A "Salve Rainha"
Por Miguel Carqueija Em: 13/03/2013, às 10H11
(Miguel Carqueija)
Esta oração atravessou os séculos e será rezada até o fim do mundo:
A “SALVE RAINHA”
Focalizo hoje, uma das singelas orações que aprendemos já na infância.
“Salve, Rainha”
Maria Santíssima é, de fato, Rainha do Céu e da Terra, Rainha da Cristandade, a “Mãe do Belo Amor” — como costuma dizer o Padre Robson Oliveira. Salve, como Ave, é a saudação agradecida dos cristãos pois, como a própria Mãe do Divino Mestre declarou no “Magnificat”, “todas as gerações me chamarão bem-aventurada”.
“Mãe de Misericórdia”
Um dos belíssimos títulos com que a Cristandade agracia a mãe de Deus. E o que é a misericórdia senão a bondade do coração, o compadecimento — Ariano Suassuna chamou a Virgem, “A Compadecida”.
“Vida, doçura, esperança nossa, salve”
Os videntes que puderam ter santos colóquios com a Virgem referem a sua doçura. Bernadette, Lúcia, Josefa Menéndez — dão-nos conta desta maravilha de amor e ternura que é Maria.
“A Vós bradamos, os degredados filhos de Eva”
Veja-se que “Ave” é o oposto de “Eva”. E se Eva gerou toda a humanidade, carnalmente, Maria, a Nova Eva, tornou a gerá-la, espiritualmente.
“A Vós suspiramos gemendo e chorando neste vale de lágrimas”
Esta vida é uma provação, a Terra o “vale de lágrimas”. A Revelação Cristã, porém, desvenda o verdadeiro sentido do sofrimento. Neste mundo hedonista, onde as pessoas são ensinadas a “se darem bem” — mesmo pisando os demais — precisamos entender que, nesta vida, devemos amar e sofrer — sofrer pelo próximo, sofrer por amor a Deus, como Jesus e Maria sofreram por nós. A recompensa, aos que perseverarem no Bem, é garantida por Deus. E nenhuma garantia pode ser comparada à divina.
“Eia, pois, advogada nossa”
De fato, a Virgem Santíssima é às vezes chamada de “Onipotência Suplicante”, por serem as suas súplicas irresistíveis para Deus. E tudo o que a Virgem pede ou depõe no trono do Altíssimo, por ser essencialmente justo, é atendido. Isto explica em parte a profundíssima devoção a Maria, manifestada por almas privilegiadas como São Luís Grignon de Montfort e o Beato João Paulo II.
“Estes vossos olhos misericordiosos, a nós volvei”
E que sublimidade, ser objeto do olhar de Maria, a “Medianeira das Graças” junto a Cristo, seu Divino Filho.
“E depois deste desterro nos mostrai Jesus, bendito fruto do vosso ventre”
Este mundo é uma espécie de exílio, conseqüência do pecado original que desvirtuou a condição do gênero humano. Viemos de Deus e não o vemos e, muitas vezes, sequer o reconhecemos apesar da divina assinatura na natureza. Porém, findo o desterro neste mundo, esperamos, com o bendito auxílio de Nossa Senhora, chegar à felicidade eterna com Jesus Cristo, no Reino dos Céus.
“Ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria.”
Este trecho, atribui-se ter sido acrescentado pelo grande São Bernardo de Claraval. Reflete a ternura dos católicos para com a Virgem Mãe, a “Mediadora de todas as graças”, este grande luzeiro da humanidade. E que também os protestantes farão bem em venerar. Afinal de contas Walt Disney, que era protestante, demonstrou amor para com Nossa Senhora, ao incluir a sequência da “Ave Maria” de Schubert na obra-prima musical “Fantasia”, constituindo mesmo o seu desfecho.
“Rogai por nós, santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Amém.”
E ao longo dos vinte e um séculos da Cristandade, os cristãos puderam sentir e testemunhar o quanto é efetiva a proteção da Mãe Celeste, que inclusive surgiu visivelmente em Guadalupe, La Salete, Lourdes, Fátima, Medjugorje, lembrando à pobre humanidade sofredora e pecadora que o Céu é uma imensa realidade e é para lé que iremos, para o Reino de Cristo, a não ser que o rejeitemos. E como fecho desta e de tantas outras orações, pronunciamos “Amém!” — nós cremos, é o que significa esta pequena e abençoada palavra.
Rio de Janeiro, 19 de setembro a 19 de dezembro de 2012.