{Maria do Rosário Pedreira}

O senhor Manguel, de nome próprio Alberto, passou parte significativa da sua juventude a ler para Jorge Luis Borges e apaixonou-se, naturalmente, pela literatura (embora já tivesse um fraquinho por ela antes). É um literato muito respeitado em todo o mundo, tendo vivido, além de na Argentina, onde nasceu, em Israel, no Canadá e em França, onde está actualmente. Foi professor, tradutor, crítico (no New York Times e no Times Literary Supplement, por exemplo) e antologiador, além de romancista, mas é pelos seus estudos literários que é mais famoso e aplaudido. Entre outras obras, escreveu Uma História da Leitura e também o Dicionário de Lugares Imaginários, de que já falei neste blogue e foi recentemente publicado em português pela Tinta-da-China. Ora, por causa da saída desse livro em Portugal, o senhor Manguel foi recentemente entrevistado pela Lusa e deu, nessa entrevista, a sua opinião sobre a literatura portuguesa, afirmando que «tradicionalmente, Portugal tem autores que fazem parte da grande literatura universal, como Fernando Pessoa, Eça de Queirós, António Lobo Antunes ou Gonçalo Tavares» (foi, de resto, por causa da menção a Tavares que chamei ao post «O senhor Manguel», quiçá exprimindo o desejo de que o jovem escritor dedique a Manguel um dos seus volumes do Bairro no futuro). Quando um estudioso desta craveira se refere elogiosamente a escritores da pátria, não podemos senão ficar satisfeitos. Digamos que foi um bonito presente de Natal.