesse do acontecimentos e da actualidade, para além de uma avaliação dos critérios relativos ao produto, ao meio de comunicação e ao formato. Os valores/notícia são então algo de abstracto e só ganham forma quando aplicados na realidade, ou seja, no desenrolar da produção informativa onde contribuem para rotinização do processo e para simplificar a tarefa do jornalista que de outra forma.

  

 

Bibliografia 
 

WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa, Presença, 1994.(3a. edição).

 

 

Autores

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Alunos do primeiro ano de Comunicação Social 2001/2002
Escola Superior de Educação de Viseu"

 

(http://newsmakingvalores.no.sapo.pt/)

 

 

 

 

===

 

 

 

SECÇÃO Aspas

(OBSERVATÓRIA DA IMPRENSA;

editor: Alberto Dines),

artigo - NO QUAL IDEIAS

DE MAURO WOLF SÃO MENCIONADAS

publicado originalmente na

Tribuna do Norte

[DEZ. / 2001]:

 

BAIXO NÍVEL
 

Tácito Costa 

"Além dos apocalípticos e integrados", copyright Tribuna do Norte, 3/12/01

[INFORMADO POR OBSERVATÓRIA DA IMPRENSA online

 

"As análises sobre a televisão, que têm ocupado muito espaço nos jornais ultimamente, em decorrência do processo acelerado de degradação da programação, ainda se encontram presas ao reducionismo e maniqueísmo que Umberto Eco apontava e tentava superar há mais de vinte ano em seu famoso livro ‘Apocalípticos e Integrados’.

De um lado, os que vêem os meios de comunicação de massa como o principal agente da alienação moderna (os apocalípticos). Do outro, os que acham que eles contribuem para melhorar o nível da cultura (os integrados). No meio, os que vêem o que estes meios têm de bom e de ruim. Embora esteja cada vez mais difícil apontar algum programa que ela produza que tenha realmente qualidade ou importância.

Basicamente, as críticas tentam chamar a atenção para o baixo nível da programação e o potencial de alienação, imbecilização, incitação à violência e burrice que eles causam. Quanto ao lixo que vai ao ar, não há o que discutir. Todos concordam. Agora, com relação aos efeitos que essa programação pode provocar, a discussão é polêmica.

Em seu livro ‘Teorias da Comunicação’, o italiano Mauro Wolf, cita outro estudioso J. T. Klapper (autor de ‘Os efeitos da Comunicação de Massa’), para mostrar que talvez seja ingenuidade acreditar num processo automático de causa e efeito com relação a alienação provocada pela programação dos MCM: ‘Os elementos do público não se expõem à rádio, à televisão ou ao jornal num estado de nudez psicológica; pelo contrário, apresentam-se revestidos e protegidos por predisposições já existentes, por processos seletivos e por outros fatores’.

Essa constatação levou Mauro Wolf a seguinte conclusão (que vem no parágrafo seguinte à citação de Klapper), com a qual concordo inteiramente. ‘A interpretação transforma e adapta o significado da mensagem recebida, fixando-a às atitudes e aos valores do destinatário até mudar, por vezes, radicalmente, o sentido da própria mensagem’.

O autor italiano, em seu livro, repassa criticamente todas as teorias acerca da comunicação de massa e conclui que ‘de uma forma global, todos os estudos acerca da forma da mensagem mais adequada para fins persuasivos, salientam que a eficácia da estrutura das mensagens varia, ao variarem certas características dos destinatários, e que os efeitos das comunicações de massa dependem essencialmente das interações que se estabelecem entre esses fatores’.

E por não levar em conta todos essas variáveis, uma boa parte das críticas sobre os meios de comunicação resulta simplista, pouco fundamentada e às vezes preconceituosa.' "

(http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos/asp12122001995.htm)