A representação da imagem na marca Coca-Cola
Em: 09/06/2015, às 20H33
[Dílson Lages Monteiro]
Conforme ressalta Maingueneau (2002, p. 94), um texto é sustentado por uma voz – a de um sujeito situado para além texto. Nesse estudo, verifica-se que sujeito é esse em anúncios da Coca-Cola; mais do que isso: como a missão e a imagem desse sujeito se materializam nas campanhas desse produto.
Cabe, a princípio, a fim de compreender qual representação ideológica cristalizou-se em torno da marca em discussão, destacar a imagem historicamente construída dos produtos Coca-Cola, por meio, principalmente, do que melhor o identifica, o refrigerante de mesmo nome. Símbolo norte-americano e do próprio capitalismo, a bebida conseguiu tornar-se uma das marcas mais conhecidas e mais presentes em todo o mundo. Ao longo de mais de um século, essa marca investiu sistematicamente, segundo informa o site da multinacional, para mostrar-se única e inconfundível; inclusive chegou a criar um novo formato de garrafa, a cantour, dando ênfase à autenticidade da bebida.
Essa garrafa, a propósito disso, ganharia em 1961, condição legal de “marca registrada” exclusiva da Coca-cola. A garrafa mais conhecida desse produto foi criada em 1915, pelo designer Earl R. Dean da Root Glass Company, a partir de concurso promovido, a fim de se escolher um desenho original para o objeto. Informa a empresa, em site oficial, que a embalagem foi escolhida por causa da sua aparência atrativa, design original e, porque, mesmo no escuro ou de olhos vendados, o consumidor pode identificar o produto.
Escrevendo sobre o que é a comunicação, Volli (2007, p.20) afirma que produzir comunicação não se restringe a informar. Segundo ele, o ato de comunicar consiste em vários tipos de ações, entre elas, convencer e manipular. Assim, determinados efeitos comunicativos são criados modificando a significação de um objeto. Nesse cenário, levam-se em conta os conhecimentos, gostos, interesses, definições de gênero, compartilhados pelo destinatário representado e a sociedade à qual pertence. O que comunica, pois, a garrafa da Coca-cola?
EM BREVE, EM EDIÇÃO IMPRESSA PELA EDITORA ENTRETEXTOS, DÍLSON LAGES EXPLICA.