[Flávio Bittencourt]
Bichos povoam haicais de Luiz Bacellar
Animais povoam / haicais / de Luiz Bacellar.
(http://blog.photoshelter.com/2008/07/project-apollo-hasselblad-on-the-moon-and-lunar-pa.html)
Outono
Empoleirado num ramo seco
um corvo
Matsuo Bashô
[PRIMEIRA CÂMARA FOTOGRÁFICA USADA NO ESPAÇO]
Hasselblad 500c
hai kai matsuo basho,
Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=s6jX9E5YRiA,
"NO LEITO DA ENFERMIDADE, OS
SONHOS CORREM SOLTOS PELO
CAMPO SECO
(MATSUO BASHÔ)
ADAPTAÇÃO E ROTEIRO: GABRIEL ALMEIDA
[PROJETO EXPERIMENTAL EM TV
(nome da disciplina acadêmica), [DO]
4º Ano [DO CURSO DE GRADUÇÃO EM] Rádio e TV
Universidade São Judas Tadeu
2006]")
[CÂMARA FOTOGRÁFICA USADA NO ESPAÇO] Hasselblad 500EL/M
(http://www.hasselblad.se/about-hasselblad/hasselblad-in-space/space-cameras.aspx)
Earthrise sequence - Earth emerges over lunar horizon
(http://blog.photoshelter.com/2008/07/project-apollo-hasselblad-on-the-moon-and-lunar-pa.html)
Nesta noite
ninguém pode deitar-se:
lua cheia.
Matsuo Bashô
(http://pensador.uol.com.br/uma_libelula_rubra_haikai_basho/)
View of full lunar disc during return trip
(http://blog.photoshelter.com/2008/07/project-apollo-hasselblad-on-the-moon-and-lunar-pa.html)
"O VELHO TANQUE
UM SAPO SALTA
SOM DA ÁGUA"
(MATSUO BASHÔ,
versão nossa, a
partir de várias
traduções conferidas,
uma vez que não
dominamos o nobre
idioma de Bashô)
IMAGENS:
http://www.carros-tunados.com/blog/wp-content/uploads/2009/06/tanque-atolado.jpg
"SATORI haiku [HAIKAI]
Floresce o jambeiro:
há um tapete róseo
no chão de janeiro.
*
Sempre perseguido
o grilo fica tranqüilo
cantando escondido.
(O poeta)
*
Não sou eu que choro
vento traz num lamento
orvalho sonoro.
(Sinfonia)
*
Chuva de janeiro:
o barco de papel
naufraga no bueiro."
LUIZ BACELLAR
POIS QUE AQUI
LUIZ BACELLAR
É HOMENAGEADO COM
A LEITURA EM VOZ ALTA (*)
DE DOIS DE SEUS MELHORES HAICAIS
(*) - IMAGINE-SE A LITERAL LEITURA EM FORMA DE DECLAMAÇÃO,
EM VÍDEO E postada NO SITE YOUTUBE, com um(a) leitor(a)
declamando dois poemas de Bacellar, de cada vez
9.7.2001 - Um haicai para Luiz Bacellar, poeta amazonense - Animais povoam / haicais / de Luiz Bacellar (LUIZ BACELLAR, QUE NÃO FAZ POEMAS TRIVIAIS COMO OS NOSSOS E MORA EM MANAUS, É UM DOS MAIORES POETAS VIVOS DO MUNDO, HOJE.) F. A. L. Bittencourt ( [email protected])
2 POEMAS DE 3 VERSOS CADA
DE 1 GRANDE POETA BRASILEIRO:
LUIZ BACELLAR:
Perdido na grama
o grilo responde
ao canto do pássaro.
O brilho do salto
do peixe na cascata
lâmina de prata.
(http://www.revista.agulha.nom.br/lbacellar02p.html)
===
SITE DE ANTONIO MIRANDA:
"POETAS DO AMAZONAS
Coordenação: Donaldo Mello e Inês Sarmet
LUIZ BACELLAR
Luiz Franco de Sá Bacellar nasceu em Manaus no dia 4 de setembro de 1928. Depois de passar a infância em Manaus, foi para São Paulo e lá realizou o antigo curso Colegial. Mais tarde, no Rio, foi bolsista do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, INPA, quando fez o curso de Aperfeiçoamento de Pesquisador Social, na área de Antropologia Cultural, no Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, sob a orientação do Prof. Darcy Ribeiro. Voltando a Manaus, exerceu o jornalismo, foi portuário e comerciário, antes de se tornar Professor de Literatura e Língua Portuguesa no Colégio Estadual D. Pedro II e Professor de História da Música no Conservatório Joaquim Franco, da Universidade do Amazonas. Por volta de 1954, sua atividade literária se intensificou e, juntando-se a um grupo de jovens interessados no desenvolvimento cultural do Estado, participou da criação do Clube da Madrugada, cujo nome teria sido por ele sugerido. Com seu livro de estréia, Frauta de Barro, que só foi editado quatro anos mais tarde, foi laureado em 1959 com o PRÊMIO OLAVO BILAC, conferido pela Prefeitura do antigo Distrito Federal (Rio de Janeiro), de cuja comissão julgadora fizeram parte Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Seu segundo livro, Sol de Feira, várias vezes reeditado, recebeu o PRÊMIO DE POESIA DO ESTADO DO AMAZONAS, em 1968. Um dos fundadores da União Brasileira de Escritores do Amazonas, está envolvido com a escrita de poesia desde os doze anos e já teve vários de seus poemas musicados por Arnaldo Rebelo, Nivaldo Santiago, Dirson Costa e Emmanuel Coêlho Maciel. O poeta, cultor da música e do desenho, membro da Academia Amazonense de Letras, é um dos estudiosos do patrimônio artístico e cultural da cidade de Manaus, onde vive e trabalha. Além de Frauta de barro e Sol de Feira, já citados, Luiz Bacellar é autor de Quatro movimentos (Manaus, 1975), O Crisântemo de cem pétalas (em parceria com Roberto Evangelista, Manaus, 1985), Quarteto (Manaus, Valer, 1998) e Satori (Manaus, Valer, 2000).
“Luiz Bacellar faz parte linhagem de poetas comprometidos com a revelação dos mistérios do mundo, com a essencialidade das coisas e dos seres.Tendo na musicalidade uma de suas marcas definidoras, sua poesia é prenhe de imagens, de ressonâncias filosóficas e espirituais. A acuidade no tratamento dos temas e apuro da linguagem são expressivos da excelência de seu fazer poético.” TENÓRIO TELLES, em Satori
“Luiz Franco de Sá Bacellar é, sem sombra de dúvida, o maior poeta vivo do Brasil. Confirma esse fato, inclusive, a simplicidade com que esse escritor se mantém num quase anonimato, obrigando-nos a divulgá-lo, pode-se dizer que à sua revelia, para conhecimento dos nossos intelectuais. É ver para crer. AUREO MELLO, em Frauta de Barro, 4ed.
“Há um evidente talento épico em Luiz Bacellar. É a comunidade que encontra sua expressão, sua linguagem, sua fala, através de seus versos. Assim, Bacellar recria, fundando-a na história dos tempos, a função do poeta. A memória que cimenta seus poemas é ao mesmo tempo um culto ao passado e uma denúncia contra a insanidade de um presente que se autoflagela, que se auto destrói impunemente”. ANTÔNIO PAULO GRAÇA, em Quarteto.
Bacellar [Narciso que busca seu rosto no passado] é um poeta que se mira na superfície líquida da memória. Num esforço de reminiscência recupera os objetos, as formas das coisas, as fachadas arruinadas das casas, as imagens que guarda das pessoas, da cidade - Manaus - suas ruas, becos, os sons, leituras e histórias que povoaram sua infância. Contempla-se na alma de seu tempo.
Quarteto - reunião de suas obras - é um mostruário de sua produção poética, painel evocativo da excelência de sua poesia. Sua leitura é reveladora de seu aprendizado e amadurecimento, seu domínio da arte de encantar as palavras, evidente em livros como Quarteto, que dá título a esta reunião [publicado originalmente em 1963, com o nome de Quatro Movimentos], Sol de Feira (1973) e Pétalas do Crisântemo (1985). Sua obra completa é um mosaico expressivo de seu itinerário como criador. TENÓRIO TELLES, em Quarteto
Ver tb: TEXTO EN ESPAÑOL
SATORI haiku
Floresce o jambeiro:
há um tapete róseo
no chão de janeiro.
*
Sempre perseguido
o grilo fica tranqüilo
cantando escondido.
(O poeta)
*
Não sou eu que choro
vento traz num lamento
orvalho sonoro.
(Sinfonia)
*
Chuva de janeiro:
o barco de papel
naufraga no bueiro.
Soneto do canivete
Do gume aceso se cumpra
o destino de ser-quilha
e o destino de ser peixe
no ímpeto da mola oculta;
do cabo córneo se cumpra
o destino de ser concha
bivalve guardando a folha:
molusco vidrado e alerta.
Cumpra-se o ávido destino
de esfolar laranjas vivas
e fazer lascas de pinho
na timidez corrosiva
dentro do punho incrustada
da lâmina envergonhada.
Ciranda à roda de um tronco
Mangueira de minha rua
Do velho tronco enrugado
Que serves de alcoviteira
Ao casal de namorados.
O vento mexericando
Com tuas folhas assanhadas
Te arrepia as verdes franjas
Em murmúrios assustados.
As formas dos papagaios
Te pendem das galharias
Como brancos esqueletos
De duendes enforcados.
Te escorre o luar das folhas
Com seu brilho niquelado
Como um colar de rainha
Sobre um dossel desfiado.
Mangueira de minha rua
Vivo cheio de cuidados
Pela ingrata que tortura
Meu coração macerado.
E hei de quebranto e saudade
Morrer contigo abraçado.
Receita de tacacá
(para Umberto Calderaro Filho)
Ponha, numa cuia açu
ou numa cuia mirim
burnida de cumatê:
camarões secos, com casca,
folhas de jambu cozido
e goma de tapioca.
Sirva fervendo, pelando,
o caldo de tucupi,
depois tempere a seu gosto:
um pouco de sal, pimenta
malagueta ou murupi.
Quem beber mais de 3 cuias
bebe fogo de velório.
Se você gostar me espere
na esquina do purgatório.
Noturno da rampa do mercado
As luzes das barcaças sonham ventos
quando em águas propícias e serenas
no cansado ancorar brilham pequenas
em almos lucilares cismarentos ...
O rio e a noite expandem seus lamentos
e os mastros tristes são candeias plenas
de oleosas saudades e de penas
sirgando macilentos barlaventos ...
As águas encrespadas pela brisa
gravam na praia úmida do pranto
das órfãs de afogados o seu canto.
Gregoriano canto, que, em precisa
cadência, vai ecoando em cada peito:
deixai-nos descansar: tudo está feito.
Balada da rua da Conceição
Vão derrubar vinte casas O motivo
na rua da Conceição.
Vão derrubar as mangueiras
e as fachadas de azulejo
da rua da Conceição.
(Onde irão morar os ratos Os ratos e o lixo
de ventre gordo e pelado?
e a saparia canora
da rua da Conceição?
Onde irão os jornais velhos?
Onde? E as garrafas quebradas?
Pra onde os cacos de vidro?
Pra onde os cacos de telha?
Pra onde as latas de conserva
vazias e enferrujadas?)
Oh! Vede as fisionomias
As casas
desgostosas e alquebradas
das velhas casas desertas...
Oh! Vede as rugas tristonhas
das janelas dolorosas,
dos batentes desbeiçados,
das velhas portas cambadas
de gonzos desengonçados!
Vede os beirais rebentados!
Vede as calhas entulhadas
pelas folhas fermentadas
e os buracos dos soalhos
e os alpendres corroídos
e as cumeeiras caídas
e as goteiras dos telhados!
Vede o balcão derrubado
da antiga mercearia
do Seu Joaquim Remendado.
E o forno da padaria,
e o sobrado da viúva O sobrado da viúva
que era o mais alto sobrado;
as pobres pedras da rua,
já gastas de tantos passos,
empurradas pelo esforço
das raízes emparedadas.
N a rua da Conceição
já mais ninguém quer morar.
Só um tal Dr. Calango
Um certo Dr. Calango
- às vezes passa apressado
como um relâmpago verde -
pôs pensão familiar.
(Raramente é procurado.)
Ontem passei por aquela
velha rua condenada.
Sem querer me pus à escuta
A conversa das mangueiras
das conversas das mangueiras
sussurradas pelas copas
quando o vento as farfalhava:
- Ah! comadre tu te lembras
do molecório danado:
se um papagaio quedava,
nas folhas se encalhava,
os nossos galhos sofriam...
que os nossos galhos quebravam.
Ai que saudades que tenho
A mangueira casimiriana
do tempo em que não sofria
reumatismo nas raízes
e não tinha cicatrizes
pelo meu tronco enrugado...
Nunca mais nos voltarão
caroços de nossos frutos
contra as nossas copas fartas.
Nunca mais colhões-de-bode,
Colhões-de-bode
nunca mais as baladeiras
bole-bole e baladeiras
nos roubarão passarinhos
pousados nos nossos galhos;
nunca mais os bole-boles
arrancarão nossos frutos:
(eu me sinto tão pesada
que tanto é o número deles!)
Nunca mais a prefeitura
quis cortar as nossas tranças
- o cabelo a la garçone
que agora no modernismo
se chama de taradinho.
Ah! tempos que já se foram
e nunca mais voltarão,
nunca mais será lembrada
a rua da Conceição.
_ Eu vi um dia um cavalo, O cavalo e o espelho
disse outra velha mangueira,
renegado pelos donos
por ter quebrado uma perna
e não poder trabalhar,
entrar pela barbearia
empoeirada e deserta
que fica perto da esquina;
ao chegar frente ao espelho
de moldura descascada
(que há muito fora dourada)
vendo logo o seu reflexo
julgou que era uma potranca
- linda! - foi se aproximando
até juntarem os focinhos.
_Nunca pensei que as potrancas
tinham focinhos tão frios,
disse, um bufido soltando
(que ao cristal embaciou).
_ Nunca pensei que as potrancas
pudessem se evaporar...
... e logo reaparecer.
_ Ai, que aquilo era por certo
de meu pai a alma penada
(um garanhão militar
que morrera reformado
de tanto puxar canhão
no tempo em que não havia
batalhão motorizado).
- Cruz Credo! - um claro relincho,
que nervoso se esgalhou
pelo ar quieto da tarde
retiniu num par de coices
e o pobre espelho, coitado,
trêmulo se espatifou.
Ai, rua da Conceição,
pobres prédios cariados,
só a erva-de-passarinho A erva-de-passarinho
habita os vossos sobrados!
Ah! que essa estória me lembra
uma outra que vou contar,
é a história circulante
da cabrita Rolimar,
Romance da cabrita Rolimar
que estoicamente cumprindo
o dever com sua espécie
se arrebentou sem um grito,
no dia em que ela pariu
a primeira cria, o Brito.
Era a cabra Rolimar
a princesa desta rua.
Foi uma noite de lua,
(meio pensa em seu luar)
logo que seu último dono
desta rua se mudou,
que a cabrita Rolimar
veio conosco morar.
(Ah! comadre, eu bem que sei
que você se lembra dela)
Tinha um chifre reticente
e o outro como algarismo
(que a arquitetura das cabras
tem algo de equilibrismo),
as tetas jamais pejadas
nos seus pulos e trejeitos
balouçavam num apelo
(dizem que leite de cabra
é bom pra levantar peito).
Por entre as pedras a urtiga
já começava a morar,
mas logo ela aqui chegou
começou a retouçar.
E assim logo de começo
foi ficando confiada
e na antiga padaria
(roendo o balcão) fez morada.
Pois me disse um bem-te-vi
que ela era encantada:
em noite de lua cheia,
sexta-feira de quaresma
se punha de pé dançando
ao fazer o seu sabbat.
Mas não creio - só lembrando
sei quanto era preciosa:
pois tinha um olho malandro
e umas tetas cor-de-rosa.
Pois se até no descomer
era mui gentil de ver:
qual se fora semeando,
a modo de semeadeira
uns caroços de oliveira.
Mesmo quanto ao de comer
era de nada enjeitar:
eram papéis de jornal,
eram maços de cigarro
e até mesmo latas velhas
ela podia enrolar -
nada que visse na rua
era de ela rejeitar.
Um sanhaçu me contou
que ela era artista de circo:
dançava no picadeiro,
andava na corda bamba -
era estrela principal
do "Grande Circo Merino".
Mas cá ficou-se esquecida
(dizem que foi de paixão)
quando o circo foi embora.
No dia do nascimento
do cabrito (coitadinho!)
chovia de fazer lama.
A cabritinha sofria
sem gemer, sem se queixar.
Ai, comadre, se eu pudesse
adquirir movimento,
sair do leito de pedra
que me prendia as raízes,
só para correr pra longe
(pois não podia ajudar);
mas o que diria a gente
em vendo uma árvore andar?
O cabritinho nasceu
(um balido anunciou)
foi quando a pobre da cabra,
aos poucos, devagarinho,
parou de se estrebuchar.
Logo vieram os urubus
Os urubus
(como agentes funerários)
com seus fraques de lustrina,
com seus gestos bem medidos
e suas graves passadas
de acadêmico bom-tom
fizeram-lhe o necrológio
com tamanha hipocrisia
num arremedo de velório
(somente fazendo hora
té ver quando apodrecia).
Quando o chefe deu sinal,
aí foi um tal de avança
- tumulto de negras plumas!-
e em brevíssimos segundos
desmantelaram, lhe os ossos.
E quanto ao órfão Britinho
um preto velho o levou:
hoje mora noutra rua
berra e espirra o dia inteiro
usa um grande cavanhaque
e já é pai de chiqueiro.
- Eu tinha uma outra estória:
A vaca Cristina
era a da vaca Cristina.
Mas, já é estória demais!
Ai, rua da Conceição
somente retornarás
sob a forma de canção
repleta de nunca mais!
Ai! Somente os mamoeiros
Os mamoeiros e a lavadeira
pelos terrenos baldios
cujos mamões se parecem
com as mamas murchas caídas
da preta velha Quitéria,
lavadeira e cozinheira
mais antiga dessa rua.
Que inda exista quem se agache
nalgum aperto danado
detrás do que resta em pé
dos vossos muros rachados.
Nunca mais retornarei
a surpreender as conversas
de vossas velhas mangueiras
contando casos passados.
Adeus, minha velha rua,
OFERTÓRIO
adeus para nunca mais,
_ Ó rua da Conceição
que ficas perto dum cais.
(Mas será mesmo que existe
A saudade de pedra
essa rua na cidade?
ou é rua da concepção
no velho Cais da Saudade?)
VERÃO
No livre azul o sossegado vento
lívido sonha linhas de escultura
que moldara nas nuvens no momento
de apascentá-las pela tarde pura.
Num arrepio de pressentimento
o ruflo de asa risca na brancura,
o sol arranca brilhos do cimento
do muro novo, a folha cai. Madura.
Tudo o verão proclama. A tarde limpa,
esmaltada de claro; pela grimpa
do morro verde a cabra lenta vai...
A luz resvala na amplidão sonora.
Por que senti rogar-me a face agora
um beijo, um frêmito, um suspiro, um ai?
De
Luiz Bacellar
Sol de feira
Manaus: Editora Umberto Calderaro, 1973.
86 p. ilus.
Capa de Getúlio Alho. Impresso com letras de cor verde. Composição de Carminha Bernardes e Wilma Araujo. Montagem de Flavio Motta, sobre lay-out do autor. Desta edição, patrocinada pelo prefeito Frank Abrahim Lima, foi feita uma edição especial de 155 exs., fora de comércio, rubricados pelo autor.
Rondel XI
ou do marimari
marimari
em longas trilhas
do tenro limo
doces pastilhas
como obras-primas,
encadernadas
de veludinho,
enfileiradas
nos seus alvéolos,
iguais freirinhas
verdes, deitadas,
nas suas celas
arrumadinhas
e separadas
rondel XIX
ou do jambo
jambo tu és
tão rubicundo
qual se corasses
por todo mundo
tanta vergonha
tu tens na cara:
talvez por isso
és fruta rara
há no contraste
da palidez
da tua polpa
com a tua tez
sabor de espuma
gélida bruma
rondel XXII
ou da melancia
a aurora surge
rosada e fria
do cerne fresco
da melancia
seu bojo verde
retém do dia
a sumarenta
melancolia
cada semente
dela é uma nota
da passarada
que se condensa
na pauta rósea
da madrugada
rondel XXXIV
ou do bacuri
gemas da mata
de galas flácidas
pérolas ácidas
bagas de prata
tens bacuri
áspero e louro
pômulo de ouro
dentro de ti
tuas polpas belas
abrem-se e escorrem
seivas sutis
como as estrelas
sorrindo morrem
chorando ris
TEXTO EN ESPAÑOL
Traducción de Adán Méndez
VERANO
En el libre azul el sosegado viento
lívido sueña líneas de escultura
que moldeara en las nubes al momento
de apacentarlas por la tarde pura.
En un escalofrío de presentimiento
el soplar de alas raya en blancura,
el sol arranca brillos del cemento
del muro nuevo, la hoja cae. Madura.
Todo proclama el verano. La tarde limpia,
esmaltada de claridad; por la cresta
del cerro verde la cabra camina lenta...
La luz resbala en la amplitud sonora.
Por qué senti que en la cara me rozaba ahora
un beso, un susurro, un suspiro, un ay?
página ampliada e republicada em junho de 2011"
(http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/amazonas/luiz_bacellar.html)
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OS MAIORES DO MUNDO:
As maiores frutas, legumes e verduras do mundo.
A maior abóbora do mundo, um fazendeiro chamado de Jake van Kooten mostra sua abóbora gigante de 697,3 kg:
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Uma loucura de abobrinha, a cultivadora de hortaliças e legumes chamada de Isabella Ng mostra a abobrinha gigante exposta no ano passado em feira na Inglaterra. O legume, que entrou para o livro dos recordes, pesava 65 quilos.
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E que tal um doce de jaca, com a jaca a seguir acho que daria para fazer um balde grande de doce, a jaca de 34,6 quilos e 57,46 centímetros de comprimento foi colhida em 2003 no Havaí, nos EUA:
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Qual é o doce mais doce que o doce da batata doce? Pois é esta batata doce é muita batata para um doce só. O fazendeiro libanês Khalil Semhat conseguiu colher em sua horta a maior batata doce do mundo, a batata pesava em torno de 11 kilos.
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Você gosta de maçã? Então vai se apaixonar por esta que foi colhida em Israel, ela pesa cerca de 1,849kilos e é considerada ou foi a maior maçã do mundo.
A maior minhoca do mundo.
Minhocas existem minhocas de variados tipos, mas existe uma que se destaca por seu tamanho. A maior minhoca do mundo é chamada de Giant Gippsland Earthworm (Minhoca gigante de Gippsland). Você pode ter visto muitas minhocas, mas acho que nunca viu esta que pode crescer até 3 metros de comprimento e 2 cm de espessura. Ela pode viver em túneis a 2m abaixo da terra, essas minhocas se reproduzem só nos meses mais quentes e põem ovos, seus filhotes passam cerca de 12 meses e quando nascem já tem 20cm de comprimento.
A super formiga - A maior do mundo
Você já deve ter visto muita coisa grande, mas já viu a maior formiga do mundo, ela é brasileira e originou-se do maranhão. O rank Brasil qualificou a super formiga como a maior formiga operaria do Brasil e do mundo.
Seu tamanho é igual a um palito de fósforo. Ela possui poderosas presas e um poderoso veneno.
Você sabia?
Na colônia destas formigas não existe uma formiga que nasce já com a função de rainha, este cargo só é preenchido depois de uma briga entre as operarias a vencedora será a rainha.
A maior lagosta do mundo
Ela recebeu o nome de poseidon e foi encontrada a mais de 200 m de profundidade em mar aberto. Ela é 5 vezes maior do que as lagostas comuns e pode chegar a pesar 6 quilos. Mas os pescadores dispensaram poseidon da panela e a doaram para um aquário na cidade de Newquay que fica na Inglaterra.
O maior coelho do mundo
O maior coelho do mundo é conhecido como Darius ele faz parte da raça Continental Giant e com apenas 1 ano de idade e mede 1,30 metros de comprimento. Este animal ainda esta em fase de crescimento e sua alimentação é baseada em 12 cenouras e 6 maçãs por dia.
Chilli o maior boi do mundo.
O maior boi do mundo é simplesmente uma arte da natureza, Chilli como é conhecido o maior boi do mundo possui 1,80 de altura e seu peso é de mais de 1 tonelada, este monstro bovino reside na Inglaterra.
O maior morcego do mundo (A raposa voadora)
Essa raposa voadora, na verdade é uma espécie de morcego, que recebeu este nome por sua semelhança com uma raposa. Ele é considerado o maior morcego do mundo, podendo chegar a 2 metros de envergadura. Eles são originários na África e pode voar mais de 60 km por noite.
O maior porco do mundo
O maior porco do mundo era chinês, ele pesava cerca de 700kg e chegou a medir 2,5m, dava para fazer bastante bacon. Mas acontece que ele só foi nomeado o maior porco do mundo depois do seu falecimento. Este monstro suíno morreu no dia 5 de fevereiro e sua idade era de 5 anos.
O maior caranguejo do mundo.
O maior caranguejo do mundo pode chegar a medir 40 cm e a pesar 4 kg, mas já foram encontrados caranguejos com exato 1 metro e pesando 17 quilos. Ele é considerado o maior artrópode terrestre e vive naturalmente em coqueiros. Este caranguejo também é conhecido como caranguejo coco.
O maior sapo do mundo ou rã
O nome da raça desse sapo ou rã que é o maior do mundo é Conraua goliat, nome estranho para uma criatura estranha. Chega a medir 40 cm e a pesar 3 kg é muito grande e incrível.
Este tipo de espécie só é encontrado na região dos camarões e Guiné equatorial.
A maior espécie de árvore do mundo
Existem muitas arvores, mas existe uma espécie de árvore que se classifica por ser a maior do mundo, seus exemplares podem chegar a medir mais de 100 metros, o nome é sequóia-sempre-verde (Sequoia sempervirens), este tipo de árvore tem origem dos EUA no oregon.
Klescke Atlas o maior livro do mundo.
O maior livro do mundo é conhecido como Klencke Atlas, neste ano de 2010 ele esta comemorando 350 anos. O livro foi um presente ao rei Charles II da Inglaterra pelos mercantes holandeses, tem 1,75 metro de altura e 1,9 metro de largura e requer 6 pessoas para ser levantado.
O maior celular do mundo
O maior celular do mundo foi produzido pela empresa de celular Samsung em parceria com a cricket. O pequeno aparelho possui exatamente 3,75 metros de altura e 4,57 metros de largura. Se você quiser pode até carregar em uma bolsa.
O maior tronco de árvore do mundo.
O maior tronco de árvore do mundo, não se tem medidas exatas mais se você prestar atenção na foto verá que estavam falando sério quando o nomeou o maior tronco de árvore do mundo.
O maior e mais antigo lago de água doce do mundo
Existem muitos lagos espalhados por todo o mundo, mas nenhum recebe o titulo de maior lado do mundo. Este lago se chama Baikal, que é um lago localizado no sul da Rússia, perto da fronteira da Mongólia.
Suas dimensões são extremamente grande, possuindo 636 km de comprimento e 80 km de largura e sua profundidade chega a 1900 metros. O rio possui uma grande capacidade de armazenagem de água, possuindo 20% de toda água doce liquida do planeta.
E o lago Baikal não recebe só o titulo de maior lago do mundo, mas também do lago mais antigo. Podendo ter aproximadamente 30 milhões de anos.
A maior flor do mundo
Existem muitos tipos de flores espalhados ao redor do mundo, mas existe uma que se destaca por seu titulo de maior flor do mundo. Ela possui 1 metro de diâmetro e pesa cerca de 7 kilos, mas possui um forte cheiro de carne podre. Esta flor é natural da indonésia e foi descoberta em 1818, por uma expedição americana.
Esta flor pertence à família das mamonas ou da seringueira.
Você Sabia?
• Esta flor leva 9 meses para florescer e apenas alguns dias para apodrecer.
• O mau cheiro da planta se deve as moscas polinizadoras que são atraídas.
O maior anfíbio do mundo - salamandra gigante da China.
Este anfíbio é de origem da China e é conhecido como salamandra gigante da china. Este animal está à beira da extinção. Pode chegar a medir 1,80m de comprimento.
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