Animais na heráldica (XXIII)
Por Flávio Bittencourt Em: 28/02/2011, às 08H34
[Flávio Bittencourt]
Animais na heráldica (XXIII)
The book is on the table and several frogs are in coats of arms.
(http://intervalomusicaljm.blogspot.com/,
INFORMANDO QUE ADIANTE, NO FINAL,
ESTÁ UMA BELÍSSIMA recontação DA
FAMOSA ESTÓRIA INTITULADA
A festa no céu)
O SAUDOSO CANTOR E COMPOSITOR BRASILEIRO
RAUL SEIXAS, CARACTERIZADO COMO CARIMBADOR MALUCO
"12 de fevereiro de 2010
(http://bprado.blogspot.com/2010/02/book-on-table.html)
"A Rã
Coro de cor, sombra de som de cor, de mal me quer
De mal me quer, de bem, de bem me diz
De me dizendo assim: serei feliz
Serei feliz de flor, de flor em flor
De samba em samba em som, de vai e vem
De verde, verde ver pé de capim
Bico de pena, pio de bem-te-vi
Amanhecendo sim perto de mim
Perto da claridade da manhã
A grama, a lama, tudo é minha irmã
A rama, o sapo, o salto de uma rã"
Caetano Veloso e João Donato in Caetano Veloso Songbook, de Almir Chediak (ed.), 1997 |
(http://www.kakinet.com/caqui/furuike.shtml)
Furu ike ya
kawazu tobikomu
mizu no oto
-Basho
old pond
a frog jumps into
the sound of water
Translated by Jane Reichhold
The old pond
A frog jumped in,
Kerplunk!
Translated by Alan Ginsberg
For 30 more translations plus one commentary go here.
I should also mention that Reichhold’s Basho The Complete Haiku is the best collection of haiku ever.
My attempt:
an old pond
a frog jumps into
the water sounds".
(http://thewholegardenwillbow.wordpress.com/2009/03/10/basho-the-famous-frog-haiku/)
"BOM GALERÁ UM GRANDE ABRAÇO DO SAPÃO [DESENHISTA BRASILEIRO]"
(http://artedosapao.wordpress.com/)
3 HAIKAIS DE LUIZ BACELLAR,
SENDO O TERCEIRO DE BASHÔ / BACELLAR
“Rajadas de chuva/ sobre o teto de alumínio:/ sons da lua cheia.”
“Como um prisioneiro/ a lua me espia pelas/ grades do banheiro.”
“Água resmungona.../ No tanque limoso/ o pulo da rã. (Bashô)”
(http://arquivoprecioso.blogspot.com/2009_09_01_archive.html)
O ANURO PULA NO TANQUE.
PLUNCT, PLACT, ZUM,
NÃO VAI A LUGAR NENHUM.
(COLUNA "Recontando estórias do domínio público":
TRANSCRIAÇÃO LÚDICA PENSANDO NA ESTRANHA PALAVRA ANURO (sapo, BATRÁQUIO) -
sendo que uma espécie (verde) de sapo se chama ANURA (mas, no poema,
O ANURO parece ficar melhor do que A ANURA) -
E NA MÚSICA MAIOR DO CANCIONEIRO INFANTO-JUVENIL NACIONAL
"Carimbador maluco", de Raul Seixas)
QUANDO SE MANDA UM FRATERNO ABRAÇO AO DESENHISTA BRASILEIRO CUJO
NOME ARTÍSTICO É SAPÃO, OUTRO AO ESCRITOR QUE RECRIA, TRANSCRIANDO-AS,
NARRATIVAS POPULARES WELINGTON ALMEIDA PINTO E
HOMENAGEANDO LUIZ BACELLAR, POETA DO AMAZONAS,
A ELES DESEJANDO PAZ, DINHEIRO, SAÚDE, VIDA LONGA E
QUE NÃO PAREM DE PRODUZIR ARTE E POESIA E A
RAUL SEIXAS, em memória
28.2.2011 - Muitos sapos estão em escudos de brasões - Segundo dizem, eles dão sorte e são símbolos de fertilidade. Em alguns casos, o batráquio aparece repetido, com um deles maior do que os outros: chamemo-lo de SAPÃO, pois [NÃO É O DESENHISTA]. (Os três sapos - idênticos - do brasão adiante apresentado são verdes, sendo o contraste com cores de fundo algo cromatico-graficamente interessante: confira a seguir, por favor.) F. A. L. Bittencourt ([email protected])
(http://oompa-monkey.livejournal.com/)
ESSE SAPO VERDE FORMIDÁVEL - formidável como sapo e formidável como criatura verde - É DENOMINADO ANURA
(SÓ A FOTO DO SAPO (*rs*), SEM A LEGENDA ACIMA ENSAIADA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Anura)
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Welington Almeida Pinto reconta
a tradicional estória do folclore brasileiro
"A FESTA NO CÉU
CERTO DIA, a Mata da Tijuca amanhece repleta de cartazes anunciando para Sábado da Aleluia uma grande festa no céu. As aves da redondeza ficaram tão empolgadas com a notícia que, na véspera do baile, a Lagoa dos Bichos já não tinha mais lugar para tanta ave para tomar banho e ordenar a plumagem.
Perto dali, acocorado numa pedra à beira do lago, o Sapo-Cururu assistia o assanhamento das aves, remoendo-se de curiosidades. Então, pergunta a uma Garça ao seu lado:
- Dona Garça, por que a passarada está tão animada?
A ave branca, do alto de suas pernas, reclina a cabeça e responde:
- Você não leu os cartazes? Vamos para a uma festança no céu.
O Sapo incha o papo:
- Ah!... É isso?
- Não vale o sacrifício?
- Sim, claro – engole espuma o anfíbio, enciumado. – Mas, me conta como é o céu?
- Huuummmmm... Como você nem pode imaginar... é difícil explicar!
Antes de levantar vôo, a Garça ainda gazea:
- Engraçadinho, se outro tipo de bicho pudesse ir, levaria você a tiracolo.
O sapo revira os olhos, arrematando:
- Não se acanhe, dona Garça, caso tenha vontade de ir, darei meu jeito. Dizem que quem possui padrinho cristão jamais morre pagão.
Meio desapontado, o Sapo fica ali um longo tempo cogitando melhor maneira de ir à grande festa. Por fim, imagina que o Urubu seria a melhor condução.
- Coac! Coac! Breq-qué-queeep... O bicho voa alto, é forte e não engole sapo... pelo menos vivo, eu acho.
Entusiasmado com a idéia, o Sapo-Cururu sai pela floresta à procura do Urubu. Depois de saltitar muito pela região encontra a ave empoleirada num tronco seco de Angico, aquecendo-se ao sol da manhã.
- Bom dia, amigo Urubu - cumprimenta o Sapo.
O Urubu, com cara de papa-defuntos e pouca conversa, levanta as pálpebras, mede o sapo de cima a baixo, e resmunga:
- Huuuummmm!...
- Olá amigo, vai à festa no céu?
- Vou.
- Já imaginava. Tão elegante assim, vestido nesta bem engomada casaca preta, deve ser o artista que vai animar a festança com sua viola, certo?
- Certo, anfíbio. Mas, não espere convite para coaxar numa folia de aves! Não quero você lá nem para fazer segunda voz!
O Sapo, pela arrogância do Urubu, prefere nem tocar no assunto da carona. E conclui:
- Leve minhas lembranças aos nobres convidados.
O Urubu, depois de uma boa risada:
- Caso pudesse voar, seria uma boa oportunidade para me ver tocar de graça, não é mesmo?
- Trem bom assim, a gente não deve perder, mas fica para outra oportunidade – lamenta o Sapo.
O Urubu abre o bico num bocejo de pouco caso.
- Na volta, me procure que eu conto tudo a você, está bem? Agora, me dê licença que eu preciso voar um pouco para exercitar os músculos do corpo.
- Claro. Claro - concorda o Sapo já imaginando como pegar uma boa carona até o céu.
Assim falando, o Urubu levanta vôo e, em pouco tempo, rodava lá nas alturas, quase encostado nas nuvens. O Sapo, mais do que depressa, corre para dentro da casa do violeiro e salta para dentro da sua viola, encostada na parede do quarto. E ali, astuto como todo anfíbio, fica quietinho, esperando o momento da partida para a festa.
No dia seguinte, mal o sol anunciava a manhã, o Urubu acorda cheio de ânimo. Espreguiça para despertar o restinho de sono e sai meio desengonçado para cozinha para devorar um pedaço de carne velha, guardado na geladeira sem motor. Em seguida, agarra a viola e parte para o grande baile, levando o Sapo de carona. Sem saber, é claro.
Depois de longas horas de vôo, já no lusco-fusco do dia, o Urubu chega ao salão de festas do céu, onde foi recebido com alegria pelos companheiros.
- Fez boa viagem, mestre Urubu? - pergunta o Papagaio-de-Papo-Amarelo.
- Ótima – responde o músico enquanto deixava o instrumento sobre um montinho de nuvens.
O Sapo, ao ver o músico entretido com os outros pássaros, deixa a viola e esconde-se atrás de outra nuvenzinha à espera do início do baile. Quando a música começou a tocar, logo o entusiasmo toma conta da passarada que, num instante, lota a pista de dança. Bom para o Sapo, que também muito empolgado, deixa o esconderijo para se misturar aos alados.
No princípio, ave nenhuma desconfia de nada, achando ser um pássaro fantasiado de sapo. Mas, a certa altura do baile, a Seriema, naquele fogo todo, tromba com o anfíbio e percebe que era um sapo de verdade. Pobre Sapo! Escandalosa, como toda ave da família cariama cristata, ela pipita em alto e bom som:
-Tem sapo entre a gente.
Na mesma hora um rebuliço frenético rompe na pista. As aves param de dançar e começam a formar um círculo em volta do Sapo, cada uma olhando para a outra e para o intruso ao mesmo tempo, como quem não sabe se está acordada, dormindo ou sonhando.
A Perdiz, indignada, pia:
- Oh!... Oh!... que cara-de-pau!
A Gaivota, inquieta, pipila:
- Não acredito no que estou vendo!
A Cegonha, cheia de não-me-toques, glotera:
- Tem cabimento, bicho gosmento desse jeito no meio da gente!
O Urubu, ao perceber a agitação no salão deixa de tocar e crocita enfurecido:
- Que isso?... Que isso?... Sapo dançando com as aves?
E com a barbela mais vermelha ainda de raiva:
- Quieta aí, bicho dos infernos!
O anfíbio, ao sentir a braveza da grande ave parada na sua frente, cobre a cabeça com as patinhas e começa a tremer de medo. Mas o Urubu não quis nem saber e foi logo perguntando:
- Com que passaporte e com visto de quem o senhor entrou nesta festa?
Como o Sapo não teve palavras para responder, o Gavião aproveitou o momento e deu seu palpite:
- Que tal destrinchar esse pançudinho, jogar pimenta em cima e degustá-lo aqui mesmo?
Ao ouvir a sugestão do falconídeo, vários pássaros bateram asas aplaudindo a idéia de fazer daquele sapo um apetitoso tira-gosto. Mas, a Saracura, ao perceber que o clima esquentava entre os alados, procurou acalmar o ânimo dos mais exaltados.
- Não é melhor deixar de lado esse trololó!... Não que eu defenda esse mequetrefe aqui, mas estamos no céu é para divertir, não é? Já que ele veio, sabemos lá como, que fique e se divirta também.
E, virando-se para o músico:
- Compadre Urubu, considere meu pedido. Continue a música para a felicidade geral da nação alada.
Depois de um rápido bate-bico entre a passarada, a maioria decidiu que o baile deveria continuar, mesmo com a presença de um estranho na pista. O Urubu volta a tocar viola e enche o salão com o som das paradas. O Sapo, revigorado do susto, também cai na farra e dança o resto da noite no meio das aves. No final da festa, o Urubu anuncia uma grande surpresa:
- Aves de meu reino, para fechar com chave de ouro nossa festa uma bateria de fogos de artifício vai pipocar no céu.
Logo em seguida, estoura no infinito uma roda de fogos que espalha centelhas de luzes coloridas para todos os lados, tão incandescentes que quase transformam a madrugada em dia. O Sapo, em vez de curtir o espetáculo de fogos, aproveita a distração dos pássaros para garantir a carona de volta. Sai de fininho e, outra vez, fica arranchado no bojo da viola, que descansava em um canto do palco.
Ao cessar o foguetório, o Urubu despede-se das aves, atrela a viola entre os dedos dos pés e, mesmo cansado, se precipita céu abaixo. Tudo ia bem quando, lá para muito mais da metade do caminho, já meio lerdo de tanto sono, quase tromba num avião teco-teco.
- Urubu azarento, sai do meu caminho – berra o aviador, assustado com imprudência do pássaro.
Roxo de vergonha, o Urubu pede desculpas ao piloto e desvia o quanto pode da aeronave. Mas, para o Sapo a coisa ficou preta. Com o incidente, ele rebateu tanto dentro da viola que o abutre descobriu tudo.
- Com mil diabos!... Sapo passeando às minhas custas! Pois fique sabendo que minha viola não é condução nem sou motorista de enxerido nenhum!
- Por favor, eu explico – suplica o anfíbio de dentro da viola.
- Quero lá explicação nenhuma, “seo” folgado?
- O que vai fazer comigo?
- Nada de mais, apenas soltá-lo no ar para aprender voar. Desse modo, quando tiver outra festa no céu não vai mais precisar de minha corona.
E assim dizendo, o Urubu emborca a viola, gritando:
- Ahhhhh!... Guarde as explicações para São Pedro, viu? Ele pode até engolir sapo, eu não! Quem planta vento, colhe tempestade!
Em queda livre, ao ver tanta pedra lá embaixo, ainda arrisca um pedido de socorro ao seu anjo-da-guarda:
Anjinho do meu coração,
Arreda a pedrinhas lá no chão que preciso cair no fofo.
Vivo se continuar a Deus peço perdão
E só na lagoa farei alvoroço.
Mal acaba de declamar o versinho cai esborrachado no chão. Não morre, mas fica com o corpo mais achatado e a pele mais verrugosa do que antes. Ao se mirar na água da lagoa leva o maior susto com o novo uniforme.
- Coaaaaaaac! Coac! Breeeeeeq-qué-quep! Agora só vou mesmo a uma festa se convidado. Xeretagem, nunca mais!
E, salta alegre para a água, coaxando:
- Coac! Coac! Breq-qué-quep!... Bléu... Bléu... Bléu... Cada sapo no seu brejo".
(WELINGTON ALMEIDA PINTO,
http://www.artigonal.com/educacao-infantil-artigos/a-festa-no-ceu-749967.html)
(http://leiturasehistorias.blogspot.com/2009_07_01_archive.html)
(http://intervalomusicaljm.blogspot.com/)
SE V. Sª TIVER TEMPO, POR FAVOR,
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