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 A MULTIDÃO ASSUSTADORA DE PAPAIS NOÉIS

Ontem passei em frente a uma loja onde, na entrada, acumulavam-se, em pé, diversos bonecos enormes representando Papai Noel.
Ele está em todas, e há crianças que deles têm medo.
E em toda essa profusão natalina no comércio, nas repartições, nas casa particulares o que mais se vê é Papai Noel, guirlandas, pisca-piscas e árvores de Natal; o que mais falta é Jesus e, ao lado do Menino Deus, o presépio, e Maria, José, os animaizinhos, a estrela, os pastores, os reis magos. Você encontra o Presépio nas igrejas católicas, porque nem nossos irmãos protestantes o prestigiam (sem dúvida por causa da presença da Virgem Maria e São José e por ter sido criado por São Francisco de Assis). No resto da cidade, materialismo puro em forma de consumismo e orgia, a festa santa transformada em comedoria e bebedeira.
As músicas natalinas foram substituídas por funk e pagode. Passando pelas ruas, ao menos aqui no Rio de Janeiro, não escutamos tocar música de Natal nas casas - Noite Feliz, White Christmas e tantas outras.
Agora já inventaram até o "pré-reveillon", feito antes do dia 25 de dezembro e parece, inventado para esvaziar ainda mais o conteúdo religioso do Natal.
Entretanto o Natal transmite e incute amor e solidariedade. Festas pagãs, não. E a sociedade está ficando cada vez mais agressiva, preconceituosa e intolerante.
Procurem ler, nos "Irmãos Karamázov" de Dostoieviski, a passagem que fala na "troika" (veículo daquele tempo e lugar) em disparada, a caminho do desastre... a troika simbolizando a sociedade.


Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2015