Ao som de Elvis: outra estória de Dona Helena
Por Flávio Bittencourt Em: 14/03/2010, às 23H18
"Ao som de Elvis": outra estória de Dona Helena
Na terceira estória de Dona Helena, Elvis Presley, Neil Sedaka e Paul Anka, entre outros cantores, não deixam de comparecer, em grande estilo.
(http://www.cdandlp.com/artist/0-0-0/2/1/neil-sedaka.html)
(http://anos60.wordpress.com/2008/10/31/as-paradas-de-sucessos-top-20-brasil-1960/)
(http://www.apecat.com/v1/catalog.php?label_id=12&page=64&osCsid=1c7f0b01750777eaadb9d46fcac62818)
(http://lazer.hsw.uol.com.br/biografia-de-elvis-presley24.htm)
(http://loronix.blogspot.com/2006_10_15_archive.html)
(http://en.allexperts.com/e/b/br/brenda_lee.htm)
Para Fátima Vieira da Silva, advogada carioca
que gosta de ouvir estórias do povo, e
em memória de Santo Amélio Michalak (*),
que conheci em São Paulo, Capital, em pousada de
estudantes universitários, em 1986,
tecnologista formado pela FATEC-SP -
cuja família tive a honra de conhecer, no interior de Santa Catarina -,
ser íntegro e bom que me falava, com toques de poesia, de coisas
das ciências exatas e físico-químicas,
cientista aplicado que infelizmente não está mais entre nós,
amigos verdadeiros
(*) - Informados de que uma pessoa como o Santo - como era conhecido (e ele era um ser muito generoso, mesmo) - havia sido discriminado em almoço doméstico, fechado, para parentes dos proprietários do estabelecimento hoteleiro (do tipo "pensão") e seus hóspedes - refiro-me a uma bacalhoada na pousada onde morávamos uns 11 ou 12 estudantes de cursos de graduação e pós-graduação -, tendo Santo prometido pagar sua cota dias depois, quando receberia seu salário, meu pai, Ulysses, e meu tio, Benjamin, aposentados, passeando em 1987 em São Paulo, convidaram-no para almoçar em excelente churrascaria da capital paulista. "- Você não comeu bacalhau? Então vamos comer a melhor carne de São Paulo!". Santo Amélio, quando possivelmente faleceu, não foi enterrado por sua família, nem por amigos, porque desapareceu naquela grande cidade paulista. Apesar dos esforços de amigos e parentes, ninguém soube - isso é quase inacreditável! - do paradeiro dele, para grande espanto e tristeza de todos aqueles que muito o estimavam e admiravam. Pode ter sido enterrado como indigente - e era muito magro, como os dois personagens, também verdadeiros, do conto de Dona Helena (mas Santo Amélio era um caucasiano alto, descendente de colonos europeus radicados no Sul do Brasil). Possuo foto ao lado de Santo Amélio, em Brasília, em evento do Clube da Madrugada de Brasília, coordenado pelo saudoso amigo Miguel Cruz e Silva, que também, infelizmente, nos deixou, em 1990
15.3.2010 - A festa era de adolescentes mas dois marmanjos também vieram para a sala - Um protético ranzinza, seu amigo também magrinho, adolescentes na flor da idade e o som de Billy Holliday, Neil Sedaka, Elvis Presley, Paul Anka, Celly Campelo, Brenda Lee e outros não ficam de fora da festinha na casa de Mariana, filha do Sr. Bicalho, o protético mal-humorado que vivia furioso, mas veio à sala, onde um som mais furioso do que ele - e absolutamente contagiante - invadia os corações, mentes e corpos juvenis de uma garotada que representava, legitimamente, o que se convencionou chamar de GERAÇÃO COCA-COLA.
AO SOM DE ELVIS
Dona Helena
Seu Bicalho tinha aproximadamente 50 ou 55 anos. Ele era um homem moreno, baixo, magérrimo e de péssimo humor, sofrendo inclusive de úlcera nervosa. Era protético renomado e muito requerido pelos dentistas. Não havia uma produção regular. A produção vinha em ondas, o que alterava o seu humor.
CENÁRIO SURREALISTA
A sua forma de trabalho causava espécie, já que ali se encontrava um ser raro: não tinha nada organizado, tanto que usava motor primitivo (de pedal), um boticão que vivia desaparecido, porque era de multiuso (alicate) e a cuspideira era um grande penico de ágata. O paciente sentava-se em cadeira comum, dura, e (olhando para cima, como em qualquer cadeira de dentista) apoiava a cabeça no parapeito da janela aberta, para ele melhor avaliar a saúde bucal do cliente, à luz natural.
PANORAMA DOMÉSTICO
A secretária do protético era sua filha Mariana - minha colega de turma -, adolescente, a quem ele requeria, aos berros, quaisquer instrumentos - em geral desaparecidos. E queria instantaneamente. Ele ficava histérico porque queria tudo imediatamente, levando o paciente, que já estava anestesiado - corcoveando - às gargalhadas.
Não bastasse isso, ainda entravam em cena, saindo dos cômodos, os seguintes personagens (esta estória é verídica): uma leitoazinha negra, de uns três meses, que os filhos banhavam no chuveiro. Sem ter sido perfeitamente seca com a toalha, tacavam-lhe muito talco, ficando a suína horrenda. Transitava a porquinha placidamente pela casa, muitas vezes em crise de angústia, e grunhia em alto volume - mas andava devagar e os gritos não eram sincronizados com a forma lenta de ela andar. Parece que pressentia que seria morta no Natal.
Além disso, tinha um frangão de pescoço pelado (galo de briga) que os filhos do protético induziam ao "pugilato". Tentavam os rapazes estimular o frango para reagir, como um "gladiador". Só que, em vez de ficar agressivo, ele ficava de olhos arregalados e emitia uns engrolados, nunca partindo para o ataque: o bicho era zen, pacifista. Eles queriam que o galeto-de-briga fosse para a rinha, mas ele estava na linha contrária.
Para completar o quadro, havia ainda um velho cachorro basset de cor marrom, também mal-humorado, que, de hábito, dormia numa poltrona de couro - e ái de quem a ocupasse, porque ele rosnava e a pessoa se mandava, sem esboçar reação.
Por fim, quando a filha fez 15 anos, tendo aquele delgado protético milagrosamente amealhado algum montante, decidiu fazer uma reforma na casa, juntando a sala original com a cozinha, gerando, dessa forma, um grande salão: o rock'n roll, que já estava explodindo pelo mundo, quase que pedia para se instalar ali, em grande estilo. Vivíamos os anos dourados e o tal do rock invadia até mesmo as nossas casas!
Em anexo, uma oficina, onde ele barbarizava todas as criações (próteses diversas: um dente, dois dentes, dez dentes, a dentadura inteira) e ainda era ourives e ainda fazia extrações com o tal boticão que nunca estava à sua disposição.
A FESTA
Aí, o que aconteceu?
Nos acima citados 15 anos de Mariana - a filha dele -, milagrosamente, permitiiu que se fizesse uma festinha dos anos dourados. Sim, e aí foi quando ele presenteou a filha com um disco do Elvis Presley e, entre 8 e 10 horas da noite, nós, os jovens, ocupamos o espaço, dançando delirantemente.
A partir de dez horas, algo absurdo aconteceu: Seu Bicalho deu um pinote no meio de nós e, tomado de um espírito dançante, rodopiava sobre o próprio eixo e dava pernada em todos os ângulos, motivado pelo novo ritmo do rock. E nós, perplexos, nos indagávamos: É ELE MESMO? (Ele era BIPOLAR, possivelmente). Aquela era a outra polaridade dele.
E, mais: ainda apareceu um outro personagem: uma espécie de clone imperfeito (era um parente, um primo deles que morava no centro da cidade, nunca tinha aparecido). Luiz, esse outro magrinho-baixo, apareceu impecável, de terno azul marinho e um indefectível guarda-chuva no braço. Ninguém ia a uma festinha assim vestido!
E, num átimo, passou a fazer parceria na dança com seu primo. Ambos delirantes. E nós, boquiabertos. As horas avançaram, foi-se o último ônibus e a gente não sabia como aquilo iria terminar.
De bom um detalhe: ninguém estava alcoolizado. Era tudo puro, natural: era uma GERAÇÃO COCA-COLA, legítima.
SOLUÇÃO DA TRAMA
Quando a festa se encerrou (já altíssima madrugada), o Seu Luiz passou a mão no seu guarda-chuva, plácido como chegou, absolutamente zen, tomou a estrada, no breu, restaurado e feliz e mansamente adentrou pelo escuro, como autêntico lobisomem - e andou bairros e bairros até chegar ao seu destino, lá no centro da cidade.
Antes da saída daquele "Fred Astaire" baixinho, alguém lembrou: "- Seu Luiz, o último ônibus já passou".
E ele respondeu: "- Eu não contava com ele. Irei tranquilamente sob as estrelas, caminhando".
E nós voltamos para casa, exaustos, extenuados, mas felicíssimos, nos beliscando e ainda nos indagando: - REALMENTE VIMOS ISSO?
Foi o conhecimento de uma nova faceta daqueles dois, que jamais poderíamos imaginar!
Descobrimos que as pessoas podem ter essas facetas. Conhemos um outro Bicalho e um outro Luiz, naquela noite diferente.
(http://www.aborj.org.br/default.asp?menu=15&opcao=2&acao=7)
(http://lisboacity.olx.pt/penico-em-esmalte-iid-64997456)
(http://anosdourados50.blogspot.com/2009/12/anos-50.html)
(http://www.charmdecoracoes.com.br/servi.htm)
( http://www.imotion.com.br/imagens/details.php?image_id=15013)
(http://tocablog.wordpress.com/2007/06/23/rinha-de-galo/)
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SOBRE CELLY CAMPELO, por Amanda Barrocas, aluna ou ex-aluna de jornalismo da PUC de Campinas-SP, pesquisa feita sob a orientação do Prof. Paulo Zambotti
REVISTA DO FUTURO / Boteco celestial
"Estúpido Cupido e uma grande saudade
Célia Benelli Campello, nasceu no interior de São Paulo, na cidade de Taubaté, em 18 de junho de 1942. Com nome artístico de Celly Campello, se tornou pioneira e grande sensação do rock brasileiro na década de 60, movimento que deu origem à Jovem Guarda. Celly, estudou piano, balé e violão na infância e aos doze anos já comandava um programa radiofônico -, na Rádio Cacique. Aos quinze, gravou o primeiro LP ao lado do irmão Tonny Campello que a acompanhou em sua carreira artística. Estreou na televisão em 1958, na Rede Tupi, à frente do programa Campeões do Disco, ao lado do irmão. Sua carreira explodiu em 1959. Com a versão em português da música Stupid Cupid, ou, Estúpido Cupido, a canção foi lançada no programa do Velho Guerreiro - Chacrinha, e se tornou um sucesso nacional, embalando jovens que buscavam a novidade e liberdade. Com uma carreira muito rápida, Celly Campello desistiu da vida artistica em1962, aos 20 anos de idade, para se casar com José Eduardo Gomes Chacon e morar na cidade de Campinas, interior de São Paulo. O casamento a afastou dos palcos por vontade própria. Celly teve dois filhos: Cristiane (fonoaudióloga) e Eduardo (engenheiro). Em 1976 foi trazida para as paradas de sucesso novamente devido ao lançamento da novela Estúpido Cupido, exibida na TV Globo. O sucesso durou enquanto a novela foi exibida. Celly teve uma boa participação na dramaturgia. Em 1996 descobriu um câncer de mama. Depois de terapias, quimioterapia e variadas internações, o câncer foi controlado. Porém, em 04 de março de 2003, após ficar internada por 20 dias, a cantora faleceu no Hospital Samaritano de Campinas. Em 16 de maio de 2003 a Prefeitura Municipal de Campinas homenageou Celly através da lei n° 11.553, dando o nome da cantora a uma das praças da cidade. Celly também é patrona de uma cadeira da Academia Campineira de Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas.
Na Odeon
(Obs: Todos estes 78 rotações tiveram edição também 45 RPM simples)
(Obs: Estes discos de 78 RPM tiveram edição também em compacto simples)
Na Continental
Todos os Lançamentos em Estéreo
Na RCA Victor
Todos os Lançamentos em Estéreo
Músicas de sucesso:
* Amanda Barrocas, é aluna de jornalismo da PUC Campinas-SP Orientador: Prof. Paulo Zambotti". |
(http://www.revistadofuturo.com.br/site/secao.asp?i=3)