Cunha e Silva Filho
 
          
          Há muito tempo,   numa conferência no Rio de Janeiro, perguntei a um poeta ( o conferencista) se a poesia  é um gênero para  as massas. Ele me respondeu que não. O que infiro será, então, para a elite (intelectual, entenda-se). Agora, eu me pergunto: por quê?
       
     A originalidade de um escritor existe mesmo? Ou não passa de uma  escrita intertextual, intratextual combinada com um fiapo de talento    do próprio labor do escritor? Estamos em tempos da morte do autor,  o que me leva a dizer: quem escreve  somos nós ou os outros?
         
      Je ne conçois q’une manière  de voyager plus agréable que d’aller à cheval: c’est d’aller à pied. (Jean Jacques Rousseau).
       
    Numa  palestra  de improviso proferida pelo  eminente  linguista americano, Robert Lado() no IBEU de Copacabana,  ele , entre outras lições de ensino de língua  inglesa,   afirmou para  a assistência: “Variety is the spice of life.”      
     
    Les petits chanteurs à la croix de bois” , esta frase lida no início da adolescência  que se encontra num livrinho de Canto Orfeônico, tem muito a ver com um mundo de sensações agradáveis da minha  vida.
     
     De tous temps les hommes ont pratiqué  les sports. Rien n’est meilleur pour la santé que l’exercice physique pratiqué, chaque jour, d’une façon rationelle.(Marcel Debrot).
     
     Pas un filet de fumé.” (Marcel Debrot).Esta frase tem muito de nostalgia, porque se prende a um   diálogo entre mim e meu pai sobre uma  forma  melhor de traduzir  a frase ao português.  Papai já confiava ao filho de catorze anos   em discussão desse  tipo na preparação de  alguma aula de francês. Ele até  me incumbia de, uma vez ou outra,   corrigir  provas  de alunos sob a sua orientação, é claro.
     
     Il y a temps pour tout, pour le plaisir, pour le travail.(De um texto que aparece no curso por livro chamado  Assimil).
     
       A thing of beauty is a joy for ever. (John Keats)
   
     Quand deux ou trois fut rassemblé dans mon nom, je serai au milieu deux.( lido num trecho de um livro didático).
   
       The evil that men do, lives after them.(Shakespeare, lido,pela primeira vez, numa antiga gramatica  inglesa de Fredrick Fitgerald).
 
   Saudades, asas de dor do pensamento.(Da Costa e Silva, poeta  piauiense)
Amarguras da vida que me tornaram poeta aos 60 anos. (Cunha e Silva, meu pai, em carta a mim)
   
      Life is but a walking shadow, a tale told by an idiot...(Shakespeare)
 
    It is  the sincere hope of the author that anyone who studies this book carefully wil be ready to be understood by any native.(Pandiá Pându, notável poliglota que eu tive o prazer de conhecer).
   
    I  have nothing to declare but my genious.Resposta de  Oscar Wilde ao  funcionario da Alfâdega  dos Estados Unidos que lhe perguntara o que tinha a declarar ao órgãopúblico.
 
   Pietá per chi cade.(Uma frase, título de um filme italiano, que meu pai leu para  aquele  menino que era eu e o acompanhava num  passeio pelo Centro de Teresina. Papai conhecia bem italiano. O nome do filme estava num cartaz, no mural  do cinema, na sala  de   entrada do Theatro  4 de Setembro, em Teresina, Piauí,   final dos anos 1950)
 
    O mundo mudou e mudei  porque  vivi, porque viver  é mudar. (Tristão de Athayde, pseudônimo do crítico literário e pensador católico Alceu Amoroso Lima)