[Flávio Bittencourt]

Boletim Quinzenal da Associação RECORTE, Ano I, nº 13

Associação de estudos de Comunicação e Semiótica, cidade Formosa/GO - Segunda quinzena de setembro de 2013.

 

 

 

 

 

 

Os livros escritos pelo Prof. Dr. Daniel Tubau (Espanha):

El guión del siglo 21, el futuro de la narrativa en el mundo digital;

Las paradojas del guionista, reglas y excepciones en la práctica del guión;

Nada es lo que es, el problema de la identidad;

Recuerdos de la era analógica, una antología del futuro;

La verdadera historia de las sociedades secretas; e

Elogio de la infidelidad

(Cf. //wordpress.danieltubau.com/?p=14994)

 

 

 

 

O PROF. NORVAL BAITELLO JR.,

DA PUC-SP, DOUTOR E PÓS-DOUTOR

PELA UNIVERSIDADE LIVRE DE BERLIM E

FUNDADOR DO CISC, TRABALHANDO,

COM O QUADRO-VERDE POR DETRÁS

[em palestra na UEL]:

(http://conexaociencia.wordpress.com/category/noticias/page/5/)

 

 

 

 

Johan Huizinga

(http://wordpress.danieltubau.com/?p=14994

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

[http://www.ciadoslivros.com.br/homo-ludens-o-jogo-como-elemento-da-cultura-p76634/]

 

 

 

 

 

LOGO DO CISC:

CISC

 

 

 

(http://cisc.org.br/portal/index.php)

 

 

 

 

LEITURAS INDICADAS NO ÂMBITO DO CISC [Centro de Pesquisas em Semiótica da Cultura e da Mídia, que completou 20 anos de existência]:

A ciência e a arte de:

Sigmund Freud,

Johan Huizinga,

Yuri Lotman,

Vilém Flusser,

Décio Pignatari,

Desmond Morris, 

Muniz Sodré,

Vicente Romano,

Norval Baitello,

Dietmar Kamper,

Haroldo de Campos, 

Fernando Segolin,  

Boris Schnaiderman,

Viatchesláv Vsiévolodovitch Ivánov,  

Aurora Bernardini

Christoph Wulf,

Jacques Lacan,

Jean Baudrillard,

Thomas Bauer,

Edgar Morin,

Amálio Pinheiro,

Olga de Sá,

Ivan Bystrina,

o grande autor e especialista em jazz Joachim-Ernst Berendt, foi durante longas décadas diretor da divisão de peças radiofônicas da Rádio Südwestfunk,

etc. etc.

 

VISITE O IMPRESSIONANTE E MAGNÍFICO

PORTAL DO CISC, SOB RESPONSABILIDADE

DO PROF. DR. NORVAL BAITELLO JR., DA PUC/SP:

http://cisc.org.br/portal/

 

 

 

"Daniel Tubau

Daniel Tubau

Nacido en algún lugar de Barcelona en algún momento del siglo 20, Daniel Tubau ha trabajado como guionista, director de televisión, profesor de narrativa audiovisual en lugares como la Universidad Carlos III, la Juan Carlos I, la Escuela de Cine y Audiovisual de Madrid (ECAM), y muchas otras. También ha trabajado en productoras como Globo Media y ha escrito guiones o dirigido muchos programas y series de televisión.

En su juventud, Daniel Tubau escribió algunos libros extravagantes, como La espada mágica, uno de los primeros libros hipertextuales, Deep Purple, que tiene el mérito de haber sido escrito por alguien al que no le gustaba demasiado el rock duro, o diversos cuentos de terror en la Biblioteca Universal del Misterio y Terror.

Tras su fracaso como escritor precoz, Daniel Tubau se lo pensó durante un tiempo hasta que publicó de nuevo, dedicándose a su profesión de guionista y director, o periodista en El independiente. Finalmente, ya en el siglo 21, Tubau empezó a publicar cuentos, ensayos y novelas, como Las paradojas del guionista, reglas y excepciones en la práctica del guión, también editado en Alba editorial, que es un perfecto complemento de El guión del siglo 21; o La verdadera historia de las sociedades secretas, Recuerdos de la era analógica (una antología del futuro), Elogio de la infidelidad, ambos en la editorial Evohé, o Nada es lo que es: el problema de la indentidad, en la editorial Devenir, un ensayo que ganó el Premio Ciudad de Valencia en 2009.

 " (http://wordpress.danieltubau.com/

 

 

 

 

"Imagens, corpo e mente

Norval Baitello Jr. demonstra, em palestra na UEL, algumas das faces e efeitos do mundo imagético

Edição e pauta: Beto Carlomagno
Reportagem: Marcia Boroski

Espirituosa, inspiradora e enfática. Os temas abordados por Norval Baitello Júnior foram mais que pertinentes à atualidade. De passagem pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), como convidado de uma banca de mestrado orientada pelo professor da Universidade Alberto Kelin, no último dia 20, Norval Baitello Jr., doutor em Comunicação pela Freie Universität Berlin (Alemanha), ministrou uma palestra nas dependências do Centro de Edudação, Comunicação e Artes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), em que a imagem foi amplamente discutida. Além da imagem em si, o termo iconofagia também foi debatido.

Norval Baitello Jr. é especialista em semiótica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e professor convidado das universidades de Viena, Sevilla, São Petesburgo e autônoma de Barcelona. O currículo extenso deu ao pesquisador sustentação suficiente para criar conceitos e, a partir deles, alertar as pessoas sobre os riscos do mundo imagético. “Não podemos nos confundir com imagens. É necessário ficar vigilante o tempo todo. O corpo dá sinais de que está sendo sucumbido às imagens e nós devemos ficar atentos. Tudo o que seda e imobiliza o corpo deve ser revisto”, atenta o professor doutor.

O estudo de Norval Baitello gira em torno do termo iconofagia e, conseqüentemente de imagens. Iconofagia é o ato de devorar ou de ser devorado por imagens. Segundo o pesquisador, a inspiração para a palavra veio do movimento cultural dos anos 20, o movimento de antropofagia. “Na era da imagem não existe antropofagia de conceitos ou de cultura, como naquela época. Existe uma antropofagia de imagens que levam ao termo iconofagia. Nós somos devorados por imagens e as imagens nos transformam em imagens e nos devoram”, explica Norval Baitello.

Dentro desse conceito, é possível identificar que estamos vivendo na Era da Iconofagia. “A partir de tudo o que se vê hoje, de como as pessoas se deixam hipnotizar pela TV, constatamos a vigência desta Era. Hoje, não existe nenhum bar ou restaurante que não possua uma televisão. Ou seja, até as nossas refeições estão sendo afetadas pelas imagens”, afirma Baitello.

Pode-se dizer que a Era da Iconofagia (também chamada de Era da Imagens) se manifesta de diversas maneiras. Norval Baitello compara o surgimento das imagens a rastros. Estes rastros seriam a forma de fugir da consciência da morte, mas também, o meio de conhecê-la. “Viver é deixar rastros. É a partir destes rastros que nós organizamos o tempo e o espaço que ocupamos. É inevitável”, demonstra o doutor.

Quando o homem passa a dominar a arte de deixar rastros, e também começa a desenvolver técnicas, ele está tornando o ato de deixar rastros algo intencional. “É uma forma de apropriar-se do futuro. Deixando marcas agora, seremos lembrados no depois, essa é a fuga da morte”, explica Baitello. O conhecimento da morte também se dá por estas marcas deixadas. “Uma fotografia tirada há 15 anos vai mostrar como envelhecemos e comprovar a aproximação da chegada da morte”, conclui.

A Era da Iconofagia acarretou conseqüências como a transposição do olhar para a frontalidade. “Antigamente, quando estávamos pendurados em árvores, olhávamos tudo que estava ao nosso redor. Hoje, olhamos exclusivamente para frente, onde está a tela”. Esse olhar se dá, geralmente, quando estamos sentados. Norval vê esse ato como algo perigoso. “A palavra sentar, vem do latim e tem dois significados. O ato real de sentar e também, sedar. Ao sentarmos na frente de uma ‘tela vazia’, estamos sedados. Visto que milhares de pessoas no mundo passam horas nesta posição, é algo que devemos nos preocupar”, alerta o pesquisador.

A pesquisa de Baitello está avançada, mas segundo o ele, novas facetas e conceitos de comunicação devem ser estudados. Para os próximos trabalhos, o professor buscou orientações na cultura japonesa. Segundo ele, eles veem a comunicação e, principalmente, a imagem, de uma forma inovadora para o pensamento ocidental. “Uma imagem não é um objeto inanimado. É uma coisa viva, que gera energia, como um dínamo. Acho que devemos seguir por estes caminhos, buscando novos referenciais, para continuar investigando a Era da Iconofagia”, afirma Norval Baitello.

Serviço
Outros conceitos e ideias do autor podem ser conhecidas por meio dos livros já publicados. Os principais conceitos proferidos na palestras estão nos livros A Era da Iconofagia (2005) e A Serpente, a Maçã e o Holograma (2010)."

[http://conexaociencia.wordpress.com/2010/09/06/imagens-corpo-e-mente/]

 

 

                                              HOMENAGEANDO OS FORMIDÁVEIS ESCRITORES E TEÓRICOS

                                              NORVAL BAITELLO JR., de São Paulo, E

                                              DANIEL TUBAU, de Barcelona

 

 

 

27.9.2013 -      F.

 


BOLETIM DA ASSOCIAÇÃO RECORTE / CIDADE DE FORMOSA / GOIÁS / BRASIL, ANO I, Nº 13 - PERIODICIDADE: QUINZENAL - 2ª quinzena de SETEMBRO de 2013, 27.9.2013 - Editor responsável: Cláudio Ramalho / e-mail: [email protected], endereço: R. 1, Cs. 952, Pq. Laranjeiras, 73.805-610 - Formosa-GO, Brasil - Editor da RECORTE (Revista anual de Teoria da Literatura, Comunicação e Semiótica): Rogel Samuel - Redator: Cláudio Ramalho - Revisor e copidesque: Flávio Bittencourt - Orientador editorial (in memoriam): Reynaldo Jardim - Diretor Honorário da Associação Recorte de Comunicação, Media e Semiótica: Umberto Eco. 

Sócios-correspondentes da Associação Recorte:

Varsóvia (Polônia): Jerzy Pelc

Helsínque (Finlândia): Eero Tarasti

Paris (França): Rafael Mário Hime

Perpignan (França) [in memoriam]: Gérard Deledalle

Lafayette, Indiana (EUA): Floyd Merrell

Brasília/início Asa N: Cleber José Coimbra
 
Brasília/meio Asa N: Adrino Aragão

Brasília/ponta Asa N: Herondes Cezar

Brasília/início Asa S: Athos Cardoso

Brasília/ponta Asa S: Sandro Machado

Brasília (in memoriam): Profª. Regina (SQN 216 [Dona Helena, pseudônimo literário])

Brasília/Condomínios do Lago (SHDB): Sílvio Rocha

Sobradinho/DF: Geraldo Lima

Teresina: Dílson Lages Monteiro

Fortaleza: Jorge Tufic

Recife: Eduardo Henrique Accioly Campos

Manaus: Jair Jaqmont Cantanhede

Boa Vista:  Maurício Zouein

Campos dos Goytacases: Frederico Schwerin Secco

Rio de Janeiro/Copacabana: Frank Fragoso Willye

Rio de Janeiro/Urca: Rogel Samuel

Rio de Janeiro/Vila Isabel: Luiz Cesar Saraiva Feijó

Rio de Janeiro/Tijuca: Miguel Carqueija 

São Paulo: Norval Baitello Júnior
 
Agradecimento: Este Boletim não poderia ter sido produzido sem o apoio logístico de Mais Diesel Ltda., uma empresa de venda de autopeças e acessórios para veículos automotivos (Rodovia BR-020, Formosa, estado de Goiás, Brasil). C. Ramalho
 
 
 
 
REVISTA RECORTE / EDIÇÃO ELETRÔNICA - 2014
O SEU ARTIGO DEVE SER MANDADO, POR FAVOR,
AOS CUIDADOS DE CLÁUDIO RAMALHO, PARA:
(até 28.2.2014; os nomes dos integrantes
do CONSELHO EDITORIAL da RECORTE / 2014 serão
informados em JAN / 2014 [membros com nomes confirmados:
Luiz Veríssimo, PhD, Flávio Bittencourt, MSc; Athos Cardoso, MSc,
Frank Willye, Bel. em Design; Karol Mello, MSc], editor: Rogel Samuel, PhD,
secretário: Cláudio Ramalho, editor honorário: Gillo Dorfles; Diretor Honorário
da Assoc. RECORTE de Comunic. e Semiótica: Umberto Eco; Diretor Perpétuo:
Décio Pignatari [1927 -2012])
 
 
 
 
 

  

 
 
 
 
Centennial Congress
Posted on June 30, 2013 by priborges
Peirce 2014
2nd Call for Papers, Short Contributions and Posters
The Charles S. Peirce 2014 International Centennial Congress
The Charles S. Peirce Society and the Peirce Foundation invite the submission of new papers, short contributions, and posters for the Charles S. Peirce International Centennial Congress, to be held at the University of Massachusetts Lowell (July 16-19, 2014).
The theme of the Congress is Invigorating Philosophy for the 21st Century. The aim of this conference is to advance scholarship on all aspects of Peirce’s philosophy and biography, and on the influence and contemporary relevance of his thought. Interdisciplinary submissions, and contributions from researchers in disciplines other than philosophy, are welcome.
Confirmed plenary speakers include: Douglas Anderson, Vincent Colapietro, Susan Haack, Christopher Hookway, Nathan Houser, Ivo Ibri, Cheryl Misak, Nicholas Rescher, Claudine Tiercelin, and Fernando Zalamea.
Deadline for paper, short contribution, and poster submissions: September 1, 2013.
Complete submission guidelines: http://peirce-foundation.org/2014cfp.html
 
 
 
"Ivo Assad Ibri
1. Perspectivas teóricas
Concentra-se no estudo da Semiótica e do Pragmatismo de Charles S. Peirce como bases teóricas para a epistemologia da comunicação, a saber, entendendo-se o fenômeno da comunicação como um intercâmbio de signos cuja significação manifesta-se na conduta humana. A conduta ou o modo como se dispõe a agir é expressão existencial do pensamento e esta relação pragmática entre os mundos externo e interno é fundamentalmente semiótico-comunicativa.
1.1. Autores
Trabalho basicamente centrado na obra de Peirce, seus comentaristas, e suas raízes na história do pensamento ocidental, a exemplo do idealismo e romantismo alemães.
2. Temáticas
Epistemologia da comunicação;
Heurística em geral: fundamentos comunicativos da criação e invenção;
3. Objetos de estudo
 As Ciências como sistemas comunicativos – o intercâmbio de signos entre objeto e pensamento. O fenômeno da descoberta como inteligir comunicativo. 
 As Artes como sistemas comunicativos – o intercâmbio de signos no universo do possível. O fenômeno da invenção visto pela sua ontologia. É a arte semioticamente cognitiva?",http://www4.pucsp.br/cos/docentes/ivo_assad.html]

 

 

 

 

SESC/SP, MAIO DE 2011:

"Comunicação Afetiva

por Norval Baitello Junior

Postado em 02/05/2011



Entre os dias 30 e 31 de março e 1º de abril, o Seminário Internacional Emoção e Imaginação, realizado no Sesc Vila Mariana, tratou da influência da imaginação sobre emoções básicas, como alegria, amor e estima, e da influência das emoções sobre a imaginação. À frente dessa iniciativa estava, entre outros pensadores da teoria da comunicação, o doutor Norval Baitello Junior.

Professor de teoria da mídia, comunicação e estudos culturais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC) e diretor do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (Cisc), Norval é daqueles acadêmicos que vão de encontro às teorias convencionais para explicar a comunicação.

Em encontro realizado pelo Conselho Editorial da Revista E, o professor abordou algumas de suas influências multidisciplinares no âmbito da comunicação e teorizou sobre, entre outros assuntos, os avanços tecnológicos na área, a função do comunicador e as crises, que atravessam a sociedade pautada no excesso imagético.

“A interdisciplinaridade nos leva à convicção de que não me comunico se não me coloco no lugar do outro e, portanto, se não construo uma alteridade, transportando também o outro para o meu lugar”, declara. “Para isso, o esquema convencional – de emissor, receptor e mensagem – não dá conta, é insuficiente.” Abaixo, trechos da conversa.



Alteridade


A comunicação lida com pontes, e a principal tarefa nossa, como comunicadores, é construir a ponte até o outro, portanto estabelecer alteridades. Isso significa saber se colocar no lugar do outro e abrir mão do seu próprio espaço. Temos que nos colocar no lugar do outro, mas sem perder a nossa própria referência.

Porém, não é o que diz a ciência dura da comunicação e os cursos de graduação. O que se diz é que comunicação é troca de informação, e o meu trabalho vem se caracterizando, nos últimos vinte anos, como uma tentativa de questionar esse conceito acadêmico. A informação fazia muito sentido para as engenharias da comunicação, nos anos de 1930 e 1940, para gerar conectividade. Mas conectividade não é comunicação.

Estar conectado não significa estar comunicando, mas sim ter a possibilidade de uma comunicação, mas essa possibilidade é apenas a ponte vazia. Então, a interdisciplinaridade nos leva à convicção de que não me comunico se não me coloco no lugar do outro e, portanto, se não construo uma alteridade, transportando também o outro para o meu lugar.

Para isso, o esquema convencional – de emissor, receptor e mensagem – não dá conta, é insuficiente. Ele coloca o nosso interlocutor no papel de receptor e, logo, de objeto e nos coloca numa posição autoritária de distribuidor de saber ou conhecimento. Mas, se não sou seduzido pelo meu interlocutor, o que vou dizer a ele? A comunicação é construção de vínculos, de afeto. Não construímos alteridade sem o afeto, sem criar empatia. É essa a tarefa do comunicador.


Crise da visibilidade


Os veículos de comunicação vivem hoje uma profunda crise, porque eles se colocaram numa posição autoritária de distribuidores do saber, do conhecimento, da informação, da novidade. Essa crise foi denominada pelo sociólogo alemão Dietmar Kamper como crise da visibilidade, que não se refere apenas ao visual, mas também ao enxergar com a alma.

As áreas acadêmicas da comunicação, todas elas regulamentadas por órgãos governamentais, exerceram, nos últimos dez anos, um papel completamente nefasto, exigindo disciplinaridade para essa ciência, enquanto ela e o seu objeto pedem multidisciplinaridade e transdisciplinaridade, no sentido que Edgar Morin [filósofo e sociólogo francês] defende, de olhar diverso, distinto, múltiplo e não de olhar regulamentador, normativo.

Então, a mídia está muito doente, dentro do seu papel autoritário de distribuidora de padrões de comportamento e que se acha na capacidade de julgar o que as pessoas querem. Nós – que trabalhamos com uma liberdade muito maior do que aqueles que estão nas empresas pautadas por esse autoritarismo que eles chamam de demandas do mercado – temos a liberdade de dizer não. Isso não é demanda de ninguém, é do mercado, que é uma ficção, é uma invenção autoritária.


Crise civilizatória


Vivemos, de novo, numa era da visão privilegiada, só que em espaços circunscritos, fechados e civilizados, logo, domesticados culturalmente. Estamos cercados de imagens. Kamper também fala sobre a crise civilizatória, que nos transformou em imagens e, portanto, nos transformou em retratos superficiais de vida. Segundo ele, passamos a ser um jogo de superficialidades, e contra isso só há um remédio: o pensar com o corpo.

Esse pensar corporal significa resgatar os outros sentidos, não apenas o da visão. Se a imagem é a presença de uma ausência, então o corpo não pode ser uma imagem, ele não pode se resumir a uma ausência.
Então, minha pesquisa se volta muito para a interação entre nós e as imagens, e essa interação é complexa, entendendo-se a comunicação como uma atividade da qual ninguém escapa. É impossível não se comunicar.

Até mesmo calados estamos dizendo algo. Não é possível entender hoje comunicação como simples operação de pingue-pongue, de vai bolinha e volta bolinha.


Tecnologia


A tecnologia não é a grande vilã, mas, claro, ela pode, sim, gerar fundamentalismo e condenar a comunicação a uma inocuidade, a não funcionar de maneira alguma. Sou visto pelos meus colegas como apocalíptico, porque critico, sim, as tecnologias.

Infelizmente, hoje vivemos em uma era de fundamentalismo tecnológico, em que a nossa sociedade aposta todas as fichas na tecnologia, como solução de todos os problemas. Tive, inclusive, a infeliz oportunidade de ouvir, de um colega da ciência da informação, a afirmação de que o problema dos índios ianomâmis se resolveria se a gente desse um laptop para cada um, com conexão.

Há um longo caminho entre conexão e comunicação. O nosso planeta, hoje, está literalmente conectado, o que está muito distante de dizer que estamos nos comunicando. É claro que a conexão é importante e facilita enormemente as nossas vidas.

Mas não podemos deixar que a conectividade roube espaço dos outros tipos de comunicação, como a leitura, o convívio, a conversa pessoalmente. Acho que já há um processo de conscientização disso. Há dez anos, o brasileiro gastava em média muito mais tempo em frente à televisão do que atualmente. Eram em torno de quatro horas por dia, em média.

É uma eternidade, é um crime, na verdade, porque o nosso tempo de vida é um bem não renovável. Devemos pensar o que a televisão, ou, hoje, a tecnologia, nos oferece em troca, que vida nos está sendo oferecida em troca da nossa vida. É uma vida em imagem, uma vida em ausência, de superficialidades. A nossa relação com isso deve ser regida por aquilo que o poeta romântico alemão Novalis dizia: 'Eu só vejo uma imagem quando ela já me viu'. "


“Vivemos, de novo, numa era da visão privilegiada, só que em espaços circunscritos, fechados e civilizados, logo, domesticados culturalmente”

http://www.sescsp.org.br/online/artigo/5634_COMUNICACAO+AFETIVA 

 

 

 

 

EM ESPANHOL,

SOBRE WITTGENSTEIN E O CITADO HUIZINGA

(TODOS OS DIREITOS DE AUTOR SÃO PROPRIEDADE

DE DANIEL TUBAU)

[A RESPONSABILIDADE PELA SEGUINTE TRANSCRIÇÃO

É DA ASSOCIAÇÃO DE COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA RECORTE,

DE FORMOSA/GO, consultado, via e-mail, Daniel Tubau, das universidades Carlos III,

Juan Carlos I e Escuela de Cine y Audiovisual de Madrid (ECAM)]:

"Comprender sin definir, Wittgenstein y Huizinga

Wittgenstein y Huizinga me sirven para explicar por qué recurro a las definiciones a pesar de no creeer mucho en ellas…

 Menos mal que en esta presentación estaba mi amigo Marcos Méndez Filesi para recordarme los nombres que yo iba olvidando uno tras otro: Huizinga, Homo Ludens, Orígenes…

Ludwig Wittgenstein

Aunque preferí no recurrir a Wittgenstein, sino a Huizinga y a su definición de juego, a lo que me refería en el caso de Wittgenstein era tanto a sus “juegos de lenguaje” como a su teoría del lenguaje como uso: conocemos el significado de una palabra por los contextos o situaciones en las que es empleada, por la manera en que es usada o utilizada: “El significado de una palabra es su uso en el lenguaje”.

En cuanto a las definiciones de juego de Huizinga, aquí tenemos una que, como se puede ver, consiste en una enumeración de muchas características:

“Resumiendo, podemos decir, por tanto, que el juego, en su aspecto formal, es una acción libre ejecutada “como si” y sentida como situada fuera de la vida corriente, pero que, a pesar de todo, puede absorber por completo al jugador, sin que haya en ella ningún interés material ni se obtenga en ella provecho alguno, que se ejecuta dentro de un determinado tiempo y un determinado espacio, que se desarrolla en un orden sometido a reglas y que da origen a asociaciones que propenden a rodearse de misterio o a disfrazase para destacarse del mundo habitual. (Homo Ludens, p.26)”.

Como es obvio, basta pensar en todos los juegos de casino, para encontrar ejemplos que incumplen rasgos como “sin que haya en ella ningún interés material ni se obtenga provecho alguno”. La definición de Huizinga es en este caso más prescriptiva que descriptiva, pues dice: “A lo  que reúne las características enumeradas deberíamos llamarlo juego propiamente dicho”. Pero el propio Huizinga era consciente de los puntos débiles de una definición prescriptiva, que, al fin y al cabo, podemos aceptar o no. Por ejemplo, podemos aceptar que la definición de álgido es aquello que está en su punto más frío, tal como lo definía o define la Academia de la Lengua, pero también podemos rechazar la autoridad de la Academia y decir que puesto que el uso común de álgido es el punto más caliente o cumbre, aceptamos también dicha acepción.

Johan Huizinga

Wiitgenstein recogió probablemente muchas de las ideas de Huizinga, aunque supongo que nunca se podrá saber hasta qué punto, porque Wittgenstein tenía la costumbre de no mencionar casi nunca a sus precursores (por ejemplo a Fritz Mauthner, al que sólo cita para negar su evidente influencia) y, que yo sepa, tampoco en las Investigaciones lógicas cita a Huizinga.

En este interesante pasaje, Wittgenstein establece una interesante comparación entre la dificultad de definir los juegos y lo que él llama juegos de lenguaje:

“Considera, por ejemplo, los procesos que llamamos«juegos». Me refiero a juegos de tablero, juegos de cartas, juegos de pelota, juegos de lucha, etc. ¿Qué hay común a todos ellos?— No digas: ‘Tiene que haber algo común a ellos o no los llamaríamos ‘juegos’» — sino mira si hay algo común a todos ellos.— Pues si los miras no verás por cierto algo que sea común a todos, sino que verás semejanzas, parentescos y por cierto toda una serie de ellos. Como se ha dicho: ¡no pienses, sino mira! Mira, por ejemplo, los juegos de tablero con sus variados parentescos. Pasa ahora a los juegos de cartas: aquí encuentras muchas correspondencias con la primera clase, pero desaparecen muchos rasgos comunes y se presentan otros. Si ahora pasamos a los juegos de pelota, continúan manteniéndose varias cosas comunes pero muchas se pierden.— ¿Son todos ellos ‘entretenidos”! Compara el ajedrez con el tres en raya. ¿O hay siempre un ganar y perder, o una competición entre los jugadores? Piensa en los solitarios. En los juegos de pelota hay ganar y perder; pero cuando un niño lanza la pelota a la pared y la recoge de nuevo, ese rasgo ha desaparecido. Mira qué papel juegan la habilidad y la suerte. Y cuan distinta es la habilidad en el ajedrez y la habilidad en el tenis. Piensa ahora en los juegos de corro: Aquí hay el elemento del entretenimiento, ¡pero cuántos de los otros rasgos característicos han desaparecido! Y podemos recorrer así los muchos otros grupos de juegos. Podemos ver cómo los parecidos surgen y desaparecen”.

Esa dificultad de encontrar una definición de los juegos es lo que lleva a Wittgenstein a proponer que las características que a veces los juegos comparten son como los “parecidos de familia”:

“No puedo caracterizar mejor esos parecidos que con la expresión «parecidos de familia»; pues es así como se superponen y entrecruzan los diversos parecidos que se dan entre los miembros de una familia: estatura, facciones, color de los ojos, andares, temperamento, etc., etc. — Y diré: los ‘juegos’ componen una familia”.

*************

La grabación de la presentación corrió a cargo de Bruno Tubau.

******

Juanjo de la Iglesia dice que el libro termina en la página 107, pero termina en la 207.

En otro momento de la presentación, también se habló de las definiciones y de mi buscada indefinición: Acerca de las definiciones.

No te pierdas la historieta dedicada a Wittgenstein en la Enciclopedia de Filosofía de Bolsillo Mosca y Caja: Ludwig Wittgenstein.

Actualmente, la Academia de la Lengua recoge la acepción más popular de álgido en su tercera acepción (aunque no explícitamente el sentido de “caliente”):

álgido, da.

(Del lat. algĭdus).

1. adj. Muy frío.

2. adj. Med. Acompañado de frío glacial. Fiebre álgida. Período álgido del cólera morbo.

3. adj. Se dice del momento o período crítico o culminante de algunos procesos orgánicos, físicos, políticos, sociales, etc.

 

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".

http://wordpress.danieltubau.com/?p=14994

 

 

 

Johan Huizinga

http://wordpress.danieltubau.com/?p=14994