BREVE   PERFIL DO  ESCRITOR  E AMIGO   ROGEL  SAMUEL 

                                       CUNHA E SILVA  FILHO

 

           Sinto muito saber sobre o falecimento,hoje, do eminente mestreE  doutor em Letras pela UFRJ, professor respeitado. e estimado pelos seus alunos e pelo seus orientandos.Um dos melhores  exemplos  deste caso foi o seu relAcionamento  intelectual e  de forte amizade com  a saudosa  ficcionsita,  crítica e ensaísta Neuza Machado, também  ex-colaboradora  do site  ENTRETEXTO. .Ela mesma me contou  muitos   momentos de  prazer e alegria que  tiveram  juntos   num  Encontro  de  Escritores em Paris no  tempo em que ela  fazia mestrado  tendo  ele como seu   orientador,   sendo,  depois,  igualmente  orientador  dela  no doutorado,  ambos  cursos   feitos na UFRJ. Já  o havia tido  como  professor  na graduação   da Faculdade de Letras  da UFRJ, quando,  por  um  tempo,    se localiz ava na Avenida Chile., Centro do Rio deJ aneiro.

Samuel Rogel   lecionou na UFRJ tanto na graduação quanto na pós-graduação. Culto, versado em  línguasm sobretudo  o  francês(se pai era  francês), teórico literário, produtivo em várias gêneros ( poesia, ensaio, crítica literária, crônica, romance, tradução e o que mais possa. Era profundamente mergulhado na literatura e nas incansáveis leituras que fazia ao longo davida. Nunca passava um dia sem escrever um texto ainda que fosse breve. Exemplo ímpar de um scholar inteiramente sintonizado com tudo que dizia respeito aos estudos literários. Não fui um amigo bem próximo dele, mas nos dávmos bem e acredito que gostava de mim, pois, por diversas vezes, me confessara que era leitor meu. Sempre que possível, o citei em estudos meus, no paíse no exterior.

          Conheci-o bem jovem no restaurante dos estudantes da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil ( depois, chamada UFRJ) no ano de 1966. Por coincidênia do destino, uma vez sentou-se na mesma mesa em que eu estava. Conversamos sobre literatura e sobre professores Ele admirava o professor Alceu Amoroso Lima, o grande pensador católico e um dos maiores criticos do Modernismo brasileiro, era mais conhecido pelo famoso pseudônimo de Tristão de Athayde. No site Entretexto suas crônicas eram em número incomensurável. Tinha o dom da síntese e isso é sentido claramente no seu livro mais conhecido, Novo manual de teoria literária publicado pela Vozes que teve várias edições. Obra didática para o curso superior fundamental para os iniciantes ao cursos de Letras. Seu romance O amante das Amazonas ( BELO  HORIONTE: EDITORA ITATIAIA, 2005) teve boa repercusssão crítica e foi traduzido para o espanhol e o inglês.

           É uma ficção inusitada, que me lembra uma ourivesaria, uma multiplicidade de quadros humanos e um painel alucinante do que seja a Amazônia, suas histórias, suas lutas, seus mistérios, sua paisagem típica, suas lendas, mitos, seus personagens lendários, seu traço barroco. Pra mim, é obra rara no seu gênero e um dia será mais compreendida pela crítica.

           Deixo aqui consignada a minha admiração por este grande estudioso, produtivo a não mais poder e amante incansável do fenômeno literário compreendido este no seu mais alto valor e seriedade por este escritor que dignifica a literatura brasileira em todos os seus aspectos mais signficativos e altaneiros. Seu passamento me deixa mais triste e abre um vazio nos estudos literários entre nós. Consigno aqui também os meus sentimentos mais profundos de pesar aos familiares e amigos do ilustre escritor Rogel Samuel.