ELMAR CARVALHO

 

O amigo e ex-deputado Homero Castelo Branco, por determinação própria, ainda não sucumbiu inteiramente ao fascínio da internet e das redes sociais. Cultiva ainda o hábito de mandar cartas e cartões, com belas mensagens, especialmente na época do Natal e por ocasião do Dia do Amigo. Cultiva, cativa e cultua o apreço de seus amigos, e sobretudo é um mestre na arte da amizade. Além da mensagem afetiva e espiritual, às vezes ele manda junto um texto de caráter utilitário, prático.

 

Além dessa virtude, a do cultivo da amizade, é ele um escritor de mérito, com livros que se sustentam pelo conteúdo e pelo estilo. Sua linguagem é escorreita e clara, porém fluida e solta. Disseca os seus assuntos em profundidade, analisando as causas e consequências dos atos e fatos que interpreta. Não adota postura sectária, porque procura abordar as várias vertentes e nuanças de sua temática.

 

Com isso, escapa do convencional e do pueril. Muita vezes destila um fino humor, que é, aliás, uma das caraterísticas de sua rica personalidade. Já tive a oportunidade de me pronunciar sobre o seu livro Ecos de Amarante, que é um excelente amálgama de história, de romance, de sociologia e de antropologia, além de história da cultura e da literatura amarantinas. Amarante é a sua amada terra natal. Barras é o berço de seus ancestrais e é a sua pátria afetiva. Ambas, terras de políticos, poetas e artistas.

 

Quando retornei de Parnaíba, encontrei o seu belo cartão, postado no dia 16 deste. Traz uma ilustração alegre, festiva, em que um palhaço ou um mago abre os braços, como que nos dando um abraço, ao lado da qual lemos: “Quem encontra um amigo, encontra um tesouro”. Isto bem atesta a alta conta em que ele coloca o valor de uma amizade verdadeira, já que, internamente, ratifica: “Ter um amigo como você vale mais que possuir todos os tesouros do mundo. Deus o abençoe hoje e sempre”. Na mesma intensidade, retribuo o caro Homero com as suas mesmas e sábias palavras.

 

Na parte prática, de caráter utilitário a que me referi, lembra ele que ao completarmos 60 anos, ficamos apenas com pouco mais de 50 % de água, e que isso faz parte do processo do envelhecimento. Para piorar as coisas, já que as desgraças muitas vezes não vêm em dose única, a nossa capacidade de percepção da necessidade de água diminui, de modo que o idoso passa a ingerir menos líquido, o que gera um verdadeiro círculo vicioso.

 

O bom Homero nos alerta para que criemos o hábito de, mesmo sem sede, passarmos a ingerir mais líquido, a cada duas horas. Por líquido devemos entender não apenas a velha, boa, insípida e inodora água, mas também suco, chá, água de coco, leite, sopa, gelatina, e frutas ricas em água, tais como melão, melancia, abacaxi, laranja, tangerina etc. A seguir adverte os familiares para que ofereçam líquidos aos seus idosos, estimulando-os a tomarem líquido com mais frequência, mesmo sem o sintoma benéfico da sede. Valeu, mestre Homero Castelo Branco. Que Deus o cubra com suas bênçãos e proteção!