Por Rogel Samuel
 
“E então” – disse-me ela – “vou em busca de alguma fruta”. Mas da pantera o suspiro rouco ouvindo: “Não” – me diz – “se desvaneça o susto. Ela nada fará contra você, em si mesma consome o seu furor injusto” - mas de repente, com uma onda do mar crescendo e se embatendo, quebrando-se espumante, assim uma turba de aves negras se agiganta, aves em cópia, quase do céu escurecendo parte, nunca vistas antes, fardos de um lado e outro em grita ingente, rolando com suas asas ofegantes, como se de um grande mal fugissem e em volteios não soubessem para que rumo fugir, assim no teto em círculo volteando que iam ao ponto oposto de todo o espaço nos semicírculos: - “Que são?” – a Jara perguntei, “que razão há para aqui estarem?” E ela respondeu: -“Não sei, de algo muito terrível estão fugindo!”.
 
Até que aquilo passou, anoiteceu e numa lapa fomos dormir.
 
No dia seguinte me acordou ela dizendo: “Desçamos agora e vamos esquivos que nossa demora aqui é perigosa”. E tiramos dali nossos passos da árvore onde nos abrigamos até uma fonte onde pudemos beber que de uma fenda as águas brotavam como se vinda de alguma torrente interna e a sede saciamos e ao longo do nosso curso prosseguimos por um caminho perigoso nos movendo, até que deparamos uma lagoa junto à encosta do penhasco e um triste ribeiro, que notamos dali seguia para um pântano, onde a tristeza parecia morar, e assim atravessamos e voltamos a descer o que seria uma verde encosta em direção a um lugar mais fresco e longínquo daquela montanha.