A perda de um grande amigo: Benedito Nunes

 

 

 

 

A perda de um grande amigo: Benedito Nunes

Rogel Samuel

 

Soube de sua morte no blog do Zemaria Pinto, no “Palavra do fingidor”.

A última vez que o vi foi na UFAM, em Manaus, durante um seminário. Eu estava sentado a seu lado, junto com sua esposa, conversamos muito e dele ganhei um exemplar de uma revista acadêmica. Depois de tantos anos, ele me reconhecera. Tinha uma memória privilegiada, uma inteligência imediata, uma cultura enciclopédica, e uma humildade e simplicidade cativante.

Ele era um grande mestre, respeitado no mundo todo, até por nomes como Foucault.

Foucault veio de Paris para visitá-lo, e se hospedou em sua casa, na praia.

Também estive com ele na Editora Vozes, na UFRJ, e em alguns poucos encontros. Mantive uma correspondência com ele.

Foi pouco. Mas a companhia de um Mestre tem efeito multiplicador.

Encontro agora uma pequena carta que me escreveu:

“Belem, 17.12.86

Prezado Rogel Samuel:

Só agora – tantos foram “os trabalhos e os dias” de viagem neste ano - posso agradecer-lhe o artigo com referencias à minha pessoa. Também agradeço o Teolit, livro de um Mestre, igualmente Inventor, que me ensina a ensinar.

Um abraço do

Benedito Nunes”

Não encontro outra carta, no meio da papelada desorganizada em que vivo.

Mas a dor de sua perda.