CUNHA E  SILVA FILHO 

 
 
                         
 
    Muita coisa que logo no início deste ano  no meu país está sucedendo  não me deixa  tranquilo. Uma delas poderia citar em primeiro lugar:  o rompimento  da Barragem de Brumadinho, em Minas Gerais. Mais  uma  grande tragédia de muitos mortos e poucos culpados.
     Desastre dos piores que  já aconteceram  entre nós,  país sem vulcões nem terremotos, mas  agora,  já  se revelando   como  uma terra  capaz de  ser castigada por furacões com ventos de  mais de 100 km de velocidade trazendo  mortes à Cidade de São Sebastião,  Padroeiro do Rio de Janeiro.
       Agora mesmo,  veio,  de lambujem, a esses maus momentos brasileiros, essa tempestade  raivosa   deixando vítimas fatais  pela cidade que viveu  também  maus bocados de  perigos  e deslizamentos  nos locais tanto  onde vivem  pobres quanto   nos lugares em  que  moram  os abastados   dessa país  de violência  extrema,   insegurança   em tudo  e carência  geral  em vários setores  da vida nacional ou seria nacionalista?
      O  país precisa urgentemente de ser  benzido pelo Papa Francisco. Está fazendo falta agora  um poema de Manuel  Bandeira (1886-1968) ou uma crônica de Drummond (1902-1987); do primeiro,  pedindo  uma poema-prece a Deus e a São Sebastião que livre o Rio de Janeiro   dos riscos inúmeros a que  tem andado sujeito;  do segundo, pedindo uma crônica atualizada (daquelas boas que costumava estampar  no velho Jornal do Brasil, o famoso JB,  para que o Presidente enfermo   logo se restabeleça e consiga  dar  um kick-off de verdade  no que concerne às promessas de campanha  de limpar o  país da sujeira  e lamaçal  morais   em que ainda está afundado e dar uma mãozinha firme   em mudanças  que não deviam ter o dedo sujo   de muita gente   de Brasília  ainda aferrada  aos males  de nossa   crônica  miséria   republicana.
    Outra coisa,  o Presidente deve  chamar   a atenção  dos seus ministros ligados à área econômico-financeira  para o fato de que  as mudanças  na vida dos trabalhadores  brasileiros   não sejam feitas  a toque de caixa achando  que toda  a nossa   situação   financeira    seja  culpa  dos gastos com  os milhares   de aposentados  que  ganham salários irrisórios, ao passo que o Poder Central, digo,  os  altos funcionários da República  (políticos, ministros, ex-presidentes da República, presidentes de autarquias ou órgãos públicos,   diretores etc.) quando aposentados, viverão com  vencimentos   principescos e ainda contando com assessores, carros  renovados,  seguranças particulares  e outras mordomais  palacianas. Isto só para citar no caso de ex-Presidentes da República).
      Cumpre lembrar aqui  que a maioria desses potentados e igualmente alguns menos  potentados  saídos  dos  poderes têm  várias aposentadorias acumuladas e nem é  necessário  nomeá-los porque o  povo brasileiro consciente  sabe quem são todos eles.
 Com que autoridade vem a público um  banqueiro  agora  virado superministro  das finanças  federais  dizer que  é tempo de  acabar com as desigualdades? Então,  esses potentados  ou menos potentados  também  se igualarão  aos barnabés? Todos ganharão,  no máximo,  o teto  de, em ganhos atuais de aposentados da Previdência Social,   uns R$ 5.000,00 reais? Que é isso, companheiro? Um general vai, na reserva, ganhar  esse teto  da Nueva  Previdência Social,  senhor superministro?
       As mudanças no campo da   aposentadoria,  pública ou privada,   não podem ser  iguais porque há funções diferentes e em níveis diferentes.  E o empregado, reserva de mercado,  em tempos eufóricos de  neoliberalismo, vai ter condições de  poupar em alguma banco  privado  ou mesmo público se ele mesmo  com o que  ganha  com o suor  de seu rosto mal terá condições  para se sustentar mensalmente? 
     Senhor superfinancista, o que   me garante,  em futuro médio ou  distante, que  o país  atingirá certas metas de melhoria   anunciadas   hipoteticamente agora   como se os economistas   dispusessem de um  bola de cristal, quando se sabe que, em economia,  nada é  tão  instável  em termos de prospecções, sobretudo num mundo  econômica e financeiramente globalizado?
        O que  na realidade o pais precisa  é de uma mudança radical, profunda, incomensurável,   na ética  de seus  políticos  e de todos  os seus governantes, em escala de alto a baixo. O que o país  com urgência urgentíssima  necessita  é de  seriedade com a  res publica,  com  o dinheiro arrecadado  pelo Tesouro Nacional  e com  o  seu uso  digno  para  todos os setores   que estão  em colapso: hospitais,  segurança pública,   educação pública de qualidade nos três níveis, com professores valorizados,  transporte  coletivo moderno  e  confortável.
            Faça, senhor superministro, uma mudança real com  um corte mortal às pantagruélicas   mordomais  do Executivo,   Judiciário  e  sobretudo Legislativo.  Se querem  moralizar as finanças do pais,  que  se realize  essa mudança apontada  acima  e  reduzam  as aposentadorias acumuladas   no setor  público. Com esse  corte  gigantesco,  senhor  superministro,   o país há de   ter um alívio   e dinheiro  vai sobrar  para, assim, realizar uma  séria e justa mudança  na Previdência  Social.
       Uma Previdência Social  sem  desvios  de dinheiro, sem    peculatos, sem desídias,    sem funcionários  fantasmas aposentados,  sem  corrupção dos seus funcionários   em todos os níveis. Só um  Lei  poderia ser  uma nova emenda  na Constituição  Brasileira e seria nesse  teor: “Acabem-se de vez com  as regalias astronômicas  palacianas  dos governos federal, estaduais  e municipais. Não fiquem  jogando a culpa toda da famigerada  quebradeira     na Previdência Social   que não é  boa   -  reconheço -,  mas não é a vilã protagonista de nossos males  brasílicos.