[Flávio Bittencourt]

César Lattes e os 50 anos do méson pi

Se o cinquentenário houve em 1997, em 2007 aconteceu o transcurso dos 60 anos daquela descoberta científica.

 

 

 

 

 

 

 

 


 

(http://socyberty.com/history/the-maya-civilization/)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

CARTAZ DE FILME ANCORADO EM INTERPETAÇÃO - talvez

incorretamente pessimista - DE UM "PROFECIA" ATRIBUÍDA À 

FABULOSA  CIVILIZAÇÃO MAIA, MESOAMERICANA -,

A RESPEITO DE FIM DE MUNDO [FIM DOS HUMANOS, uma vez que,

mesmo que os humanos sumam do universo,

não se prevê explosão do planeta como um todo]

(SÓ AS REPRODUÇÕES DOS CARTAZES, SEM A LEGENDA

ACIMA ENGENDRADA:

http://www.cinepop.com.br/filmes/2012.php)

 

 

 

 

 

 

"(...) No museu de Niels Bohr, em Copenhague, Dinamarca, há uma carta em que está escrito "Por que César Lattes não ganhou o Prêmio Nobel - abrir 50 anos depois da minha morte". Como Bohr morreu em 1962, somente em 2012 saberemos a resposta do enigma. (fonte: Wikipedia) (...)
 

(http://planetaterra2012.blogspot.com/search?q=nobel)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O EX-GOVERNADOR DO ESTADO DO RS E DO ESTADO DO RJ (BRASIL),

ENG. LEONEL BRIZOLA, É ACLAMADO PELO POVO: foi ele amigo do DR. OLOF PALME,

EX-PRIMEIRO-MINISTRO SUECO QUE INFELIZMENTE FOI ALVEJADO POR TIROS DE

REVÓLVER DE UM PEQUENO BANDIDO [Sr. Christer Pettersson], EM SEU PAÍS,

EM 1986

(SÓ A FOTO, SEM A LEGENDA A CIMA DIGITADA:

http://ericksilveira.blogspot.com/2010/06/vida-e-obra-de-leonel-de-moura-brizola.html)

 

 

 

 

 

 

"(...) Apesar de [O POLÍTICO BRASILEIRO, INFELIZMENTE JÁ FALECIDO, ENG. LEONEL DE MOURA BRIZOLA] falar apenas o espanhol conseguiu comunicar-se às mil maravilhas e seduzir instantanea e permanentemente homens como Willy Brandt, François Mitterand, Olof Palme e, o amigo de sempre, Mario Soares. (...)".

(ALFREDO SIRKIS,

http://www2.sirkis.com.br/noticia.kmf?noticia=8567399&canal=276&total=51&indice=0)

 

 

 

 

 

OBSERVAÇÃO DESTA COLUNA:

SE OS PAÍSES SULAMERICANOS TÊM

TAXAS ELEVADÍSSIMAS DE HOMICÍDIOS,

OBSERVE COMO UM GRANDE ESTADISTA

SUECO, SOCIAL-DEMOCRATA COMPETENTE

E HONESTO, FOI MORTO POR PEQUENO

BANDIDO - que estaria ou não a serviço de

conspiração capitalista... -, MOSTRANDO QUE

NÃO HÁ RAZÃO PARA QUE SUECOS TENHAM

PRECONCEITO CONTRA POVOS SUBDESENVOLVIDOS

OU EM VIAS DE DESENVOLVIMENTO, uma vez que

fatos terríveis, criminais, também acontecem por lá...

 

 

"Assassinado Olof Palme, Primeiro-ministro sueco [FEV. / 1986]
 
Actualizado em 28-02-2010 00:17

 

 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

A 28 de Fevereiro de 1986, Olof Palme, primeiro-ministro da Suécia, é assassinado, numa rua do centro de Estocolmo.

Com dois tiros no estômago, Olof Palme foi transportado para o hospital, mas chegou lá já sem vida. A mulher, Lisbeth, que o acompanhava, ficou ferida.

Olof era conhecido pela descontracção com que passeava nas ruas. Acreditava num governo aberto e próximo dos cidadãos. E foi, precisamente, num desses passeios, depois de uma ida nocturna ao cinema, que foi assassinado.

Tinha 59 anos. A sua morte chocou os suecos. Social-democrata, defendeu os trabalhadores, as causas do Terceiro Mundo e opunha-se à guerra (fez campanha pelo fim do conflito no Vietname, por exemplo).

Na altura da sua morte, Olof foi acusado de ser pró-soviético e de não defender os interesses da Suécia, refere a BBC.

Em 1989, Christer Pettersson foi considerado culpado pelo assassínio e preso, mas acabaria por ser libertado por falta de provas. Pettersson morreu em Setembro de 2004 e, segundo a BBC, antes de morrer, confessou ter sido o autor do homicídio. No entanto, a investigação sobre a morte do então primeiro-ministro sueco continua.

Também neste dia:

1904 – Fundado o Grupo Sport Lisboa, que dá origem a Sport Lisboa e Benfica
1916 – Morre o escritor norte-americano Henry James
1922 – Independência do Egipto e fim do protectorado britânico
1976 – Carlos Lopes vence, no País de Gales, o Crosse das Nações
1979 – Moçambique decreta a pena de morte

Editado por Pedro Rios".
(http://www.rr.pt/informacao_nestedia.aspx?fid=103&did=93150)

 

 

 

 

 

 

"(...) As emulsões expostas na Bolívia por Cesar [CÉSAR LATTES] revelaram, aproximadamente, mais 30 rastros de mésons duplos. Feito os cálculos constatou-se que de fato a teoria do pesquisador correspondia à realidade. (...) O feito rendeu a Powell o prêmio Nobel de Física. Lattes e Occhialini (que foram os verdadeiros responsáveis pela descoberta) não receberam o reconhecimento devido pelo seu trabalho. (...)".
 

(http://www.webartigos.com/articles/38194/1/Cesar-Lattes-O-brasileiro-que-o-nobel-esqueceu/pagina1.html)

 

 

 

 

 

 

 Ficheiro:Fossombrone.jpg
 

FOSSOMBRONE, comuna italiana da região dos Marche [QUE SE SITUA NO CENTRO-LESTE ITALIANO], província de Pesaro e Urbino, onde nasceu o Dr. Beppo Occhialini. eminente físico italiano que foi professor do saudoso Dr. César Lattes, o notável cientista brasileiro, nascido em Curitiba-PR, que NÃO GANHOU O PRÊMIO NOBEL DE FÍSICA PORQUE A ACADEMIA SUECA MOSTROU-SE, como de hábito, INJUSTA E PRECONCEITUOSA

(SÓ A FOTO, SEM A LEGENDA ACIMA APRESENTADA:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Fossombrone)

 

 

 

 

 

PRÊMIO NOBEL DE FÍSICA (1950):

C. F. POWELL, físico inglês

 

1950

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Biography

CECIL FRANK POWELL for his development of the photographic method of studying nuclear processes and his discoveries regarding mesons made with this method".

(http://www.mlahanas.de/Stamps/NobelPhysics.htm)

 

 

 

 

 

 

 

"I drink not to Beppo [Dr. Beppo Occhialini, físico italiano que descobriu, juntamente com o brasileiro Dr. César Lattes, o MÉSON PI, há mais de 60 anos], but to us all: may we collaborate with him, it is a practically sure way of winning a Nobel Prize".

(DR. BRUNO PONTECORVO, frase reproduzida no último artigo na íntegra adiante transcrito)

 

 

 

 

 

HOMENAGEM A CESAR LATTES, no

Youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=5BFzk5Gn7Mk,

onde se pode ler:

"(...) Ele [CÉSAR LATTES] figura como um dos poucos brasileiros na Biographical Encyclopedia of Science and Technology de Isaac Asimov, como também na Enciclopédia Britânica. (...)

No museu de Niels Bohr, em Copenhague, Dinamarca, há uma carta em que está escrito 'Por que César Lattes não ganhou o Prêmio Nobel - abrir 50 anos depois da minha morte'. Como Bohr morreu em 1962, somente em 2012 saberemos a resposta do enigma. (...)"

[O GRIFO É DESTA COLUNA "RECONTANDO ESTÓRIAS DO DOMÍNIO PÚBLICO"]

 

 

 

 

 



 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PROF. DR. CÉSAR LATTES, DA UNIVERSIDADE DE CAMPINAS 

"Sites desenvolvidos pelos alunos de Tecnologia e
Mídias Digitais / PUC-SP sobre CESAR LATTES
:

2005
 
Pablo Oruê ".
 
 

(http://www.pucsp.br/pos/cesima/schenberg/lattes.htm)
   
 

 

 

 

 

 

"ZOOLÓGICO SUB-NUCLEAR", segundo o famoso Dr. Oppenheimer, o físico da bomba atômica

 

"(...) Nos anos seguintes, foi surgindo uma avalanche de novas partículas, todas elas inesperadas, e com propriedades difíceis de serem compreendidas, na época. Robert Oppenheimer introduziu a expressão “zoológico sub-nuclear” para esse novo mundo de partículas. Entre os animais exóticos desse zoológico, foram encontradas partículas mais pesadas do que o próton (os “híperons”), de vários tipos diferentes. A nova fauna foi inicialmente explorada pelo estudo de raios cósmicos, mas logo foram construídos aceleradores de partículas cada vez mais poderosos, que permitiram a criação e investigação dessas partículas em laboratório. (...)".

(http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/meson.htm
 

        

 

 

 

 

 

 

                             REVERENCIANDO AS MEMÓRIAS DOS PROFS. DRS.

                             CESARE MANSUETO GIULIO LATTES (CÉSAR LATTES) [1924 - 2005],

                             GIUSEPPE OCCHIALINI (BEPPO OCCHIALINI) [1907 - 1993], E

                             CECIL FRANK POWELL [1903 - 1969],

                             DO ESTADISTA SUECO

                             SVEN OLOF JOACHIM PALME (OLOF PALME) [1927 - 1986] E

                             DO ESTADISTA BRASILEIRO

                             LEONEL DE MOURA BRIZOLA [1922 - 2004]

 

   

 

 

 

27.11.2010 - José Tadeu Arantes, Matheus Vidotti Monteiro (escrevendo artigo que teve como base um texto de J. T. Arantes), Pablo Oruê e o Grupo de História e Teoria da Ciência da Universidade de Campinas, em artigos de divulgação científica, lograram o feito - DELES E, ATÉ CERTO PONTO, NOSSO, TAMBÉM! - de que conseguíssemos entender um pouco a tremenda injustiça que foi não terem concedido o prêmio nobel de física a César Lattes - Não devemos guardar ressentimentos, porque eles são prejudiciais à saúde, mas que aqueles poderosos cavalheiros e senhoras da Academia de Estocolmo foram tremendamente injustos com Lattes, disso não se tem a menor dúvida. (Foram injustos com o Dr. César Lattes e também com o Dr. Beppo Occhialini, que foi professor dos Drs. Lattes e Schemberg, aliás...) F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

 

"Cesar Lattes: O brasileiro que o nobel esqueceu

Matheus Vidotti Monteiro

Baseado no artigo de José Tadeu Arantes na edição de número 1 da revista Scientific American Brasil denominado “O brasileiro que o Nobel esqueceu” .

Apesar de não ter sido devidamente reconhecido, Cesar Lattes foi, junto com o italiano Giuseppe Occhialini, protagonista na descoberta do méson pi, uma particula que, se descoberta, revolucionaria o entendimento do mundo atômico. Infelizmente, os dois pesquisadores não levaram o premio Nobel, houve a omissão de sua contribuição na atribuição do prêmio a essa descoberta, tendo esse sido entregue a apenas um pesquisador, o coordenador das pesquisas Cecil Powell. Esse deslize, que até hoje espanta estudiosos da história da ciência, é considerado um dos maiores erros da Real Academia Sueca (responsável pela entrega dos premios Nobel na área das ciências e literatura).

Lattes começou sua carreira como físico teórico, porém logo mudou de ramo e tornou-se experimentador, considerava a física teórica “uma calculeira danada”. Assim ,apenas 3 anos após ter se formado, foi à Inglaterra e juntou-se a um grupo de pesquisa liderados pelo inglês Cecil Powell. Eles estudavam traços produzidos por partículas subatômicas em emulsões fotográficas com o objetivo de detectar características importantes delas. A entrada de Lattes e Occhialini ajudou a avançar o trabalho que já vinha se arrastando por anos sem progressos significativos.

O cientista brasileiro foi responsável por mudanças no projeto que foram chave no progresso da pesquisa. A primeira delas foi adição de borax às emulsões, uma medida fundamental, visto que assim essas poderiam reter os traços das partículas estudadas por muito mais tempo. Outra sugestão, que foi importantíssima para a pesquisa, foi a ideia de levar as emulsões a altas altitudes. Nestes locais havia raios cósmicos com particulas de alta energia, e o que é mais importante, em grande quantidade, o que facilitaria em muito o trabalho do grupo. As primeiras chapas ao serem reveladas, após essas modificações no projeto, continham algo que os impressionou. Um traço de um méson que dimunia diminuía a velocidade e parava dando origem a um novo traço.

O méson havia sido proposto alguns anos antes por um físico japonês, Hideki Yukawa, com o objetivo de explicar a força que mantinha o núcleo atômico unido. Essa partícula ,teoricamente, seria incessantemente emitida e absorvida pelas partculas nucleares o que produziria uma atração de curto alcance e consequentemente manutenção do núcleo, não obstante fora do núcleo, os mésons sobreviveriam nanosegundos e se desintegrariam em seguida. Em 1937-38, dois físicos (Anderson e Neddermayer ) detectaram algo parecido com os mésons propostos por Yukawa, no entanto o méson detectado podia atravessar centenas de núcleos atômicos sem serem absorvidos ou densintegrados.

Lattes logo percebeu a importância de sua descoberta para a explicação do fenômeno. Teorizou que o méson que produzira o primeiro traço era o méson de Yukawa, ou seja, seria responsável pela força que mantém o núcleo atômico coeso; o segundo traço seria o méson de Anderson e Neddermayer que, fruto da desintegração do primeiro, poderia atravessar muitos núcleos sem nenhuma interação. Apesar de convencido disso, o jovem cientista tratou de testar sua teoria, foi à Chacaltaya, na Bolívia, local a 5500 metros de altitude onde a quantidade de particulas cósmicas é muito superior.

As emulsões expostas na Bolívia por Cesar revelaram aproximadamente, mais 30 rastros de mésons duplos. Feito os cálculos constatou-se que de fato a teoria do pesquisador correspondia à realidade. O méson de Anderson e Neddermayer foi denominado méson mi e o méson qua não havia sido detectado antes (o gerador do méson mi) foi denominado méson pi. O feito rendeu a Powell o prêmio Nobel de Física. Lattes e Occhialini (que foram os verdadeiros responsáveis pela descoberta ) não receberam o reconhecimento devido pelo seu trabalho.

Cesar na época não deu muita importância a atribuição indevida dos créditos de seu trabalho. Continuou suas pesquisas e trabalhou itensamente para o desenvolvimento cientìfico e tecnológico do Brasil tendo contribuido imensamente para o surgimento do Centro Brasileiro de Pesquisas físicas (CBPF), Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) e também para uma das mais importantes e respeitadas universidades brasileiras: a Unicamp.

Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
Cesar Lattes: O brasileiro que o nobel esqueceu publicado 19/05/2010 por Matheus Vidotti Monteiro em http://www.webartigos.com



Fonte: http://www.webartigos.com/articles/38194/1/Cesar-Lattes-O-brasileiro-que-o-nobel-esqueceu/pagina1.html#ixzz15zZXEi4T".

 

(http://www.webartigos.com/articles/38194/1/Cesar-Lattes-O-brasileiro-que-o-nobel-esqueceu/pagina1.html)

 

 

 

 

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Dürer's RHINOCERVS

Grupo de História e Teoria da Ciência

César Lattes e os 50 anos do méson pi
 

    "O professor César Lattes foi o criador do Departamento de Raios Cósmicos e Cronologia do Instituto de Física "Gleb Wataghin" da UNICAMP. A mais conhecida contribuição de Lattes à física foi sua importante participação na descoberta do méson pi, em 1947. Apresentamos nesta página uma pequena descrição ilustrada dessa descoberta. Você também poderá obter aqui uma cópia eletrônica do primeiro artigo de Lattes sobre mésons.


   Outras páginas, na Internet, sobre César Lattes e a descoberta do méson pi:


Cinquenta anos do méson pi

    Em 1947, foi estabelecida a existência do méson pi. Um dos autores dessa pesquisa foi o físico brasileiro César Lattes. Todos sabem que essa foi uma importante descoberta. Mas, afinal, o que são realmente esses tais de mésons pi? E o que mudou na física, quando eles foram encontrados?
    A descoberta do méson pi foi um passo fundamental na compreensão do mundo sub-atômico. Ao longo do século XX, as idéias sobre a matéria foram se tornando gradualmente mais complexas. Os átomos são constituídos por elétrons e núcleos. O núcleo contém partículas de carga positiva (prótons) e outras sem carga elétrica (nêutrons). O que prende os prótons e os nêutrons uns aos outros para formar o núcleo? Eles não podem se atrair eletricamente – pelo contrário, os prótons se repelem uns aos outros. As forças gravitacionais são muito menores do que as forças elétricas repulsivas. Era necessário supor um novo tipo de forças nucleares, mais fortes do que a repulsão elétrica, para manter a coesão do núcleo.

            Yukawa e Lattes
Hideki Yukawa and Cesar Lattes
   Em 1935, Hideki Yukawa propôs uma teoria para explicar as forças nucleares. Ele sugeriu a existência de uma partícula ainda desconhecida, com uma massa cerca de 200 vezes maior do que a do elétron, que poderia ser emitida e absorvida por prótons e nêutrons. A troca dessa partícula entre os constituintes do núcleo atômico produziria uma atração entre eles, de curto alcance, que poderia explicar a estabilidade nuclear. Por ter uma massa intermediária entre a do elétron e a do próton, recebeu o nome de “méson”. Essas partículas só poderiam existir durante um tempo muito curto, e se desintegrariam fora do núcleo atômico, depois de apenas um bilionésimo de segundo.
    Em 1937-38, Carl D. Anderson e Seth H. Neddermeyer encontraram na “radiação cósmica”, que continuamente atinge a Terra, os sinais de algo que parecia ser o méson de Yukawa: tinha uma massa adequada, e se desintegrava do modo previsto. Durante quase dez anos, parecia que tudo se encaixava e que se dispunha de uma boa teoria sobre a constituição da matéria. Em 1947, no entanto, essa tranqüilidade foi derrubada. Descobriu-se que o méson de Anderson e Neddermeyer não tinha o comportamento previsto.
    Para poderem explicar as forças nucleares, os mésons deveriam ser fortemente absorvidos por prótons e nêutrons. Previa-se, portanto, que eles fossem facilmente capturados pela matéria. No entanto, um grupo de pesquisadores italianos (Marcello Conversi, Ettore Pancini e Oreste Piccioni) observou que os mésons que haviam sido encontrados na radiação cósmica podiam atravessar centenas de núcleos atômicos sem sofrer nenhuma alteração. Eles tinham uma interação muito fraca com prótons e nêutrons, ao contrário do que se esperava. Alguma coisa estava errada.
 

Duas fotografias de 
César Lattes, 
em 1947

O grupo de Bristol: Powell está de terno, ao fundo; à sua frente (no meio), Lattes.
Occhialini é o segundo da direita para a esquerda, na frente.


   É aí que entra a contribuição do grupo ao qual pertenceu Lattes. Em 1946, uma equipe de pesquisadores de Bristol (Inglaterra), sob a direção de Cecil F. Powell, estava estudando os traços produzidos por reações nucleares em certas chapas fotográficas especiais, mais grossas e mais sensíveis, chamadas “emulsões nucleares”. Pela análise dos rastros lá deixados por prótons e outras partículas carregadas, é possível determinar a sua energia e massa. Beppo Occhialini e César Lattes analisaram algumas emulsões de um novo tipo, que haviam sido colocadas no alto de uma montanha (o Pic du Midi). Ao revelar e analisar as emulsões, observaram grande número de traços deixados por partículas que interpretaram inicialmente como sendo os mésons já conhecidos. No entanto, após alguns dias de estudo, foram encontrados dois traços especiais, de mésons que iam diminuindo de velocidade e parando; do final desses traços brotava um rastro de um novo méson.

    O laboratório do Monte Chacaltaya, em construção

   O que era aquilo? Havia várias interpretações possíveis. Podia ser que o méson tivesse reagido com um núcleo dentro da emulsão e tivesse sido expelido com uma maior velocidade; ou poderia ter havido uma transformação de um méson em outro. Os dois primeiros casos eram insuficientes para se tirar qualquer conclusão segura. Para obter maior número de dados, Lattes viajou para a Bolívia, e colocou no alto do Monte Chacaltaya, a uma altitude de 5.500 metros, várias emulsões nucleares. Nelas, foi possível encontrar cerca de 30 rastros de mésons duplos. Estudando esses traços, foi possível determinar a massa dos mésons e perceber que havia dois tipos de partículas, com massas diferentes.
    Existia um tipo de méson que era cerca de 30 a 40% mais pesado do que o outro. Ele se desintegrava e produzia o méson mais leve. A partícula secundária  era a que já era conhecida pelos estudos de Anderson e Neddermeyer, e passou a ser chamada de méson mi (atualmente, é chamado de múon). O méson primário, mais pesado, era algo novo, desconhecido. Foi denominado méson pi, e sua identificação foi anunciada em outubro de 1947. Estudos posteriores mostraram que ele tinha uma forte interação com o núcleo atômico, possuindo as características exigidas pela teoria de Yukawa. Haviam sido encontradas as partículas responsáveis pelas forças nucleares.
    Essa descoberta não foi, no entanto, a mera confirmação de uma teoria. Ela abriu todo um novo mundo de investigações. Primeiramente, ficava claro que existiam partículas (os múons) que não haviam sido previstas antes, e que não tinham um papel conhecido na natureza. Em segundo lugar, porque o estudo da radiação cósmica logo levou à descoberta inesperada de muitas outras partículas. Naquele mesmo ano, começaram a ser observados rastros que não correspondiam a nada de conhecido.
    O próprio grupo de Powell encontrou alguns sinais de mésons duas vezes mais pesados do que os píons. Foram chamados inicialmente de mésons tau, e atualmente são denominados mésons kappa. Ainda em 1947, Clifford Butler e George Rochester observaram traços em forma de V, que podiam ser explicados supondo a existência de novas partículas neutras (sem carga elétrica), que não deixam traço, e que se desintegram em uma partícula positiva e outra negativa. Nos anos seguintes, foi surgindo uma avalanche de novas partículas, todas elas inesperadas, e com propriedades difíceis de serem compreendidas, na época. Robert Oppenheimer introduziu a expressão “zoológico sub-nuclear” para esse novo mundo de partículas. Entre os animais exóticos desse zoológico, foram encontradas partículas mais pesadas do que o próton (os “híperons”), de vários tipos diferentes. A nova fauna foi inicialmente explorada pelo estudo de raios cósmicos, mas logo foram construídos aceleradores de partículas cada vez mais poderosos, que permitiram a criação e investigação dessas partículas em laboratório.
    Mais do que encontrar uma partícula em especial, a descoberta do méson pi marcou o início de uma revisão dos conceitos físicos sobre a estrutura da matéria. A grande variedade de partículas descobertas nos anos seguintes colocou em dúvida o conceito de “partícula elementar” como algo indivisível, simples, e levou à procura de uma estrutura para os próprios prótons, mésons e outras partículas. A teoria dos quarks jamais teria surgido sem o estímulo dessas descobertas, desencadeadas há 50 anos.

 


O primeiro artigo de César Lattes sobre o méson pi

    No dia 24 de maio de 1947, a revista inglesa Nature publicou o artigo "Processes involving charged mesons", de autoria de Cesar Lattes, H. Muirhead, G. P. S. Occhialini e C. F. Powell. Você pode obter uma cópia eletrônica deste artigo aqui (o arquivo lattes.zip tem 82,3 kilobytes e pode demorar para ser transferido pela Internet).

Atenção: Os direitos autorais deste artigo pertencem à revista Nature. Nossa biblioteca eletrônica está fornecendo aqui uma cópia do artigo, em forma digital, exatamente da mesma forma que uma biblioteca tradicional pode fornecer uma cópia xerox do artigo, a qualquer pesquisador, sem necessidade de pagamento de direitos autorais. As pessoas que obtiverem aqui uma cópia do artigo devem estar cientes de que somente poderão fazer uso da cópia fornecida para uso individual de pesquisa. Qualquer outro uso está vedado por lei.

Estou ciente da advertência acima e desejo uma cópia do artigo de Lattes.

"Clique" a frase acima, e depois utilize o recurso de "salvar como" do seu navegador para guardar o arquivo, que está compactado. Depois, utilize um descompactador (pkunzip, winzip ou semelhante) para obter os arquivos que contêm o texto e as figuras do artigo de César Lattes".

 

 Grupo de História e Teoria da Ciência – DRCC/IFGW/UNICAMP
Caixa Postal 6059, 13081-970 Campinas, SP, Brasil
 [email protected]

Esta página foi atualizada em 03/Abr/1998

(http://www.ifi.unicamp.br/~ghtc/meson.htm)

 

 

 

 

 

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"Giuseppe Occhialini (1907-1993)

Quarta-feira, 8 de setembro de 2010

 

  

A mostra itinerante que homenageia o italiano Giuseppe Occhialini (1907-1993), um dos pioneiros da física no Brasil, está no Instituto de Física (IF) da Universidade de São Paulo (USP) até o dia 30 de setembro. A exposição “Giuseppe Occhialini, um cientista dedicado à descoberta do universo invisível”, foi organizada pelo Departamento de Comunicação do Instituto Nacional de Astrofísica da Itália. A exibição, que já passou Roma, Milão e outras cidades italianas, inclui também um minidocumentário.

O cientista foi um dos responsáveis por liderar na USP, na década de 1930, atividades pioneiras de pesquisa em física no país. Occhialini também foi um dos fundadores do Departamento de Física, atual Instituto de Física.

O renomado cientista teve entre seus alunos, no Brasil, Mário Schemberg (1914-1990) e Cesar Lattes (1924-2005). Lattes acompanhou Occhialini na mudança para Bristol, Estados Unidos, onde se reuniram ao grupo de Cecil Frank Powell (1903-1969) para descobrir a partícula subatômica méson pi, que rendeu o Prêmio Nobel a Powell, em 1950.

Local: IF-USP - Rua do Matão, 187, na Cidade Universitária.

Data: até dia 30 de Setembro [DE 2010]

Mais informações: www.if.usp.br/occhialini".

(http://www.revistadehistoria.com.br/historiadaciencia/2010/09/conheca-o-cientista-giuseppe-occhialini-1907-1993/

 

 

 

 

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"Giuseppe 'Beppo' Occhialini


 

Beppo is the nickname of Giuseppe Occhialini.

Giuseppe Occhialini was born in 1907 in Fossombrone (Pesaro) and graduated in Physics at the University of Florence in 1929. The years in Florence, in the group of young scientists around E. Persico, B. Rossi and G. Bernardini, were very important for his formation.

At the age of 24 he joined the Cavendish Laboratory in Cambridge, under the supervision of Patrick M.S. Blackett to learn the Wilson chamber technique. He brought to the Cavendish the coincidence counter technique, pioneered by Bruno Rossi, and applied it to the Wilson chamber. The famous picture of the electromagnetic shower published in 1933 was obtained with this device. That work provided a confirmation of the discovery of the positron by C. Anderson and explained his properties in the framework of the relativistic theory of the electron formulated by Dirac.

Beppo came back to Florence in 1934 and few years later he moved to the University of S. Paolo in Brazil, invited by G.Wataghin who was starting with some students a research program on cosmic rays. At the beginnig of the war he had to leave his position and he took refuge in the Itatiaya mountains, near S. Paolo. Then, before coming back in Europe, he was for one year in a Biophysics Laboratory in Rio de Janeiro.

At the end of 1944 he went to the Will Laboratory in Bristol UK to collaborate with Cecil F. Powell. There, using a novel approach involving the use of photographic emulsions for detection of elementary particles, he contributed to the discovery of the pi-meson decay in 1947. In the last months in Bristol, in collaboration with his future wife C. Dilworth, improved the technique of developing emulsions and studied new emulsions of high sensitivity.

Blackett (in 1948 "for his development of the Wilson cloud chamber and his discoveries therewith in the field of nuclear physics and cosmic radiation") and Powell (in 1950 "for his development of the photographic method in the study of nuclear processes and for his discoveries concerning mesons") separately won the Nobel Prize for their work on elementary particles. Both awards were made in difficult, Cold War years, and Occhialini had never made a secret of his political ideas. Pontecorvo summed it up nicely, in a famous toast: "I drink not to Beppo, but to us all: may we collaborate with him, it is a practically sure way of winning a Nobel Prize".

In 1950, after two years in Bruxelles, Occhialini became professor at the University of Genova and two years later he moved to Milan. Research groups were founded in these places under his leadership obtaining a great scientific production. Some results were obtained through internatonal collaborations (as the `G-stack collaboration'). He founded and became first director of LFCTR (which later became IFCTR; this institute is now named after him: Istituto di Fisica Cosmica e Tecnologie Relative "G.P.S. Occhialini").

Beppo, together with E. Amaldi and others, played a crucial role in starting the European Space Research Organization, and in giving an impetus to its scientific programme, from which the present-day European Space Agency still benefits. He was one of the founding fathers of the COS-B projet. The European Physical Society appointed Occhialini in 1993 (its 25th Anniversary) as one of their Honorary Members.

In a sad coincidence, Giuseppe (Beppo) Occhialini died on 30 December 1993 within a few weeks of Bruno Rossi and a few months of Bruno Pontecorvo, three of the greatest Italian physicists of the same cultural generation". 


Questions should be addressed to: [email protected]


Maintained by F.Fiore, P.Giommi & M.Capalbi

(http://www.asdc.asi.it/bepposax/sax_beppo.html)