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 AS CATÁSTROFES DE ASIMOV

Miguel Carqueija

 

Resenha do livro “Escolha a catástrofe”, de Isaac Asimov.  Círculo do Livro, São Paulo-SP, sem data. Título original: “A choice of catastrophes” (c. Isaac Asimovo, 1979). Tradução: Amarilis Eugênia Miazzi Pereira Lima. Capa: Irineu Schwab.

 

O conhecido autor de ficção científica russo-americano desenvolve aqui uma longa e cansativa discussão sobre as possibilidades futuras da humanidade, especialmente do ponto de vista da sobrevivência. Asimov discute as possíveis catástrofes, desde o fim do universo até o fim somente da civilização. E, com franqueza, não convence. De seu ponto de vista materialista ele desenvolve hipóteses que não passam de futuríveis e mergulha nos bilhões de anos do porvir como se fosse uma coisa banal.

A ideia de que a humanidade, se puder suplantar todos os desastres, se espalhará pelo universo afora, dominará os bilhões de galáxias e o cosmos inteiro a até sobreviverá ao fim do universo, de tão ridícula chega a ser infantil e de fato um ser surgido “por acaso” (na visão atéia) não poderia alcançar um tal destino.

Contudo é um livro que vale a pena ler pelas muitas informações que disponibiliza até com certo humor, como quando refere a origem do alcoolismo no Ocidente, durante a Peste Negra. Ele também alfineta Velikovski e Däniken.

É certo que os grandes perigos que hoje ameaçam a civilização têm relação com as guerras e a falência dos recursos naturais, devastados pela predação humana.

Muitas coisas que Asimov fala são generalizações questionáveis, por querer abarcar o mundo com as mãos. Alguns assuntos mereciam maior aprofundamento.

Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2018.