Ações tímidas contra as ditaduras
Por Cunha e Silva Filho Em: 17/08/2011, às 21H57
Cunha e Silva Filho
Causa espécie que grupos rebeldes e civis de países árabes, Líbia e Síria, por exemplo, estejam ainda lutando contra sangrentas ditaduras dizimando, indiferentemente, populações civis indefesas sem que potências democráticas como os EUA e países europeus, através de seus organismos internacionais (ONU, OTAN) usem meios mais drásticos para livrarem aqueles países de regimes despóticos que estão cometendo toda sorte de violências sem termo.
É impensável que essa situação se prolongue por mais tempo, uma vez que, quanto mais ações efetivas forem postergadas, mais crescerá o número de mortos, o que caracterizará um quadro real de genocídio, ou seja, de crimes contra a humanidade, cujos responsáveis terão que enfrentar julgamentos nos tribunais internacionais.
Não entendo por que, até agora, têm sido tímidas as represálias de nações civilizadas contra os citados ditadores. Será porque não desejam perder benefícios diretos de ordem econômica que impeçam medidas militares estrangeiras em consonância com as forças rebeldes ? Países-membros da ONU já não reconheceram as forças rebeldes como legítimos interlocutores e, portanto, facções que bem poderiam substituir interinamente os ditadores até que um governo livre e democrático possa organizar e realizar eleições livres?
O que não pode permanecer é esse estado de derramamento de sangue, estado de desordem e esfacelamento das estruturas básicas da sociedade.
Os ditadores Kadafi e Bassar AL-Assad não têm mais legitimidade junto à sociedade civil e à comunidade internacional. Ambos já deram suficientes exemplos de serem inimigos de seu povo. São criminosos e não podem dirigir os destinos político-administrativos de suas nações. Neste sentido, é que se faz urgente a intervenção bélica de contingentes armados sob a responsabilidades dos organismos internacionais de que dispomos.
Com explicar que forças internacionais estejam combatendo no Afeganistão contra os guerrilheiros talibãs, ou facções terroristas como a Al Qaeda? Os Estados Unidos não estão ainda baseados no Afeganistão com outros forças internacionais?
A humanidade está cansada e indignada de ver na TV, de ler nos jornais, nas revistas e na Internet matanças de inocentes, explosões de construções, prédios, patrimônios e residências nas cidades líbias e sírias.
Tais cenas de matanças e de horror, de tanto serem repetidas pelos diversos meios de comunicação, em diferentes lugares e situações desse países árabes, parecem estar se naturalizando, banalizando-se, entorpecendo os sentimentos de solidariedade entre as pessoas, sobretudo neste mundo globalizado bombardeado de notícias das quais o homem moderno não consegue infelizmente se libertar a fim de, por um momento, poder meditar sobre o sofrimento alheio de homens em guerra lutando para defender e preservar o seu mais precioso valor: a vida. Todos os países devem se ajudar, apoiando os indefesos contra governos tirânicos, no combate à fome, nos problemas financeiros.
São essas ações que dignificam os homens e deles fazem criaturas realmente grandiosas. Como diria o genial Chaplin (1889-1977): “Não sois máquinas! Sois homens”.