CARTA SOBRE LINGUAGEM NA TV

 

Miguel Carqueija

 

 

Em 21 de julho de 1992 o jornal "O Dia", do Rio de Janeiro, publicou esta minha carta, sob o título "Via Embratel". Ela se refere a um problema que persiste até os nossos dias (20 de janeiro de 2012).

 

 

 

Concordo com Gebardo Moreira Santos (artigo "Noça Língua Portuguesa", O Dia, 8/7/92) sobre o mau português hoje falado no Brasil, inclusive por pessoas supostamente cultas. Só não vejo erro em chamar mulher de poeta, por ser este um caso especial de eufonia, e penso que já consagrado por uso popular. É preciso, porém, alertar para a linguagem hoje falada nos noticiários pelos repórteres e locutores (estes, sem dúvida, presos aos textos dos redatores). Os pronomes "seu" e "sua" foram praticamente abolidos e substituídos arbitrariamente por "dele" e "dela". Não se diz mais que determinado cidadão entrou em seu carro, mas "entrou no carro dele". Isso é feio, grotesco, e se difunde via Embratel.