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 Não preparei este texto. A necessidade de não deixar passar muito tempo leva-me a escrever logo uma notícia a respeito. André Carneiro (1922-2014), paulista de Atibaia, faleceu no último dia 4 de novembro, em Curitiba, onde vinha residindo nos últimos anos. Foi um dos mais importantes autores da ficção científica nacional. É dele o conto "A escuridão", geralmente considerado a mais famosa história brasileira de FC. Fala da Terra sendo aos poucos envolvida por misteriosa escuridão de origem cósmica, resultando em que as pessoas ficam como cegas, aliás mais vulneráveis que os cegos, já acostumados com a cegueira. 

Este conto encontra-se numa coletânea interessantíssima, "Diário da nave perdida", que saiu pela extinta Edart, de S.Paulo, em 1963. Fora isso, Carneiro escreveu muitas obras de ficção científica e outros gêneros, inclusive poesia altamente inteligente.

Na wikipedia encontra-se matéria sobre ele:

 

https://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%A9_Carneiro

 

André Carneiro escreveu sobre hipnotismo e foi mesmo cineasta, com alguns filmes em seu currículo. É autor de uma noveleta de mistério bem saborosa, "Sem memória".

Ele tinha de fato um estilo elegante e superior.

Cheguei a conhecê-lo pessoalmente, mas só o encontrei uma vez na vida, há uns vinte anos talvez.

Ele é reconhecido pelo fandom brasileiro de ficção científica como uma grande e privilegiada inteligência e suas obras alcançaram o exterior.

Além dos livros individuais que assinou, também participou de antologias como "Assembléia estelar" e colaborou em fanzines. Pelo Somnium, nas décadas de 80 e 90, saíam as "Crônicas do André" que eram ótimas de ler.

Vai nos fazer muita falta; todavia textos seus inéditos haverão de surgir.