Barras do Marataoã 183 anos: Tributo à Cidade Natal 2024

Dílson Lages Monteiro – diretor de Entretextos

Barras do Marataoã, onde nasci e vivi até os 13 anos, comemora 183 anos, em 24 de setembro de 2024. A região começou a ser colonizada em meados do século XVII. A partir da segunda década do século XIX, sua expansão e os assentamentos humanos se intensificariam, sendo elevada à categoria de Vila, o que, conforme a legislação do Império Português, correspondia à autonomia administrativa, com os poderes concentrados na Câmara Municipal, em 1841.

O primeiro administrador de Barras, a partir de 1842, seria o coronel, natural de Brejo dos Anapurus-MA, José Antônio Rodrigues. Ele constitui matrimônio com filhas do abastado coronel Joaquim José do Rêgo (saiba mais), também nascido naquela cidade, proprietário da fazenda Peixe, ou Peixão, hoje Nossa Senhora dos Remédios e falecido em 30.10.1855. Joaquim José era membro das famílias Rego Castello Branco e Barboza Ferreira, com origem em Parnaíba e no Brejo dos Anapurus.

Ele daria origem a uma extensa família. Consorciam-se seus descendentes com muitas famílias dos pioneiros Carvalho de Almeida,  Borges Leal, Gomes Rebello (ou Rabello), Pires Ferreira, Fortes,  Rodrigues Lages, Caldas, Melo, Monte Furtado, Coelho de Resende, Morais, Pacheco,  Rêgo Monteiro, Santana, Lopes Batista, Silva e outros agrupamentos familiares que estão na base da colonização da antiga Barras. Uma extensa parentela que vai se assumindo com outros nomes em gerações subsequentes e mediante novos entrelaçamentos familiares.

Entre os anos de 1850 e 1950, Barras alcançaria notável visibilidade regional e nacional. Colaboraram para isso a matriz econômica do período e os postos de poder alcançados na Guerra do Paraguai. Nesse período, dezenas e dezenas de  oriundos da aristocracia rural alcançariam lugar de destaque, não porque  pertenciam a esse grupo privilegiando então, apenas, mas porque encontraram no exército e, principalmente nos livros instrumentos para que gerassem oportunidades de crescimento pessoal. Diga-se que Fileto Pires Ferreira, Taumaturgo de Azevedo, Joaquim Pires, Octaviano Melo, Coriolano de Carvalho e Silva e uma legião de notáveis que brilharam nacionalmente transformando a sociedade de seu tempo, encontraram no estudo continuado um dos alicerces de sua história de luz, numa época de elevados índices de analfabetismo.

Barras tem na sua história do passado um rico patrimônio. Exatamente o que a faz, além de suas belezas naturais, reconhecida adiante da Barragem do Pesqueiro. Um patrimônio que é um dos principais elementos de identidade do lugar, independentemente.

A tradição de uma cidade se faz, também, nas vivências diárias de todos que se acham pertencendo a um lugar. A tradição não se condiciona apenas a grupos familiares, muito menos ao poder político, econômico e social. Ser parte de um lugar está muito além disso. Sua raiz são os vínculos sociais. As relações de sociabilidade se fazem entre pessoas, por semelhanças ou diferenças; ainda, pela geografia física. Pelos bens coletivos, advindos ou não da ação humana. A tradição de uma lanchonete, restaurante, bar, rua vigora em se enxergar neles um pedaço do sentimento de quem por esses espaços transita.  Ser parte de um tempo e um espaço, sobremodo, depende, também, da capacidade de transformar, pelo trabalho, o mundo, que é de todos. Uma cidade, portanto, é o trabalho da ação juridicamente constituída, mas também,  o trabalho individual. Uma cidade - e sua tradição formada pela repetição longa de sensações e práticas sociais - é o labor do empreendedor, dos movimentos sociais e dos entes públicos.

Pelo quinto ano consecutivo, Entretextos, por meio do Canal Tributo à Cidade Natal no You Tube, , contando com a boa-fé e o voluntariado de intelectuais, disponibiliza gratuitamente aos barrenses um conjunto considerável de arquivos de memória que visam reforçar a rica história de tradições de uma cidade que tem muito o que contar para o País.

De 01 de setembro até 19 de outubro, acesse Tributo à Cidade Natal e saiba mais sobre as memórias de Barras do Marataoã. Confira a programação 2024.

 

PROGRAMAÇÃO DE TRIBUTO À CIDADE NATAL 2024

Homenagem aos 183 anos de Barras do Marataoã-PI

 

A família Rodrigues Lages e a formação administrativa de Barras do Marataoã

Prof. Dilson Lages Monteiro (APL)

 

Origens de Barras do Marataoã em Afonso Ligório Pires de Carvalho

Dr. Gilberto de Abreu Sodré Carvalho 

 

Barras: a geografia das águas

Prof. Francisco de Assis Carvalho Filho

 

Retratos de família  –  Coronel Trazíbulo: uma leitura de imagens

Prof. Dílson Lages Monteiro (APL)

 

Barras na vida de Campo Maior

Dr. Domingos José Carvalho (ACALE)

 

Antônio do Monte Furtado – um benemérito na vida de Parnaíba-PI

Dr. Diego Mendes Sousa (APAL)

 

Avenida Pinheiro Machado, memórias do coração financeiro de Barras-pi

Prof. e pesquisador Francisco de Assis Alves Oliveira

 

A.Tito Filho: Perfil Biográfico do Cronista em seus 100 anos de nascimento

Dr. Reginaldo Miranda da Silva (APL)

 

Crônicas da Memória Afetiva

Manoel Monte Carvalho Filho (ALVAL)

 

José Nelson de Carvalho Pires – 100 anos de um barrense ilustre

Dr. Diego Mendes Sousa (ALPAL)

 

Memórias de um adolescente em Barras do Marataoã

Prof. Ronaldo Alves Mousinho (SEDUC-DF)

 

Babaçu em foco: um Mapeamento Essencial para Barras, Piauí

Dra. Valdira Caldas de Brito Vieira (IFPI)

 

Dr. José do Rêgo Lages – um homem adiante de seu tempo

Dr. Domingos José Carvalho (ACALE)

 

Novas canções de amor e saudade

Poeta Francy Monte (ALVAL)

 

Rosa da Cunha Barros – uma professora e sua época

Jornalista Reinaldo Barros Torres (ALVAL)

 

Barras do marataoã: qual tua vocação?

(Desafios e alternativas para um município de potencial)

Mesa-redonda ao vivo após período eleitoral. Debatem especialistas em questões econômicas, histórico-culturais  e sociais, desvinculados do cotidiano e das relações de poder de Barras.

 

A Literatura de Barras do Marataoã, de Nelson Nery Costa

Prof. Dílson Lages Monteiro (APL)

 

Joaquim de Lima Pires Ferreira – um perfil biográfico

Dr. Reginaldo Miranda da Silva (APL)

 

Miguel de Deus Carvalho: memórias de meu pai em Barras-PI

Elmar Carvalho (APL)

 

Alda Rodrigues em crônica de Francisco Carlos Araújo

Francisco Carvalo Araújo (cronista e cordelista)

 

Agrônomo Parentes e a pioneira escola agrícola para libertos

Dr. Reginaldo Miranda da Silva (APL)

 

Os Castelo Branco – ontem e hoje

Prof. Dílson Lages Monteiro (APL)

 

Querem que eu conte, eu vou contar: leitura de causos e piadas de Bilé Carvalho

(homenagem em memória)

 

Barras na memória do comunicador

Chagas Botelho (radialista e cronista)

 

100 anos de A. Tito Filho: a crônica como ofício

Prof. Dílson Lages Monteiro

 

Parentesco, uma plataforma que se renova

Tour Virtual por cartas hospedadas em portalentretextos.com.br

 

Vida e obra de A. Tito Filho

Video-exposição

 

Especial Dílson Lages: 30 anos de prosa e poesia

Dílson Lages Monteiro – 30 anos de prosa e poesia – documentário

 

Recordando lançamentos de livros:

30 anos de prosa e poesia: lançamento de Mais um - poemas

30 anos de prosa e poesia: lançamento de Colmeia de Concreto

30 anos de prosa e poesia: lançamento de O sabor dos sentidos

30 anos de prosa e poesia: lançamento de O rato da roupa de ouro

30 anos de prosa e poesia: O morro da casa grande por Cunha e Silva Filho

30 anos de prosa e poesia: O morro da casa-grande em narração de Dilson Lages

 

Dílson Lages - 30 anos de prosa e poesia: vídeo-exposição

 

Dílson Lages Monteiro  – Fortuna crítica

 

UM PRESENTE ESPECIAL:

 

Baixe grátis AQUI  e na seção livros online de portalentretextos.com.br o livro Rua Grande de Barras do Marataoã (crônica, memória e canção), organizada por Dílson Lages em homenagem à rua Taumaturgo de Azevedo. Escrevem Chagas Botelho, Carlos Castelo Branco, Diego Mendes Sousa, Dílson Lages Monteiro, Elmar Carvalho, Fábio Augusto de Carvalho Pedrosa, Francisco Carlos Araújo, Francisco de Assis Carvalho Filho, Francy Monte, Gisleno Feitosa, Manoel Monte Carvalho Filho, Ramon Vieira de Carvalho, Rogel Samuel, Zemaria Pinto.

 

 

INSTITUTO DILSON LAGES MONTEIRO

 

Além de toda essa programação, os 183 anos de Barras do Marataoã assinalam o lançamento da pedra fundamental do Instituto Dílson Lages Monteiro, que concentrará uma série de iniciativas, entre as quais, o Portal e Editora Entretextos, o Museu Virtual de Barras do Marataoã (projeto já desenvolvido em sua forma física e disponível para visitação ONLINE a partir de 01 de janeiro de 2025) e a FM Cultural Zona da Mata (educação, empreendedorismo e entretenimento), em seu formato online provisório, no ar, no dia do Piauí, 19 de outubro.