AI DOS GOVERNANTES DESPREZADS POR SEUS COMPATRIOTAS!
Por Cunha e Silva Filho Em: 24/12/2021, às 12H36
SESSÃO NOSTALGIA:
Ai dos governantes desprezados pelos seus compatriotas!
Cunha e Silva Filho
Não é preciso nem mesmo sair de casa. Com uma televisão, um celular ou um computador navegando pelo Facebook logo se percebe o repúdio de grande parte dos brasileiros pelo governo federal, tendo como alvo maior a presidente Dilma. Ora, um governante, seja um rei, um primeiro-ministro, um presidente, um governador, um prefeito e até aqui incluindo os tiranetes da América do Sul, que não são respeitados pelo povo é uma triste imagem de representação política e do estado a que chegou o nível da mais alta função do Estado Brasileiro. Inegavelmente, se instalou um quadro de tragicomédia na política brasileira.
A consequência mais grave disso, num país que, bem ou mal, se norteia pelas vias democráticas, das quais a liberdade de expressão é ainda um instrumento valioso da manifestação do cidadão diante da não-aceitação da atual presidente, é que a figura do presidente Lula e da presidente Dilma são constantemente repudiados nas redes sociais sob várias formas: deformação física por montagens, caricaturas, xingamentos, vídeos, depoimentos escritos que mais parecem uma catilinária de motejos, deboches, achincalhes.
Quando um povo não mais demonstra um mínimo de respeito pelo seus governantes, é sinal de que algo podre sinaliza nos bastidores da política nacional. Essa forma de comportamento de brasileiros fala mais alto do que os votos que um alega ter alcançado nas urnas. São as urnas que podem bem balançar para um lado num momento ou podem para outro no que tange aaceitação ou a recusa em ter um mandatário no posto mais alto da vida republicana.
Basta arrolar todo esse material de repulsa aos dois políticos do PT para se ter uma medida avaliativa de quanto um partido perdeu a sua força de liderança, o seu lado ético, a sua razão de se manter no poder com o apoio da opinião pública, a sua legitimidade de liderança tão necessária a governon que tê m a aprovação, a admiração de seu povo.
Chegou-e a um ponto de completo divórcio entre o governo e a sociedade civil. Que não se perca de vista que um governo só se sustenta democraticamente quando é estimado pelo seu povo, pelo eleitorado, pelos que confiam em seu presidente e na sua palavra empenhada. Logo que essas condições se perdem e se exaurem pela má administração e sobretudo pelos seus desmandos, cessam os motivos de sua razão de ser.
O presidente que cair no ridículo e na repulsa de seu povo, deixa de existir como realidade simbólica e efetiva de seu cargo, pois passará a governar quase solitário como um exilado de si mesmo, sem a vontade manifestada livremente pela cidadania. Vira uma figura quase decorativa no pior sentido, visto que não é amado pela sociedade que passa a ver na função presidencial o vazio de sentido, de ideais, de esperanças.Perdeu-se na presidente atual a força aglutinadora da esperança e da aceitação, do respeito pessoal, da sua imagem pública.
Tudo isso não se compra, mas é fruto da conquista de um mandatário, de sua conduta, dos seus atos, do seu passado, da sua história de vida. Assim que todas essas qualidades se desfazem diante da visão do eleitor, é porque algo se fez erradamente em termos de governança. Não existe pior coisa na vida de um governante como a perda da pureza e da moralidade. Ao governante só resta a certeza de que não governou – como era de se esperar - com o consenso natural dos cidadãos brasileiros. Esse foi o seu pecado capital.