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CAPÍTULO 7

 

 

Como o meu cachorro não combinava com os cães de caça do caçador, e um latia contra os outros, fiquei sem o cão.

 

Se eu tivesse de contratar um caseiro perderia a paz. Seria melhor sair dali de vez.

Assim continuei ali, acostumando-me com a ideia de ser atacado por uma onça a qualquer momento fora da casa.

Era uma ideia sinistra, mas viável. ainda que eu trouxesse uma espingarda a tiracolo.

Teria de decidir o que fazer, mas adiava a decisão.

E fui ficando, até acostumar-me com a ideia de que a onça me esquecera, que se fora, e que eu não estava no seu cardápio.

Já saía sem espingarda, ficava um longo tempo lá fora, passeando, meditando, esquecido de que aquele já tinha sido o território dela.

 

Até que um dia aconteceu: Dei de cara com a onça.

 

 

CAPÍTULO 8

 

Eu vinha andando distraído sem cão, sem arma pelos longos caminhos desse terreno quando me deparei com ela, com a onça, tão integrada à paisagem que ainda dei dois passos em sua direção.

E parei. Tentei recuar. Ela estava deitada num galho caído pegando sol, me olhou com desprezo, levantou-se e "voou" para o outro lado.

Eu ainda fiquei paralisado ali, fui recuando e voltei pelo mesmo caminho até a casa.

Sim. Ela estava lá. Ela vivia nos arredores. E agora. Que fazer? 

 

Dias depois eu soube que ela tinha sido morta numa fazenda da região.

 

Assim:

 

Conservando a Grande Imagem
O mundo passa
Passa sem danos
Com tranqüilidade, serenidade e supremacia
A música e as iguarias
Param o viajante
As palavras que nascem do Caminho
São insossas, carecem de sabor
Olhar não é suficiente para vê-lo
Escutar não é suficiente para ouvi-lo
Usar não é suficiente para esgotá-lo