Autoritarismo de Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro
Por Cunha e Silva Filho Em: 30/06/2013, às 22H58
Não é esta a primeira vez que o Sr Sérgio Cabral, demonstra a sua grosseria contra povo carioca.Tempos atrás, em seu mandato (está agora no segundo mandato) , deu cabais demonstrações de ofensas a profissionais de medicina que reclamavam contra condições precárias de trabalho baixíssimos salários. Ficou também conhecido por sua repressão contra bombeiros que, em greve, reivindicavam por melhores condições de trabalho e por salários condignos.. Ainda ficou conhecido pela sua arrogância visivelmente demonstrada diante de situações nas quais o povo do Rio de Janeiro se queixa por vários motivos de sua administração em geral. Não é de agora que ele mostra o seu bifrontismo político assim como sua subserviência ao governo federal.
Neste momento em que escrevo esta coluna, os moradores do entorno do Estádio do Maracanã, símbolo do futebol brasileiro, foram vítimas indefesas da truculência do seu governo. Forças policiais do seu governo, mobilizadas estrategicamente em vários ruas perto do Estádio foram bloqueadas em todos os acesso que davam para o Maracanã, a fim de defender este, formando um batalhão que mais parecia estar preparado para uma guerra civil.
Havia 6.ooo soldados da Polícia Militar e 600 militares da Força Nacional que se postaram em várias ruas perto do estádio, as quais foram bloqueadas em todos os acessos ao Estádio, com exceção daqueles que eram destinados a torcedores com bilhetes para o jogo. Os policiais, na verdade, ali estavam para dar segurança àqueles torcedores brasileiros e espanhóis que iriam assistir ao jogo da Copa das Confederações, na partida final para decidir o campeonato entre as seleções da Espanha e do Brasil. Do lado de forado Estádio, havia manifestantes que protestavam contra uma série de males sociais do país. Entretanto, estavam situados a uma boa distância do Maracanã, respeitando os limites impostos pelas forças de segurança estaduais.
Ora, bem sabe o mundo que o Brasil está vivendo um delicado momento de sua história política com o povo em massa nas ruas fazendo passeatas e manifestações contra um série de reivindicações justas por melhorias de vida em diversos setores da sociedade: transporte, segurança, saúde, educação, entre outras. Prioridades fundamentais. A par disso, o governo está sendo responsabilizado por não resolver os problemas gritantes da corrupção política, notadamente por não ter ainda levado à prisão políticos que participaram do chamado esquema do “Mensalão” - um esquema que foi ardilosamente arquitetado entre membros do alto escalão do governo federal durante os mandatos de Lula, políticos e im presas privadas e bancos cm o a finalidade de roubar dinheiro publico através de suborno e outros meios desonestos. Além disso, há outras falcatruas cometidas no atual governo puseram mais combustível envolvendo a classe política pelo menos durante os dez últimos anos em que o Partido dos Trabalhadores (PT) está no poder. Todos estes fatos negativos prepararam o terreno para este estado de indignação e de descontentamento pelo cinismo deslavado de representantes do povo.
No bairro da Tijuca, a repressão da Polícia Militar do Rio de Janeiro não respeitou os moradores de apartamentos que sofreram com os jatos de gás lacrimogêneo e bombas ensurdecedoras lançados por policiais, de forma indiscriminada, contra supostos arruaceiros formados de jovens manifestantes que, acuados pelos soldados, correram pelas ruas circunvizinhas.
Ocorre que o gás lacrimogêneo, espalhando-se por toda a parte entre prédios residenciais da Tijuca, causaram mal-estar na saúde de moradores de todas as faixas etárias, sobretudos de pessoas idosas doentes. Não se pode esquecer que do final da tarde até tarde da noite vários helicópteros da polícia sobrevoavam a vizinhança do Estádio do Maracanã observando o que e passava nas ruas ou talvez procurando perseguir grupos de arrauceiros que enfrentaram a polícia. Foi uma noite horrível para os moradores enquanto o jogo das seleções prosseguia.
Este lastimável fato deixou em pânico todos esses moradores, até mesmo os que vivem nos andares mais altos, todos afetados em seus olhos e nas suas fossas nasais pela inalação daqueles gases. Além disso, um grande cheiro de pólvora também agravou a situação de moradores nas vizinhanças do Maracanã.
O governador é, sim, responsável por esta invasão indireta no recinto de muitos lares afetados pela selvageria da polícia militar que n ao respeitou o direito de paz e tranquilidade e segurança dos moradores circunvizinhos ao estádio do Maracanã.
Os direitos do cidadão brasileiro foram profundamente lesados pela ação policial, tanto no que diz respeito aos danos à saúde e sossego dos moradores quanto por uma espécie de invasão da propriedade privada, vítima da poluição dos gases expelidos pela polícia.
O governo do Sr. Sérgio Cabral, mais uma vez, dá provas de que é regido pela força bruta e pelo desrespeito aos direitos inalienáveis da segurança e integridade física das pessoas, profundamente violados durante o jogo no Maracanã.
Quero expressar nesta coluna meu profundo protesto contra esta forma de “vandalismo” perpetrado pela própria polícia contra os moradores da Tijuca, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro.
O governador dá mais segurança ao futebol e aos que foram assistir ao Campeonato das confederações do que ao povo que não tem 6.600 soldados para defendê-lo contra a escalada de violência no Rio de Janeiro. É uma vexame para os cariocas! É compreensível que um político dê toda a sua atenção a um esporte atraente e querido do povo mas que tem seu lado negativo, um fermento forte para a alienação dos indivíduos.
Nota do colunista: Retificamos, com mais precisão, o contingente dos militares que defenderam o Estádio do Maracanã.