Elmar Carvalho

 

Na obra A história da Capelinha de Palha o jornalista, advogado, escritor e apresentador de TV Pedro Alcântara (Carvalho do Nascimento), em linguagem clara, objetiva e concisa, conta a trajetória desse templo católico, desde os seus primórdios até o seu estágio atual. O autor foi testemunha de muitos fatos importantes referentes a ele, uma vez que é assíduo participante de suas missas, e nele foi batizado, fez a primeira comunhão, se crismou, se casou, assim como vários de seus irmãos e filhos.

Relata que sua mãe, Maria de Lourdes, uma das primeiras moradoras do bairro do Aterro, posteriormente renomeado para Nossa Senhora das Graças, através de votação popular promovida por Dom Avelar Brandão Vilela, que em seguida acionou os trâmites legais e burocráticos necessários para a oficialização do nome escolhido, costumava rezar terços e novenas à sombra de copado pequizeiro, com a participação de habitantes do entorno.

Seu pai, o senhor Daniel, comovido, ao ver a dedicação e o esforço da esposa em exercitar sua fé e religiosidade em local improvisado e sem conforto, por vezes sujeito a sol ou a chuva, resolveu erguer no local uma pequena capela de taipa. Teve o apoio de moradores da comunidade, de sorte que a Capelinha de Palha serviu ao bairro por muitos anos.

O livro menciona os antigos povoadores do bairro, os fiéis mais fervorosos e assíduos, os padres que oficiaram na capelinha, os vigários de quando o pequenino templo se transformou em Paróquia, bem como os seus coadjutores.

Dois desses padres foram amigos meus e de meu pai: Deusdete Craveiro de Melo, que foi meu professor de Português em José de Freitas e celebrou meu casamento na Igreja da Santíssima Trindade, e Isaac Vilarinho, culto e de bela e pausada voz, coadjutor do dinâmico padre Mateus Cortez Rufino na Paróquia de Santo Antônio do Surubim, em Campo Maior.

Narra os esforços, os labores, as contribuições financeiras, os leilões que se fizeram para que a atual matriz fosse erigida. Discorre sobre a participação dos arcebispos Dom Severino Vieira de Melo e Dom Avelar Brandão Vilela, para que a quase bucólica capelinha passasse de Freguesia a Paróquia, com sua atual igreja. A obra é enriquecida com a transcrição de documentos e uma rica e elucidativa memória fotográfica, que documenta o que é afirmado no texto principal e nas legendas.

E ao narrar a saga da Capelinha de Palha, fez a contextualização histórica do próprio bairro de Nossa Senhora das Graças, referindo seus antigos habitantes, os povoadores, as dificuldades enfrentadas e o seu progresso, tanto no campo da prestação de serviço público como no da iniciativa privada, especialmente venda de peças para veículos e serviços de oficina.