[Flávio Bittencourt]

Aventuras de Obama em Pindorama

Uma crônica primorosa de Alberto Francisco do Carmo.

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"A presidente Dilma Rousseff recepcionou Obama em Brasília"
 
 

 

 

 

 

 

"Elizabeth Taylor

Liz TaylorElizabeth Taylor (born 1932) is an iconic Academy Award-winning actress. Known for acting skill and beauty but also for her many marriages, Taylor’s trademark are her violet eyes.

She is considered both one of the greatest actresses and a larger-than-life celebrity and also one of the last major stars to have come out of the old Hollywood studio system
She started acting at the age of nine and in 1963 she became the highest paid actress at the time when she accepted the role in “Cleopatra” which earned her one million dollars.

Aside from her major roles onscreen, she gained worldwide attention off-screen, most notably due to a succession of famous and/or rich husbands and a series of health crises throughout her life".

(http://ahyco.ffri.hr/seminari2007/1960s/TV%20actors.html)

 

 

 

 

Liz Taylor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

"Star quality: A young Taylor"

(http://www.dailymail.co.uk/tvshowbiz/article-484476/The-real-story-Liz-Taylors-plan-marry-husband-No-9.html)

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"ELIZABETH TAYLOR in CLEOPATRA"
 
 

(http://filmescinecinema.blogspot.com/2009_11_01_archive.html)

 

 

 

 

 

                     HOMENAGEANDO A MEMÓRIA DA ATRIZ ESTADUNIDENSE

                     ELIZABETH ROSEMOND TAYLOR (LIZ TAYLOR, 1932 - 2011)

 

  

 

 

 

23.3.2011 - Ele, um mineiro [NATURAL DE BELO HORIZONTE-MG, BRASIL] radicado em Brasília, foi cronista regular do JORNAL DE BRASÍLIA e agora escreve crônicas para o excelente portal VIA FANZINE, do qual é consultor educacional - As crônicas do Prof. Alberto Francisco do Carmo, servidor público de nív. superior (função: téc. em Assuntos Educacionais, tendo trabalhado no MEC, no MinC e no IPHAN - DF), aposentado, ex-professor de física formado pela UFMG, ufólogo, cronista, antigo crítico de cinema e MPB e compositor [música sua venceu um Festival, em Belo Horizonte, na época heróica dos Festivais da Canção] são primorosas. (Obrigado, Prof. Alberto.)  F. A. L. Bittencourt ([email protected])

 

 

 

 

ALBERTO FRANCISCO DO CARMO

(http://www.viafanzine.jor.br/site_vf/ufovia/pag_ufo/fenomeno.htm)

 

 

 

CHAMADA NA PRIMEIRA PÁGINA (eletrônica) DE VIA FANZINE:

Exclusivo para Via Fanzine: Os homens de preto do afro presidente

 

 "Crônicas  

Visita ilustre no seio da tribo:
Aventuras de Obama em Pindorama
‘Bem entendo que me entendes, que eu entendo que me enganas’.
 
Por Alberto Francisco do Carmo*
De Brasília-DF
 
“Ah, não! Aqui tudo tranquilo. Lá é que só tem doido”, (Operário anônimo, entrevistado pela tevê,
 sobre o aparato de segurança para a visita de Obama, enquanto limpava matinhos na Praça da dos Três Poderes).
 
O homem
 
Sem dúvida, sabe o know how de um microfone, com ou sem câmera. Nisto e noutras coisas, o melhor dos presidentes dos EUA, eu que já vi e ouvi muitos, de Truman a ele, o cara da hora.
 
Lembra-me muito do que se dizia de Sammy Davis Junior: nada de toques “colored”, ou seja, o jargão e inflexão vocal característicos dos afro-descendentes de lá. Inteiramente solto, mensagem corporal de flexibilidade e agilidade ímpares. Voz poderosa, com um toque de timbre metálico, dicção perfeita, gramática e construção de frases de uma correção ímpar. O sorrisinho matreiro, após disparar algo para atingir a plateia, como quem diz: “então, o que acham, gostaram?”. E a plateia, sitiada pela simpatia, automaticamente sente-se compelida a responder que sim. Aplausos.
 
Tenta se inteirar de coisas familiares da História e cultura de cada público. Por exemplo, ouviu dizer que bolo de laranja de Kansas City é muito bom. Ou dos tempos de infância na Indonésia. Num discurso seu nos EUA, que vi, ao recolher subsídios para o que ora escrevo, impressionou-me – ao lado das qualidades de oratória - como  manejava a platéia com o talento de um profissional tipo Sílvio Santos, ou Faustão, mas com o verniz de um Ed Sullivan. Fale o que falar, para grande ou pequena plateia, o faz como se falasse “coast to coast”.
 
Em Pindorama
 
No Brasil, não foi diferente, numa passagem marcada por signos de comunicação, de quem maneja bem a Semiótica. A escolha da Cinelândia, embora não se concretizasse, como ideada originalmente, permaneceu. Num pequeno passo em falso, embora o argumento da segurança fosse invocado, a todo momento, outro -igualmente plausível - teria de sê-lo.Quem sabe, a súbita constatação de quem um público muito “popular” e além do mais, não anglófono, não gostaria muito de ouvir aquela figura, simpática sim, mas numa língua que não lhe era familiar, mesmo com tradução simultânea.
 
Reduzido o público a um seleto auditório, num local de elite, nadou de braçada. Os usuais mísseis verbais e inteligentes, precedidos ou seguidos do supracitado sorrisinho, atingiram seu alvo em cheio. A interrupção por aplausos o comprovou.
 
Quem sabe escolher, o sabe bem. E recupera-se bem de imprevistos. O “muito obrigado”, algo hesitante, na fala conjunta com Dilma, saiu algo como um “muito abrigado”. Sem querer, querendo, como o mexicano Chaves, resultou numa coincidência divertida. Muito abrigado, não. Abrigadíssimo... Com a profusão aérea, automobilística, armada e humana ao redor, como diria Aracy de Almeida, não restava a menor dúvida.
 
Mas no teatro, o português de bolso, na escola de João Paulo II, porém menos ousado, funcionou bem. “Alô, Cidade Maravilhosa, Boa tarde, todo povo brasileiro.” Faltaram um “a” e um “o”. Boa tarde a todo o povo brasileiro. Mas “deu para passar”. Falou  de “cariocas”, “paulistas”, baianas, nordestinos, gaúchos, deixou para o fim, mas não esqueceu dos “mineiros”. Nada de “polistas” ou “carioucas”, ou “miniros”.
 
Destacaríamos, todavia, um trecho lapidar, inserido no corpo do discurso. Se proposital ou acidental, não importa. Acertou na mosca. Foi quando, citando um “residente” anônimo, que teria ouvido (duvidamos), enfatizou que favelas não deveriam ser olhadas com pena. Deveriam sim, serem olhadas como fornecedoras de futuros médicos, engenheiros, arquitetos e outras profissões “de topo”, ou seja, lembrando que, milagres, uma educação realmente de excelência poderia produzir entre carentes. Concordamos.
 
Ora, isto contrasta com a mentalidade de redenção educacional dessas mesmas populações, por todos os governos brasileiros passados, inclusive o período Lula e o atual. “Inclusão” significaria, ou tem significado, levar tais comunidades a profissões menos frustrantes e improdutivas economicamente para elas, comunidades. Não seriam mais somente trabalhadores braçais, domésticos, etc. Ser-lhes-ia permitida uma “qualificação” que os levasse no máximo a técnicos de nível médio, notadamente no mercado de serviços. Nível superior e de ponta, não. No máximo cursos universitários ditos de “cuspe e giz” em faculdades particulares fundos de quintal.
 
Nisto, repetimos: muito bem e palmas para ele, que ele merece. Mas quanto ao resto...
 
A presidente Dilma Rousseff recepcionou Obama em Brasília.
 
Mais uma vez, na mesma estratégia do bolo de laranja de Kansas City, citou Jorge Benjor, a passeata dos 100 mil na Cinelândia, a prisão, superação e ascensão de Dilma Rousseff, sem esquecer-se do menino pobre de Pernambuco, isto é, o futuro “o cara”.
 
Tentou cooptar tudo isto para um discurso previsível quanto aos valores da democracia, no melhor estilo norte-americano. Ideais liberais dele, de outros, de ontem e de sempre.
 
Pouco importou se a passeata da Cinelândia tivesse nítida conotação de esquerda. Ou que antecessores seus tivessem cooperado com ditaduras variadas, seja na América Latina, Europa, Ásia e Oriente Médio. À mensagem embutida, do tipo “mas isto é passado”, poderia se dizer, nem tanto.
 
A diferença é que os Estados Unidos apoiaram estados totalitários do estilo antigo, mantidos à custa da coerção sobre cidadãos. Outros estados totalitários também orbitaram em torno da antiga URSS. Questão de escolha.
 
Nos dias de hoje, permanecem estados totalitários de estilo antigo, mas cresceu o número daqueles, nos quais, o antiamericanismo é aberto. Totalitários antiquados, mas não alinhados aos EUA. Problema...
 
No meio disto tudo, surge, porém – de modo preocupante - um tipo de totalitarismo novo. Este tipo ainda preserva características da coerção aos seus cidadãos. Portanto, semelhante ao tipo antiquado. Mas, aos poucos, estes mesmos estados (e seus cidadãos) parecem caminhar para a terrível previsão de Aldous Huxley no prefácio à segunda edição de “Admirável Mundo Novo”: “Não há, por certo, nenhuma razão para que os novos totalitarismos se assemelharem aos antigos. O governo pelos cassetetes e pelotões de fuzilamento; pela carestia artificial, pelas prisões e deportações em massa, não é simplesmente desumano (ninguém se importa muito com isso hoje em dia); é de maneira demonstrável, ineficiente - e numa época de tecnologia avançada, a ineficiência é o pecado contra o Espírito Santo. Um estado totalitário verdadeiramente eficiente seria aquele em que o executivo todo-poderoso de chefes políticos e seu exército de administradores controlassem uma população de escravos que não tivessem de ser coagidos porque amariam sua escravidão”.
 
A China e vários países asiáticos seriam exemplos gritantes da marcha da materialização desse totalitarismo “ideal”. Mas em muitos países, ditos democráticos, há também sinais de seu crescimento. Na medida em que se convence a população a não se importar com política, ou deixar ao critério dela, população, votar ou não votar, ao mesmo tempo em que se segue a filosofia da “barriga cheia, coração contente” (e cuca legal), também pode-se estar dando passos nessa direção. Política dá muito trabalho para que gente comum se ocupe dela. Uma casta bipolarizada, dentro de um sistema eleitoral algo enigmático, pode induzir à apatia satisfeita essa multidão de escravos contentes e distantes uns dos outros, como antevisto no livro “The Lonely Crowd”, A Multidão Solitária.
 
De resto como observou Mário Augusto Jakobskind  (Direto da Redação), o anúncio da intervenção multinacional na Líbia, foi feito num país estrangeiro, que se abstivera da votação da dita intervenção. Constrangimento evidente da anfitriã, evidentemente.
 
Percebeu-se que Mr. President viajou para cá, com o gatilho armado. Perguntar-se-ia se o anúncio de sua viagem a um país discordante da dita intervenção, não teria sido um despiste para a deflagração da mesma. Sim, pois mísseis Cruise, por exemplo, devem ter em seus computadores o mapeamento de seu caminho até seus objetivos. Isto não se faz de véspera... Como também a enorme coincidência de a França sair na frente e, por acaso, navios norte-americanos e britânicos já estariam mais ou menos por ali, prontos a disparar seus mísseis...
 
Obama e Michelle participaram de evento cultural na comunidade da Cidade de Deus.
 
No fim das contas...
 
Foram assinados dez tratados de cooperação, como invariavelmente se faz. Nenhum deles, decisivo. Nada sobre facilitação de vistos, nada sobre subsídios agrícolas como escudo a nossos produtos.
 
Finalmente tivemos o papel da mídia estadunidense nos eventos. Qual seja, quase nenhum. Uma nota da CNN dizia que Obama havia encantado “multidões” no Brasil. Não disse nada sobre a Cinelândia, com mais jornalistas que curiosos (alguns excêntricos) e os piroquetes de esquerda radical, no estilo que Nelson Rodrigues chamava de “cambaxirras da revolução”. Cambaxirra ou carriça... Aquele passarinho miúdo, que protesta com pios e vôos agressivos contra as cabeças de intrusos na proximidade de seus ninhos. Mas que não tem força nenhuma para impedir, muito menos ferir e matar os seus predadores. Multidões? Sei...
 
De resto, um repórter falando com vista do Eixo Monumental até a Praça dos Três Poderes. Mas a notícia era sobre o ataque à Líbia, que Obama interrompera a programação da visita, para chamar jornalistas norte-americanos num canto e comunicar a decisão do sinal verde aos bombardeios.
 
Nos sites da CNN, apenas notícias esparsas sobre o Brasil, com destaques para podres poderes e catástrofes locais. Não temos nada de melhor para ser noticiado. Tendência antiga e com Obama não mudou nem um pouco.
 
Manifestação contra Obama: gatos pingados no Rio, enquanto o povão se divertia pela tevê.
 
Os homens (de preto) do afro presidente
 
Eles sempre existiram, mas são cada vez mais numerosos. Bem, já que Mr. President lembrou-se de Jorge Benjor, o que me vem à cabeça é uma cena do musical “The Music Man” (no cinema “O Vendedor de Ilusões”). O personagem principal é um vigarista, que costuma dar um golpe de apresentar-se em cidades do interior dos EUA do século XIX, como falso professor de música. Usa sempre algum probleminha local, fácil de ser chamado de pecaminoso para convencer os locais da utilidade de aulas de música para crianças. Daí que, numa cidade pacata aonde chega, não havia nada de polêmico. E vem a ideia: “se aqui não há problema, vamos inventar um”.
 
O corpo de segurança na “entourage” de presidentes americanos tem agido assim, e cada vez mais. Lembram-me ainda algo que vi em outra “entourage”, mas de um famoso artista brasileiro. O cara temia e teme assédio, inseguro que era e é. E a “entourage”, para mostrar-se absolutamente necessária, cuidou e cuida de transformar o medo desse artista em pavor. Condenou-o e o condena a viver enfurnado e mal aproveitar as folgas nos lugares por onde passa.
 
O esquema de segurança dos presidentes norte-americanos vem nisto e num crescendo. A cada um que nos visita, é como se alguém que convidássemos para um almoço, nos enviasse uma comissão de família e parentes para verificar se a comida é boa; se tem cachorro que morde na casa; se o sanitário é limpo ou se a comida não está envenenada.
 
Desde Clinton, passando por Bush pai e filho, a arrogância e exagero da segurança estadunidense só causam-nos mal estar.
 
Na visita de Clinton, em 1997, a “nojeira” foi assim. Clinton, afinal, conseguiu passar uns momentos agradáveis no Morro da Mangueira, fazendo que Jamelão dissesse que no final, Mr. President estava “tão feliz quanto pinto no lixo”. Americano não deve ter entendido bem esta imagem. Veio deles a prática das galinhas de granja e suas rações turbinadas a hormônios. Nossas galinhas quintaleiras soltas e revirando o terreiro e até o lixo, deve ter lhes parecido “bizarre”.
 
Para nós, porém, “bizarre” é a paranoia pseudo-protetora desse esquema de grosseria “made in USA”. Já mandaram até ministro de FHC tirar sapatos em aeroporto. Quiseram revistar até o então governador Cristovam Buarque, antes de um jantar em Brasília. Indignado, Cristovam se retirou.
 
Agora, a revista não poupou nem ministros de estado de Dilma, em Brasília, que não resistiram, mas resolveram abandonar o local do evento, à francesa: Aloizio Mercadante, Édison Lobão e até Guido Mantega.
 
Jornalistas acompanhavam o presidente da Vale, Roger Agnelli. Fernando Pimentel saiu com a desculpa de ter sido chamado ao Palácio da Alvorada. Todos foram retidos na entrada do encontro com empresários, o que resultou que chegassem atrasados para acompanhar o discurso de Obama. Havia sido combinado que ministros não seriam revistados. Mas, roeu-se a corda...
 
É um despropósito. Aqui em Brasília descem chefes de estado a toda hora. Até da Rússia. Mas nada se compara à minúcia obsessiva dos corpos de segurança ianques. Um avião presidencial que poderia levar até 400 passageiros. Mais uns dois cargueiros quadrimotores a jato, Boeing C-2 (Mc Donnell-Douglas) para transportar três limusines blindadas. Todas são usadas nos percursos, onde o presidente estará numa delas. As outras são para despistar. Enormes helicópteros “Chinook”, transportados por outros aviões cargueiros. Ruas interditadas. Gente constrangida.
 
Barrados no baile: Em Brasília, os ministros Mercadante, Mantega e Lobão não aceitaram passar
por revista dos seguranças de Barack Obama e não compareceram ao encontro presidencial.
 
No fim, nenhum contato com o povo. Tão diferente da massa de estudantes cantando “A Marselhesa” junto com De Gaulle. Ou dos saudosos Rei Alberto e Rainha Elizabeth da Bélgica, que sumiram do Palácio do Catete, numa manhã carioca. Segurança e autoridades em polvorosa. Daí a um tempo, lá vêm suas majestades, voltando pelas ruas, lampeiros, de roupão de banho, carregando esteiras e guarda-sóis. Quiseram somente dar um mergulho nas águas plácidas (e ainda não poluídas) da Enseada de Botafogo...
 
Claro, também deste jeito não seria mais possível. Mas seria perfeitamente possível entender que não era preciso tanto. E que sorrisos e palavras amáveis não combinam com suspeitas. Volta-se ao que dizia sobre o Rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, sobre seus encontros com chefes mouros: “Bem entendo que me entendes, que eu entendo que me enganas”.
 
Quando Clinton esteve em Brasília, em 1997, esse aparato resultou num chabu de povo. Lá veio o cortejo passando pela Esplanada em dia de expediente. Mas ninguém se abalou para descer para ver sua excelência estrelada e listrada.
 
Mas o ponto alto da visita de Obama, sem dúvida, foi a surreal visita ao Cristo Redentor. Deixar de visitá-lo de dia, para visitá-lo à noite. E a explicação ridícula de que poderia melindrar países islâmicos por visitar um símbolo cristão. Ora, e a paisagem? Que importa o símbolo cristão se ela é tão bonita à luz do dia? Podia ser uma desculpa, ora!
 
Mas a visita noturna, só fez ligar mais a visita a esse mesmo símbolo cristão. De fato, à noite, a única coisa que se veria seria justamente o Cristo! Fartamente iluminado, mas só ou principalmente Ele. Se Obama e nós temos nossas crenças, porque ter de se envergonhar delas ou escondê-las em nome de uma falsa diplomacia? Será que duvidam da inteligência dos árabes?
 
Dessa vez e, para piorar, visita num sábado e domingo. Resultado: afora os gatos pingados, mais nada. E o tiro, em termos de gente jovem (mesmo com os encontros “produzidos” de Dona Michele com alguns deles) pode ter saído pela culatra.
 
Um PM do DF contou-me a reação do filho de doze anos, ao ver a correria do pai para os plantões da visita de Obama somada à agitação e exageros das medidas de segurança: “Sabe, pai? Esse cara só deve fazer o mal. Para ter um medo desses...”.
  
* Alberto Francisco do Carmo é licenciado em física e técnico em assuntos educacionais. É consultor educacional e colaborador do diário digital Via Fanzine.
 
- Fotos: das agências/Roberto Chamorro."
 
 
 
 
OBS. - VIA E-MAIL, O PROF. ALBERTO FRANCISCO DO CARMO, DEPOIS DE LER A LEGENDA DA ÚLTIMA FOTO (aquela, acima, na qual aparecem ministros brasileiros junto a um automóvel oficial), ELABOROU A SEGUINTE OBSERVAÇÃO:
 
"(...) [SOBRE A REFERIDA LEGENDA] Só um reparo: os Ministros não se recusaram. Eles, fulos, naturalmente, foram revistados. Mas saíram rapidinho, deixando o Obama falando para quem o quisesse ouvir. Na visita no Clinton ou do Bush, não me lembro ,o Cristovam [SEN. CRISTOVAM BUARQUE, QUE ERA GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL (BRASIL)] não se deixou revistar. Saiu. Era um jantar ou coisa parecida. Eles [OS SEGURANÇAS DO PRESIDENTE DOS EUA] não respeitam nem o Governador. São atrevidos. (...) Alberto (23.3.2011)".
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATAQUE À LÍBIA:
 
ARTIGO DO JORNALISTA  PEDRO DO COUTTO
 
PUBLICADO ONTEM (22.3.2011), NA TRIBUNA DA IMPRENSA online:  
 
 
 
 
"Terça-feira, 22 de março de 2011 | 04:58

Autodeterminação, direito da força e os direitos humanos

Pedro do Coutto

A ação militar contra a Líbia aprovada pela ONU e desencadeada conjuntamente pelos Estados Unidos, França, Inglaterra, Canadá e Itália, que ainda não atingiu seu desfecho, reabre o debate universal sobre o conceito de autodeterminação dos povos, os direitos humanos e o direito ao uso da força num campo de extraterritorialidade. A aliança militar 2011, agora em nova frente no sempre crítico Oriente Médio, pode levantar a tese de que a figura da autodeterminação refere-se mais aos povos – como diz o texto de 1948 – do que aos governos dos países.

Se tal conceito, sob o ângulo jurídico for predominante, a ação armada volta-se contra o ditador Muamar Kadafi, não contra o povo líbio. Ainda que ao custo de centenas de milhares de inocentes. Nesta hipótese, só cessará com a morte ou a renúncia do ditador.

Quanto mais ele se mantiver no poder, maiores serão as conseqüências para o país. A situação de Kadafi, que já era péssima, pois se assim não fosse os rebelados, herois anônimos de uma luta pela liberdade – em mais um capítulo da História - não teriam conseguido tomar do governo central o controle de tantas cidades importantes. Caso de Bengazi e Tobruk. Esta inclusive, cenário de um dos confrontos decisivos da segunda guerra mundial, quando Montgomery bateu Rommel em toda escala. Os nazistas de Hitler, comandados por Rommel na África, em busca do petróleo sem o qual não que lhes faltava para prosseguir no combate. Será esta uma outra questão?

Nem tanto. O petróleo, aliás, com,o sempre, situa-se no vértice das grandes contradições mundiais. Ele, o chamado também ouro negro, sem dúvida é a maior fonte de cobiça. No Brasil, por exemplo, larga parte da campanha organizada contra Vargas, em 54, resultou da lei que, no ano anterior, criou a Petrobrás.

O petróleo esteve em causa na invasão do Iraque, sobretudo a partir do momento em que Sadam Hussein invadiu o Kuwait e começou a incendiar poços da grande reserva ainda adormecida. O futuro da maior fração econômica do mundo estava em jogo. Pois, vê-se hoje, a descoberta de Rudolf Diesel no século 19, ao contrário do que ele próprio previu, não se esgotará tão cedo. Podem os leitores colocar pelo menos mais um século pela frente. As previsões falharam. Esta é a sua história, este o seu destino.

Não há previsão para o ditador, não no que se refere à sua queda, nesta altura líquida e certa, pois inclusive encontra-se isolado. Mas me refiro à era pós Kadafi. Agora, inclusive, no caso da Líbia, diante de um novo conceito fixado pela ONU no campo do Direito Internacional. O direito à intervenção em nome dos direitos humanos de um país, dentro de suas fronteiras, assegurado pelo poder militar internacional.

O limite ao poder de polícia, tão bem exposto em 61 pelo chanceler Afonso Arinos para justificar a posição brasileira contra a invasão de Cuba, no contexto de hoje seria derrubado pela realidade dos fatos. O mesmo aconteceria no mesmo ano com a tese de Santiago Dantas colocada na reunião da OEA de Punta Del Este, igualmente a favor de Havana. Tese colocada na autodeterminação dos povos e contra as ações de extraterritorialidade, como agora desenrola-se em Trípoli.

Kadafi é um ditador cruel há 40 anos no poder absoluto. Não se discute este aspecto. Discute-se sim, a forma de sua substituição por uma ação militar externa. Ela cria, sem dúvida, um novo prisma no Direito Internacional.

Vejamos como será no futuro. A partir de hoje". (PEDRO DO COUTTO,

http://www.tribunadaimprensa.com.br/?paged=2)

 

 

 

 

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"Taylor em 1981, num evento em sua homenagem"

(http://pt.wikipedia.org/wiki/Elizabeth_Taylor)