A cabei de pintar o apto. Estava preparado para o Natal. Recebo um cartão poema.
Não consegui resolver o problema de meus livros amontoados. Venho, ao longo da vida, diminuindo o tamanho de minhas casas.
Nasci num sobrado, no centro da cidade de Manaus, av Eduardo Ribeiro, 450.
Mudei-me para a 24 de Maio - casa grande, no centro. Depois, fomos para
perto da casa de Eduardo Ribeiro (será que ainda existe?), na Ramos Ferreira.
Dali para uma casa de vila na Jupurá, casa de minha avó. Depois para a Getulio Vargas, uma verdadeira mansão, hoje ocupada. Nada herdei.
No Rio de Janeiro morei mal. Mas lembro-me de um apartamento que aluguei em Ipanema, na Nascimento Silva, uma bela vista.
Era muito bom. Amplo, dois quartos, boa sala, quadros. Talvez foi o melhor.
Ipanema era um amor, a gente circulava de madrugada, ficávamos de papo até a
madrugada, no Bar Bofetada, que existe até hoje, na Farme de Amoedo.
Hoje moro na Urca. Não posso reclamar. Não tenho espaço, mas tenho as montanhas e
o mar.