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As aventuras de Circe Irinéia, 11


VI

SEGUNDA PARTE DA PRIMEIRA AVENTURA

A Circe, feliz,
se viu na entrada do Castelo
Tão Belo
da Rainha-Fada,
a Fada-Madrinha,
a Idéia Luzia de Cabeça Enfeitada
com lacinhos de fita prateada e rosada,
a Madrinha Boazinha, um tanto avoada,
mas que, com maternal afeto
e ralhar discreto,
protegia a afilhada
perdida na Estrada
de qualquer enrascada,
oferecendo-lhe guarida pedida
e café com torrada,
além do conforto de uma tranqüila madrugada,
dormindo ao som da canção inspirada
de Roberto Cantor de Idade Avançada,
cantando, tão terno!, a música sagrada,
transbordando emoções na voz afinada,
e que saía do rádio que ficava na entrada
do Castelo Tão Belo de Aparência Dourada,
e se espalhava alada
em cantochona toada,
dolente e baixinha, a ninar a afilhada,
para um outro dia feliz de manhã animada,
com aventuras-mil ao longo da Estrada.

E a Circe se viu ali tão cansada!,
pois caminhara flutuando naquela mágica estrada,
mágica estrada de noite cerrada,
que as mãos da Rainha beijou, encantada!,
pois, por certo!, sabia que um teto teria,
da madrugada pro dia,
e, depois, na Estrada da Insólita Passada,
a andar estaria,
feliz e enlevada
e um tantinho avoada,
do racional inclemente,
das guerras tenebrosas
e dos maldizentes,
influentes,
bem afastada.