Por Dílson Lages Monteiro -editor de Entre-textos.

“Finda a semana e a sexta se es(gota) na distância. O menino no horizonte do Marataoã; o pai de pensamento feito cachoeira, no amor que o amor desconhece; os ruídos baixinhos das casas curiosas e a sombra de um tempo na pele, como sinal de posse nessa ausência maior que as sensações inteiras”.

Nesta terra fecunda se fertiliza
A tez de minha memória
Outros ares e lares
de amores tantos.

Ares e lares das mãos distantes
Dos olhos tão próximos
Que o coração comporta

Outros trajetos em forma
(dê)formam e suspendem
O piso o teto toda a estrutura
De minha altura agora

E satura o sentir
Sem ti aqui

O pisar nos paralelos chãos
Vá(rios) de teu ovário de virtudes

Onde Papai imortalizou o amor
Onde a paz de um nome resta
E o sangue de meu DNA.

Grita no adro da igreja
Meu desejo de liberdade.

Nesta terra fecunda de faces
Fertiliza-se a tez de minha memória:
O rastejar do rio
O aconchego das casas geminadas
O cochicho das calçadas

E os olhos abertos da saudade
De outros ares e lares
De amores tantos.

Dílson Lages Monteiro