Brevíssimo diálogo entre o grande poeta, crítico literário, ensaísta e historiador literário Francisco Miguel de Moura e Cunha Silva Filho

Francisco Miguel Moura está com Kineto Silva e 

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ABERTURA

Francisco Miguel de Moura*

Pra dizer o que dentro me deplora

abandono a linguagem lá de fora,

empurrando as cancelas do roçado,

com mãos e pés já sujos do passado.

Vejo o sol com seu brilho nos meus olhos

e as nuvens na poeira dos escolhos.

Ponho a enxada e a foice em abandono

para gozar a terra, já sem dono.

Assim fujo sem dor e sem conflito,

ao apagar de mágoas, num só grito.

E aí começa a vida de minha alma,

e eu escrevo e me vejo e bato palma.

E aí começa a vida de minha alma,

e eu escrevo e vejo, e bato palmas.

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Francisco Miguel de Moura, poeta.

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Francisco Miguel Moura

Francisco Cunha e Silva Filho,,: Meu xará, que boa apreciação do meu poema. Vc é o maior critico vivo do Piauí, quiçá do Brasil. Você devia estar na Academia Piauiense de Letras. Você já pensou nisto?

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Francisco Da Cunha

       Francisco Miguel Moura Vou-lhe confessar um coisa contraditoriammente e em público. O meu saudoso amigo e correspondente em Teresina, M. .Paulo Nunes, que tinha gande liderança no Piaui na esfera literária,, nunca me convidou para ingressar na Casa de Lucídio Freitas. instituição cultural  que, por muitas falhas que possa ter cometido , creio que conta ainda com o apreço dos homens de bem do Piauí. 

         Vou pensar na sua generosa sugestão, que, antecipadamente, agradeço de coração. V. sabe que meu pai é também imortal e V. o sucedeu na caderia no. 8 da APL. Eu andei um pouco chateado com o Paulo Nunes, justamente por nunca ter escutado , de viva voz da parte dele, um aval ou afirmação sobre a minha possibilidade de ingresso na APL. Vou pensar seriamente nesse assunto. O   tempo urge. Obrigado, estimado poeta, dos melhores que o Piauí e o país têm, sem favor alguom.

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